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História Até esse verão - Queimadura


Escrita por: EduardaSd

Notas do Autor


Oieeee! Mais um capítulo!! Espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 3 - Queimadura


Percebi que já era hora de acordar quando a luz do sol bateu na minha cara. Ainda com os olhos fechados, tateei minha cama em busca do meu celular, mas não o achando, fui obrigada a abri-los e procura-lo. Com a mão na testa, tentando evitar que o sol batesse nos meus olhos, sentei e olhei para os lados, me deparando com Nati, em pé, com os braços cruzados.

-Bom dia pra você também! –Falei forçando um sorriso

 Ela respondeu animada e logo saiu do quarto.

 Olhei o criado mudo, e nada do celular. Foi aí que eu olhei para o chão e me deparei com meu querido aparelho. Eram sete e meia, então eu resolvi reunir forças a levantar mesmo, antes que pegasse no sono novamente.

 (...)

Depois de uma caminhada matinal com a Nati, eu resolvi parar no mesmo quiosque do dia anterior, em busca do WIFI; ainda era cedo, não haviam muitas pessoas na praia, então, mais probabilidade da rede conectar.

           WhatsApp

Denize: Amanditaaaaa, o que é que tá rolando aí?

 Eu realmente esperava que ela respondesse. Eram oito horas, e as pessoas acordam cedo em acampamentos! Esperei 15, 20, 30 minutos, e nada!

 Voltei para casa esperançosa em dali a algumas horas almoçar e conseguir dormir pelo resto da tarde, para ver se o tempo passava mais rápido. Eu só conseguia pensar na minha casa e no quanto eu estaria mais feliz se estivesse com minha amiga, ou em casa com a Bete.

 (...)

-Deixa de ser chata, Denize! Vamos sim! Você vai comigo! –Natália falava me puxando pelo braço, fazendo de tudo para que eu fosse tomar banho de mar com ela

-Querida, eu tô bem demais aqui na minha cama! –Eu dizia, tentando me defender

 (...)

 Chegamos no mesmo quiosque e encontramos minha mãe lá. Prometi a mim mesma que só ficaria por pouco tempo ali e depois de alguns minutos voltaria para a casa.

 Como num passe de mágicas, minha amiga desistiu de tomar banho naquela água salgada; ela queria só pegar um bronze.

 Eu já estava ali, de biquíni, havia saído do conforto da cama pra nada? Decidi ir sozinha mesmo.

-Ei, mocinha. Onde você pensa que vai? –Minha mãe perguntou

-Pro mar? –Respondi como se fosse óbvio

-Você está louca? –Ela perguntou tocando o dedo indicador na cabeça

-Por? –Por que eu seria louca em ir pro mar?

-Você não está vendo que o mar tá cheio de sufistas? Se você for, eles vão simplesmente matar você!

 Olhei ligeiramente para aquela imensidão de água e notei sim a presença de alguns sufistas, mas eles nem estavam na parte rasa!

-Mãe, mas eles estão longe. Olha lá. Eu nem vou pro fundão!

-Denize, eu acho melhor você não ir, além do mais é perigoso.

 QUE?

 Revirei os olhos e sentei numa espreguiçadeira. Minutos depois ela saiu, dizendo que ia na soverteria, mas que já voltaria. Era a minha oportunidade.

 Não vai acontecer nada. Eu vou, dou uns mergulhos, volto e pronto.

 A água do mar estava morna, consequência do sol quente. Até haviam algumas pessoas se banhando também. Mergulhei algumas vezes, porém atenta ao quiosque; minha mãe não podia nem sonhar que eu a desobedeci de novo.

 Já faziam alguns minutos que eu estava na água, então decidi sair; porém resolvi mergulhar só mais uma vez mesmo. Prendi a respiração e desapareci para quem via a superfície; eu tinha facilidade de enxergar em baixo d’água, meus olhos não ardem muito como os de algumas pessoas, e também aguentava ficar sem respirar por um tempinho a mais, tudo isso graça as aulas de natação quando criança.

