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História Até esse verão - Eu te ensino


Escrita por: EduardaSd

Notas do Autor


Oiii! Voltei, com mais um capítulo. Espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 7 - Eu te ensino


 Minha tia foi tomar aulas de surf. Começou hoje. Ela me chamou, mas eu não quis, estava lendo. Pensei que Cristian até pudesse ser o professor, mas depois lembrei que ele só dá aulas para criança. Era quinta-feira e não havia um número grande de surfistas, o que era bom para quem queria aprender com mais calma.

 Havia na verdade um grupo aprendendo, parei minha leitura só para ficar observando. Quando a aula, que durou mais ou menos uma hora, acabou, um grupo com mais ou menos sete crianças passou pelo quiosque; achei interessante que todos carregavam pranchas, e eles não aparentavam mais de 11 anos. Eles se juntaram em torno de um garoto que estava de costas, logo deduzi que era Cristian. Os pequenos sufistas pareciam bem animados, e o professor bagunçava o cabelo deles e os cumprimentava com toques com a mão. É, ele tinha jeito com crianças.

 Ele começou uma aula teórica, acho que com o que eles tinham que fazer quando estivessem surfando de verdade. Perdi a concentração quando dedos estralaram na frente do meu rosto.

-Oi –Olhei para minha amiga

-Tá concentrada, hein? No sufista –Ela disse cutucando minha barriga, me fazendo rir

-Nem vem, tá? Estou olhando as crianças, elas não são fofas? –Mudei de assunto porque sabia muito bem que se desse chance, ela continuaria a falar que eu estava interessada no sufista, o que era ridículo, entre outras baboseiras.

-Não muda de assunto!

 Tão vendo?

-Ah, uma coisa não tem nada a ver com a outra, estou vendo as crianças. Você que já tá querendo ver coisa onde não tem.

 Ela apenas me olhou, arqueando uma sobrancelha, mostrando que não estava acreditando.

Não dei muita importância e voltei a observar.

 Agora eles estavam aprendendo a se equilibrar na prancha, com alguns tombos e outros, minutos depois já estavam bem melhores. Eles fizeram mais algumas coisas, o que deve ter levado mais vinte minutos, e logo se despediram. Cristian então se alongou e pegou a prancha, a colocando debaixo dos braços.

-Miga, acho que ele tá vindo na nossa direção...

-É... –Concordei

 Ele só se aproximava e quando dei por mim já estava na minha frente.

-Oi,  gente

-Oi –respondemos em coral, mas eu dei um sorrisinho travado

-Você dá quantas aulas por dia?

-Apenas duas. Uma turma pela manhã e outra pela tarde. Qual o seu nome mesmo?

-Natália, Nati.

-Porque não tomam aula de surf também?

-Ah, não sei –Me pronunciei

-Também não –Minha amiga se manifestou também

-Ah, qual é meninas! Eu ensino a vocês! Agora até.

-Não sei não...

-Ah, Denize, vamos, eu te ensino! –Ele parecia empolgado

-É, Denize, vai! Deixa de ser besta!

-Vamos também, Natália! –Ele a incentivava

-Não vai dar, meu pé está doendo, eu caí hoje.

 Olhei para minha amiga com uma cara estranha provavelmente, porque ela não havia caído... então o que estava tentando fazer?

-Mas Denize vai! –Nati continuou

-Vamos, Denize! –Ele insistia

-Você não tá cansado? Acabou de dar aula para as crianças.

-Bobagem, vamos logo, eu não aceito não como resposta, tá? –Ele disse se levantando –Nem que para isso eu tenha que carregar você

-Está bem, não vai ser preciso –Levantei também.

 Surfar parecia legal, mas eu tinha certeza que passaria muito mico e demoraria bastante para pelo menos me equilibrar na prancha.

 Só quando fui me aproximando do mar lembrei da minha perna, da água viva. Estávamos andando, enquanto ele dizia que eu poderia usar sua prancha mesmo, quando me lembrei e então parei de andar.

-Denize? O que foi?

-E se eu me queimar de novo com uma água viva? –Coloquei as mãos na cintura, apreensiva 

-Ei, calma! Não vai acontecer nada. Não costumam aparecer água viva por aqui... Eu te prometo que não vai acontecer nada disso com você de novo.

-Como pode ter tanta certeza? –Cruzei os braços

-Confia em mim –Ele piscou

  Minutos depois estávamos fazendo alongamento. Logo em seguida ele colocou a prancha no chão, pedindo para que eu subisse. Cristian me ensinou muita coisa, como remar com os braços, e depois posições antes de ficar totalmente em pé. Tá, parecia fácil, mas eu estava me desequilibrando com a prancha parada, acredite;

-Não, a sua postura está errada. Você tem que flexionar mais os joelhos

  Fiz o que ele sugeriu.

-E agora a coluna. Você tem que manter uma posição boa, caso contrário pode se desequilibrar fácil.

 Apenas balancei a cabeça negativamente, e logo depois ele pegou na minha cintura com as duas mãos, ficando próximo a mim, o que me fez ficar nervosa, não me pergunte porque, nem eu sei.

-Pronta? –Ele perguntou animado

 Não, eu não estava pronta.

