História Através da Porta - Capítulo 25: Conseguimos! Nós conseguimos!

Sans acompanhava Frisk em direção a uma mesa, perto da janela, era de vista para uma fonte na frente da entrada do prédio. Era uma vista muito bonita, seria bem romântico se não estivessem em um prédio de puro concreto. Mas a presença de sua amada, tornava o momento bem especial. Quando chegaram a mesa, antes que a garota sentasse,o esqueleto puxou a cadeira para a mesma, que sorriu de lado colocando a mão no peito, como se sentisse muito lisonjeada, o que fez Sans rir. Ele puxou uma cadeira, sentando-se de frente para a garota, observando sua beleza natural, nenhuma base, pó ou qualquer tipo de maquiagem em seu rosto, mas conseguia ser linda, droga, como não se apaixonar? 

— Então... Desde quando trabalha aqui? — Indagou Frisk, bebericando seu café.

— Já fazem uns 3 meses. Não é o melhor emprego, mas alguém tem que ajudar com as despesas. — Disse, dando de ombros. 

— E como estão as coisas com a Chloe? — A garota disse sorrindo, tentando ao máximo esconder os ciúmes e a tamanha curiosidade em saber, pelo que entendeu com as atitudes de Chara, Sans e a irmã não tinham nada. 

— Eu não sei dizer... Não estamos "sérios". — Fez aspas com as mãos. — Papyrus disse pra que eu terminasse com ela, porque de acordo com ele, Chloe é a que "ama mais". — Disse fazendo aspas novamente. 

— Você devia ouvir o conselho do seu irmão. — Frisk disse baixo para que apenas ela ouvisse, enquanto desviou seu olhar para o lado, tomando outro gole de seu café.

— O que você disse? — Sans questionou desconfiado. 

— N-nada! — Ela estava nervosa. — E você pensa em fazer o que o Papyrus disse? — Completou. 

— Eu não sei... O que nós temos é bem estável. Eu só terminaria com ela por dois motivos. — Ele disse encarando-a

— E quais seriam eles? — Indagou, arqueando uma de suas sobrancelhas. 

— Motivo número um: caso ela fique com outra pessoa. — Sans disse levantando um de seus "dedos"  — Motivo número dois: Se uma certa garota corresponder o que eu tô sentindo por ela. — Completou, levantando outro dedo, formando um "2" em sua mão. 

— Você tá gostando de alguém?! — Frisk perguntou, se esforçando para esconder seus ciúmes novamente. 

— "Você vai saber na hora certa!" — O esqueleto disse imitando a fala da garota com uma voz fina, da última vez em que tinham se encontrado.

— Ok. Você venceu. — Frisk bufou, cruzando seus braços, fazendo Sans rir.

[...]

Chara acordou mais tarde do que de costume, ótimo, ela amava acordar o mais tarde possível, acordar sabendo que dormiu por mais de oito horas a deixava de muito bom humor. Dirigiu seu olhar a cama da irmã, que provavelmente já havia levantado, Frisk não era de acordar tão tarde, então provavelmente já teria feito tudo o que teria pra fazer, deixando-a livre no final do dia.

Chara levantou-se indo ao banheiro, fazendo suas higienes matinais. Depois de um banho gelado, para acordar de vez. Colocou seu traje costumeiro, e desceu em direção ao andar de baixo. Não encontrou ninguém, provavelmente Toriel e Frisk estariam na reunião do caso "Anti Monstros", mas e Asriel? 

Chara voltou ao andar de cima, dirigindo-se ao quarto de Asriel, sem bater. Afinal, era Chara. 

— Asriel, topa dar uma volt-...? — A garota indagou adentrando o quarto, sendo interrompida por gritos de Asriel. 

— Chara! Por que entra sem avisar?! — Asriel gritou, cobrindo seu tronco com uma camiseta regata.

— Qual é, Asriel! Acha que nunca vi uma barriga na vida? — Chara revirou os olhos, logo depois olhando para baixo, vendo que Asriel estava só de toalha. — Ah... 

— Espera eu me trocar e já falo com você! — Disse empurrando Chara para fora se seu quarto, enquanto a mesma ria do desespero do irmão. 

[...]

Quando se conversa com alguém que gosta o tempo passa depressa, e não foi diferente para Sans e Frisk, quando se deram conta já faltavam 5 minutos para a reunião do caso "Anti Monstros". 

— Temos que correr, se meu chefe descobrir que não compareci nessa reunião, adeus emprego. — Sans disse levantando-se e estendendo a mão para Frisk, para que ela fizesse o mesmo. 

— Ok, vamos!  

