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História Até esse verão - Luau


Escrita por: EduardaSd

Notas do Autor


Oiii! Voltei com mais um capítulo! E esse, tá ótimo! Boa leitura!

Capítulo 11 - Luau


Denize, todos nós estamos na praia. Sei que você odeia acordar tarde, mas não quis te acordar. Natália está bem diferente, mas finge que nada aconteceu; depois eu quero que você me dê detalhes da briga. Tem presunto e suco de laranja na geladeira, você decide o que vai comer. Caso você queira ir à praia, estamos no mesmo quiosque.

  Mãe.

 Foi esse bilhete que achei no meu criado mudo assim que acordei. Primeiro: minha amiga é muito boa atriz, ela sabe fingir muito bem sentimentos, e eu realmente não sabia se ela estava bem ou não. Achava que não, porque o patético do Rick era o crush master dela. Mas eu nem havia acordado direito e tive que lembrar da briga.

 Apesar do que havia acontecido, por um lado, minha prima agia como se nada tivesse acontecido. Tudo bem que, ela não sabia que Natália praticamente amava o menino, mas eu tinha vontade de dizer poucas e boas para ela; porém, seria capaz dela ficar com ele na frente de Nati só para provocar! Mas bem que a mal-agradecida da Natália merecia!

 (...)

 Peguei algumas coisas e coloquei dentro de uma bolsa. Eu queria ir à praia, mas não queria me deparar com Nati logo de cara e criar aquele clima chato. Então fui à casa das pranchas, lugar que Cristian disse que era do seu pai, mas que ás vezes ele ficava. Eu não queria pegar minha prancha, nem surfar; eu queria ver se meu professor de surf aceitava tomar sorvete comigo, eu ainda tinha esperanças de terminar aquela conversa que tivemos no dia anterior pela manhã. O pai dele disse que o próprio chegaria lá dali a alguns minutos; como não queria voltar para casa, resolvi esperar por lá mesmo. Fui observando as pranchas e suas pinturas. Cris havia dito que a maioria era ele mesmo que pintava, e provavelmente as que mais gostei foram obras dele, porque em cada coisa que ele fazia, deixava um rastro, e eu com certeza já sabia distinguir.

 Parei em frente uma prancha toda verde água, provavelmente ainda faltava a estampa, mas era tão linda que nem precisaria; verde água sempre foi minha cor favorita.

-Denize. –Uma voz que eu já conhecia de longe soou atrás de mim, me fazendo virar de imediato

 E levar um susto pela proximidade que estávamos. Por impulso, dei um passo para trás, me batendo na prancha. Acho que meu nervosismo ficou só UM POUCO nítido.

-Oi, Cristian. Tudo bem? –Disse rapidamente, sem tirar meus olhos dele, que continuava próximo a mim

-Tudo...te assustei?

-Hum...n...não! Tá...tudo bem! Quer dizer...se você puder se afastar um pouquinho vai ficar tudo bem comigo. –Falei rápido

 Denize, que merda foi que você falou?

 Eu já estava olhando para todos os cantos, exceto para ele, que pude perceber que achava graça do meu embaraço enquanto dava um passo para trás.

-Bem, eu vim saber se você está ocupado ou o que pretende fazer hoje. –Consegui falar

-Hoje estou sem cronograma na verdade. Você tem alguma ideia?

-A gente pode tomar sorvete

 Fala que sim, fala que sim

-Vambora!

 Muito pelo contrário do que pensei, nossa conversa foi totalmente diferente do que eu queria, mas o que eu podia fazer? A gente ria tanto que eu nem queria sair dali, mas ele me chamou para dar um passeio pela praia de quadriciclo. Eu topei, e a sensação do vento batendo no rosto foi ótima! Eu nunca havia percorrido a praia toda; como Cristian ia um pouco rápido, eu tinha que me segurar, abraçando ele por trás, o que nem era tão ruim assim.

 Enquanto ele ia não sei para onde, me distraí pensando no quanto aquelas férias estavam boas, e no quanto eu estava gostando de tudo que estava acontecendo (exceto ter brigado com minha amiga). Eu, com certeza, não devia ter passado dois anos sem ir àquele lugar, que, na verdade, não remetia coisas ruins nem faltosas como eu pensava no início, mas sim que me acrescentavam e me faziam ter lembranças maravilhosas do e com meu avô. Fechei vários sentimentos em mim, sem nem ter o trabalho de distingui-los, e agora percebi que tudo não passou de confusão.

 Cristian parou o quadriciclo, me fazendo voltar a realidade e perceber que estávamos no cais. Ele desceu e logo depois fiz o mesmo. Eu queria perguntar o que estávamos fazendo ali, mas apenas o segui, indo até o fim e sentando.

