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História Atlas - (2T) Constrangimentos


Escrita por: xxxbia

Notas do Autor


QUE BONITO HEIN?! QUE CENA MAIS LINDA SERÁ QUE ESTOU HÁ QUASE UM MES SEM POSTAR?

QUE LIXO!

Parei. Agora vou falar sério.

Bom dia, meus amores, tudo bem com vocês? Espero que sim.

Explicações nas notas finais.

Boa leitura!

Capítulo 45 - (2T) Constrangimentos


 

Alessia Blair Z.

20 de novembro

Acordei desejando que não tivesse que arcar com tantos compromissos. Mesmo assim, levantei e tomei um banho. Vesti um short jeans qualquer e uma blusa listrada. Estava dolorida demais para por salto, então apenas botei um all star ali perdido. Era azul, droga.

Acordei Aurora e apenas a vesti com uma roupa praticamente idêntica a minha. Nove horas em ponto descemos para o café. Todos estavam reunidos, preenchendo o ambiente com conversas e risadas. Meus pais adorariam ver essa casa assim.

— Bom dia, amores — falei. Ouvi um bom dia em coro como resposta. Sentei com Aurora ao lado de Trice, os únicos dois lugares vagos na mesa. Thiago me apoiou com o olhar.

Minha ex-melhor amiga não escondia o olhar de desprezo para mim e minha filha. Aury não se importava, nos Estados Unidos, muita gente a olhava assim também.

Quando o café da manhã acabou, Thiago se ofereceu para cuidar de Aurora e Gabriel, mas Luba negou.

Ele e Leo ficariam com eles a tarde toda. Já eu fui chamada de primeira para o incansável ensaio. Entramos no carro e fomos em direção à capital. Em uma hora, estávamos no estúdio de dança.

— Chegou a pior dupla que já treinei! — Antony berrou. Ele era um coreógrafo horrível. Rascunho dos infernos.

— Começou — bufei. Gabs riu, enquanto dava oi para ele.

— Daqui a uma hora voltamos, okay? — ela virou para mim e Rafael.

— Não se matem — Felps frisou. — É sério, vocês não tem mais 17 anos.

Revirei os olhos junto com Rafael e todos ali riram. O casal 20 sumiu e o professor começou a tortura.

Foram duas horas inteiras de muita interação. Aquele lunático nos obrigou a conversar, fazer uns giros escrotos e isso até causou algumas risadas. Ao final das duas horas, parecíamos os mesmos adolescentes que dançaram extremamente bem no pub alguns anos atrás.

— Eu sabia que vocês funcionariam como parceiros! — ele bateu palminhas animado. Eu e Rafael estávamos atirados em puffs vendo nossos reflexos horrorosos no espelho do estúdio de dança.

— Eu tô morto — exclamou Rafael revirando os olhos. — Eu fiz uns 20 anos de academia só hoje.

— Eu não sinto minhas pernas — bufei.

— Vocês são fofos juntos até reclamando — ele disse com um tom maldoso. Ambos encaramos o coreógrafo de modo mau.

— O Felipe e a Gabi já estão aí, podem ir. Vocês voltam amanhã —ele sorriu. Levantamos em um pulo, dando tchau a distância para o coreógrafo que nos olhava com orgulho.

O sedã parado revelava meu irmão e minha cunhada com uma cara bem suspeita. Céus.

— Então vocês funcionam bem como parceiros? — Gabriela soltou com certa maldade. Comecei a rir com o comentário.

— Cunhadinha, nos acabamos com as inimigas — Rafa disse. Revirei os olhos, ainda rindo.

Felps e Gabs começaram a falar sobre coisas aleatórias, enquanto eu viajava para as minhas memórias. Era inevitável lembrar da minha dança com Rafael no dia em que ele me deu o anel. Alguns anos depois, em um pub de Nova York, ouvi aquela música de novo enquanto flertava com uma mulher qualquer. Chorei ouvindo a canção. Ao prestar atenção na letra, combinava demais com àquele momento.

Quando voltei a prestar atenção no caminho, vi que aquele era meu bairro. Estava diferente, pois São Paulo passou por alguns projetos ambientais, mas eu reconheceria aquele lugar independente de quantos anos se passassem.

Logo meu prédio estava ali, desenhando suas proporções, agora pequenas, comparado aos demais edifícios da cidade de pedra. Felipe falara algo para mim, mas estava focada demais em admirar e aproveitar meu reencontro com meu antigo lar para respondê-lo.

— O que viemos fazer aqui? — disparei, sentindo uma onda de lembranças me invadir.

