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História Atemporal - Capítulo 3 - I Guess Thats Why They Call it Blues


Escrita por: switchyuck

Notas do Autor


Oi gente!
Peço mil perdões pela demora para atualizar essa fanfic :T Eu não sabia qual final deveria seguir (eu tinha o total de 4 finals sos) por isso demorei. Esse é o penúltimo capítulo da história e eu estou bem triste :T
Bem, agradeço pelos favoritos e também pelo apoio ♥
Boa leitura!!

Capítulo 4 - Capítulo 3 - I Guess Thats Why They Call it Blues


Van Gogh cortou a própria orelha, era louco e suas pinturas ficaram famosas por isso. Aliás, é isso o que as pessoas pensam e deduzem a respeito desse grande pintor. A grande maioria que compartilha esse pensamento também não é capaz de entender os traços nas obras do artistas, e nem muito menos interpretar as cores, curvas, profundidades e preciosas preciosas. Van Gogh é sim um pintor brilhante, tanto quanto ele era um esquizofrênico e depressivo, que sentia o peso do mundo dentro de seu coração.

Van Gogh não compreendia o mundo a sua volta, e nem todos nós conseguimos compreender o que ele sentia e o que tentou passar em sua arte.

A depressão te sensibiliza a um ponto que você sente-se mal até mesmo em fazer uma simples tarefa, como por exemplo, tomar banho. Meu corpo amoelecia só de pensar que eu tinha que levantar da cama, tomar um banho e correr para o trabalho. Não era a primeira vez que eu ficava apavorado ao pensar na rotina cotidiana, mas eu sempre sentia que levava uma surra da realidade.

Eu não estava pronto para viver. Por isso desejava morrer.

É tão engraçado quando me perguntam "Hoseok. Por que você quer morrer?". Ora! Para não existir mais!

Eu me imagino no lugar de Van Gogh. Não, eu não sou um artista brilhante, eu apenas carrego comigo o peso do mundo e uma doença no meu cérebro. A depressão. Penso como Van Gogh reagiria a essa situação, e bem, dependendo do ponto de vista, não foi uma solução ideal. Não estou falando da orelha! Falo da bala que atingiu o cérebro do pintor. Imagino os dedos completamente sujo de tintas,  uma (até então; na década dele) fracassada obra, um gatilho a ser puxado e uma mente inquieta pedindo veemente para ser silenciada.

E ele puxa o gatilho. A última imagem que tem é de seu fracasso.

O mundo é cruel, impressionantemente cruel, que não o permitiu ver sua glória.

A depressão é cruel.

Por isso há outros dias. Por isso eu continuava levantando da cama para trabalhar naquela redação medíocre... Eu continuei. Até que um dia encontrei minha própria arma. Encontrei lâminas tão afiadas quanto as vozes em minha cabeça.

Rasguei meus pulsos. Um a Um. O chuveiro derramava água sobre os meus cortes e o box já estava sujo de sangue.

Eu tranquei a porta, Hyungwon.

Mas você encontrou um corpo sem vida. Você voltou, Hyungwon, mesmo após eu ter mandado você ir embora, mesmo após eu rejeitar o seu pedido de casamento. Eu tentei te salvar Hyungwon, mas eu sou patético, não consegui salvar nem a mim mesmo.


 

*

 

1988. Consigo sentir que esse vai ser um encontro intenso, pois a trilha sonora que toca no rádio do carro é "Little Respect" do Erasure, onde o canto tentar convencer o amado a fazer "amor" e não a "guerra". Estou sentado na rua, em frente a um clube. Eu espero por você.

Assim como você brigava comigo. Assim como você me levava arrastado para os hospitais após uma crise nervosa. Hyungwon, você ficava furioso quando me encontrava caído sobre o tapete. Os pulsos cortados e as coxas também. Você não estava bravo comigo, estava bravo com a atitude que eu tomava para tentar fugir dos meus problemas. Afinal você odiava ver corpos se vidas, ou corpos sofrendo, você era enfermeiro.

Eu sabia que estava causando mal a você. Por isso queria acabar de uma vez.

"Essa música é um saco." - Eu nem vi você se aproximar. "Os relacionamentos deveriam ter diálogos, isso é tão óbvio, não é preciso um cara com a voz forte cantar sobre isso".

"Mas a vida fica mais fácil com música".

"Os psicólogos deveriam aprimorar suas técnicas então." Tua risada grossa até me envergonhou. "Talvez a música cure os depressivos".

A faixa musical acabou e subitamente "Karma Chameleon" começou a tocar alto na rua. Seu corpo se põe a dançar e um sorriso escapa dos meus lábios. O carro contorna a rua e continua a tocar a música do Boy George.

"Qual sua interpretação para essa música?" - Levanto-me da calçada e deixo minhas costas encontrarem a parede.

"Bom, tecnicamente ela fala sobre um gay que está apaixonado por gay... porém, o amado não sabe que é gay, ou simplesmente está se fingindo de hétero." Levanta um dedo indicador para mostrar uma parte do refrão "'O amor seria mais fácil se suas cores fossem iguais ao meu sonho' seria mais fácil se ele se assumisse gay".

"Tecnicamente? Então qual seria a sua teoria para essa canção".

"Eu não acredito em sonhos, para mim são todos pesadelos." O corpo para de sacudir em meio a batida. "Acredito que Boy Georg amou tanto alguém que o amor o aprisionou em um pesadelo. O sonho de amar e ser amado virou um pesadelo".

Oh não, Hyungwon. Você fez de novo. Você tentou me explicar o que está acontecendo de uma forma indireta. Eu sei o que você sabe. E eu sei que você sabe que eu sei. Mas, Hyungwon, às vezes é melhor viver em meio a confusão, assim como Van Gogh fez, pois, de alguma forma, isso trará algo bom.

Mesmo que após a morte.

"Você vai acordar agora". Digo baixinho enquanto desencosto do parede. Estico meus braços e você cai sobre eles. Teus olhos se fecham e de seus lábios escapam filetes de sangues.

Esse é o meu castigo. Não o seu, Hyungwon.

Eu sinto muito, Hyungwon. A culpa é toda minha.

Hyungwon, sinto muito por te amar demais.

Eu sinto muito por te matar mais uma vez.

 

*

 

Eu sinto que deva existir alguma forma de me libertar disso tudo, mas no fundo, bem lá no fundo eu sei que estou no inferno.

Entretanto, me preocupo contigo, Hyungwon. Você parece tão… Real. Por isso peço desculpas todas às vezes que você morre em meus braços. Tenho medo de que um dia você não venha mais, parece egoísmo, mas eu preciso de você nesse inferno, mas ao mesmo tempo não quero que você sofra.

Entende o porquê eu merecia morrer? Porque eu me apeguei tanto a ti, a ponto de entregar até mesmo as dores mais insuportáveis da minha mente. Porque você tentou me salvar e eu não agarrei a tua mão.

Ah, Hyungwon… Se eu pudesse voltar atrás e me abrir contigo. Se eu não fosse tão egoísta. Se não doesse demais.

Por isso “blues” é a linguagem do amor. Pois ela representa o amor e a dor.

Está tocando Elton John.

Você não apareceu, Hyungwon. Não apareceu ainda.

O que aconteceu?


Notas Finais


Desculpem pela confusão, mas será tudo esclarecido no próximo capítulo >w<
Alguém tem ideia do por que Hyungwon não apareceu? Dx
Obrigada pela leitura!
Até o próximo cap ~~


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