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História Até esse verão - Perdida


Escrita por: EduardaSd

Notas do Autor


Volteiii! Mais um capítulo, e esse, com um pouco mais de emoção!
Boa leitura!!!

Capítulo 5 - Perdida


 Eu teria acordado bem-humorada se minha mãe não estivesse gritando que já eram dez horas. Não sei se fiquei mais brava por ela estar gritando ou pelo horário.

 Só quanto arrumei minha cama que percebi que Nati não estava ali.

Nos próximos dias eu peço pra ela me acordar.

Lembrei da minha perna e vi que já estava bem melhor. Passei as pomadas e já sai de biquíni, com certeza eu teria que ir (obrigada) à praia, só pra variar mesmo.

Minha avó e minha madrinha tomavam café da manhã. Provavelmente acordaram tarde também. As cumprimentei e peguei uma maça na fruteira.

 -Seu pai está na garagem, e o resto está na praia, sua mãe já foi, e disse que quer que você vá também.

-Tá legal vó... –Eu não reclamava, nem virava os olhos, eu já havia me acostumado e sabia que dali pra frente seria assim

 (...)

-Denize, segura sua irmã direito! Você fica brincando como se ela fosse uma boneca.

 Tá, mas eu não brinco de boneca. Aliás, eu nunca gostei.

-Fica aí nesse celular e não presta atenção!

 Preciso dizer que era minha mãe? Acho que até vocês já acostumaram!

 Estávamos no quiosque desde a manhã. Havíamos almoçado lá, e já eram umas quatro horas. O melhor é que nem estava tão chato assim. Eu estava tentando levar as coisas pelo lado bom.

 Minha tia, Nati e Érica saíram pra comprar sorvete, e eu preferi ficar. E logo depois meu pai chegou

 Meu celular apitou, me fazendo perceber uma nova notificação.

           WhatsApp

Amanda enviou uma foto

Amanda: Amiga do céu! Olha esse gatooooo que tá querendo ficar comigo!

 A foto ainda estava carregando, mas eu já estava ansiosa para ver.

 Bem, acho que meu queixo caiu quando a foto carregou, ou coisa do tipo. Eu só tinha uma coisa pra dizer: 100-ior

Denize: Amiga sua loka! Cola nele que é sucesso! Que lindo! Se ele te dá querendo ficar contigo o que é que tu tá fazendo aqui comigo? Devia estar com ele, agora! Um boy desse não é fácil não tá?!

Amanda: Hahaha, a gente já conversou bastante. Ontem à noite foi livre. Ele é tão gentil, você precisa ver! Educado...

 Eu realmente acreditei em Amanda. Diferente de eu e Natália, ela tinha bom gosto para garotos, e não fazia papel de trouxa. Já eu, já pensei em mandar uma carta à Floresta Amazônica, pedindo desculpas desmatar as árvores pra fazer meu papel de trouxa!

Denize: Então aproveita! Porque eu bem que queria um boy assim, pra animar minhas férias e torna-las mais interessantes, mas a coisa mais inusitada que eu achei aqui foi uma água viva, que por sinal, me queimou.

 Amanda parou de visualizar, só aí percebi que a internet tinha caído.

 Levantei alegando ir para casa só para carregar o celular. Peguei Bia no colo. Minha mãe disse alguma coisa, que eu não ouvi bem, então virei para ela, só que nesse momento, eu não percebi que havia uma vara de bambu na vertical, e com a virada, minha irmã acabou batendo a cabeça. Ela chorou alto, fazendo todos em volta olhar. Senti que realmente havia doido, então desesperadamente joguei meu celular na areia e coloquei a mão no local, tentando amenizar a dor. Mas é claro que minha mãe não ia deixar por isso mesmo.

-Denize! Olha o que você fez! –Ela tomou minha irmã dos meus braços

-Desculpa, não foi porque eu quis! –Eu estava meio que desesperada

-Tudo por causa desse celular!! –Ela gritava, não se importando com as pessoas ao redor

-Quer saber de uma? –Meu pai se pronunciou –Me dá ele aqui –Ele estendeu a mão, me fazendo agachar, pegar o celular no chão e colocar em sua mão, mas naquela altura, com a Bia chorando, eu nem ligava mais para o aparelho

 Bia já estava vermelha de tanto chorar. Meu pai a pegou no colo, saindo para a casa. Deixando somente eu e minha mãe.

