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História Através da Porta - Um ano de Através da Porta. (Especial)


Escrita por: rescuingstark

Notas do Autor


tudo nas notas finais, <3

Capítulo 47 - Um ano de Através da Porta. (Especial)


Fanfic / Fanfiction Através da Porta - Um ano de Através da Porta. (Especial)

— E então... — Atreveu-se a iniciar um diálogo, mesmo sabendo que o mais novo provavelmente não estaria “afim” de um papo. — Como foi no colégio? — Concluiu, batendo com as falanges levemente na mesa, o silêncio o deixava desconfortável.

Frans o encarou, arqueando a sobrancelha esquerda. — Normal, eu acho. — O garoto baixou a cabeça, voltando a brincar com os legumes em seu prato.

Sans suspirou. — E tá tudo bem? — Questionou.

O adolescente revirou os olhos, afastando a cadeira para trás. — Pai, por que você insiste em me perguntar isso se você já sabe a resposta? — Frans murmurou indignado, então levantou-se e subiu correndo para o quarto, Sans fechou as orbes ao ouvir a batida brusca da porta.

Respirou fundo, logo soltando o ar novamente. Estava difícil lidar com o garoto sem Frisk ali. Sans sabia o quão chateado o filho estava com a perda recente, e ele se sentia angustiado com as tentativas falhas de consolar o filho, nunca foi bom com palavras. Frans começou a ficar cada vez mais fechado desde que Frisk começou a ir frequentemente ao hospital, ela estava piorando, e a doença era ainda desconhecida. Claro que, Frans não sabia disso, então o esqueleto apenas disse que se tratava de velhice, já que um dos efeitos da doença era a perda da cor dos cabelos. Mas a morena estava no auge dos trinta anos, o garoto não demorou a se tocar da mentira.

No fundo, ele achava que esse era um dos motivos para Frans estar tão irritado com ele. A mentira, claro, Sans não estava certo em esconder a cruel verdade do filho, mas era melhor do que vê-lo sofrendo antecipadamente, assim como ele. Queria dar ao garoto, as esperanças que ele mesmo já não tinha, sabia do estado da esposa, e sabia também que as chances de sobrevivências que a mesma tinha eram quase nulas. O esqueleto pegou os pratos e talheres, retirando-os da mesa e jogando de qualquer jeito na pia. Sentiu um cheiro familiar vindo do forno, e logo se lembrou dos biscoitos que havia preparado há um tempo.

Os colocou num prato, e encheu um copo com leite frio. Então, subiu as escadas lentamente, colocando o prato no chão, á frente da porta do garoto, batendo de leve com as falanges na madeira clara.

Deu duas batidas leves. — Hey, eu te fiz biscoitos. — O garoto não disse nada e nem se atreveu a abrir a porta. — Iguais aos que sua mãe fazia, lembra? — Murmurou. — Sei que não sou ela, mas espero que goste mesmo assim. — Suspirou. — Olha, eu também sinto a falta dela, ok? — Encostou o crânio na porta. — Mas ela não ia gostar de nos ver tristes, não estou certo? — Encarou o teto. — Boa noite, campeão.

O esqueleto desceu as escadas, segurando no corrimão, dando uma última olhada para trás ao chegar ao final da escada, suspirou novamente. Seguiu em direção a sala, jogando-se no sofá e deixando os pés para cima, logo abriu um sorriso ao ouvir a porta do quarto do filho sendo aberta, e logo em seguida, fechada novamente. Agarrou o controle remoto, surfando por alguns canais na televisão, nada de interessante. Levou um susto ao ouvir o toque do telefone, podia jurar que sua alma pulou para fora da caixa torácica. Calçou suas pantufas e dirigiu-se até a estante um pouco afastada, ajeitando o aparelho em mãos.

— Alô?

— Sans! Sou eu, seu irmão Papyrus! — Exclamou.

— Heya Pap.

— Como está?

— Bem, eu acho. — Coçou o crânio. — E você?

— Estou bem também! — Disse simples. — Como está o Frans?

— Difícil, como de costume. — Riu fraco. — Mas sinto que estou fazendo progresso, aos poucos ele vai ficar melhor, você vai ver. — Sorriu, mesmo que o irmão não pudesse ver.

