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História Através da Estrada. - City of Stars against Love of My Life.


Escrita por: GiovannaPotter

Notas do Autor


Olá, leitores!
Devo me desculpar novamente pelo meu descompromisso com vocês, mas vou fazer um desabafo (que suponho que muitos nem ao menos lerão).
Estou tendo muita dificuldade em continuar a escrever essa fic por pura e simples falta de estímulo. Quer queira quer não, números rodeiam e dão uma pequena (ou grande) ideia da qualidade do seu trabalho e, para mim, é muito difícil ver muitas fanfics que crescem tão rápido com o que parece ter sido fruto de tão pouco esforço ganhando leitores em tão pouco tempo (e aqui clamo por não pensarem que quero desmerecer o trabalho de alguém, muito pelo contrário, sei o quão é difícil estar atrás de um teclado desenvolvendo algo). Até observando minha primeira produção "Aceite Meu Amor" se torna torturante ver que minha escrita, ainda não tão boa quanto hoje, tem tantos seguidores.
Isso não faz com que eu pense que minha escrita é ruim, mas é inevitável que minha auto estima seja um tanto depredada e também não significa que eu escreva bem. Algo no meio-termo talvez seja minha definição.
Escrever é um talento que muitos dizem que eu possuo e por muito tempo acreditei que seguiria um trajeto incrível sendo escritora, porém eu cresci. Vejo hoje os meus resultados e penso quanta infantilidade ainda passo para o papel de acordo com minhas palavras e percebo que não chego aos pés de muitos colegas meus. Claro que isso é natural, porém uma parte da menina sonhadora que existia em mim e acreditava que sua escrita era ótima e quase perfeita hoje não existe mais e, tenho medo de que, com essa menina, minha originalidade tenha ido embora também.
Infelizmente, ando desmotivada para colocar em prática minhas ideias e pergunto-me se realmente minha história está sendo bem representada.
Ultimamente, a minha vontade de desistir desse conto falou muito alto, porém não cedi a isso e possivelmente não cederei. Acho que seria um ultraje comigo e com quem realmente vem acompanhando esses capítulos.
Bem, peço desculpas por esse textão e peço também que, no momento, não se preocupem mas também não se impressionem se demorar novamente para voltar para cá. E, ainda, peço que não vejo isso como um lamento ou uma declaração de carência, mas como uma auto crítica e uma reflexão se realmente devo ou não continuar.

Capítulo 8 - City of Stars against Love of My Life.


Fanfic / Fanfiction Através da Estrada. - City of Stars against Love of My Life.

Por um momento me senti triunfante ao perceber que ainda tinha alguma voz, alguma chance de escolher meu futuro. Esperava ao menos que o humor de Hélio não afetasse minha mãe, que entrou no carro com uma cara preocupada.

Porém, antes que tomasse as dores e conflitos familiares, Theo me distraiu com suas conversas, que me faziam sentir como se eu estivesse em outra realidade. Algo como "O que você prefere? Comer rejunte ou a comida daquele hospital?" ou talvez "Isso lembra-me de um caso quando Milah ficou presa no banheiro da delegacia com outra policial. Deu muito o que falar! Mas não conte a ela, hein!". Suas conversas nunca acabavam!- Mas e então, como conheceu seu Dr. Encantado? Digo, seu noivo? - o policial perguntou, engajando-se em outro assunto. agora mais íntimo.

- Nos conhecemos na faculdade, no meu primeiro dia de aula. Ele me ajudou a me localizar e desde então fomos nos aproximando até chegarmos onde chegamos.

- Que bonito, um romance iniciado dessa forma. - ao dizer isso, meu sorriso baixou um pouco. Claro que amava Hélio, mas fazia tanto tempo que não sentia a mesma sensação daquele dia em que nos conhecemos.

Lembro-me de sentir um frio na barriga, uma vontade de sempre conhece-lo mais e mais a ou apenas olhar para seu rosto e sentir uma serenidade que apenas os enamorados sentem. Será que, depois de algum tempo, os casais param de ter esse ar apaixonado? Ou é apenas o meu relacionamento que anda tão confuso?

- Toquei em um assunto delicado? - o meu acompanhante perguntou após perceber meu silêncio repentino.

- Não é só que... Nada está sendo como era antes. Meu acidente vem proporcionando muitas mudanças em tudo e em todos.

- E você se sente no dever de certificar que todos estejam bem.

- Como sabe? - perguntei, muito surpresa. Era como se ele tivesse lido minha mente. Sempre me coloquei no papel de estabilizar as situações, garantir que todos estivessem bem, mesmo eu não estando nessa condição.

- Clara, eu sou policial. Tenho a mesma preocupação e faço essa mesma cobrança. Isso é bom apenas em certo ponto.

- Por que diz isso?

- Porque, infelizmente, não dá para salvar todo mundo. - dessa vez sua fala foi baixa, parecia que ao enuncia-la sentia um pesar enorme. - Sua cobrança pode te ferir, você vai achar que tudo de errado será sua culpa.

- Você já... Sofreu muito com essa cobrança? - tentei questiona-lo com a maior cautela para não feri-lo de forma alguma.

