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História Até Nascer o Sol - Prólogo


Escrita por: vff

Notas do Autor


Começando a fic hoje -*
Espero que gostem...
Boa Leitura!

Capítulo 1 - Prólogo


Era mais um dia nublado em Cabo Frio.

—Doutor, tem pacientes novos lhe esperando. -Álvaro disse se aproximando de Felipe.

—Álvaro, não precisa me chamar de doutor. Comecei psicologia há um ano... -O mais novo disse fitando o chão.

—Ótimo então, aprendiz. Pacientes novos, lembra... -O mais velho disse com diversão em sua voz se virando para ir embora.

Felipe pegou uma prancheta que estava sobre a escrivaninha da clínica e leu as fichas que lá estavam:

“Antônio dos Anjos, quarto 23.

Hugo Giovanini, quarto 49. “

O rapaz esboçou um sorriso e saiu da sala, adentrando o corredor da clínica.

No momento em que cruzava a recepção, percebeu a chegada de mais um paciente.

Ao notar que era uma moça e a mesma se debatia muito, Felipe se aproximou.

—O que acontece aqui? –O rapaz perguntou a um dos enfermeiros.

—Mais uma doida. –O enfermeiro respondeu indiferente.

—Peguem um tranquilizante. Eu cuido dela. –Felipe disse empurrando a maca em que a moça estava.

Ela tentava se soltar do que a prendia a maca a todo custo, mas ao encontrar os olhos castanhos de Felipe, a moça parou de se debater e apenas o encarou.

O rapaz conduziu-a até o quarto de número 35.

Entrou no mesmo e fechou a porta atrás de si.

—Oi, loirinha. -Disse enquanto posicionava a maca encostada na parede.

—O... Oi? –A moça fez uma expressão de confusão.

—Sim... Oi! Estavam te tratando mal? –Felipe perguntou enquanto fazia anotações na prancheta que segurava.

—Mu.... Muito. –A loira disse com voz tremula.

Felipe largou a prancheta em cima de uma mesinha do quarto e se aproximou da moça.

—Como você se chama? –O rapaz perguntou enquanto afrouxava as “cordas” que prendiam a moça na cama.

—Natasha. –Respondeu a moça, que observava o que Felipe fazia.

—O que a traz aqui? –Perguntou sem tirar a atenção do que fazia.

—A... A minha irmã. Eu descobri que ela não estava gravida, e que estava mentindo para a família inteira.... Aí eu contei pra todo mundo e ela fingiu que perdeu o bebê se jogando da escada e colocando a culpa em mim. Eu meio que surtei e me trouxeram pra cá. –Natasha explicou fazendo pequenas pausas.

—Então você não tem nenhuma anomalia mental? –Felipe perguntou enquanto afrouxava o outro pulso.

—Eu não sou doida, doutor. Eu só fiquei nervosa demais. –A moça disse fitando a parede.

—Eu acredito em você. –Felipe ajeitou os enormes óculos que usava. –Você não parece com uma “doida”. –Fez aspas com os dedos.

Natasha sorriu enquanto Felipe soltava seus pés da maca.

—Acha que eu posso confiar em você? –O rapaz perguntou enquanto encarava os belos olhos azuis da moça.

—Porque está fazendo isso? –Natasha perguntou levantando os pés para cima.

—Porque eu acredito que nem tudo precisa ser feito à base de tortura. Eu não imagino como seria se eu estivesse no seu lugar, moça. –Felipe disse enquanto escrevia na prancheta mais uma vez.

O silencio que se instalou no quarto foi logo interrompido pelos enfermeiros que trouxeram Natasha à clínica.

—Pode ir doutor. A gente termina aqui. –Disse o primeiro deles, entrando no quarto.

Ao perceber a presença dos mesmos, Natasha começou a se debater na cama novamente, só que com muito mais força.

O segundo enfermeiro entrou no quarto com uma bandeja e uma injeção nas mãos.

—É, doutor. A gente vai adorar cuidar da loirinha. –O enfermeiro que entrou por último disse fechando a porta.

Natasha começou a chorar incontrolavelmente enquanto olhava para Felipe.

O rapaz pegou a bandeja na mão do enfermeiro.

—Podem ir, eu quero cuidar dela. –Felipe disse colocando a bandeja sobre a mesma mesinha em que estava sua prancheta.

—A gente insiste, doutor. Queremos ficar. –Disse o outro enfermeiro.

—Eu que mando aqui, certo? Passem no quarto 49 e coloquem o Hugo pra dormir. Depois vão para o 23 e vejam do que o Antônio precisa. –Felipe disse com firmeza percebendo as verdadeiras intenções dos enfermeiros.