— Eu confio em você, irmão! Sei que vocês vão superar isso juntos.

— Obrigado, Pap.

— O que acha de virem aqui amanhã? Podemos almoçar todos juntos. — Sugeriu.

— Claro, é uma boa ideia, acho que Frans vai ficar mais animado ao te ver.

— Certo, irei buscá-los á tarde! — Disse com convicção. — Boa noite, Sans!

— Boa noite, Pap.

O mais novo desligou a chamada, então Sans apenas colocou o telefone em sua base, voltando para o sofá. A ligação repentina do irmão o deixou mais feliz, era mais fácil seguir em frente quando via que se importavam com ele, e claro, com Frans. O esqueleto acabou deixando a televisão ligada num canal de culinária, porém não estava tão interessado. Suas orbes foram pesando cada vez mais, indicando que ele provavelmente entraria em um sono profundo a qualquer momento, e quando percebeu, elas já haviam se fechado.

Sans se mexeu um pouco, tentando achar uma posição mais confortável para dormir, porém ficou confuso ao sentir algo fofo sob si, não lembrava de seu sofá ser tão macio. Logo ouviu um ruído familiar, o mesmo som que escutava sempre que o vento batia contra as folhas das árvores. Logo abriu as orbes rapidamente, levantando-se, e ficando confuso ao perceber que se encontrava no começo de Snowdin, onde normalmente o vento era bem mais concentrado. Bateu as mãos nas roupas, retirando o excesso de neve que nelas se encontravam e foi andando, marcando a neve fofinha com suas pantufas.

Avistou a ponte com barras largas, que Papyrus havia montado para caso algum humano aparecesse. E pensar que Sans sabia da existência de um o tempo todo, mas nunca havia dito ao irmão, riu fraco com o pensamento. Soltou um suspiro pesado ao encontrar a enorme porta roxa de mármore á sua frente, aproximou-se da mesma, passeando com suas falanges sobre ela, sentindo a elevação dos detalhes. Lembrou-se da chave prateada que sempre carregava consigo, tateou os bolsos sorrindo ao encontrá-la, logo posicionou a mesma na fechadura, escutando a porta sendo destrancada.

Colocou a mão esquerda na porta, a empurrando, quando ela estava quase que aberta por inteiro, foi fechada brutamente na cara do esqueleto, que encarou a porta com uma expressão confusa. Tentou empurrar novamente, mas agora sentia que algo estava segurando a porta para que ela não fosse aberta, então voltou a forçar, mas mesmo assim, a grande porta roxa foi fechada de novo. Sans já estava ficando irritado, quem ou o quê estava fazendo isso? Aproximou-se da porta novamente.

Firmou os pés na neve. — Ei, quem está aí? — Voltou a empurrar a porta, que continuava sendo forçada. — Me deixe entrar! — Continuava empurrando ainda falhando na tentativa de abrir.

Ouviu uma respiração desregulada pela fresta da porta. — Saia daqui, Sans! — Uma voz gritou, com dificuldades por ainda estar forçando a maldita porta. — N-não quero que você me veja assim! — Ao reconhecer a voz, as mãos do esqueleto ficaram trêmulas por um momento, e sua força foi embora, fazendo a porta ser fechada em sua cara mais uma vez.

Aproximou-se, colocando as mãos no mármore enquanto sua alma pulsava desesperadamente dentro de seu corpo, suas pernas tremiam de uma maneira que ele nunca achou que seria possível. — F-frisk? — Murmurou. — É você que está aí? — Interrogou.

Ouviu a garota respirar fundo. — Sim, sou eu. — Disse baixo. — Mas vá embora, você não pode me ver desse jeito. — Murmurou com a voz trêmula.

— O quê? Por quê? — Cerrou o punho, batendo com o mesmo no mármore.

— Eu estou horrível, Sans! — Gritou. — Você sabe disso, você pode não ter me visto na maca, mas me viu no caixão, você viu o meu estado, viu como meu corpo estava! — Por sua voz já era perceptível que estava chorando. — Vai embora.

Sans sentia as lágrimas se formando em suas orbes, logo as enxugou. — Eu não vou embora, você não está horrível, Frisk! — Exclamou. — Está linda, como sempre foi. — Sua voz ficava cada vez mais baixa. — Por favor, me deixa entrar. — Murmurou.