-Porque me trouxe aqui? –Não aguentei

 Ele continuou olhando pro horizonte e só depois de alguns segundos respondeu:

-Achei que você ia gostar. Não gosta desse lugar?

-Não, eu gosto muito daqui... dá uma paz

-É meu lugar favorito na praia, Denize. Se um dia você me procurar e não me achar em canto nenhum, eu provavelmente estarei aqui, você já sabe.

-Porque? –Perguntei curiosa

-Nem eu sei, mas esse lugar me acalma, e eu venho pra cá quando as coisas não estão dando certo.

-E não estão dando?

-Estão! Gosto de vir só por vir também. E só trago comigo pessoas que me fazem sentir bem, você é uma das poucas.

 PIRANDO EM 3, 2, 1

-Ah, falando desse jeito faz até com que eu me sinta especial –Sem graça, eu? Magina!

-Porque você é. –Ele disse pegando no meu queixo, fazendo com que eu levantasse a cabeça, o olhando

 Denize sua louca, controla

-Então muito obrigada

 Ele deu um sorrisinho travado e voltou a olhar para o horizonte, enquanto eu, lentamente e sem nem ligar para mais nada, apoiei minha cabeça em seu ombro. Depois ele passou o braço pelos meus ombros. E eu poderia ficar ali até o resto do dia...  

  (...)

-Cris, minha tia me disse que vai ter alguma festa hoje à noite... sabe de alguma coisa? –Perguntei enquanto saíamos da água com nossas pranchas

-Na verdade é um luau...

-Sério? Um luau? –Eu o interrompi, animada

-É –ele riu, provavelmente me achando uma grande boba por fazer tanto caso de um luau

 Mas eu NUNCA tinha ido em um. E eu sonhava com aquele clima, pessoas tocando violão e músicas calminhas.

-Você vai? –Perguntei por educação, porque eu internamente já sabia que sim

-Provavelmente não...

 Oi?  

-Porque? –Eu estava meio decepcionada  

-Ah, eu não tô com...vontade. E sempre é a mesma coisa. Nunca acontece nada interessante, pelo menos pra mim. E eu sempre vou só –Ele disse essa última frase um pouco mais baixo

 Era bem estranho pensar que ele ficasse sem ninguém, quer dizer, só com os amigos; mas eu não acreditava que ele não ficasse com nenhuma menina... bonito do jeito que é.

-Ah, se o problema é não ter companhia, está resolvido. Quer dizer, se você quiser ir comigo.

  Ele me olhou divertido, enquanto pegava a prancha da minha mão, e depois disse:

-Te pego as sete. –Saindo e me deixando na porta de casa.

 Não sei porque, mas “te pego as sete” me fez pensar no duplo sentido que aquela frase tinha. Normalmente meus colegas sempre faziam graça com aquilo. Sorri comigo mesma e entrei, já pensando em que roupa vestiria; mas eu ainda tinha duas horas até o horário marcado, mas não precisaria nem de meia hora para ficar pronta.

 Natália estava deitada na cama quando entrei. Ela nem olhou na minha cara, e eu achei uma pena ela estar se iludindo tanto... Na verdade, vê-la me fez lembrar que estávamos brigadas, e só aí minha vontade de ir para o tal luau diminuiu, mas eu não podia deixar Cris na mão.

 Eu sabia que se tentasse fazer as pazes, iríamos brigar ainda mais, então eu apenas tentei deixar pra lá. Me veio a ideia de ligar para minha mãe para avisar que eu iria sair à noite; na verdade, para pedir. Mas bem, eu estava sem celular. E o melhor era que eu não tinha sentido muita falta do meu aparelho, porque Cristian preenchia meu dia, não me deixando entediada nem por um segundo.

 Sentei na cama, tentando pensar em algo para fazer; até que eu tive a ideia de pegar meu antigo diário, que por não sei qual razão eu havia levado comigo, mas provavelmente para ler enquanto tentava passar o tédio, como eu achava que iam ser minhas férias. Tinha muitas folhas, todas devidamente preenchidas, mas eu nunca tinha tempo para ler todo. Eu havia escrito no ano anterior. Me deitei de bruços na cama, abri em uma página qualquer e comecei a ler.

 

 20/09/2015

 Querido Diário,

 Aqui estou eu para contar lhe mais um dos meus problemas; desta vez, amoroso. Acho que já não é novidade para você, mas minha vida amorosa (se é que eu tenho uma) é um completo desastre. Eu não queria escrever (de novo) aquele monte de clichês do tipo: “será que sou feia?” “porque ninguém gosta de mim?” ou “eu devo ser estranha”; acontece que, no fundinho, é isso mesmo que eu penso.