 Subi à superfície, no limite da minha respiração. Mas eu me deparei com uma...prancha? Vindo na direção do meu rosto, então eu tentei prender a respiração novamente e afundei. Daí eu senti algo encostar na minha perna, e queimar imediatamente, então eu me desesperei. Fiquei tão assustada que gritei, não lembrando que eu estava dentro da água, isso me fez engoli-la e me sentir sufocada. Subi à superfície desesperadamente, depois, quase colocando meus pulmões pra fora, de tanto tossir, forte. Eu estava desnorteada e com agonia na minha perna; enquanto tentava nadar para sair do mar, os movimentos que eu fazia com minha perna só a fazia doer mais e mais; quando consegui sentir o chão, coloquei a mão no local, mas ardeu muito. Olhei minha mão e vi que não tinha sangue, tentei andar mais rápido, mas eu sentia dor.

  Coloquei a mão novamente no local, mas isso só fez piorar. Eu já estava chegando na margem, enquanto mancava. Minha mãe estava me esperando de braços cruzados, pronta pra me dar uma bronca, mas ela deve ter percebido minha cara de dor.

-Mãe, tá doendo muito! –Eu falava desesperadamente

-Denize, o que foi?! –Ela arregalou os olhos –O que é?

 Eu não respondi, não precisou. Ela agachou e deu uma olhada na minha perna, que, pelo que pude perceber, estava vermelha.

-O que foi isso?!

-Não sei! Só sei que tá doendo e ardendo muito!!! –A dor era chata, quando mais eu colocava a mão, mais doía

 Minha mãe pediu para que foi fosse com ela pro quiosque, onde ela ficou desesperada e tentou fazer alguma coisa, chamar um salva-vidas. Só aí eu fui reparar no lugar vermelho, que era pequeno, mas que tinha uma marca, e uma coisas gosmentas, que pareciam... tentáculos?

 Eu tentava assoprar o lugar, que ardia também, Nati ficava perguntando o que tinha acontecidom e eu só perdia a paciência, mas tentei explicar.

 -Ei, menina! –Não sabia se estavam falando comigo, mas olhei pra frente.

 E quem era só pra variar? Sim, o tal sufista. O que eu fiz pra merecer?

-Você é louca? Eu quase ia te atingir com a prancha! –Revirei os olhos –Eu tava surfando de boas, e do nada, você aparece, quase me fazendo cair, ou pior, te machucar. Levei um susto...

-Olha aqui, meu querido –O interrompi, meio impaciente -se você veio dar sermão, pode ir em bora, eu já vou ouvir demais daqui a alguns minutos. Que bom que você não caiu, mil desculpas por atrapalhar toda a sua exibição, tá?! Obrigada, por nada, tchau.

 Eu realmente não sei como respondi tudo aquilo, eu nem estava prestando atenção no que estava dizendo. Olhei para ele, esperando que o próprio fosse embora, mas ele ficou me analisando, depois olhou para minha perna, agachou, e a tocou, como se estivesse querendo diagnosticar alguma coisa.

 O QUE ELE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

 Eu poderia muito bem bancar a grossa novamente, mandar ele não me tocar, mas...ao invés disso eu simplesmente deixei que ele analisasse minha perna, que doía e ardia muito.

-Tá, o que você tanto olha? –Perguntei impaciente

-Isso aqui é queimadura de água viva. Deve tá doendo pra caramba né?

-Água viva? Como assim água viva? Tá doendo muito sim.

 Eu estava me aguentando para não gritar de dor.

-Ei, você pega um copo com a água do mar e um palito de picolé. –Ele ordenou pra Nati, que preocupada, obedeceu imediatamente.

-O que você pensa que vai fazer?

-Olha só, eu sei como cuidar disso! Fica quieta!

 Okay, agora ele achava que podia me dar ordens!

 Segundos depois minha amiga chegou. Ele pegou a água da mão de Nati e falou que iria doer, mas que ia melhorar. Então jogou metade da água na minha perna, obviamente, bem na parte ardida, doida e avermelhada.  Era muita característica ruim para um lugar só. Segurei forte na cadeira só para evitar um grito.

-Está vendo isso aqui? –ele apontou para umas coisinhas gosmentas –São partes de tentáculos

-Como vai tirar isso? –Perguntei preocupada

 Ele apenas me mostrou o palito de picolé, respondendo a minha dúvida.

-Segura aí –no mesmo instante que ele disse isso, senti mais dor... ele estava tirando os restos de tentáculos com o palito, não aguentei e gritei.

-Você deu sorte, parece ter sido uma água viva pequena, não tá tão grande assim.

-Sorte eu daria se ela não encostasse em mim.

 Minha mãe chegou, finalmente!