A garota nada respondeu, o esqueleto empurrou a porta lentamente, ouvindo o choro da esposa ecoar pelas Ruínas e voltar como um tapa em sua face. Sentia sua alma se partindo em pedacinhos, odiava ver Frisk triste, quando isso acontecia era como se várias agulhas espetassem sua alma, era como se ela sangrasse, mesmo sabendo que este fato era impossível. Ao abrir a porta por completo, encontrou a garota ajoelhada no chão, com as mãos no rosto, soluçando.

Analisou atentamente a falecida esposa, sua pele antes morena se encontrava pálida, seus lábios estavam secos e rachados, sem um pingo de cor. Manchas arroxeadas em seus braços e pernas, seus cabelos estavam brancos como a neve de Snowdin, apesar de tudo ela continuava linda, não tinha como o mesmo pensar o contrário, era a garota que ele ama, ela sempre seria maravilhosa pra ele. O esqueleto agachou-se ao lado da garota, abraçando-a enquanto sentia as lágrimas da mesma molharem sua camiseta, apertou o abraço e sentiu os braços da mesma entrelaçarem-se a sua caixa torácica. O abraço dela era quente, aconchegante, do jeito que ele se lembrava, ele esperava não se soltar dali nunca.

Os braços de Frisk soltaram o esqueleto, então a mesma levou as mãos aos olhos, enxugando as lágrimas, logo voltando a encarar o marido, que a observava com atenção ainda sorrindo por revê-la. Os olhos da garota pousaram em Sans, que segurou o choro ao ver as Irís esbranquiçadas da garota, devido a doença. O esqueleto sentia as lágrimas escorrendo e Frisk arregalou os olhos, colocando as mãos nas extremidades da face de Sans, o puxando para mais perto e o dando um beijo rápido.

Se afastou sorrindo, ainda segurando o rosto do marido. — Não chore, okay? — Pediu, Sans assentiu, ainda com as lágrimas descendo. — Estou bem, não precisa ficar triste. — A garota enxugou as lágrimas do esqueleto, que sorriu fraco com o ato.

De repente, Sans ouviu o barulho das cachoeiras, as águas desaguando sabe se lá onde, logo levou um susto, dando um pulo pra trás, ao se ver cercado de Echo Flowers. As flores davam uma beleza esplêndida ao local, um brilho azulado emanava das plantas iluminando o local, o som da água era um calmante natural. O esqueleto logo pegou a esposa em seus braços, tentando correr para longe dali, mas a mesma não permitia.

— Frisk, você não pode ficar aqui! — Exclamou desesperado. — Se esqueceu? Essas flores... Elas... — Segurou o choro novamente. — Elas fizeram isso com você. — Murmurou.

Frisk acariciou o crânio de Sans. — Querido, já aconteceu, não se lembra? — Abraçou o marido, encostando a cabeça em seu peitoral. — Não tem mais nada que possa fazer, eu já estou doente, já morri...

— Por que estamos aqui? — Indagou, olhando em volta, com receio.

— Porque eu preciso explicar uma coisa. — Frisk soltou-se do abraço, sentando-se na beira do lago, molhando seus pés na água, bateu com a mão na grama, pedindo para que Sans se sentasse junto a ela.

Seus cabelos brancos balançavam com o vento, e seus pés se moviam lentamente sobre a água, ela encarava a cachoeira, como se não se importasse com mais nada a sua volta.

— Me desculpe. — Murmurou.

— Pelo o quê?

— Por não te deixar entrar.

— Não foi você, foram os médicos, você sabe, algumas pessoas ainda tem preconceito com os monstros. — Colocou os pés na água. — Nada de novo.

— Não, não foram. — Frisk suspirou, como se tivesse acabado de tirar um peso enorme de suas costas. — Eu pedi pra que não te deixassem entrar, eu, não suportava a ideia de que você me visse daquele jeito! — Logo voltou a chorar novamente. — Eu estava horrível, meus cabelos estavam perdendo a cor, indo pra um branco tão claro que podia cegar, minha pele ganhava um tom de roxo á mais, a cada dia, e minhas irís pareciam se camuflar com minha esclera de tão brancas que estavam ficando! — Encarou o marido, que ainda tentava processar a informação.

