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História Atraída - Capítulo 9


Escrita por: DearRafaella

Notas do Autor


Boa Leitura e Noite ❤

Capítulo 9 - Capítulo 9


Fanfic / Fanfiction Atraída - Capítulo 9

– Quando foi a primeira vez que você ficou bêbada?

– Aos catorze. Antes do baile da escola. Meus pais estavam viajando e minha acompanhante, Jennifer Brewster, achou que seria bem maduro tomar vodca com suco de laranja. Mas tudo que encontrei foi rum. Então tomamos rum com suco de laranja. Acabamos botando tudo para fora atrás da quadra. Até agora, quando sinto o cheiro de rum, me dá ânsia de vômito. Primeiro beijo?

– Tommy Wilkens. Sexto ano, no cinema. Ele colocou o braço ao meu redor e enfiou a língua na minha garganta. Não tinha ideia do que estava acontecendo.

Estamos jogando "Primeira e décima". Para quem não conhece este jogo com bebidas, vou explicá-lo. Uma pessoa pergunta a outra sobre a primeira vez que fez algo – sua primeira viagem à Disney, a primeira vez que transou etc. E a outra tem que contar sobre aquela primeira vez. Se ainda não tiver feito algo pela primeira vez – ou não responder –, têm que tomar a dose. Depois, os dois têm que te contar algo que fizeram pelo menos dez vezes. Quem de nós sugeriu este jogo? Já perdi as cinco primeiras rodadas. Não tenho ideia.

– Primeira vez que se apaixonou?

Aumente para seis rodadas. Pego minha vodca e viro o copo.

Estamos no canto escuro de um pequeno bar local chamado Howie’s. É um lugar afastado, um pouco parecido com aquele bar do seriado Cheers. Os fregueses são tranquilos, ficam bem à vontade. Não é como os bares luxuosos e da moda de Manhattan, onde costumo passar minhas noites dos finais de semana.

Apesar disso, gosto daqui. Com exceção do karaokê. A pessoa que inventou o karaokê é maligna. Ela devia levar um tiro no meio da testa com uma bala de ponta chata.

Camila ergue sua cabeça e me analisa.

– Você nunca se apaixonou?

Eu balanço a cabeça.

– Só os tolos amam, querida.

Ela sorri.

– Nada cínica, né? Então você não acredita que o amor exista?

– Não disse isso. Meus pais são casados há 36 anos e são muito felizes. Minha irmã ama o marido, e ele a idolatra.

– Mas você nunca?

Eu encolho os ombros.

– Só não consigo entender. É muito trabalho pra pouca recompensa. As chances de fazer dar certo por pelo menos alguns anos é de 50%, na melhor das hipóteses. Muito complicado pro meu gosto.

Prefiro ser simples e direta. Trabalho, transo, como, durmo; aos domingos, almoço com minha mãe e pratico esportes com meus amigos. Sem esforço algum. Facilmente.

Camila se reclina na cadeira.

– Minha avó costumava dizer “se não for difícil, então não vale a pena”.Além disso, você não se sente... solitária? 

Naquele exato momento, uma garçonete peituda veio à nossa mesa e se inclinou, colocando a mão no meu ombro e o decote no meu rosto: – Precisa de mais alguma coisa, gatinha?

Aquilo responde à pergunta de Camila, né?

– Claro, querida. Pode nos trazer outra rodada de drinques?

Conforme a garçonete se afasta, os olhos de Camila encontram os meus antes de se desviarem para o teto.

– Enfim. Conte os seus dez.

– Já fiz sexo com mais de dez mulheres em uma semana.

Cancún. Férias escolares de 2007. O México é demais.

– Eca. Isso deveria me surpreender?

Abro um sorriso de orgulho.

– Isso surpreende a maioria das pessoas.

Chego mais perto, abaixo minha voz e esfrego o polegar vagarosamente nos dedos dela.

– Mas você não é como a maioria das pessoas, certo?

Ela umedece os lábios, seus olhos estão focados nos meus.

– Você está me paquerando?

– Com certeza.

A garota dos drinques traz nossas doses. Estalo meus dedos. Minha vez. Hora de ficar... íntimo.

