História Até As Últimas Consequências - Um Alívio Para A Dor

Sam Smith - Stay With Me

[RECAPITULANDO]

— Não ligo a mínima para a humanidade! — gritou ela. — Quero minha filha! — E então seus joelhos pareceram dobrar e ela se viu no chão, a mão segurando no banco para se manter ereta. Fechou os olhos e deixou o queixo cair porque não conseguia suportar que esse homem forte que tanto amava a visse chorar. — Só quero minha filha.

***

Antes que ela percebesse, ele estava ajoelhado na sua frente e a encarava. Os braços a envolviam como aço embrulhado em seda. Ela o puxou para perto, como uma mãe embalando a filha, e o apertou contra o seu peito, balançando lentamente enquanto sua mão lhe acariciava os ombros e as costas.

— Eu sei, Lizzie. Eu sei — murmurava ele.

O rosto dela estava molhado, mas ela não sabia ao certo se as lágrimas eram dela ou dele.

— Não posso desistir dela, meu querido. Senhor, perdoe-me, mas não posso. — Ela passou os braços em volta dele, se agarrando a ele, como se fosse à salvação.

— Talvez haja uma maneira… — Ele virou o rosto para ela, beijou a sua boca, provou suas lágrimas. Levantou a cabeça, procurando os olhos dela. — Estou ficando maluco de tanto buscar um jeito… e se houver, Lizzie, nós o acharemos. Mas se não houver…

— Tem de haver! — Ela o abraçou mais forte.

O peito dela se mexia com os soluços, e ela enterrou o rosto no pescoço dele. Ficaram ajoelhados assim por um longo momento, se segurando um no outro, enquanto Elizabeth chorava. Finalmente, ele se aprumou.

— Por enquanto, Lizzie, só por enquanto, descanse. Tudo isso foi demais para você. Descanse.

— Não quero descansar —, ela murmurou.

Lizzie levantou a cabeça para fitar os olhos de Darcy. Não podia odiá-lo, não podia nem ficar furiosa com ele pelo que dissera, pois não era nada menos do que a verdade. Ela se virou para olhar para ele com tristeza em sua expressão, partindo o seu coração em dois.

— Eu... não sei o que fazer — estava desesperada. — Quero ficar sozinha.

Os olhos recém-enxugados dele encontraram os seus e se fixaram neles como em um abraço espiritual. Ele se levantou, pegou as mãos dela e o levantou também. Dando três passos para trás, Elizabeth parou quando estava ao lado da escada, ainda sem conseguir continuar.

— Shh, não se preocupe. Vou cuidar de você.

— Por favor, Fitz.

Então Lizzie deixou suas pernas entorpecidas a levarem para onde ele guiasse. Ela não protestou quando ele a pegou no colo e a levou escada acima em direção do quarto. Ela se sentia atordoada, chocada. Sua cabeça rodava, enquanto tentava buscar uma solução, mas estava muito devastada para ver alguma. Assim que chegou no quarto dele, Fitz a soltou.

Queria se enfiar na cama e tentar dormir, quem sabe quando acordasse se sentiria melhor? Talvez um banho quente a ajudasse a melhorar. Querendo ficar sozinha, ela o deixou e foi se arrastando para o banheiro. Estava exausta, gostaria que tudo aquilo fosse um terrível pesadelo, mas não era.

Ao se olhar no espelho ficou horrorizada com a sua imagem. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar. Seus cabelos, além de despenteados, continha vários gravetos presos entre os fios. Estava pálida, com um pouco de barro e com arranhões pela face, assim como as suas mãos, devia ter se cortado quando se embrenhou no mato. Uma dor de cabeça chata começava a se insinuar. Deixou suas roupas espalhadas no chão quando se despiu. Escovou os dentes e como não estava a fim de esperar a banheira encher, abriu a porta do box e ajustou a água à temperatura ideal, pegando uma touca transparente e garantindo que seu cabelo não se molhasse antes de pisar dentro, ela não queria levá-la hoje à noite e dormir de cabelo molhado. Ela não tinha a energia necessária sequer para lavá-lo. Ficou ali, de cabeça baixa deixando a água quente bater contra suas costas relaxando os músculos tensos. Sua mente revisou todos os tristes desdobramentos que Darcy lhe contou. Não podia perder a filha que tanto amava. Esse pensamento a fez chorar copiosamente.  

Tinha que fazer alguma coisa para mudar aquela situação, se não sucumbiria.

Ela estava sob o chuveiro massageado, deliberadamente, sendo sacudida pelos soluços, quando sentiu uma presença, nem se virou quando a porta do box se abriu. Sentiu os braços dele ao seu redor, e quando se virou de frente para ele, Darcy estava parado nu a sua frente, e olhava para ela com uma expressão séria.

Não disse nada apenas o abraçou forte, sentindo a água cair em ambos.

— Eu sei que você pediu para ficar sozinha, mas eu não posso ficar longe.

Ergueu a cabeça e voltou a observá-lo.

— Eu sei disse, mas preciso... eu preciso de você... eu tenho que... — ela gaguejou ao ver que ele a observava.

— Você vai se sentir melhor, depois que se acalmar.

— Eu não quero me acalmar, eu quero você!

Darcy a soltou, diminuiu o chuveiro e pegou o sabão. Fazendo sinal para ela se virar, ele apanhou a esponja e começou a lavar suas costas. Ao mesmo tempo em que a esfregava, começou a massagear suavemente os músculos tensos. Depois que ele terminou, a virou de frente para si. Deu atenção especial aos seios e na área entre suas pernas, gozando da sensação de encontro a eles e o desejo em seus olhos. Sabia que era aquilo que ela queria, e se era para ela se esquecer de seu sofrimento, era aquilo que daria a ela. Decididamente ele estava bastante excitado, mudou sua posição e empurrou seu corpo até que ela esteve curvada, com as mãos apoiados contra a parede de trás, expondo seu sexo a sua visão.

Darcy aconchegou-se por trás dela, abriu as pernas mais afastadas, e a penetrou lentamente. Ele deslizou para dentro e para fora, atingindo cada nervo vascular cerebral puxando os seus mamilos, enquanto ele a beijava e amamentava de seu pescoço e ombros, permitindo que o prazer construísse lentamente. Quando ele sentiu o clímax se aproximando, continuou com o mesmo ritmo lento e constante, forçando-o a manter suavemente. Darcy sentiu Elizabeth agitar quando bateu o clímax, e eles estremeceram juntos quando ela se contraiu suavemente em torno dele, o deixando arrepiado na sua excitação.

Alguns minutos depois, sobre a água, lavou-se rapidamente antes de desligar a água e sair do chuveiro. Darcy secou a ambos, tirou a toca dela, pegou o hidratante e passou em todo o corpo dela, dando atenção especial em algumas partes e envolveu uma grande tolha de banho branca em torno dela, e tendo certeza de que estava segura antes cruzar sobre seu colo e a levou para a cama. Ele a sentou na cama e se ajoelhou na frente dela.

— Acho que você está com dor de cabeça.

Elizabeth apenas assentiu.

— Eu voltarei logo. Deixe-me pegar um comprimido para você.

Parecia que Fitz tinha um comprimido para tudo. Mas nenhum para curar esse pesadelo que estava vivendo.