 Eu queria não gostar do Hugo, porque no fundo eu sei que ele NUNCA vai me olhar do jeito que eu quero, e que nossos sentimentos NUNCA serão recíprocos. Tudo bem que a gente já tenha ficado, mas foi num jogo de verdade ou consequência, e eu percebi que ele não queria me beijar (se lembra daquela semana que eu fiquei super mal né? Eu lhe contei). Nesse dia me senti a garota mais ridícula da face da terra.

 Não é que eu goste de me machucar ou sofrer, mas amor é uma coisa complicada. E eu só queria saber porque minha mente insiste em amar quem não merece e quem não me dá a mínima. Parece que esse é meu propósito: amar sem ser amada. Será que pedir para ser amada é muito? Eu, sinceramente, não aguento mais. Parece que o destino sempre me quis só.

 E é claro que essa minha maré de azar no amo, faz com que eu me torne cada vez mais fria. E isso só afasta outras pessoas, as quais também amo.

 Não quero mais ser vela, ser a menina que passa TRÊS anos sem ser amada, que sempre sobra, e que sempre tem a auto estima baixa por causas dessas coisas. Isso me aborrece, e eu CANSEI.

 Não vou mais implorar o amor dos outros, vou tentar parar de me importar, vou tentar seguir minha vida de ilusões, e o mais importante: vou tentar descobrir porque eu ainda sofro por uma droga chamada amor.

 Bjs.

 Nossa, quando eu terminei de ler aquilo, um filme passou pela minha cabeça, e depois eu agradeci mentalmente por ter mudado completamente meu jeito de pensar. Com o tempo, eu aprendi que para ser feliz, eu tinha que me cuidar, me aceitar, me amar, e amar quem também me ama. ( P.S.: A peste do Hugo eu só superei agora, que tomei na cara depois que ele ficou com outra).

 Obrigada, meu Deus, por ter me ajudado a, simplesmente, mudar.

 Olhei para os lados e não vi Natália. Havia saído do quarto e eu nem tinha percebido. Fui lendo mais páginas do diário e, fiquei feliz ao relembrar de várias coisas que eu havia passado, porque eu retratava diversas coisas no meu livro da vida.

 (...)

 Me assustei quando fui à cozinha pegar água e vi o horário. 18:40h. Eu já estava atrasada!

 Enquanto lavava meu cabelo, lembrei que Natália havia se arrumado e saído, sem nem avisar para onde ia. Tentei achar uma roupa, mas eu não queria usar qualquer coisa. Eu queria, simplesmente, realçar toda a beleza que eu havia criado em mim desde o ano anterior. E também, eu ACHO que no fundo, eu queria passar uma... boa impressão para Cristian.

 Peguei meu estojo de maquiagem (cá pra nós, nem batom tinha! Porque eu odiava) e alguns acessórios e fui para a varanda. Se Cristian chegasse eu viria, e poderia sair correndo, sem problemas.

 Como eu era um verdadeiro desastre, não consegui passar o delineador igualmente nos dois olhos, e também quase fiquei cega tentando passar um rímel.

 Ó, vai ficar assim mesmo! Vai estar meio escuro, e ninguém liga!

 Depois de um tempo, minha mãe apareceu dizendo que Cristian estava me esperando no portão; mas quando me viu toda arrumada, perguntou para onde eu iria, e só aí lembrei que nem havia avisado.

-Olha mãe, eu tentei ligar pra você, mas tô sem celular, né? Mas vai ter um luau, eu vou com Cris, superseguro né? Não vou me meter em encrenca nenhuma, eu prometo. Mas pelo amor de Deus, deixa eu ir. –Disparei implorando.

 Se ela dissesse que não, eu não poderia aceitar, e ia ter que fugir ou sei lá. E eu até me imaginei pulando a janela do quarto ou tentando descer as escadas escondida.

-Hum, tá bom. O Cristian é o que seu mesmo? –Ela me olhou com os olhos estreitos

-Amigo, ué! –Respondi como se fosse obvio

-Hum, tá, acredito.

-Ah mãe! Nada a ver! É coisa da sua cabeça! Mas eu já vou, tá? Beijo –Eu disse, depois saindo rápido e indo em direção a escada.

-A família vai jantar fora hoje, leve a chave! –Ela gritou

 Enquanto eu descia as escadas, senti que pisei em algo que fez barulho. E é claro que eu, assustada que era, quase enfartei! Liguei os fatos e coloquei na cabeça que devia ser um brinquedo de Bia. E logo lembrei que, nos últimos dias, eu não estava tempo nem para minha irmã. Continuei a descer as escadas, e quando parei no portão, passei a mão pelo meu cabelo e pela minha roupa, torcendo para estar tudo no seu devido lugar.