– Primeira chupada?

Eu tentei. Segurei o máximo possível. Não conseguia mais resistir.

O sorriso some do rosto de Camila.

– Você tem sérios problemas. Sabia disso?

Parafraseando o filme O clube dos cinco, eu provoco:

– Fala sério, Camila, apenas responda a esta simples pergunta.

Ela pega seu drinque e o toma de uma vez só, surpreendentemente.

Estou tanto chocada quanto horrorizada.

– Você nunca recebeu um boquete?

Por favor, Deus, não deixe que Camila seja uma dessas mulheres. Você sabe o que quero dizer, frias, rotineiras, aquelas que simplesmente não fazem isso. Aquelas que insistem em fazer amor, ou seja, que transam apenas na posição mamãe e papai. 

Ela se encolhe como se a vodca ainda queima em sua garganta.

– Billy não gosta de... sexo oral. Ele não gosta de dar, quero dizer.

Ela têm que estar bêbada. Nunca na vida Camila me diria isso se não estivesse completa chapada. Ela disfarça bem, não acha? Mas ela ainda não respondeu minha pergunta.

Quanto ao noivo – ele é um maricas. Sem trocadilhos. Minha mãe sempre me disse: “Se a pessoa vale a pena, então faça direito”. Ok, ela não diz estas exatas palavras, mas você me entende. Se não estou disposto a chupar uma garota, então não estou comendo ela de verdade. Perdão se isso foi grosseiro, mas é a mais pura verdade.

Estamos falando da Camila aqui. Eu comeria ela no café da manhã todos os dias da semana e duas vezes aos domingos. Não conheço alguém que não concordaria comigo.

Billy é um idiota de merda.

– Então, já que ele nunca... você sabe. Ele não acha que seja justo eu faça com ela. Então, não... Eu nunca...

Ela nem consegue dizer isso. Tenho que ajudá-la.

– Caiu de boca? Chupou? Deu um boquete? 

Ela cobre o rosto e ri. Tenho certeza que é a coisa mais adorável que já vi. Ela afasta as mãos do rosto e dá um suspiro.

– Continuando. Meus dez. Eu estou com Billy há mais de dez anos.

Eu engasgo com minha cerveja.

– Há dez anos?

Ela acena com a cabeça.

– Quase onze anos.

– Então, vocês começaram a namorar quando você tinha...

– Quinze. Sim.

Corrija-me se estiver errada, ela está me contando, então, que ninguém à chupou? Não quero ser uma chata, mas não consigo acreditar nisso. É o que ela está falando, certo?

Acho que vou chorar. Que porra de pecado. Poupe o cara do karaokê –guarde a bala para o idiota do namorado da Camila.

– Há quanto tempo vocês estão noivos?

– Há uns sete anos. Ele pediu minha mão uma semana antes de eu ir pra faculdade.

Aquelas duas frases me mostram o tipo de cara que o babaca do Billy é. Inseguro, ciumento e pegajoso. Ele sabia que a namorada era boa demais para ele, que conheceria lugares novos e provavelmente o deixaria jogado às traças. Então, o que ele resolveu fazer? Pediu ela em casamento, deixando-a sem saída, antes de poder pensar melhor.

– É por isso que o anel é tão... você sabe... pequeno. Mas isso não importa pra mim. Billy trabalhou durante seis meses pra conseguir me dar um anel. Servindo mesas, cortando grama, se matando. Esta pequena pedra significa muito mais pra mim do que a pedra mais cara vendida na Tiffany.

Tais frases também me mostram exatamente o tipo de mulher que Camila Cabello  é. Muitas das mulheres em Manhattan só pensam no glamour – a marca do carro, o nome na bolsa, o tamanho do anel. Superficiais. Vazias. Eu as conheço bem, pois já dormi com a maioria delas. No entanto, Camila é verdadeira, é autêntica. Prefere qualidade, não quantidade.