-Você acha bonito Denize? Isso tudo que está fazendo. Desde que falei dessa viagem você virou outra menina. –Ela baixou o tom de voz –Não me obedece, reclama de tudo, não faz nada certo, e só vive de mal humor. Realmente achei que você ia gostar de vir aqui, como nos velhos tempos, mas você, desde que chegamos, não vez a mínima questão de nada. Seu pai disse que queria passar um pouco das férias aqui, porque sabia que você ama esse lugar, mas parece que as coisas mudaram. –Ela deu uma pausa; se tinha uma coisa que minha mãe fazia com perfeição era fazer com que eu me sentisse culpada –Eu já percebi que você não faz a mínima questão de estar com sua família, e eu, sinceramente, já estou cansada de te obrigar a vir à praia. Eu já estou cansada de tudo isso. Era pra eu ter pego seu celular e ter te proibido de trazer, e isso tudo não é pra te castigar, é pra ver se você podia aproveitar de verdade. Mas nem isso você faz. –Veio em mim uma vontade imensa de chorar, eu estava me segurando. –Poxa, eu chamei a sua melhor amiga pra te fazer companhia, mas parece que nem a ela você dá tanta atenção. Você também tem que entender que enquanto não fizer as coisas certas, eu vou continuar te reclamando. E a tempos, seu avô não está aqui para lhe defender. –Meu ponto fraco, foi só ela falar do meu avô que lágrimas começaram a brotar dos meus olhos.

 Passei a mãe no rosto, para tentar secar as lágrimas, e saí. Eu queria ir para a MINHA casa, deitar na MINHA cama e chorar, muito. Mas aí eu pensei no Hugo, e em todas as outras coisas que não deram certo. Estava me sentindo culpada por Bia também. Então, o que eu mais queria naquele momento, era sumir e ir para qualquer lugar que não fosse aquela casa.

 Lembrei que nos dias anteriores eu vi que haviam algumas vans que levavam turistas a Vila da Praia. Faziam tipo um tour. Decidi pegar uma daquelas e ir. No caminho fui pensando em tudo que havia acontecido, e isso me deixava deprimida. Tentei esquecer e pensar em coisas que eu gostasse, mas lágrimas brotavam dos meus olhos; é, não deu certo. Para minha alegria, dez minutos depois chegamos.

 Havia pouca gente, e o guia começou falando de um monumento que havia na praça. Eu não estava afim de prestar atenção, já estava saindo, mas aí ele disse que eram para todos estarem reunidos ali ás cinco e meia em ponto, e que eles não esperariam ninguém. Eu tinha uma hora.

 Resolvi concertar a minha roupa. Se é que eu podia chamar um biquíni e um quimono de roupa pra estar ali né? Mas enfim. Eu queria espairecer a mente, e tentar esquecer um pouco, vi uma sorveteria, mas logo depois lembrei que estava sem dinheiro.

 Dei uma andada pelo local. Tudo tinha mudado bastante desde a última vez que estive ali. Das lojas até o próprio ambiente. Era tudo mais organizado e bonito. Havia uma lojinha de artesanato, a qual eu amava ir e despertou minha curiosidade. Enquanto andava até lá, as pessoas me olhavam como se eu fosse maluca; certamente pelo modo que eu estava vestida; mas quem liga? A única coisa com que eu tinha que me importar era com o horário, o qual eu não podia perder, caso contrário ficaria ali.

  

   POR NATÁLIA

  Quando voltamos da sorveteria encontramos apenas a Tia Gisele no local, guardando as coisas e dizendo que iria para casa. Nem perguntei por Denize, acreditando que ela estaria no mar. Minha mãe me ligou, como todos os dias, perguntando como eu estava, eu acabei passando longos minutos ao telefone.

 

 POR DENIZE

 Eu estava tão empolgada vendo as roupas e acessórios que nem lembrava mais que existia relógio. Eu só desejava ter minha mesada ali comigo, para comprar pelo menos algumas roupas e pulseiras, mas estava em casa. Foi aí que eu lembrei que eu tinha que voltar!