- Acho que ainda não estou pronto para tocar nesse assunto, me desculpe, Clara. - Theo dispensou a questão com muita educação, mas parecia que tinha se sentido magoado com aquele assunto. - Posso apenas dizer que cobrança demais pode fazer mal.

- Desculpe, não queria tocar em alguma ferida ou algo do tipo.

- Não tem problema. Já foi. Essa história fica para outro dia, combinado?

- Combinado, mas para outra noite, você quis dizer. - olhamos o céu, que já estava escurecendo bastante e, para nossa surpresa, havia estrelas nele. Muitas estrelas.

- Uau, a poluição deu uma trégua para o brilho da lua e das constelações hoje! - ele parecia muito encantado com a paisagem.

- Só não comece a cantar, por favor. - brinquei.

- Você se surpreenderia... "City of stars, are you shining just for me?". - não podia crer, ele estava cantando "City of Stars" de La La Land.

- "City of stars, there's so much that I can't see". - continuei a estrofe da canção. - Ok, o céu não merece ouvir uma música tão bonita sendo destruída por nós.

- Realmente, acho injusto. Mas você deve admitir, eu até que canto bem.

- Não posso negar que você não morreria de fome se fosse cantor. Mas sobreviveria de miojo.

- Pois fique você sabendo que eu ganhei um concurso de karaokê que foi feito na delegacia... E as estrelas têm sido minha plateia por muito tempo.

- O que as estrelas fizeram para serem culpadas dessa forma?

- Elas me diziam quando eu desafinava, então canto cada vez mais para elas. Ei, aquela é a sua rua, certo?

- Sim. - disse com certa tristeza. A companhia de Theodoro me fazia muito bem e, acima de tudo, sinto-me "inteira" com ele. Não me lembro dos meus problemas, das minhas novas incapacidades e das tarefas que terei que recompensar pelas minhas faltas. Uma nova vida me espera e ainda não sei se estou pronta para vivê-la.

- Ei, eu vou te visitar mais vezes, prometo.

- Estou com tanto medo de tudo. - Desabafei, sem nem perceber.

- A chave para vencer o medo é enfrenta-lo.

- Que bonito!

- Obrigado! Devo ter lido isso em algum desses livros motivacionais, mas é a maior realidade. Qualquer coisa me liga, você tem meu número, não?

- Sim, trocamos nossos números em nosso último encontro. - Dizendo isso, chegamos na faixada do prédio onde moro e me deparo com minha primeira dificuldade. Não vejo rampas.

- Há alguma outra entrada para seu prédio, Clara?

Fiquei um tempo sem responder. Quantos anos morava ali e por que nunca reparei nisso? Não havia rampa. Não era de se estranhar que por pouquíssimas vezes encontrei cadeirantes pelo prédio.

- Ãh, Clara?

- Ah, sim, acho que tem uma entrada dando a volta no quarteirão.

- Ok.

Fizemos a volta no quarteirão, que não era tão pequena quanto eu me lembrava. Ao chegar na portaria dos funcionários, havia, para a minha sorte, uma pequena rampa que me levava ao elevador dos fundos, após um pequeno trajeto.

- Bem, aqui eu me despeço de você, Sr. Policial.

- Tem certeza que não quer companhia até lá dentro?

- Não, pode deixar. Posso ser incapaz mas consigo entrar no prédio.

- Você não é incapaz por não conseguir fazer tudo que fazia antes da mesma maneira de sempre. - ele disse com um semblante sério e me senti um pouco infantil com meu comentário.

 - Bem, desculpe-me por ter atrapalhado sua folga e por ter feito você dar essa volta toda.

- Não fiz mais do que a minha obrigação e, além disso, foi um prazer passar um tempo a mais com você, Srta.

- Então até a próxima. - prestei uma pequena continência, o que desprendeu um sorriso do homem.

- Até a próxima, Clara. - dizendo isso, ele deu um suave beijo em minha bochecha e disse ao meu ouvido "You never shined so brightly" agora, tirando um sorriso de minha boca.

Virei-me e comecei a subir a rampa. Não foi tão difícil quanto imaginei, já que tinha treinado algumas subidas no próprio hospital. Um dos porteiros que poucas vezes vi abriu a os portões do prédio para mim e quando me virei novamente o policial já havia ido embora.

Todos com quem esbarrei no caminho para o elevador me olhavam com muita surpresa, esquecendo até de cumprimentar-me. Sentia-me um bicho, algo diferente do comum, como eram horríveis os olhares. 

Olhares aqueles que julgavam minha vida como acabada e se perguntavam internamente se havia sido por minha culpa que eu estava naquela condição.

Das Sras. que me convidavam para tomar chá até os Srs. que encontravam-se comigo nas reuniões do prédio poucos demonstraram saber falar. As crianças curiosas que sempre dei atenção e até cheguei a cuidar esboçaram surpresa, poucas sorriram ao me ver e a mais nova dentre elas  chegou a chorar de medo. Estava tão diferente? Meu rosto permanecia igual, minhas pernas, mesmo que inúteis, ainda estavam ali. Por que me tratavam assim?