— Frisk, eu... — Foi interrompido.

— 3 dias antes da minha morte, um dos médicos veio no meu quarto. — Suspirou. — Me disseram que eu estava com a “Doença dos Olhos Brancos”, nome que haviam dado ao vírus pelo simples fato dele embranquecer minhas Irís, assim como meus cabelos. O mesmo aconteceu com Chara, infelizmente nossas almas estavam interligadas, já que eram a mesma. — Voltou a encarar a água, cabisbaixa. — Então eu descobri que a coisa que eu mais adorava, foi a minha perdição. Quem iria imaginar que flores tão lindas deixariam sequelas tão feias?

— Isso foi culpa minha, eu não devia ter te mostrado as flores. — Sans levou as mãos ao crânio, abaixando-o. — Você está morta, e a culpa é minha.

Frisk o encarou séria. — Nunca mais diga que você foi o culpado por isso. — Repreendeu-o, franzindo o cenho. — A única coisa que você teve culpa foi de ter me feito feliz todo esse tempo que estivemos juntos. — Colocou a mão sobre a dele. — Você só me trouxe felicidade, tínhamos nossa casa, o Frans, nossos amigos e família, tudo era perfeito. Sei o quanto nosso filho está devastado com tudo isso, mas ele vai melhorar, você só precisa ter paciência, Frans é um menino difícil. — Sorriu. — Sinto falta dos meus garotos.

— Eu também sinto a sua.

— Continuarei te atormentando nos seus sonhos, pode ter certeza. — Riu fraco.

— Isso é tipo, um meio de comunicação entre a gente? — Indagou.

— Pode se chamar assim, só quero que me conte como as coisas estão. — Voltou a encarar o lago. — Agora, é melhor você acordar e ir deitar na cama, é mais confortável.

— Não tanto quanto quando você estava comigo nela. — Murmurou.

— Eu tô sempre contigo, Sans. — Sorriu, agarrando as mãos do marido. — Só que você não me vê. — Soltou as mãos do esqueleto, tirando do pescoço seu colar, que era a metade que completava a de Sans. — Sempre com você. — Colocou o colar na mão de Sans, fechando-a. Sorriu para o mesmo. — Te vejo depois. — Aproximou-se, beijando-o novamente.

Sans abriu as orbes, surpreso. Havia acordado, mas estranhou ao perceber que dormia em frente a mesma porta de mármore roxa. O que era engraçado, pois há minutos atrás estava deitado em seu sofá. Sentiu novamente a neve fofa sob si, e percebeu que em sua mão, estava o colar de Frisk.


Notas Finais


A FANFIC COMPLETA UM ANO HOJE! UHUUUUUUUUUUUU

Quis fazer esse especial pra comemorar, e agradecer a todos que favoritaram e comentaram nessa fanfic!
Pra quem queria saber como a Frisk morreu, eu expliquei. Eu tinha falado que era velhice, porém usei a mesma jogada do Sans quando mentiu pro Frans, a Frisk tava com cabelos brancos, mas não era velhice. Então todos os comentários onde ue respondi que era velhice, já consertei. E lembrando que essa doença é fictícia, kay?

Irís > parte colorida do olho
Esclera > parte branca do olho

A doença dos olhos brancos basicamente vai matando a pessoas aos poucos, e nesse processo a irís e os cabelos da pessoa infectada vão perdendo a cor e ficando esbranquiçados. Além da pele ficar com algumas manchas roxas, a pessoa vai enfraquecendo e perdendo sua imunidade, o que faz com que ela pegue doenças mais facilmente, inclusive as mortais.

Só queria dizer que Chara também acabou morrendo, já que como vocês sabem, ela tinha metade da alma de Frisk, que estavam interligadas.

Obrigada, ~FransForeverOfc por me lembrar do aniversário de ADP!

espero que tenham gostado! <3

ah, e eu ainda escrevo Frans, galera! Então estarei deixando o link da tag Underspirit pra vocês acessarem e verem todas as fanfics Frans que eu posto e estou postando.

como eu disse, criei uma tag justamente pra deixar minhas histórias, então se você acessar a tag Underspirit,
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