  Respirei fundo e abri o portão, sem nem saber porque estava fazendo toda aquela cerimônia. Cristian estava de costas, mas imediatamente virou, e foi aí que eu levei outro susto, porque ele estava ainda mais lindo.

 Meu Deus. Eu tô no chão. Denize, queridinha, nem pense em deixar o queixo cair!

 -Oi –Ele disse me olhando

-Ô...oi. –Respondi, me recuperando

 Ele me observou da cabeça aos pés, e logo depois disse:

-Nossa, vai para um luau ou uma festa?

 Pera, como assim?

 Logo pensei que eu estivesse muito arrumada para uma ocasião tão simples e básica, o que me fez ficar muito envergonhada.

-Eu... tô muito arrumada? Sério? Ai meu Deus. Espera aí que eu vou me trocar, eu já volto –Nem pensei duas vezes e já fui abrindo o portão com a minha chave.

 Porém Cristian pegou no meu braço dizendo:

-É brincadeira, Denize! Eu tô zoando!

 Virei para ele, querendo interpretar se sua expressão era verdadeira, mas me deparei com um sorriso maravilhoso, o qual ele sempre exibia quando estava apenas brincando.

-Certeza? Ai Cristian, pra que você foi falar isso? Agora eu não vou acreditar! –Eu estava totalmente embaraçada

-Denize, olha pra mim –Ele pegou no meu queixo, me fazendo olhá-lo –Você está incrível, tá bom?

 Apenas balancei a cabeça positivamente. E, gente, eu nem estava incrível. Eu estava muito longe disso! Uma saia jeans (e um shorts por baixo né, Brasil?) uma blusa ombro a ombro, e... só! Um brinco, umas pulseiras, rímel e delineador. Nada demais.

 Fomos caminhando até a praia, mas sem falar nada. Eu estava sentindo algo dentro de mim, mas eu não sabia distinguir o que era. E eu acho que Cristian sentia o mesmo.

 Só quando estávamos chegando, começamos a conversar. De longe fui analisando o local, que ficava um pouco afastado dos quiosques.

 Uma fogueira ficava no centro, sendo rodeada por diversas esteiras e almofadas coloridas. Fora desse círculo, uma mesa grande estava cheia várias frutas, que eram transformadas em coquetel por um cara. O clima era totalmente agradável, não poderia ser outro. Assim que nos aproximamos cumprimentamos os amigos de Cristian, os quais eu já conhecia.

 Sentamos e começamos a conversar. Acho que quem havia organizado o luau estava esperando mais pessoas, por isso, a música ainda não havia começado. Muita gente conversava em grupinhos, e por um momento, eu lembrei de Nati.

 Enquanto me arrumava e esperava por Cristian, eu estimava que ela estivesse no luau; mas ela saiu mais cedo que eu e já deveria ter chegado, então perdi as esperanças dela estar ali.

-Denize? –Vi dedos estralando na minha frente –Você tá bem? –Giba perguntou, meio que rindo

-Ah, oi! Tô sim.

-É que você tá no mundo da lua! –Suellen exclamou, me fazendo voltar ainda mais pra realidade –Maior cara de apaixonada!

 Todos fizeram “hummm”, e eu fiquei morta de vergonha e com um sorriso bobo na cara

-Não, gente, não é nada disso. –Eu negava enquanto eles continuavam

-Cristian estava aqui falando como você evoluiu no surf. Ele está admirado

-Ah, sim! Eu aprendi, mas tudo graças a Cris, porque eu era um verdadeiro desastre!

-Não, você que foi uma aluna muito prendada. –Ele rebateu

-Haha, não mesmo! Você que fez milagre! Eu tinha dificuldade até para se equilibrar, lembra?

-Hummmm... vocês estão sentindo esse cheiro? –Giba perguntou pro pessoal, enquanto apontava para cima e farejava o ar

-Não, de que? –Perguntei inocente

-De amor! Tão sentindo galera?? –Ele fez graça, enquanto os outros concordaram e fizeram “hummmm” novamente

 Eu fiquei lá, tentando me explicar e fazê-los parar, mas não adiantou. Eles estavam tentando insinuar que, entre eu e Cristian havia algum sentimento além de amizade, o que não era verdade! Bem, eu gostava da presença de Cris, de conversar com ele e tudo mais, além de admirá-lo muito. Mas eu não achava que meu coração pudesse se...apaixonar por uma pessoa que eu conhecia a muito pouco tempo.

  Enfim a música começou, fazendo aquele clima constrangedor passar.