Finalmente cheguei ao elevador e depois de duas tentativas frustradas em entrar no tal, pois já estavam cheios e só caberia alguém de pé ali, consegui subir até o meu andar.

Chegando ali, procurei no bolso da camisa minha chave e lembrei-me que, para deixa-la segura, guardei-a no bolso da calça, junto com meu celular.

Ao pegar os dois objetos, percebi que tinha recebido inúmeras ligações de H e várias mensagens de voz. Merda.

Depois de um pequeno esforço, consegui abrir a maçaneta e entrar no apartamento. Meu Deus, que saudade.

No início, passar pelas portas e pelos corredores estava bem difícil. Batia em todos os móveis e paredes possíveis, mas pelo menos estava me locomovendo sozinha.

Logo, uma bola de pelos chega perto de minha cadeira. Meu gato, Erik, tentava fazer carinho onde eu não podia sentir. 

Que saudades que sentia dele! Ganhei-o dos meus pais quando me mudei pois sempre quis ter um animalzinho de estimação. A primeira coisa que me chamou atenção nele foi seu rosto, que carrega a única mancha preta, destoando de seu corpo branco, parecendo um máscara. Um gato único.

Com mais algum esforço, cheguei à sala, onde para minha surpresa, Hélio se encontrava sentado no sofá, com apenas uma lâmpada acessa.

- Ah, H! Você chegou mais cedo. Por que está no escuro? - disse, me locomovendo em direção do interruptor, acendendo o restante das luzes da sala.

- Você por acaso viu minhas mensagens? - ele perguntou em um tom bravo, não olhando para mim.

- Bem, na verdade só vi quando cheguei que você tinha mandado algo, iria ler e ouvir os áudios agora.

- Por que não faz isso? - ele ainda não olhava para mim e falava como se estivesse me levando para alguma conclusão.

- Ok. - disse, desbloqueando o celular que tinha deixado no meu colo. Nessa hora, Erik já tinha saltado de mim e ido novamente para a lavanderia, que foi por onde entrei.

Coloquei na conversa com H e comecei a ouvir os áudios, já que as mensagens de texto só diziam para eu atende-lo.

"Ei, Clara, já deixei sua mãe na casa dela. Fui ao hospital e parece que não precisam mais de mim. Aquele seu amigo não foi o único que recebeu uma folga, pelo que parece. Me atende, onde você está? Estou indo para o seu apartamento, ficarmos um pouco juntos..."

"Clara, por que raios você não atende o celular?"

" Nossa, a conversa com esse Theozinho parece estar boa, né? Tanto que nem olha a bosta do telefone!"

"Clara eu juro, se você não atender agora eu vou fazer alguma loucura..."

"Eu estou te esperando já faz meia hora! Onde você está?"

Tinham mais alguns áudios que eu fiz questão de não ouvir. Olhei novamente para Hélio e percebi que havia uma garrafa de Whisky ao seu lado, no sofá, quase vazia.

- Você demorou. - ele finalmente olhou para mim. Uma mecha de seu cabelo perfeitamente penteado caiu em seu rosto, cobrindo seu olho.

- Bem, é mais difícil do que parece com uma cadeira de rodas. E o Theo ainda teve de dar a volta no prédio. Só percebi hoje que não há rampa na entrada principal, não é horrível? - eu tentava manter a conversa no tom mais natural possível, mas não parecia estar adiantando.

- Pare de tentar mudar de assunto! - ele se levantou bruscamente do sofá, aumentando levemente a voz.

- Eu não estou! Apenas estou lhe contando porque demorei!

- Ah, claro, agora você me conta, não é? - ele começou a andar de um lado para o outro na sala.

- Eu ainda não entendi o grande crime que cometi! - disse sinceramente, deixando uma lágrima escorrer.

- O crime foi não ter respondido minhas mensagens enquanto estava na companhia de outro homem!

Não. Não podia ser. Ele não poderia estar fazendo encrenca por esse motivo!

- E o que você acha? - Eu respondi, agora gritando, enfurecida. - Que eu iria para um Motel? Afinal, o que é ficar paraplégica não é mesmo? Não há com o que eu me preocupar, não é? Eu penas quero me divertir, como sempre quis!

- O que eu poderia pensar? Você fez questão de vir para cá com ele e ainda não me responde!

Não aguentei, explodi.

- Você poderia pensar que eu deixei meu celular na merda do bolso a minha calça! E adivinha só, minhas pernas não sentem mais porcaria nenhuma! Nem que um carro estivesse dando partida na minha perna eu sentiria! Hélio, faça-me o favor, saia do meu apartamento, agora!

- Vou sair mesmo! Hoje não tem a mínima condição de conversar com você!

Ao dizer isso ele pegou seu paletó e sua maleta que estavam na bancada da cozinha e saiu do recinto, batendo a porta. Ao fazer esse movimento, derrubou um porta-retratos que tinha uma foto nossa juntos.

O que éramos nós, agora? Eu ainda o amo, mas ele me machuca tanto.

 

 

 


Notas Finais


Então, digam-me, devo continuar?


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