Na verdade, ela me lembra a minha irmã. Mesmo com todo o dinheiro a que sempre tivemos acesso, Taylor não liga para marcas ou para o que os outros pensam. É assim que ela acabou ficando com um cara como Ian. Ele e Tay começaram a namorar no ensino médio, quando ele estava no primeiro ano e ela no terceiro. Esse feito o tornou uma lenda no St. Mary’s Prep. Até hoje, seu nome é reverenciado em seus corredores sagrados.

Como assim? Sim, estudei numa escola católica. Está surpresa? Não devia estar. Minha profanidade tem um certo sabor religioso, que só pode ser aprendido durante uma vida de educação católica. Deus do céu... porra do inferno... Jesus, Maria e José... Nossa Senhora... santos etc..., isso foi apenas o que escutamos dos padres. Nem vou falar sobre as freiras.

Enfim – onde parei? Claro, Ian e Taylor.

Ian era um cara bonito, mas não o mais amoroso. Ele não é um jogador, nunca foi. Então, como conseguiu conquistar um prêmio como a minha irmã, você quer saber?

Confiança.

Ian nunca duvidou de si mesmo. Nunca pensou por um segundo que não fosse bom o bastante para Tay. Ele se recusava a se sentir intimidado. Sempre transpirava aquela tranquila autoconfiança que as mulheres se sentem atraídas. Porque ela sabia que ninguém poderia amar a minha irmã do jeito que ela a amava amava. Então, quando Tay foi para a faculdade alguns anos antes que Ian pudesse ir junto, ele ficou preocupado? Claro que não. Ele não tinha medo de deixá-la ir. Porque ela sabia com certeza absoluta, que um dia ela voltaria. Para ele.

Obviamente, Billy fodido Warren não tinha tanta certeza.

 

***
 

Duas horas mais tarde, Camila e eu estávamos completamente bêbadas. Consegue nos enxergar? Olhando para o palco, bebendo alguns goles de cerveja, meio fora do ar. Você pode descobrir muito sobre uma pessoa quando ela está bêbada, e eu aprendi demais sobre Camila. Quando ela bebe, se torna uma tagarela.

Acha que ela grita muito também? Deixa pra lá, esta parte vem depois.

A cidade natal de Camila  é Cojimar, em Cuba. Mas viveu grande parte de sua vida em Miami, na flórida. Sua mãe ainda vive em Miami, cuida do restaurante da família. Parece ser um lugar típico onde os moradores tomam café da manhã antes de irem para o trabalho e os adolescentes se reúnem após o jogo de futebol. Camila trabalhou como garçonete lá quando estava no ensino médio. Ela não falou de seu pai, e resolvi não perguntar. Além disso, apesar de ser a oradora de sua turma, ela costumava ser uma criança levada. Isso explica o porquê de ela aguentar álcool tão bem.

Aparentemente, ela e o babaca passaram a juventude invadindo pistas de patinação após o expediente, roubando lojas e cantando em uma banda juntos.

Ah sim, isso é o que o imbecil ainda faz. Ele é músico. Você sabe o que isso significa, não é?

Isso mesmo – desempregado.

Por que Camila ainda está com aquele perdedor? Esta é uma pergunta que vale um milhão de dólares, crianças. Não sou arrogante. Não ligo se você trabalha em um posto de gasolina ou se é o gerente de uma loja. Se você é uma pessoa de cartar, você trabalha – e não se pendura em sua namorada.

– Karaokê é uma porcaria. – eu solto um grunhido, enquanto o travesti loiro no microfone terminar de cantar “I will survive”.

Camila inclina a cabeça para o lado.

– Ela é... ele é... não é tão ruim.

– Acho que minhas meus ouvidos estão sangrando – Eu movimento meu rosto para as pessoas em coma ao redor do bar. – E eles estão morrendo lentamente.

Camila dá um gole em sua cerveja.

– É apenas a música errada para este tipo de lugar. A música certa iria acordá-las.

– Você é loca.

Ela fica um pouco insultada.

– Quer aposto que eu poderia fazer isso. 

– De jeito nenhum. Não, a menos que esteja planejando fazer strip-tease enquanto canta.

E isso, meninos e meninas, é um show que eu daria o meu testículo para ver.

Ela pega meu celular em cima da mesa e abana um o dedo para mim:

– Sem fotos. Não pode haver qualquer prova.