 Ele pegou a prancha e andou comigo até uma parte do mar onde a água cobria uma parte um pouco acima do joelho. Só para deitar na prancha foi um pouco complicado, as pequenas ondas que vinham me faziam balançar. Ele disse que era para eu fazer o que havíamos combinado.

-Cristian, você não acha melhor eu ficar pelo menos em pé na prancha não?

 Eu só queria ter mais equilíbrio. Ele aceitou, então eu segurei seu ombro. Mas é claro que não seria tão fácil assim, eu levei diversos tombos.

-Cristian, eu acho melhor a gente desistir. Não vou aprender tão cedo e você só estará perdendo tempo.

-Nada disso, eu vou te ajudar, e você só vai embora da praia surfando.

 Balancei a cabeça negativamente, achando uma pena todo aquele esforço.

 Depois de não sei quantas tentativas falhas, eu finalmente consegui ficar em cima da prancha, atingindo uma marca inédita de sete segundos.

-Ótimo! Agora vamos surfar de verdade. Vá remando até aparecer uma onda, e depois é fazer o que eu te ensinei.

 Nossa Senhora das Surfistas Amadoras, me proteje

 A parte mais fácil de tudo aquilo era remar, fui fazendo isso até avistar uma onda. Tentei levantar, mas nem cheguei a agachar por completo, caí. E isso se repetiu por várias e várias vezes. Algumas vezes eu consegui até ficar em pé, mas logo depois desequilibrava.

 Voltei falando para Cristian que não dava. Na verdade, eu já estava cansada; meus braços e pernas também.

-Ah, você foi bem para uma iniciante, Denize. Logo logo vai estar surfando de verdade, você vai ver!

-Difícil hein? Mas eu não vou bancar a pessimista, vou concordar com você.

-Quer dar um mergulho? –Ele perguntou tirando a prancha dos meus braços.

 Apenas assenti com a cabeça, esperando ele ir colocar a prancha na areia e voltar. 

 Mergulhos já não me traziam tanto entusiasmo, depois da água viva, eu esperava qualquer coisa, pior.

 Fiquei meio apreensiva e Cristian percebeu.

-Denize, não vai ter água viva, eu garanto! –Ele lia mentes agora? Tá, sufista, bonito, ler mentes, gente boa...nada mal

 Respirei fundo e fomos. Na verdade, eu amava mergulhar. Dava uma sensação de liberdade, a qual eu ainda não tinha. Eu já devia estar no fundo, voltei a superfície rápido para respirar, olhei ao redor procurando Cris, mas logo deduzi que ele estava em baixo d’agua. Ainda dava pra sentir o chão, e a água cobria até a altura do busto. Me virei para outro mergulho e levei um susto com ele, bem na minha frente, praticamente colado a mim. Prendi a respiração rapidamente, nervosa.

-Vamos voltar? –Perguntei o encarando, porque se é uma coisa que eu não tenho medo é de olhar no olho dos outros

-Sim

Mergulhei percebendo a aproximação de uma onda. Eu estava rápida, queria parar e sentir o chão, mas senti uma parte do meu biquíni folgar, o que me fez ir a superfície imediatamente.

 A parte que se amarra no pescoço havia soltado, eu já tinha sentido debaixo d’agua, então já voltei segurando o biquíni para que nada acontecesse e eu não passasse um vexame! Procurei Cristian de imediato, eu precisava que ele me salvasse -de novo. Acontece que ele não estava à vista, e só depois de longos segundos voltou.

-Cristian, pelo amor de Deus, amarra meu biquíni, é que soltou. –QUE COISA MAIS CONSTRANGEDORA

-Tá, onde é? –Ele parecia desconsertado, sendo que estava de frente a mim, e involuntariamente (pelo que percebi) olhou para meus seios

-Atrás, anda logo! –Eu não sabia onde enfiar minha cara, mas okay, podia ser na água mesmo

-Calma, calma –Ele já estava nervoso por aquela situação embaraçosa

 Senti as mãos dele tocarem minhas costas, e logo depois um aperto no meu pescoço.

-Pronto

-Obrigada! Agora vamos né? –Falei logo depois mergulhando, tentando me livrar do constrangimento

 (...)

 Natália ria de toda a situação embaraçosa que eu havia passado à tarde. Estávamos na varando da casa, aproveitando o friozinho da noite. E pensar que eu já tinha sofrido com aquele frio quando me perdi...

-Você ri porque não foi com você! –Eu protestava, não segurando alguns risos

-Não mesmo! Essas coisas estranhas só com você mesmo... água viva, desaparecimento, biquíni desamarrado... Talvez esse menino seja seu anjo da guarda sabia? Porque ele te ajudou em tudo e aparece desde o dia da água viva.

-Na verdade ele aparece desde o dia que chegamos. Mas você precisava ver Nati, como ele ficou sem graça quando pedi para me ajudar hoje. Não sei quem estava mais envergonhado...

-Haha, isso vai dar em coisa séria! Escreve aí o que estou te dizendo, você vai acabar ficando com ele!

-Não vou escrever porque você falou besteira!

-Ah é? Eu aposto! –Ela disse me cutucando, me fazendo rir novamente


Notas Finais


Gostaram?? Espero que sim! Comentem para que eu saiba!
O que vocês esperam que aconteça no decorrer da história?
Vocês gostariam de virar personagens da história?
Respondammmm!
Bjos de purpurina!


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