  Haviam um pouco mais de cinquenta pessoas ali. Três estavam com violão na mão, e reversavam as músicas, que, por sorte, eu sempre sabia cantar.

 Estava tudo bem, até eu olhar em volta e ver Natália abraçada com Rick. Fiquei um tempo olhando fixamente, tentando digerir aquela cena. Ele acabou percebendo e mandando um beijo pra mim. Nojento.

Tentei não ficar encarando e fui prestar atenção na música. Eu não queria ficar triste, eu estava ali por Cristian, e para tentar me distrair.

 Acho que fiquei tão estranha e aérea que Cristian percebeu, perguntando se havia acontecido alguma coisa e se eu estava gostando. Apenas afirmei, tentando fingir melhor.

 (...)

 Fazia uma hora que estávamos ali. Eu consegui me distrair, mas meu olhar bateu com o de Nati várias vezes. Não fazia ideia de quantas músicas boas já tinha ouvido, mas as principais bandas/cantores(as) foram: A Banda Mais Bonita da Cidade, Natiruts, Luan Santana, Supercombo, Jorge e Matheus; entre vários outros.

 Eu estava observando as pessoas, quando parei a visão em um ponto e vi uma menina apontando...para mim? Olhei para trás e para os lados, só para confirmar se era comigo. Apontei para mim mesma e ela fez sinal que não, dando a entender que era a pessoa que estava ao meu lado. Apontei para Cristian, e ela assentiu com a cabeça. Eu já deveria saber.

-Cristian, aquela menina quer falar com você. –Avisei, o fazendo prestar atenção em mim

-An? Quem? –Ele perguntou, parecendo não ver sentido naquilo

-Aquela menina ali –Mostrei, sendo que ela continuava a olhar e até piscou para ele –Ela quer falar com você.

-Eu nem conheço, eu hein! –Ele deu de ombros

-Cristian, você vai mesmo deixar ela lá? –Tá, ele bem que podia ir lá falar com ela

-Denize, olha aqui pra mim –O obedeci –Eu vim nesse luau com você, e eu quero fazer valer a pena cada segundo aqui.

 Eu fiquei muito confusa depois daquilo, mas apenas balancei a cabeça positivamente. Porém ele não precisava deixar de conhecer outras pessoas só porque estava comigo, isso não fazia o menor sentido.

 Tentei não olhar para a menina, mas ela se encarregou de fazer isso, vindo até Cristian.

 Ela era bem bonita. Cabelos cacheados, pele bronzeada do sol, corpo bonito... nenhum menino a jogaria fora.

-Oi gatinho! –Ela falou enquanto sentava na frente de Cristian –Você é novo por aqui?

 A tal menina era bem “atirada”, falava sorrindo, como se quisesse realmente seduzir e ter qualquer pessoa aos seus pés.

 Tentei não prestar atenção na conversa e fingi que eles não estavam ali, mas eu não pude evitar tentar ouvir cada palavra.

‘Ah, eu nunca tenho companhia...’ eu não acredito que ele ainda teve coragem de me dizer isso! Que idiota que eu fui, que raiva! Filho de uma mãe!

 Fiquei nervosa e um monte de coisas rodavam na minha cabeça. Eu estava com raiva de Cristian.

-Não. –Ele respondeu, seco

-Te achei bem interessante, o que acha de a gente conversar? Aceita? –Ela passou o dedo pelo rosto dele

 Acontece que ele pegou na mãe dela, a tirando do seu rosto.

-Olha, você escolheu o cara errado. Eu não sou desses, e tenho namorada. 

 QUE?

 Ela riu, logo perguntando quem era a tal namorada, e onde ela estava.

-Do meu lado –Respondeu Cristian, me fazendo analisar que, a única menina que estava ao lado dele era EU, e à sua esquerda estava Giba. Paralisei.

 Ela riu mais ainda, me fazendo sentir mal

-Essa? –Ela apontou para mim, fazendo descaso –Me desculpa a sinceridade, mas você merece coisa melhor, sabia? E eu sim, posso te dar tudo o que você merece.

 Ele riu, logo respondendo:

-Mas tudo que eu mereço está nela, e olha que eu nem mereço tanto assim. –Eu ainda estava paralisada, mas ele passou o braço pelo meu ombro, logo depois me cutucando, querendo que eu agisse

- Olha, eu acho melhor você sair daqui, pra não criar um clima chato. Tem vários meninos aqui pra você cantar, então é mais conveniente você nos deixar em paz. –Falei séria, sem nem pensar

 Ela apenas fez uma cara feia e saiu.

-Que menina chata! –Ele falou, sem tirar os braços dos meus ombros

-Ela tem cara que ainda vai voltar atrás de você –O olhei

-Então você sempre será minha namorada –Disse ele me olhando nos olhos.