Então, ela se levanta e caminha para o palco. Eu ouço os gemidos de dor dos meus companheiros de bar, tipo, outra música?

Mas então ela começa a cantar:

I don’t stand a chance

When you look at me that way

I’ll do anything you want me to

Anything for you

And I’ll shout it for the whole world to know

Oh, honey, that’s what you do to me

And I don’t mind at all

Porra!

Sua voz é profunda, perfeita e excitante. Parece uma daquelas mulheres que trabalham no disque-sexo. Sua voz flutua ao redor da sala e me atravessa como... como uma preliminar verbal. Meu corpo reage instantaneamente ao sim. Eu estou tão dura quanto a porra de uma pedra. 

Or gives a damn what anyone thinks of me

I go down hard, I stand my ground

But whenever you come around

I’m helpless

Baby, I don’t stand a chance

Every time you look at me that way

It brings me to my knees

Ela começa a balançar o quadril no ritmo da música, e eu imagino o quão perfeita ela ficaria de joelhos. Eu não consigo parar de admirá-la. Ela é fascinante... hipnótica .

And I’m changing, never thought I’d be like this

But you showed me a better way

I’ll do anything for your kiss

In all my days I’ve never seen

A man who means everything to me

I can leave everything else in the dust

But it’s you I just can’t give up

Ela conseguiu prender a atenção de todos os homens naquele lugar. Mas seus olhos... aqueles formidáveis olhos de ônix... estão olhando diretamente para mim.

I’ve never let anyone get this close to me before

Distance keeps me safe and keeps me sane

But now you’ve got my heart twisted with yours

Better than it’s ever been, there’s a lot to lose

But even so much more to win

Oh, baby...

Camila joga os cabelos para trás, e eu imagino ela fazendo isso, quando me cavalga com movimentos longos e duros. Céus. As melhores dançarinas de strippers da cidade já dançaram em meu colo, e eu nunca gozei nas calças – nem uma vez. Mas é o que vai acontecer se esta porra de música não acabar logo.

I feel so helpless

When you look at me that way

I’ll do anything for you

Only for you

O bar se enche de gritos, assovios e aplausos quando Camila deixa o palco. Parece um maldito rodeio. Ela sorri alegremente ao caminhar em minha direção. Eu me levanto e ela para a apenas alguns centímetros de distância.

Olha para mim e diz:

– Eu disse que poderia despertá-los.

Eu digo suavemente:

– Aquilo foi... você... tão surpreendente.

Quero beijá-la. Mais do que quero respirar. Imagens da noite passada vêm à minha cabeça. De como foi bom senti-la em meus braços. Eu preciso beijá-la. O sorriso logo desaparece de seu rosto, e eu sei que ela também precisa disso. Eu coloco um fio de cabelo atrás de sua orelha e me aproximo...

E o som estridente de seu celular nos atrapalha.

Camila pisca como se estivesse acordando de um estado de transe e pega o telefone.

– O... Olá?

Ela recua e tira o celular da orelha para conseguir um pouco de distância da voz que está gritando do outro lado da linha.

– Não... Billy, eu não esqueci. Só que tive uma noite difícil. Não... sim... estou em um bar chamado Howie’s. É na...

Camila olha para o telefone por um tempo; acho que o imbecil acabou de desligar na cara dela. Seus olhos estão completamente sóbrios agora.

– Tenho que ir lá fora. Billy está vindo me buscar.

Não vai ser divertido? Terei o prazer de conhecer um bundão que anda e fala. Será como uma festa à fantasia.
 

***

 

Enquanto esperamos lá fora, na calçada, Camila me pergunta:

– O que diremos pro seu pai?

E lá vem a pergunta na qual tenho evitado pensar a noite toda. O velho é um cara correto – cortês. Tradicional. Gostaria de pensar que ele teria orgulho do que fiz para defender a honra de Camila. Mas ele também é um empresário. E a verdade é que eu poderia ter defendido a honra de Camila e ainda assim ter assinado com Anderson. É o que eu devia ter feito. É o que eu teria feito se fosse qualquer outra pessoa que estivesse na mesa de negociações.