— Almoçar. É feriado, ninguém tá aberto em Sampa — Felps disse simplesmente. Entramos na garagem do subsolo e lembrei de todos os gritos que a Sra. Silva sempre dava comigo nas manhãs antes de eu ir para a aula.

Aquelas memórias estavam me machucando. Como Rafael conseguiu estragar todas as minhas memórias boas?

Alessia, você pode descer — Felipe gritou rindo.

— Cuidado que a Sra. Silva vai te xingar.

15 segundos tentando entender a piadinha, meu irmão explodiu em risadas. O garoto foi rindo até sairmos do elevador no meu andar. Meu antigo andar, digo.

Felps e Rafael andaram tranquilamente lado a lado. Acabei me afastando deles. O que diabos estou fazendo aqui?

— Oi? — Felipe falou.

— Por que viemos para cá? — disparei brava. Senti toda a angústia e fraqueza me consumindo. Apareceu a culpa de não ser sincera com Rafael e mesmo assim estar...

— Alessia! — Gabriela chamou. Sacudi a cabeça, prestando atenção em minha cunhada.

— Sim?

— Relaxa, ok? Sem pânico. Um passo de cada vez, vamos — ela puxou calmamente minha mão. Entrei no apartamento com vontade de chorar.

— Acho que a Les devia cozinhar para nós — Rafael sorriu, atirando-se no sofá. O apartamento estava igual, apenas com fotos a mais de Aurora e eu, além de tevês novas.

— Eu, cozinhar? Amigo, vivo de fast food.

— Por isso tá gorda — ele revirou os olhos.

— Eu to é gostosa. Vai dizer, fiquei ainda melhor depois da Aury — sorri, indo até a cozinha.

Avaliei atentamente o armário, deixando meu cérebro fluir. Tinha bife, molho, batata frita congelada, queijo e mais coisas. Quando vi a cebola ali, sorri muito. Comecei a cozinhar cantarolando. Logo a comida estava posta na bancada de mármore. Rafael me encarava bobo, enquanto Gabs e Felipe conversavam sobre o casamento.

Senti minhas bochechas esquentarem como se eu fosse uma adolescente qualquer, tímida por ter o cara mais gato da escola a me encarar. No caso, não era o cara mais gato, era o único amor da minha vida.

— Vamos comer — disparei animada. Fazia algum tempo que eu não cozinhava, mas sentia falta disso.

Todos se botaram a mesa e comeram minha comida sem um piu durante a refeição. Ao término dela, todos me encararam espantados.

— Sua comida continua maravilhosamente demais — Rafael falou.

— Tem o mesmo sabor, mas melhorado — Felps riu.

— Isso não faz sentido — sorri para eles. Aquilo estava péssimo. Eu me sentia em casa, não podia me permitir sentir isso.

— Tudo bem, vão se arrumar que temos uma aula sobre como nos comportar no dia do casamento — Gabriela falou. Resolvi me levantar e ir até meu quarto. — Em meia hora saímos, Les.

Assenti e subi as escadas, lembrando de cada coisinha de uma época que faz falta. Ao entrar no meu quarto, o vi da mesma maneira. Abri as janelas ainda com o controle e observei o ambiente todo. Todas minhas coisas de adolescente estavam ali. Uma Alessia toda esperançosa estava impregnada naquelas paredes brancas, junto com aquela decoração linda feita por minha mãe. Minhas fotos com meus amigos (alguns ex) e meu namorado permaneciam da mesma maneira. Pelo visto, o apartamento era frequentemente limpo.

Fui até o banheiro e liguei o chuveiro. Minha roupa da manhã ainda estava ali. Deixei-a em cima da cama e fiquei observando todos meus antigos pertences. Eles combinariam com minha nova história. Uma tragédia. Um acidente. Uma adolescente. Acho que começarei meu livro de novo.

Quando retornei ao mundo, lembrei do chuveiro ligado. Entrei nele e tomei um banho rápido, apenas para me refrescar. O verão estava se aproximando e o calor imperdoável em São Paulo. Me enrolei na toalha e saí distraída, sem notar uma visita não aprovada. 

— A Gabs... — Rafael começou, travando no momento em que me viu. Por uns 3 segundos, ele avaliou minha forma física indiscretamente.

— Saía! — gritei, querendo rir. Lange saiu pela porta prestes a ruborizar.

Claro que isso só acontece com a fodida da Alessia. Acho que eu devo ter pecado muito nas vidas passadas, por que só eu consigo ficar quase nua na frente do grande amor da minha vida no lugar onde já tivemos vários momentos quentes.

Rapidamente, vesti a roupa e fui até eles.

 

Joana nos aguardava com seu terninho impecável, claramente virginiana. Andamos falando sobre coisas aleatórias até a mulher. Assim que ela nos viu, sorriu.

