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História Asylum - Eu, eu mesmo e Castiel


Escrita por: wftmoose , Eva_Z e mishacolls

Notas do Autor


Ola pessoinhas do meu core <3

Aqui é a Anna (wftmoose) e, como eu disse na introdução, estou responsável pelo papel de ninguém mais ninguém menos que...CASTIEELL!! Nosso fofo e louco bolinho que vcs tanto esperavam (ou não) para que aparecesse.
Espero que gostem dessa maluquice assim como eu AMEI escrever <3

Enfim, leiam logo essa bagaça, que eu to mandando.

Capítulo 4 - Eu, eu mesmo e Castiel


POV. Castiel Novak

Outubro, 1962

 

 Dei uma risada baixa olhando novamente para o teto, em busca de ar para recuperar o fôlego perdido. Era simplesmente hilário ver os desenhos naquela pequena televisão. O Pernalonga era uma das animações que mais me distraíam. “Eu ainda não acredito que você vê esse coelho estúpido, fugindo desses caçadores sem mira. Patético...”

 - Você que é patético, esse programa é genial – retruquei indignado.

 “Querido, se eu sou você, significa que nós dois somos patéticos, esqueceu? ”

 - Eu não... – bufei passando as mãos pelo rosto – Cale a boca.

 “Também te amo! ”– ironizou com a voz elevada, fazendo minha cabeça latejar – “Quer dizer, eu me amo, porque eu sou você, então...”

 - Cale logo a maldita da boca antes que eu a costure! – esbravejei com as mãos na orelha, chamando a atenção das poucas pessoas que circulavam e me dando conta, logo em seguida, do que havia acabado de dizer – Não sou eu falando, é ele. Me desculpe, Deus, eu não queria falar isso – repetia para mim mesmo em voz baixa.

  “Credo, que fanatismo! Você sabe que ele não te ouve, não é? Isso é tudo uma baboseira para que as pessoas tenham um rumo a seguir, e você sabe disso, lá no fundo”

 Me levantei do chão, já pensando no que fazer para retirá-lo da minha cabeça, mas sem antes desligar o aparelho na minha frente, tomando o maior cuidado do mundo para não apertar os botões forte demais. Eles viviam pulando de lá e, em todas as vezes, as freiras vinham nos dar uma bronca. Não só porque elas eram bem maldosas, mas também por ser a única televisão que havia lá.

 Geralmente não era só uma bronca e, sim, um castigo. Já fazia muitos anos que eu estava naquele lugar e, sinceramente, já tinha visto muito. Coisas horríveis aconteciam naquele lugar, coisas que não eram fáceis de esquecer.

 Na realidade, eles não usavam o local para tratar os pacientes, mas para piorar o estado em que eles se encontravam. Muitos que entravam não eram completamente insanos, até ficarem sob os cuidados de Mark ou, como costumávamos chamá-lo, Dr. Lúcifer.

 Pelo nome já é possível ter uma noção de quem era o sujeito. Ao mesmo tempo que conseguia ser simpático, podia ser a criatura mais detestável do planeta. Parecia inofensivo, mas, quando surgia a mínima oportunidade de realizar uma boa tortura, ele não a desperdiçava. Aquele médico era, definitivamente, um demônio. Um ser completamente cruel e sem piedade. Sem falar no seu braço direito, Abaddon, a única freira que realmente gostava de Lúcifer.

 As torturas eram desde psicológicas à físicas. Do mais previsível até o inimaginável. Dentre as mais banais e decorrentes estavam os remédios – que causam diversas alucinações e efeitos colaterais – e o tratamento de choque, ambos terríveis, porém suportáveis. Quase todos já haviam recebido esse tipo de tratamento, mesmo sem motivo.

 Conhecia todas as pessoas de lá, apesar de não conversar com ninguém. Todos tinham medo de mim, e até os mais malucos não gostavam de manter contato. Sinceramente, aquilo tudo não passava de uma grande e consistente nuvem carregada de ódio, que chovia hipocrisia para todos os lados. Todos estavam lá porque, no mínimo, não eram considerados normais. Então, o que tinha de diferente em mim? Não era eu, era ele. Aquele idiota que afastava as pessoas de mim, que as assustavam.

 Saí dos meus pensamentos e me concentrei no livro em minhas mãos: Frankenstein. Eu sabia aquela história da cabeça aos pés, mas, mesmo assim, não me cansava de ler. Já havia lido, pelo menos, umas 10 vezes. Além de me distrair, me fazia refletir sobre a vida, de um modo geral. Ao mesmo tempo que me identificava com o monstro, eu o odiava. Por esse motivo eu amava o livro, assim como amava os paradoxos e as contradições.

 

 Como pode o verme ser o herdeiro das maravilhas de um olho ou de um cérebro?

 Era o que eu pensava enquanto me debruçava, com um misto de nojo e fascínio, sobre os corpos em decomposição no laboratório. Nenhum prazer da juventude me deixaria tão realizado quanto a tarefa a que eu me entregara [...]