– Deixa meu pai comigo.

– O quê? Não. Não, somos uma dupla, lembra? Nós duas perdemos este cliente.

– Fui eu quem dispensou o cara.

– E fui eu quem não te impediu. Sou muito grata pelo que fez por mim, Laur, de verdade. Você foi mesmo incrível.

Talvez seja só a vodca, mas suas palavras fazem eu me sentir quente e confusa.

– Mas eu não preciso que ninguém me salve – ela continua –, sou bem grandinha e, com certeza, posso lidar com qualquer coisa que seu pai fizer. Vamos falar com ele juntos na segunda-feira de manhã. Fechado?

Isso faz com que eu conclua: Camila Cabello é uma mulher incrível.

– Fechado.

Logo em seguida, um Thunderbird preto chega cantando os pneus na rua e para na nossa frente. Sim – eu disse Thunderbird. Direto do túnel do tempo. Dele, sai um cara com estatura mediana e cabelo castanho-claro.

Sou só eu ou você também acha que ele parece um otário? Do tipo antiquado. Daquele jeito sem sal, nem açúcar.

Com cara de reprovação, ele olha para Camila antes de me medir. Depois disso, parece muito mais nervoso. Talvez o bobão não seja tão burro quanto eu achava, ele percebe que tem uma concorrente.

Billy dá a volta e abre a porta do carro para Camila. Ela suspira e me dá um sorriso forçado. Depois, dá dois passos em direção ao carro e tropeça em um buraco na calçada. Eu me movo para segurá-la, mas o Pau Pequeno está mais próximo e me empurra para fazer isso. Ele a segura nos braços, e a raiva em seu rosto está mudando para nojo.

– Você está bêbada?

Não gosto de seu tom de voz. Alguém precisa ensiná-lo a ter modos.

– Não começa, Billy. Tive uma noite ruim – informa Camila.

– Uma noite ruim? Sério? Como se você estivesse fazendo a apresentação mais importante de sua vida e sua namorada não aparecesse? Isso foi tão ruim, Camila?

Apresentação? Ele disse mesmo apresentação? Ela dorme mesmo com este idiota? Você só pode estar de brincadeira comigo.

Ela sai dos braços dele.

– Sabe de uma coisa...

Camila começa a falar decididamente – e depois para.

– Vamos... pra casa.

Ela entra no carro e o imbecil bate a porta atrás dela. Ele olha para mim com raiva, e dá a volta até o banco do motorista.

Camila abre a janela.

– Boa noite, Laur. Obrigada... por tudo.

Dou-lhe um sorriso, apesar da minha enorme vontade de socar a cara do seu noivo.

– De nada.

E o Thunderbird sai voando. Deixando-me, pela segunda noite seguida, sofrendo por Camila Cabello. Esfrego minha mão em meu rosto, quando escuto uma voz atrás de mim.

– Ei, gatinha. Acabei de sair. Quer sair comigo?

É a garota dos drinques. Ela é bonitinha – nada em especial –, mas está ali. E depois de ver Camila indo embora com aquele covarde com quem vai se casar, eu me recuso a passar o resto da noite sozinha.

– Claro, querida. Vou chamar um táxi pra gente.

Venho buscar meu carro depois – quando estiver sóbria o bastante para dirigir sem batê-lo em um poste.

 

***

 

É uma trepada ruim. Aí vai um conselho: ficar parada e quieta como um cadáver quando um alguém está te comendo nunca será lembrado como uma experiência sexual espetacular.

A outra razão por ter sido ruim é que não consigo parar de pensar em Camila. Fico comparando a garota dos drinques com ela e, a primeira, é lógico, acaba me decepcionando.

Você me acha uma cretina por fazer isso? Fala sério – vai me dizer que nunca imaginou que era o Brad Pitt te comendo em vez do seu namorado(a)? Ou qualquer outra pessoa. 

É, foi o que pensei!

Continua me achando uma cafajeste? Então você está com sorte. Terei o que você acha que eu mereço em breve.
 


Notas Finais


Vejo vocês amanhã? Espero que sim. ❤


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