História Através da Porta - Capítulo 7: Eu disse que viria! Se esqueceu?

— Frisk? Quem está na port-...? — Sans disse descendo as escadas, e parando de falar imediatamente quando percebeu de quem se tratava. — S-sarah? O que você tá fazendo aqui? — Completou Sans.

Papyrus desceu as escadas, logo sendo encarado por um olhar quase que mortal de Sarah, então ele havia entendido o recado. 

— VEM FRISK, VAMOS SUBIR, ELES TEM QUE CONVERSAR Á SÓS. — Papyrus sussurrou para Frisk pegando em sua mão a levando para o quarto de cima e fechando a porta. 

— Papyrus, quem é ela? — Frisk indagou. 

— ELA É A... 

[...]

— Entra... — Sans disse abrindo um pouco mais a porta e dando espaço para Sarah passar. 

— Quem é a garota? — Sarah disse com uma feição de quem estava um pouco desconfortável. 

— Uh? Ah. Frisk. É uma amiga, ela estava passando a noite aqui. — Sans disse se sentando ao lado de Sarah. 

— É só eu sair um pouquinho, que você já começa a trazer garotas pra cá? Esperava mais de você. — Sarah disse irônica, então cruzou os braços. 

— Dois anos não é um pouquinho! Achei que você nem fosse mais voltar!  

— Você nem ficou surpreso com a minha chegada! 

— Claro que fiquei! eu não sabia que você viria! 

— Eu disse que viria! Se esqueceu? E além do mais, eu pedi a Papyrus pra te avisar ontem! 

— Ele não me disse nada. — Sarah bufou. 

— Você no mínimo deveria ter se lembrado! Sans eu sou a sua... 

[...]

— Namorada? Eu não sabia que Sans namorava, ele nunca me contou. 

— ELES JÁ NAMORAM HÁ 3 ANOS. MAS SARAH FOI PASSAR UM TEMPO EM UMA PARTE DISTANTE DE HOTLAND, Á TRABALHO. 

— Entendi... Acho que ela não gostou muito de mim. 

— POR QUE VOCÊ ACHA ISSO? 

— Quando eu fui atender a porta, ela me olhou estranho... — Frisk disse pensativa. 

— DEVE SER IMPRESSÃO SUA FRISK! VOCÊ É MUITO LEGAL, TODOS DEVEM GOSTAR DE VOCÊ! — Papyrus sorriu pra Frisk que retribuiu. 

— Obrigada Papyrus, você acha que já podemos descer agora? Estou com um pouco de fome. — Frisk disse fazendo uma careta que fez Papyrus rir. 

— NYEHEHEHE! ACHO QUE SIM HUMANA, MELHOR DESCERMOS, CAFÉ DA MANHÃ É UMA REFEIÇÃO IMPORTANTE! — Papyrus disse se levantando e abrindo a porta. Os dois desceram as escadas, Sans estava na cozinha e Sarah estava sentada no sofá. 

Frisk estava descendo as escadas e parou antes de chegar ao fim, colocando uma das mãos em seus olhos. 

— FRISK? VOCÊ ESTÁ BEM? — Papyrus indagou. 

— Estou sim. É só uma tontura. Já vai pass-... — Frisk desmaiou, Papyrus a segurou no colo, e Sans veio correndo da cozinha. 

— Sério isso? Agora? No meio da escada? — Frisk bufou. 

— Oi pra você também, Frisk! — A voz disse irônica. 

— O que você quer de mim? 

— Você viu como aquela Sarah olhou pra você? Melhor você matá-la antes que ela o faça! 

— Eu já disse, não sou assim! Não vou matar ninguém! 

— Eu sei que no fundo você tá morrendo de raiva Frisk! Coloca pra fora! Enquanto você crava uma faca no pescoço daquela vadia! 

— Eu não vou fazer isso! Ela deve ser muito importante pra ele, imagine como ele ficaria se acontecesse algo com ela? Eu nunca machucaria ninguém! Ainda mais por ciúmes inexistentes!

[...]