 Fiquei até com medo de ouvir a resposta da atendente assim que perguntei as horas.

-São... –ela olhou para seu pulso –Cinco e quarenta e cinco.

 CINCO E QUARENTA E CINCO.

 Minha única reação foi sair correndo. E rápido. Internamente eu rezava para eles ainda não terem saído. Por mais que o guia tenha sido bem direto, eu ainda tinha esperanças que o pneu tivesse furado ou que ele resolvesse esperar porque mais pessoas, atrasadas como eu.

  Para meu desespero, a van não estava lá. Olhei em volta, procurando rostos conhecidos, mas nada. O QUE EU FOI FAZER AGORA?

  Saber o caminho de casa eu não sabia. Ótimo, mais um ponto positivo. Eu já estava me considerando perdida. Eu tinha que pedir informação.

 Voltei na loja e a moça me explicou como chegar à praia. Eu entendi só metade do percurso, além de ser longe para ir a pé.

 Pra quem me via, eu estava calma, mas internamente eu estava desesperada. Fiquei em dúvida se pedia informação pra outra pessoa ou se tentava ir como a atendente me falou. Independentemente de qualquer coisa, eu tinha que ser rápida. Já iam dar seis horas, e o céu ia começar a escurecer.

 

 POR NATÁLIA

Eram seis horas e Denize ainda não apareceu em casa. Cheguei e estava todo mundo preocupado com ela. Tia Gisele não parava de dizer que a culpa era dela. Depois que me explicaram tudo, fiquei super apreensiva e não conseguia pensar onde ela poderia estar.

Tudo bem, Denize sempre foi corajosa (ás vezes, até demais), mas ela é completamente louca! Já saíram para procura-la, e isso piorou o meu estado. Saí sozinha na esperança de acha-la, mas na verdade coisas ruins não saiam da minha cabeça, apesar de Denize saber muito bem se cuidar sozinha, ou não.

 Acabei encontrando o sufista. E claro, perguntei se ele tinha visto ela, mas a resposta foi negativa. Ele disse que ia procurar também e saiu correndo.

 

 POR DENIZE

 Estava a praticamente vinte minutos sentada na praça. O céu não era totalmente escuro, mas tons azuis já começaram a surgir. Eu, no fundo, estava com medo de que algo me acontecesse. Se meu pai não tivesse tomado meu celular, tudo estaria bem.

 Levantei e tentei fechar meu quimono; eu só queria que não fizesse frio, mas meus desejos não foram atendidos. Bem, eu odiava (e ainda odeio) quando os homens jogavam cantada pra mim (e eu acho que toda menina também), então estava rezando para que isso não acontecesse, ou coisa pior! Varri os pensamentos ruins da cabeça e fui andando para algum lugar; eu estava sem direção.

 

 POR NATÁLIA

Nós acionamos a polícia. Tia Gisele estava desesperada e chorando. O clima ficou pesado, e nem eu aguentava mais. Eu só conseguia pensar que se algo tivesse acontecido com minha amiga eu não sei o que faria da vida.

 O que também me assustava era que Érica, no começo, não demonstrava nem um pouco de preocupação, nem parecia que Denize era prima dela. Mas depois ela ficou abatida também, como todo mundo.

 Reviramos a praia, e nada.

 

   POR CRISTIAN

 Eu nem lembro porque estava procurando a bravinha; que dizer, Denize. Eu sempre me importava com as pessoas, mas no caso dela, eu fiquei preocupado de verdade. Parece que ele é louca!

 Pensei que todos já deviam ter procurado na praia, então fui para outros lugares. Quem sabe né?

 Eu só queria achar essa menina. De qualquer jeito.

 

 POR DENIZE

 Eu na real, não sabia pra onde ir. Não queria pedir ajuda a qualquer um, porque sabia que tinha pessoas que podiam se aproveitar da situação.

 De noite o lugar ficava bem bonito. Várias luzes acesas, o que dava realmente um aspecto de praia. Ventava um pouco forte, o que me fazia arrepiar.

 Fui andando não sei para onde e passei em frente a um restaurante, segui até o final da rua. Cara, será que ninguém na minha casa podia imaginar que eu poderia estar perdida na Vila?