 

 E assim começava a narrativa de Victor Frankenstein, o melhor e mais insano estudante de anatomia de todas as histórias.

[...]

 Era 13:30 e o horário de almoço havia acabado, porém eu permanecia sentado no refeitório quase vazio, ainda lendo meu livro. Me distraí ao prestar atenção na conversa de duas das freiras, elas falavam de um novo paciente o qual seria transferido para cá no final do dia. Pelo que pude entender o homem havia cometido atrocidades contra o próprio irmão. Queria continuar e saber mais, porém eu simplesmente não conseguia comer nada. Tudo o que eu tentei comer pela manhã havia sido colocado para fora. Todos aqueles remédios se misturando no estômago deviam fazer um efeito colateral muito forte e era o que estava acontecendo, de novo, naquele momento.

 Mesmo sem fome, sem enjoo e sem vontade de comer, eu fui mais de 3 vezes no banheiro fazer uma visitinha à privada. E se você pensa que era só ânsia e que não saía nada, você está muito enganado. A mistura de todos aqueles remédios saia pela minha boca queimando, enquanto meus ouvidos pareciam que iam estourar a qualquer momento.

 Uma forte dor de cabeça se fez presente e o apito que soava constantemente em meus ouvidos, aumentou, fazendo com que eu caísse de joelhos no chão. Eu não tinha mais o controle dos meus pensamentos e, muito menos, das vozes e pessoas que giravam ao meu redor.

 - Por que, Castiel? Por que fez isso comigo? – um garotinho, estranhamente familiar, falava repetidas vezes.

 De repente, os olhos do menino começaram a sangrar, juntamente com algumas partes de seu corpo. “Olhe o que aconteceu com ele, Castiel. Não se lembra do que você fez com ele? ” – a voz dizia, se sobressaltando das outras.

 Diversas imagens rodeadas de sangue, pessoas mutiladas e equipamentos de tortura passavam pelos meus olhos, como um verdadeiro filme de terror.

 “Você é um monstro! ” – as vozes agora falavam a mesma coisa, só que uma de cada vez, soando quase como um eco.

 - Saia da minha cabeça! – gritei com todo o ar que restava nos meus pulmões, chegando a sair em um tom um pouco mais desesperado que o normal.

 Logo, vi duas freiras chegando. Engatinhei alguns metros, mas elas me agarraram pelos braços e me arrastaram para fora do banheiro. Eu me debatia e lágrimas saiam dos meus olhos, rasgando e queimando o caminho que percorriam. Elas me jogaram em cima de uma maca,prendendo meus braços e minhas pernas,  e eu comecei a gritar histericamente.

 Minha cabeça parecia estar prestes a explodir de tão forte que era a dor. Outras freiras apareceram para me segurar, enquanto uma ruiva, que logo identifiquei quem era, injetava um líquido em meu pulso com a ajuda de uma seringa. Rowena...

 As vozes começaram a desaparecer aos poucos, assim como o zumbido. A única coisa que persistiu, até um pouco depois de acordar, foi a dor de cabeça. Minha visão estava levemente turva e tudo girava diante de meus olhos. Felizmente, eu estava no meu quarto, mas minha situação não era a das melhores.

 Apesar da porta estar fechada, eu conseguia ouvir o barulho de pessoas conversando. Olhei pela minúscula janela que estava fincada na mesma, indo até lá com um pouco de dificuldade e me escorando na parede - já que eu estava fraco demais. - Vi diversas pessoas se sentando nas mesas, algumas jogavam xadrez ou melhor elas tentavam jogar, mas suas loucuras eram perceptíveis e os seus olhos alucinados parecia confundir aquele tabuleiro como algo real, algo além de um simples jogo, algo como uma incógnita para ser resolvida. Logo, presumi que eram por volta das 17:00 horas. Sim, eu havia decorado quase todos os horários, mesmo que não houvessem relógios visíveis, o tédio era maior.

 Os horários eram:

7:30 – os sinais tocam para que todos se levantem.

8:00 – as freiras ficam nos corredores, dando os remédios aos pacientes.

8:30 – todos devem estar prontos para o café-da-manhã (que geralmente é suco/leite/café acompanhado de frutas e/ou pães).

12:30 – o almoço é servido.

14:20 até 15:30 – terapia em grupo (que na realidade não ajudava em nada).

18:20 – o jantar era servido.

 Abri a porta com certa dificuldade, meus braços tremiam pelo esforço. Caminhei devagar pelos corredores brancos e iluminados do lugar, passando a mão pelas paredes e observando o teto.

 Alguns poucos olhos se voltaram para mim, fazendo com que eu desviasse o olhar, enrolando a ponta do meu sobretudo entre os dedos. Não gostava que ficassem me encarando daquela maneira, chegava a ser perturbador. Eu ainda não estava totalmente bem, não depois daquele ataque.

 Imagine que uma casa é sustentada por 4 colunas que, apesar de finas, conseguem sustentar o resto da construção. Se qualquer uma dessas colunas caírem, a casa inteira desmorona. Com os pedaços restantes, até daria para reconstruí-la, mas ela nunca seria igual a original, não completamente.