—Como quiser. –Disse um dos enfermeiros e os dois se retiraram do quarto.

Natasha ficou quieta, deixando apenas as lagrimas caírem por sua face.

—O... Obrigada. Você me salvou de algo muito pior. No caminho pra cá eles ficavam abaixando a minha calça e levantando a minha blusa com a desculpa de que estavam fazendo exames. –A moça fechou os olhos e fitou a parede.

Felipe levou a mão os olhos e os manteve ali por um tempo.

—Desculpa. –Felipe disse quebrando o silencio que se instalou no quarto. –Me desculpa por eles. Eu prometo não te deixar sozinha com aqueles... com aqueles demônios. –Completou.

Natasha balançou a cabeça em sinal de concordância e encarou Felipe.

—Obrigada, doutor. –Disse soluçando entre as lagrimas que insistiam em cair.

—Felipe. –Ele disse mexendo na bandeja. –Meu nome é Felipe.

Natasha deu um sorriso fraco.

Felipe se virou para a cama com luvas recém postas nas mãos.

—Eu posso soltar você? –Perguntou encarando as orbitas azuis de Natasha.

A moça fez que sim com a cabeça.

—Não tenta nenhuma gracinha.... Por favor. Eu não quero que machuquem você. –Felipe disse tirando um estilete do bolso do jaleco.

Natasha concordou com a cabeça e se atentou os movimentos que Felipe realizava em seus pulsos. Logo a moça estava livre.

Em um movimento rápido, Natasha se jogou nos braços de Felipe. O rapaz correspondeu e a apertou em um abraço.

—Obrigada. Obrigada mesmo. –A garota sussurrou no ouvido dele.

Felipe foi separando o abraço devagar, até que deitou Natasha novamente na cama.

A loira apenas observava os movimentos dele.

—Foi um dia cheio, né? –Ele perguntou enquanto mexia na bandeja trazida pelo enfermeiro.

—Foi. –Ela respondeu fitando a janela pequena do quarto em que estava.

—O que acha de dormir? –Ele perguntou, ainda de costas pra ela.

—Adoraria..., mas eu não ia conseguir. Foi muita informação para um dia só. –Ela disse encarando as costas de Felipe.

—Então eu posso te ajudar. –Felipe disse se virando para Natasha com uma injeção na mão direita. –Posso?

A moça o olhou com desconfiança, mas depois acabou concordando com ele.

Felipe esticou o braço direito de Natasha, que virou o rosto para o lado, e enfiou a agulha com cuidado. Provocou um pequeno gemido de dor na moça, mas logo todo o liquido contido na seringa estava em suas veias.

—Pronto. –Felipe disse colocando um adesivo branco sobre o furo da agulha.

Natasha virou-se para ele, com os olhos visivelmente pesados.

—Agora talvez você durma até amanhã de manhã. Eu vou estar aqui quando você acordar. –Felipe disse acariciando os cabelos loiros de Natasha.

Ela concordava com a cabeça, até vira-la para seu lado direito, em sono profundo.

Felipe a admirou dormindo.

Voltou a mexer na bandeja, agora tirando dali duas bolsas de soro.

Pegou o suporte de soro e trouxe para perto de si.

Pendurou uma bolsa ali, conectando com a agulha. Segurou o pulso de Natasha e enfiou a agulha mais uma vez com o maior cuidado mundo. A moça continuava dormindo profundamente.

Felipe passou esparadrapo para segurar a agulha ali e colocou o soro para rolar devagar.

“Pronto” pensou enquanto segurava a bandeja em uma das mãos.

Se aproximou de Natasha mais uma vez. Agora, depositou em sua testa um beijo e saiu do quarto.

Já passava das seis da tarde. O turno de Felipe havia terminado.

—Felipe, vamos sair para beber? É sexta meu bom! –Álvaro abordou Felipe assim que ele saiu do quarto de Natasha.

—Não, Álvaro. Eu tenho que dormir. –Felipe disse tentando escapar dali.

—Você ta focado demais. Nem parece que acabou de fazer 19 anos, menino. -Álvaro disse segurando Felipe pelo ombro esquerdo.

—Desculpa, Álvaro. -Felipe disse indo em direção a seu armário.

Lá deixou o jaleco e os itens de uso da clínica.

Se olhou no espelho antes de sair dali. A camisa social, a calça jeans e um sapato chique lhe caiam muito bem.

Felipe arrumou a gola saiu dali.

Passou pela recepção da clínica e só o que se ouvia eram gritos por todos os lados.


Notas Finais


Gostaram? <3

Beijos :*


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