História Através da Porta - Capítulo 44: Tempos Difíceis.

— Ele está te esperando lá fora. — Disse calmo, abraçando a namorada por trás e depositando a cabeça em seu ombro, a mesma suspirou, virando-se de frente para Sans, e o encarando, enquanto o abraçava apoiando a cabeça em seu peitoral.

— Não acredito que você me convenceu a fazer isso... — Falou baixo, sua voz saira abafada devido a jaqueta do mesmo tampando seu rosto.

— Todos merecem uma segunda chance, você não acha que até a pior pessoa pode mudar? — Murmurou afagando os cabelos da garota.

— Mas ele é diferente...

— Talvez ele tenha mudado, ele pode ter mesmo se arrependido... Se ele tentar algo contra você de novo, eu vou estar lá pra te proteger, você sabe disso. — Retrucou e beijou o topo da cabeça de Frisk.

— Eu sei que vai. — Disse dando um selinho em Sans e indo em direção a porta.

Encarou a porta, apreensiva. Deveria ir lá? Seria o certo? Respirou fundo e sentiu o gélido contato de suas mãos com a maçaneta fria, e finalmente a abriu, chamando a atenção de Peter, que se encontrava sentado na calçada, ele parecia nervoso, era nítido em sua face. Foi até a calçada, sentando do lado do mesmo, esperando pra ouvir o que o mesmo tinha para dizer.

— Sei que não foi fácil tomar a decisão de vir até aqui e ter essa conversa comigo. — Respirou fundo. — Mas quero que saiba que me arrependo de tudo, e que farei o máximo pra consertar os erros que cometi com você.

— Olha, se essas coisas entre nós não tivessem acontecido, eu provavelmente não teria conhecido os monstros, eles são a minha segunda família, eu estou bem feliz, parece que as coisas estão começando a dar certo pra mim... — Disse encarando a rua monótona. — Foram tempos difíceis... — Completou, rindo fraco.

— Eu te entendo... Pode parecer que não, mas quando você desapareceu, eu e sua mãe nos preocupamos muito... Alguns vizinhos disseram que você tinha subido o monte, Rose e eu procuramos por todos os lados, e nada... — Murmurou brincando com os dedos. — Tivemos uma briga intensa, e ela decidiu que iria te procurar sozinha, disse que quando te encontrasse, te levaria para o mais longe possível de mim. Eu implorei de joelhos pra que ela não fizesse isso... Sua mãe tem o coração mole, cedeu imediatamente, mas ela disse que se eu tentasse algo, eu nunca mais veria você. Desde então, não a vi mais... Não sei onde ela está, mas gostaria de encontra-la e resolver as coisas, do mesmo jeito que quero me redimir com você.  — Disse encarando Frisk com um sorriso mínimo.

— Eu demorei muito pra chegar a essa decisão e, eu espero não me arrepender do que vou dizer agora. — Suspirou. — Eu aceito suas desculpas, sei que todos podem ser pessoas melhores se tentarem, e acho que você é o único parente de sangue que eu tenho, não é bom ficarmos afastados, sabe? — Respondeu, dando um sorriso paciente, sendo surpreendida por um abraço, vindo de Peter, hesitou no começo mas logo cedeu.

— Fico feliz em ouvir isso, não vou te decepcionar. — Sorriu — Tem algo que quero dar pra você, disse indo até o carro, e voltando com uma caixa embrulhada nas mãos.

— O que é? — Questionou curiosa.

— Abra e descubra. — Disse misterioso, sorrindo de lado.

Então Frisk começou a desembrulhar o presente, dentro da caixa se encontrava uma pulseira, com pingentes de rosas em torno dela, uma pulseira que ela conhecia muito bem.

— Dei isso pra ela no nosso aniversário de namoro, era engraçado porque o nome dela é Rose, por isso as rosas. Não é a mesma pulseira, é só uma idêntica a que comprei, não sei o paradeiro da original. — Disse sorrindo, dizendo o óbvio, fazendo a garota rir.

— Você guardou isso esse tempo todo? — Indagou.

— Era a única lembrança que eu tinha dela, nunca superei nosso término, e mesmo que a reencontre, não tenho esperanças de que tudo volte a ser como antes, então eu guardei isso pra me lembrar dela, mas estou te dando, porque sei o quanto ela foi e é importante independente de onde esteja agora. — Disse depositando a mão no ombro da garota.

— Obrigada. — Disse sorrindo.