 Essa analogia também serve para as jarras. Se um desses objetos cai no chão, você pode até tentar juntar os cacos de vidro e montar um novo, porém as marcas e os pedaços que faltam sempre denunciaram o que aconteceu. E a mente humana funcionava da mesma forma.

 Fazia 15 dias que eu não tinha uma dessas crises. Apesar de todas as vozes que ouvia, eu estava bem. Porém é um ciclo que não pode ser interrompido. O muro que separa a lucidez e a insanidade completa é menos forte do que parece ser, realmente. Ele está sendo constantemente arranhado, mesmo que as pessoas não tenham essa consciência e quando ele resolve se romper, não há nada que faça ele se tornar um muro mais resistente e, muito menos, voltar ao original.

 A insanidade não tinha cura. Não havia esperança. Não havia saída. Só havia um poço fundo e deprimente, em que só se pode afundar mais e mais até que o começo não possa ser visto à olho nu.

[...]

 Sentei em frente à televisão, pela segunda vez no dia, vendo que o desenho apresentado na pequena tela era Pica Pau. Sorri bobo ao ver que ainda estava começando, eu amava aquele desenho.

 O episódio se chamava: Pica Pau – Biruta. Tombei a cabeça para o lado, não entendendo o porquê daquele título. “Eu me identifico com ele”- a voz se tornou presente, não tão irritante como costumava ser.

 - Como assim? – franzi o cenho, um tanto quanto curioso.

 “Olhe só para a cara dele” – olhei atentamente, tentando achar algo de especial naquele olhar – “À beira da insanidade, apenas curtindo a vida e chutando uns traseiros”

 - Isso é só um desenho, por que ele se importaria com os policiais e pessoas à volta dele?

“Boa pergunta” – admitiu e, logo em seguida, concluiu – “Então, por que você se importa? ”

 - Nossos atos sempre têm consequências, em um desenho nem sempre é assim. Além do mais, Deus é o juiz e eu, com certeza, não gostaria de ser o réu.

“Sabia que a cada uma frase dita por você a palavra Deus está no meio, não importa o contexto? Não é você que diz que não se deve mencionar o nome Dele em vão? ”

 - Ah, pelo amor de... – interrompi a mim mesmo, percebendo que já ia mencioná-lo de novo - Se eu me afundar num abismo, você irá comigo, não se esqueça disso – esbravejei.

“É você que sempre fica falando comigo, como se nós fossemos pessoas diferentes. Quer que eu me sinta como? Talvez como alguém que não seja igual a você? ”- perguntou indignado.

 - Só se concentre no desenho – disse posicionando os cotovelos no joelho e apoiando o queixo com as mãos.

“Se é assim...”

 Suspirei como uma demonstração de alívio, não aguentava mais ele falando na minha orelha. Tentando me convencer a acreditar em algo que eu não havia feito.

 Sem nenhum aviso prévio, ouvi um barulho alto, que me fez olhar assustado em direção a porta de entrada. O ranger dos portões externos chamou a atenção de todos que estavam presentes, inclusive a minha. Logo que a porta principal se abriu, um barulho alto e constante tomou conta do manicômio.

 Vários fotógrafos tentavam capturar aquele momento, um tanto quanto inesperado. Era Dean Winchester, o homem de quem as freiras falavam mais cedo. “Até para mim isso é baixo” – comentou quando teve a oportunidade. Sem querer, deixei escapar a expressão que melhor definia a minha indignação.

 - Puta que pariu... – estava em um transe tão profundo, que quando me dei conta do que havia falado já era tarde demais. Tampei a boca com as duas mãos e fechei os olhos com força.

 Logo, pensei nos cinco primeiros palavrões que vieram em mente, sentindo vergonha desse ato.

 - Esse cara realmente fez um pacto com o Satã – murmurei involuntariamente com um sorriso irônico, logo percebendo que não fora eu que havia falado.

 De acordo com os boatos ouvidos, durante aquela noite, pude constatar que ele estava na solitária, preso em uma camisa de força, certamente estava  assustado. Minha sensibilidade quanto aos sentimentos alheios era muito grande e, sinceramente, algo me dizia que não fora ele que matou o irmão mais novo. Afinal, que tipo de monstro faria uma coisa dessas?

“Você, provavelmente” – revirei os olhos, tentando esquecer que havia ouvido aquilo.

 Sendo doido ou não, eu o desejava boa sorte, pois o começo não era nada fácil. Era como um inferno branco e gélido no meio da Terra.

 Enfim, só gostaria de dizer: Bem-Vindo ao hospital psiquiátrico de Lakewood.


Notas Finais


É ISSO GALERINHA DO MAAAAAL <3
Castiel escutando vozes...uuuh
Enfim, algumas pessoas comentaram que estavam esperando por um crazy!¡cas então...AÍ ESTÁ.

Espero mesmo que tenham gostado do capítulo, críticas e comentários são muito bem vindos.
Bjos até os próximos caps!


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