 (...)

 Enquanto Cris foi pegar um coquetel para nós, eu resolvi ir para a beira do mar. Natália e Rick continuavam abraçados, como se ele fosse o cara dos sonhos. Eu estava triste pela minha amiga, porque no fundo sabia que ela ainda ia quebrar a cara.

 Molhei meus pés na água e fiquei um tempo observando a paisagem. A lua estava bonita, o céu estrelado, e a brisa era deliciosa. Provavelmente dali a pouco eu teria que ir embora, caso contrário minha mãe viria me buscar ali mesmo. Mas eu tinha aproveitado bem, e aquele luau tinha estava sendo maravilhoso. Bem, estava...

 Vi uma sombra na areia se aproximar, com certeza era Cristian.

-Nossa, como foi rápida a fila do coquetel! –Eu disse me virando, mas dando de cara com outra pessoa

-Não sabe mais diferenciar as pessoas? –Ele perguntou, meio que brincando, mas sério ao mesmo tempo.

-Licença, tá? –Fui andando na direção do luau, mas ele segurou forte meu braço, me impedindo

-Rick, me solta. Da licença. –Eu, séria

 Ele riu

-Não sei quem é mais boba, você ou sua amiga. –Ele me soltou

-Dobra a língua pra falar da Nati. Você não tem moral nenhuma. Eu ainda não sei o que ela tem na cabeça para querer um cara idiota como você, vai entender! –Tentei ir, mas ele me impediu novamente

-Olha, eu não tô pra palhaçada. Da licença.

-Você não vai pra lugar nenhum, menina...

-Olha, acaba logo com esse circo, querido. O que você quer de mim? –Eu estava séria, já perdendo a paciência

-Um beijo

 Ri, não aguentei. Eu sinceramente achei graça daquilo

-Você anda assistindo muita comédia, hein? Por acaso tá escrito na minha testa que eu sou palhaça? Poupe-me.

-Olha aqui –Ele apertou meu braço, me puxando e aproximando dele –Você vai me beijar e pronto. Ou eu conto pra sua amiguinha que foi você que pediu pra ficar comigo.

-Acha mesmo que ela vai acreditar? –Debochei

-Não testa minha paciência –Ele já estava com raiva e apertava meu braço ainda mais forte, o que doía –Eu sei muito bem que vocês estão brigadas, acha que ela vai acreditar em quem? Que eu saiba, ela sempre me quis.

-É um canalha mesmo! Ficou com minha prima, ficou com várias outras meninas, ilude minha amiga e ainda quer me beijar? Ah meu filho, vai lavar a casa da cachorra!

-Se você não quer, deixa que eu mesmo faço o serviço! –Ele foi me prendendo, enquanto eu tentava me soltar com o outro braço, que agora, estava contra seu peitoral

 Não!

 Não era possível que ninguém naquele luau me visse naquela situação e não fosse me ajudar. Mas ao longo do tempo, todo mundo formou uma lua em torno do grupo com violão, assim, todos estavam de costas!  

 Ele me prendia e se aproximava cada vez mais; e eu ficava desesperada

-Ei! Solta a Denize! –Gritaram, fazendo com que ele parasse e olhasse de onde a voz vinha

 Mas eu já conhecia a voz das minhas salvações de longe, porque Cristian sempre me ajudava.

 Ele foi se aproximando e logo depois pude ver Natália também, aparentando estar confusa

-Não vai ser nenhum playboyzinho que vai me impedir de nada. Vaza daqui. –Rick não parecia se importar com intimidações

 Eu podia notar raiva nos olhos de Cristian. Eu nunca tinha visto ele daquele jeito

-Larga a Denize. –Cris ordenou pausadamente, então Rick me empurrou, me fazendo cair na areia

 Meu coração já estava doendo e acelerado. Eu sabia que aquilo não ia terminar bem.

 Ele foi se aproximando de Cristian, dizendo coisas que eu não consegui entender. Os dois começaram a se encarar, se aproximando cada vez mais.

-Qual é? Você não precisa bancar o defensor dos fracos e oprimidos. –Foi exatamente o que Rick falou para Cristian, enquanto o empurrava

 Ele caiu, e se levantou rapidamente, já acertando Rick com um soco, que foi forte o bastante para fazer com que ele se desequilibrasse. Eu comecei a ficar ainda mais desesperada, porque Rick levantou e tentou acertar Cristian, mas ele se arquivou várias vezes, e logo depois eles foram pro chão. Eu só conseguia gritar para Cristian parar, gritar de verdade. Natália gritava ajuda, mas enquanto ninguém chegava, eu tentei acabar com aquilo; logo depois vários meninos do luau vieram apartar a briga. Eu estava morrendo de medo que acontecesse algo com Cristian, caso contrário eu não me perdoaria nunca.