 Resolvi voltar para a praça, onde sentei num banco e fiquei encolhida, esperando por ajudar por uma hora.

 (...)

  POR NATÁLIA

Não fazia mais ideia onde Denize poderia estar. Eu não queria pensar em coisas ruins, mas eu já tinha pensado na probabilidade dela ter sido sequestrada, violada, ou mais coisas horríveis do tipo. A avó dela estava inconsolável, e a mãe nem se fala. Até Bia estava quieta, mas chamava “nige” toda hora, o que apertava mais meu coração.

 Bem, eu e Denize nos conhecemos numa festa de final de ano no colégio dela. Eu fui convidada por um amigo comum a ela, já que estudaria lá no próximo ano. Desde aí a gente passou as férias toda se falando, e quando as aulas começaram era como se estudávamos juntas a anos. Isso foi na quarta série, e graças a Deus dura até hoje. Junto com Amanda, integramos um trio inseparável. Nós três somos melhores amigas, mas é como se eu e Denize tivéssemos mais ligação, tal ligação que eu não quero perder jamais, porque eu quero minha amiga comigo sempre.

 

 POR DENIZE

  Já era noite completamente, e eu nem queria mais andar. Enquanto estava quieta de braços cruzados para evitar o vento, ouvi um “psiu” vindo atrás de mim. Eu nem queria pensar na possibilidade de ser para mim, e é claro que eu fiquei com medo de ser algum maluco! Não olhei para trás, continuei quieta. “Ei!” pude ouvir.

 Senhor, pelo amor de Deus, me protege.

  “Menina!” gritaram ainda mais alto, fazendo meu coração disparar. Continuei parada, e caso fosse alguém desconhecido, eu só queria virar o papa léguas e sair correndo o mais rápido possível.

 Pude ouvir passos atrás de mim, se aproximando mais e mais. Meu coração parecia perfurar meu corpo, e doía. Eu já estava suando.

  Senti uma mão pegar no meu ombro direito. E eu já estava a ponto de desmaiar, ou correr. Desesperada. Se algo me acontecesse, meu plano era gritar.

-Denize? É você?

 Quando ouvi meu nome um alívio percorreu todo o meu corpo. Suspirei, tirando o peso da mente. Imediatamente levantei e virei pra pessoa, esperando ser um policial ou coisa do tipo, mas não era.

-Cristian! –Eu nem sei qual foi minha expressão! Mas com certeza era de felicidade e muito, muito alívio.

 Eu queria abraça-lo, mas logo me controlei.

  Ele pulou o banco, logo depois ficando a minha frente.

-Denize, tá todo mundo atrás de você! O que houve? –Ele parecia preocupado, e eu não conseguia responder nada –Você tá bem? –Ele disse me analisando –Você é louca? –Acho que ele percebeu minha cara de susto e minha respiração ofegante e parou de fazer perguntas.

  Tateou meus braços, me fazendo olhar para ele, que logo depois disse:

-Denize, você tá gelada! Você tá bem? –ele olhou nos meus olhos, e eu só fiz assentir com a cabeça

 Ele estava tirando a jaqueta para me dar. Tentei dizer que não precisava, mas ele não quis saber, então agradeci.

-Olha pra mim -Ele apertou um pouco meus braços, me fazendo olha-lo -Aconteceu alguma coisa aqui?

-Não. Só me leva pra casa, por favor. –Eu disse olhando nos olhos deles, tentando passar confiança, para ele se acalmar

 Ele, satisfeito com a resposta, pegou na minha mão e me conduziu até a rua, onde havia um quadriciclo; então subiu, pedindo que eu fizesse a mesma coisa.

  Subi e passei os braços pela sua cintura, involuntariamente apoiando minha cabeça em suas costas. Eu estava salva.


Notas Finais


Gostaram??? Espero que sim! Deixem nos comentários suas opiniões, dicas e sugestões, amarei ler!
Vocês só vão ver (ler na verdade) a continuação dessa história no próximo capítulo! O que acham que vai acontecer?Fiquem ligados!
O que vocês esperam para essa fanfic? Digam nos comentários!
Beijos de purpurina!!


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