Os dois saíram correndo, em meio aos corredores, tropeçando em várias pessoas, mas estavam sem tempo para pedir desculpas, a reunião já iria começar, e sem os advogados o caso podia considerar-se perdido. Sans e Frisk, finalmente chegaram a sala, ofegantes. 

— C-chegamos. — Frisk murmurou ofegante. Até dirigir seu olhar para sua mão, que ironicamente ainda estava entrelaçada a de Sans, que quando percebeu, imediatamente soltou a mão da garota, corado. Antes que o esqueleto pudesse dizer algo, uma voz grossa os interrompeu. 

— Vamos Frisk, preciso de você lá dentro! — Asgore disse puxando Frisk pelo braço, enquanto Sans os acompanhava. 

A reunião demorou bastante, para falar a verdade, Sans não prestou atenção em nada, a não ser Frisk. Ele observava tudo que a garota dizia, como ela se comprometia com o caso, suas palavras cheias de convicção para convencer os advogados a aceitarem o caso. Se ele estivesse ali, depois de duas frases ditas por Frisk, ele já teria aceitado sem hesitar.

Frisk seria uma ótima advogada, os argumentos dela eram de uma verdadeira profissional, ela se daria muito bem no cargo. A reunião finalmente acabou, Sans agradecia mentalmente pela mesma ter acabado bem no horário de sua saída. 

Para a alegria de Frisk, Asgore, Toriel e Sans, que estavam ali presentes, os advogados pegaram o caso, sem cobrar nada, isso ajudaria muito, a paz entre as raças estava cada vez mais próxima, e isso enchia o coração da garota de determinação, e o de Sans, de felicidade ao ver Frisk alegre.

— Conseguimos! Nós conseguimos! — A garota exclamou, animada, pulando nos braços de Sans, abraçando-o forte, o mesmo retribuiu levantando-a, o abraço durou por um longo tempo, até serem interrompidos. 

— Obrigado Frisk, sem você nunca teríamos os convencido! — Asgore disse, aproximando-se junto de Toriel. Sans colocou Frisk no chão, soltando-se do abraço, enquanto Frisk ajeitava seu moletom,que havia subido um pouco por Sans tê-la levantado. 

— De nada... Eu faria de novo várias e várias vezes! — Deu um sorriso meigo. Toriel aproximou-se, abraçando-a.

— Para comemorar, farei um jantar farto hoje a noite! Você também está convidado, Sans. — A albina disse sorrindo. 

— Obrigado, Tori. Estarei lá. — Sans disse piscando, antes que Toriel e Asgore deixassem a sala. 

Sans encarou Frisk, ela parecia pensativa, ele se perguntava o que estaria se passando em sua mente naquele momento, a morena estava tão linda, mesmo distraída, até virar-se e perceber que Sans a encarava sorrindo. 

— Tem alguma coisa na minha cara? — Frisk indagou preocupada, passando a mão em seu rosto. Sans riu fraco.

— Não... Você só tá... Bonita hoje. — Sans disse sorrindo de lado, Frisk corou. Era mentira, pra ele, ela estava bonita sempre, não só naquele dia em específico. 

— O-obrigada. Você também! — Frisk deu um sorriso largo. 

— Quer dar uma volta, antes do jantar? 

— Claro! Pra onde vamos? 

— Feche os olhos e você já verá. — Sans disse sorrindo, pegando na mão de Frisk. 

[...]

— O que você tá desenhando? — Chara indagou, se aproximando mais de Asriel, que estava sentado no banco do parque ao lado da mesma. 

— Nada demais... Só uma flor. — Chara olhou atenta para o caderno nas mãos de Asriel, o desenho da flor dourada estava perfeito, detalhes precisos, cores e sombreados idênticos ao original, Asriel desenhava muito bem, ela não lembrava desse seu lado. 

— Nossa... Isso tá lindo... — Chara disse encarando o caderno que Asriel segurava. Asriel riu fraco. — O que foi? — Questionou. confusa. 

— Você... Falando do desenho... Lembro dessas palavras, eram bons tempos. — Asriel sorriu. 

— Com a diferença de que agora você desenha bem. — Chara disse mostrando a língua em seguida. 

— Você não mudou nada, sabia? — Asriel comentou, parando de desenhar,encarando-a. 

— Como assim? 

— Você não perdeu seu jeito de criança de dez anos atrás, você ainda é a garota extrovertida, divertida e birrenta que eu amava. Quando eu era mais novo, eu dizia pra mamãe que iria me casar com você. — Asriel riu, lembrando-se de sua infância. 

— Amava? Não me ama mais? — Chara disse fazendo biquinho. 

— Claro que amo, sempre amei. — Ele corou, e Chara também.