 Os outros meninos separaram Cristian e Rick, que continuava com uma fúria perceptível. O crush de Natália ordenou que o soltassem, então ele se aproximou de mim, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, por pura raiva e impulso, eu acabei dando um empurrão muito forte nele.

-Sai daqui, não aparece mais na minha frente! Você casou muita confusão, e eu te odeio por isso! –Gritei, disparando todo a minha raiva nele

 Ele riu, e depois foi em direção a Nati, pegando no seu rosto e dizendo “bobinha”, debochando.

 Fui imediatamente para perto de Cristian, minha respiração estava ofegante, e eu tinha uma vontade imensa de chorar.

-Cristian, você tá bem? Fala pra mim que você tá bem. –Peguei no rosto dele com as duas mãos, o analisando

-Denize, porque você foi tentar apartar a briga?? Você é louca?!

-Cristian, não é hora de me dar sermão! Sua boca tá sangrando! –Eu me desesperei

  As pessoas vieram perguntar se estava tudo bem, e eu pedi para que explicassem o que aconteceu para o resto do pessoal do luau, porque muita gente ali conhecia Cris.

-A culpa é toda minha! Vem comigo, eu vou dar um jeito nesse machucado –Eu estava mal por ele

-A culpa não foi sua –Ele disse olhando sério para mim

-Vamos pra casa, Cris...! –Pedi piedosa, derramando algumas lágrimas 

 Os meninos perguntaram se estava tudo bem com ele, que respondeu que sim. No fundo, eu ainda me sentia culpada por ter criado aquele clima desagradável pro luau. Eu sempre tinha que estragar tudo!

 Expliquei que eu ia ajudar Cristian, e então seguimos eu, ele e Natália para minha casa.

-Sua família não vai estar lá, Denize? –Nati se manifestou pela primeira vez

 Depois da briga ela ficou calada, com cara de decepção.

-Não, saíram para jantar. No máximo minha avó pode ter ficado, mas deve estar dormindo a uma hora dessas.

 Cristian foi calado por todo o caminho, as vezes colocava a mão na boca, onde sangrava.

 Ele está com raiva de mim.

 Cris sentou na escada, numa parte onde a lua iluminava, mas eu acendi a luz e fui pegar o kit de emergência.

-Cristian, de verdade, eu sinto muito pelo que aconteceu, a culpa é toda minha. Me desculpa. Você pode querer não me ver nunca mais depois disso, tudo bem, porque eu só te dou trabalho e te meto em confusão. Eu tô acabando com sua reputação. –Eu dizia enquanto procurava algodão e outras coisas

-Denize, a culpa não foi sua! Que droga! Para de se culpar! –Ele falou sem paciência

 Fiquei um pouco sem reação, pelo modo como ele falou

-Cris, olha, não adianta, mesmo que você fale alguma coisa, isso vai continuar na minha cabeça. Você se machucou, e se acontecesse algo pior eu não me perdoaria nunca. Eu até prefiro que você se afaste, porque não quero que você passe suas férias com uma menina que só te mete em confusão!

-Denize, para de ser louca. Eu não vou me afastar de você!

 Respirei fundo, com meu coração, minha mente, e minha consciência pesados. Coloquei soro no algodão e pedi para que ele me olhasse, então comecei a limpar o local.

 Acho que eu fiquei tão louca que coloquei muita força.

-Aiii, calma aê né? –Ele reclamou

-Cris, desculpa, foi sem querer –Sorri, achando engraçado, já me acalmando

-Não me disse que era formada em enfermagem

-Ah, e não sou. Mas eu sei o que estou fazendo; eu acho.

 Ele riu, dizendo que isso o tranquilizava muito.

-Dizemos que você pode confiar em mim, eu garanto que se não melhorar, não piora!

-Nossa, Denize! Isso realmente conforta, me sinto aliviado! - Ironizou

-Eu sei que sou ótima! –Brinquei

 Enquanto eu me concentrava no lugar ferido, percebi estar sendo observada, o que me fez levantar o olhar, confirmando minhas sensações.

 Me virei para pegar mais coisas na caixa de emergência, mas Cristian continuava me olhando quando me virei para ele novamente. Eu já devia estar vermelha.

-Porque você está me olhando? –Eu não queria saber, mas minha mente insistiu em perguntar

-Te incomoda?

-Não, me deixa envergonhada

-Você? Envergonhada? –Ele riu  

-É sério! –Ri também

 Do nada eu lembrei que ele havia me salvado. De novo.