— Meu casal favorito vem aí! — ela exclamou. Beijou Gabriela e Felipe como se literalmente gostasse deles. — Olá, padrinhos. Como vocês estão hoje? 

— Bem — disse com desconfiança. Todos assentiram.

— Que maravilha! Maethe e Alan já estão esperando, vamos lá — ela falou, andando com rapidez. Fomos até uma sala com quadro e tudo. Ótimo, agora vou voltar ao colegial. Nela, uma mulher de, no máximo, 30 anos, andava animada. 

Gabriela e Felipe acompanharam a cerimonialista, enquanto eu e Rafael sentamos perto do casal 20.

Aguentei 5 horas seguidas de fucking etiquetas para o maldito casamento. Ouvimos baboseiras de como devíamos parecer confiantes, felizes e etc. Qual é o problema dessa mulher? Meu irmão ia casar com a mulher que ele ama, eu estava explodindo de felicidade.

Alan ficou fazendo piadinhas e trocadilhos com a pobre moça, que sequer entendia.

Assim que saímos da sala, foi como se tivessem nos liberando de uma tortura.

— Céus, depois dessa chatice, preciso de toda comida do universo pra compensar essas 5 horas de "Seja igual a miss, sorria e acene" — bufe, batendo minhas unhas na coxa.

— Por isso tá virada numa baleia orca — Alan disparou.

— Cala a boca, seu lixo.

— Posso garantir que de baleia ela não tem nada — Rafael soltou. Um segundo depois, se deu conta de que merda havia falado. Maethe e Alan disparam um "HMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM" alto e constrangedor, fazendo outras pessoas que estavam na recepção nos encarar. 

— Seus fodidos, parem — disse, entre risadas.

— Mae, meu amor, eu te amo, mas você me deve 100 reais — Alan disse, me ignorando.

— Pau no seu cu. Quem disse que eles transaram? — ela retrucou. Pasmem que essa desgraçada estava praticamente berrando.

— Eu vou só quebrar a cara de vocês — tentei falar séria.

— Infelizmente não fizemos nada demais — Rafa complementou. 

— Porra Rafael, cala sua boca — voltei a rir compulsivamente. Maethe e Alan sequer conseguiam respirar. Rafael estava fazendo cosplay de tomate.

Tentamos nos controlar, mas era difícil. Notamos que uma garota nos encarava sem parar. Ela parecia acompanhar os pais dela. Quando ela começou a andar em nossa direção, soubemos que ela conhecia algum de nós.

— Boa tarde. Eu sou Luana, tenho a impressão de que conheço vocês — ela disse, assim que chegou. Nós quatro nos encaramos e começamos a rir.  A garota nos encarou confusa. 

— Acho que não — desconversei.

— Você é o Cellbit, você é a namorada dele e vocês são o casal mais shippável do fandom do Cellbit. AH, como esquecer do lixo e da Maethe, melhor pessoa do universo? — ela começou a falar animada. Ah, merda. Tudo que eu precisava era isso. Casal com o Rafael, ah tá.

— Obrigada — eu e Maethe falamos ao mesmo tempo.

— Eu larguei dessa vida por causa da escola, mas vi a filha de vocês, ela é linda — continuou toda empolgada. Droga.

— Nossa filha? — Alan disse com descrença.

— Não, a do Rafael com a Alessia. Como é mesmo o nome? Aurora, não? — ela sorriu boba. — Ela é a sua cara, Rafa. Vi uns videos dela no Instagram do Calango. 

Rafael fez uma cara péssima, como se as palavras tivessem o machucado.

— Bem, preciso ir. Postem alguma foto de vocês três juntos, não sabia que tinham voltado. Vocês são demais. 

A garota ruiva deixou as palavras no ar, deixando o clima extremamente pesado. Quanto tempo ainda tenho até Rafael notar todas as diferenças? Esse é o tempo que nossa boa relação durará.


Notas Finais


U GOT UP BEFORE, U'LL BE GOOD TO GO (eu amo 5H, saudades show das meninas)

Bem, eu estou, literalmente, em meio a uma crise de criatividade, às vezes me da umas crises, mas é bem raro. Não tem nada mais além disso, sei que vou melhorar e tento todo dia escrever para postar para vocês, mas é aquele ditado.

Queria agradecer a NadiaDM, seu comentário foi demais, sério. Obvio que agradecer a vocês que leem, vocês são a razão pela qual sempre tento escrever Atlas. Continuem comentando, vocês não tem noção de como cada comentário me estimula de maneiras incríveis.

Obrigada por terem paciência comigo e aguardar a atualizações. Estou tentando sempre.

Um beijo, um queijo e ate o próximo, tchau!


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