-Quem é esse? –Ela parecia curiosa, mas acho que percebeu que não era horas de explicações –Enfim! Vem, filha, na enfermaria tem gente pra te atender; você aguenta andar né?

-Sim

 Levantei e fui caminhando, mas doía tanto... Depois de andar por uns sete minutos, chegamos.

 Um salva vidas estava lá. Ele me perguntou como aconteceu e eu expliquei só a parte da queimadura, ele elogiou os “primeiros socorros” que o garoto deu, limpou direito o local, e só aí eu pude ver direito. Pelo que ele falou, o local era pequeno em relação as queimaduras que ocorrem com outras pessoas (um pouquinho maior que uma bola de tênis). Ele passou uma pomada, disse que eu tinha que enrolar o local com gase e passar outra pomada, a qual ele saiu para pegar, três vezes ao dia.

 A Nati foi pegar nossas coisas no quiosque, enquanto ficamos eu, minha mãe e o sufista. Ela me olhou e cruzou os braços, e eu já sabia o que estava por vir.

-O que foi que eu lhe falei?

 Cocei a cabeça, prevendo uma grande encrenca.

-Parece que você faz de propósito! Eu só quero o seu bem, porque insiste em fazer tudo errado? Dá pra me explicar o que aconteceu?

 Abri a boca pra explicar, mas fui interrompida pelo sufista

-Na verdade a culpa foi minha.

 Olhei surpresa para ele, a culpa de tudo sempre era minha, eu já estava acostumada... porque ele estava mentindo? Por acaso ela estava tentando... limpar minha barra?

-Ela estava mergulhando e eu surfando, eu acabei caindo, e então ela se queimou numa água viva. –Ele olhava pra mim, como se dissesse “Só concorda”

-Mas a culpada da história mesmo é a Denize. Eu falei que não era para ela ir, mas ela não me escuta! Se tivesse me obedecido, nada disso teria acontecido.

 E eu provavelmente não estaria passando vergonha na frente de um garoto que eu nem conheço. Obrigada mãe! Valeu mesmo!

-Tenho certeza que a Denize não vai mais fazer isso, não é, Denize? –Ele perguntou me olhando, e então eu percebi que ele guardou meu nome de primeira

Apenas o olhei, não dando resposta. Depois daquela queimadura pequena, porém doida, eu nunca mais... na verdade eu não fiz nada pra ter aquilo, eu não pedi pra ser queimada, então eu nunca mais... tomaria banho de mar? Tá, nada de trauma.

-Okay, se me dão licença, tenho que ir dar aulas.

-Me desculpe perguntar, você dá aulas de que? Não é muito novo pra isso?

-Aulas de surf para crianças. Eu tenho 17, mas moro aqui desde os dez anos. Meus pais são surfistas, então eu aprendi muito com eles, daí eu dou aula desde os 14.

 Minha mãe me lançou um olhar ao qual eu soube traduzir: na mesma idade que a sua, ele já dava aula de surf, e você aqui me desobedecendo.

-Que legal! Qual o seu nome? –Minha mãe perguntou

-Cristian, mas todo mundo me chama de Cris

-Nossa, prazer em te conhecer, Gisele. –Ela estendeu a mão, a qual ele apertou

 Porque minha mãe gosta tanto de puxar conversa?

-Okay, não te atrapalho. E desculpa pela minha filha!

 A única pessoa que me deve desculpas aqui é ele! Cara, quem quase me...atropelou? e me fez queimar na água viva, foi ele! E a culpa continua sendo minha.

-Não foi nada, agora eu já vou mesmo, espero reencontrar vocês.

 Foi só ele sair dali para eu apertar meus olhos, já tendo consciência que ia levar uma bronca daquelas.

 (...)

 Minha mãe falou muita coisa, mas eu não prestei muita atenção, porque minha perna doía mais. O salva vidas chegou, entregou umas pomadas e só aí fomos para a casa. Acho que essa foi a melhor parte do dia, ir para a casa, ficar lá sem ninguém ter que me chamar para a praia, para caminhar ou seja lá o que for! Eu tinha a problemática da minha perna, que por mais ardida que fosse, era a desculpa perfeita.


Notas Finais


Gostaram?? Deixem suas dicas, opiniões e sugestões aqui nos comentários! Me ajuda muito a continuar e eu amo ler!
Ah, e o que vocês esperam dessa história?? O que vocês acham que vai acontecer??
Bjos de purpurina!


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