-Cris, -Parei o que estava fazendo –Obrigada por ter me defendido e ajudado. Se você não aparecesse... eu não quero nem pensar!

-Não foi nada. Eu não ia permitir aquilo de jeito nenhum. Imagina, ele te beijando a força, nossa, chega me dá raiva.

-Não, você salvou minha alma desta vez. Porque eu ficaria muito mal... 

-Tira isso da cabeça, tá? E me promete que você não vai mais tentar apartar briga de ninguém. Não devia ter feito aquilo, podia se machucar, sabia?

-Sabia, mas eu nem liguei pra isso na hora. Eu não quis saber de nada, eu faria qualquer coisa pra ajudar você e não deixar que nada te acontecesse.

-Porque eu já te ajudei diversas vezes? Isso não é uma dívida, tá?

-Não, Cristian, porque eu gosto de você. E eu não posso te prometer nada, porque se você precisar de ajuda, eu vou ajudar, não importa o que eu tenha que fazer. –Ele me olhava atento -Mas você não devia ter feito uma briga por minha causa!

-Eu entraria em qualquer briga por você.

-Eu sei.

  Ficamos nos olhando por um tempo, então eu dei um longo suspiro e continuei o que estava fazendo.

-Já está limpo, o machucado não foi muito grande, seu lábio que deu uma partida mesmo, mas espera que ainda falta uma coisa. –Me virei para pegar algum remédio de ação rápida em ferimentos

 Quando eu virei ele estava me olhando, de novo. E eu já estava ficando doida. Tentei prestar atenção no remédio, que eu colocava em um pouco de algodão.

 Me aproximei um pouco dele, porque precisava ver onde era o local exatamente. Eu precisava olhar para ele, para a boca dele, e sem nem perceber, aquilo havia virado uma batalha contra a tentação.

 Cristian tornou as coisas mais difíceis pra mim, porque ficava se secando com os olhos e analisando cada parte do meu rosto. Me olhou nos olhos intensamente, e depois para minha boca.

 Ele foi pegando do lado do meu rosto, o aproximando do dele. Eu podia impedir que algo acontecesse, mas eu não queria. Ele foi se aproximando, meu coração foi acelerando, o silencio foi tomando conta, e eu só parei de ver aquele rosto lindo quando fechei os olhos a tempo de ele encostar nossas bocas, fazendo com que eu me sentisse completamente nas nuvens.

 Eu não prestava atenção em mais nada, eu só queria beijá-lo mais e mais, sem nem tentar distinguir meus sentimentos naquele momento. Só percebia as mudanças de ritmo, porque oscilavam. Fui passando a mão no seu cabelo, enquanto nos beijávamos mais rápido. Era como se tivéssemos nos descoberto, como se tivéssemos achado o que queríamos. Eu estava concentrada apenas no momento. Eu não queria perder nem esquecer nenhum segundo daquilo.

 Quando paramos, ele sorriu e olhou para mim, pondo uma mexa do meu cabelo para atrás da orelha.

-Não falta mais nada, Denize. Você já é remédio suficiente.

 Um sorriso surgiu no meu rosto, mas logo depois ele desapareceu, porque eu fiz minha boca ficar ocupada novamente.

 (LEIAM AS NOTAS FINAIS)


Notas Finais


GOSTARAM? Comentem para que eu saiba!
Bem, além desse capítulo mara (todo mundo estava esperando esse beijo!) vocês vão saber que vai virar personagem na minha fanfic.
Não foi fácil escolher. Na verdade, quando eu perguntei porque vocês mereciam virar personagem da fanfic, as respostas não foram pra lá de convincentes; porém, quando perguntei a causa de vocês se identificarem, gostei muito mais das respostas.
Tentei analisar vários quesitos até chegar a decisão final. Eu disse que a escolhida seria a mais CONVINCENTE E CRIATIVA. De um lado, duas meninas convincentes (uma, até demais), do outro, uma nem TÃO convincente assim, mas criativa. Então eu tive que fazer pontos para decidir. Mas mesmo não sendo tão convincente, como uma das outras, a @TininhaMeraz foi a escolhida. Ela fez até carta pra Papai Noel, isso foi o ponto do desempate!
Não quero que quem não foi escolhida fique chateada ou algo do tipo, porque essa fanfic é nossa! Eu sempre leio os comentários e sempre dou um jeito de fazer do jeito que vocês gostam! Vocês terão outras oportunidades!
Mas não deixem de acompanhar!
BEIJOS DE PURPURINA
P.S.: Parabéns @TininhaMeraz! Me chame no BP para que possamos ver como irá ficar a personagem! Bjos!


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