Enquanto Frisk conversava com a voz que a fazia desmaiar quase sempre, Sans e Papyrus estavam muito preocupados com a garota. Sarah estava irritada, achava que Frisk estava fingindo, apenas para que Sans ficasse perto da mesma. Papyrus não estava entendendo absolutamente nada, Frisk parecia muito bem, e do nada aquilo aconteceu.

Sans estava muito preocupado com a garota, não era a primeira vez que aquilo ocorria, e isso era muito estranho. Ele tinha medo de que a menina acordasse assustada novamente, ela poderia acabar desenvolvendo um trauma ou algo assim. Seja lá o que estivesse acontecendo com Frisk, ele estava determinado a descobrir e acabar com isso para que a morena ficasse em paz. 

— Não acredito que ela desmaiou de novo. — Sans disse levando Frisk ao sofá e deitando a mesma nele.

— COMO ASSIM, DE NOVO? — Papyrus indagou. 

— Oh, então acontece com frequência? — Sarah disse sarcástica. 

— É sério Sarah, ela desmaiou de verdade. — Sans disse sério.

— Vocês tão mesmo caindo nessa? E se ela estiver fingindo? — Perguntou. 

— Olha Sarah, você acabou de chegar de viagem, por que não vai dar uma volta? Depois te encontro para conversarmos melhor. 

— Tá certo, desculpa. — Sarah bufou, e saiu batendo a porta.

[...]

— Vamos lá Frisk! Faça! — A voz implorou. 

— Já disse que não! Como você é insistente! 

— Já disse que não vou desistir tão fácil! 

— Bom,se não se importa, eu quero acordar, eles devem estar preocupados! 

— Lembre se! Nenhuma palavra sobre isso! Se não vou tornar da sua vida, meu inferno pessoal. — A voz disse indo embora, e Frisk acordou. 

— FRISK VOCÊ FINALMENTE ACORDOU! — Papyrus disse dando um abraço apertado em Frisk, fazendo Sans ficar um pouco incomodado. 

— Você nos deixou muito preocupados, você tá bem? 

— Tô sim, foi só um desmaio. — Frisk disse sorrindo.

— Você sonhou com alguma coisa? 

— N-não. 

— BOM FRISK, SANS TEM QUE SAIR COM SARAH, O QUE ACHA DE SAIRMOS JUNTOS PARA A CASA DE UMA AMIGA? — Papyrus indagou. 

— Oh, claro Papyrus! — Frisk respondeu animada, estava um pouco chateada por não poder passar mais tempo com Sans agora que sua namorada havia voltado, mas ignorou. 

— NYEHEHEHE! VOU LÁ EM CIMA RAPIDINHO E JÁ VOLTO! — Papyrus disse e subiu as escadas indo em direção ao seu quarto, deixando Sans e Frisk sozinhos.

— Olha Sans, eu vou ficar na pousada antes de continuar a caminhada até o castelo! Sei que sua namorada se sente desconfortável com minha presença aqui. — Frisk disse encarando Sans. 

— Não, não tem problema! Pode ficar aqui! afinal, fui eu que te convidei. 

— Não Sans, ela tá certa, eu quero passar um tempo a sós com você! Ela pode ficar na pousada, não é Frisk? - Sarah entrou, ela havia escutado a conversa entre Sans e Frisk, encarou a morena com um sorriso fraco. 

— Ok. Quando voltar da casa da amiga do Papyrus eu passo aqui pra pegar as minhas coisas. — Frisk disse sorrindo e se levantando, enquanto Papyrus descia as escadas.

— FRISK? ESTÁ PRONTA? VAMOS LÁ! 

— Vamos! Tchau pessoal! — Frisk disse acenando antes de sair da casa com Papyrus. 

[...]

Depois de algum tempo andando, Frisk e Papyrus finalmente chegaram a tal casa da amiga. Bateram na porta, e quem atendeu a porta não era ninguém menos que Undyne. Ela não estava feliz em ver a garota, mas forçou um sorriso apenas para agradar Papyrus. Depois que entraram Papyrus inventou uma desculpa para sair e deixou as duas sozinhas.

— Agora que Papyrus não está aqui, posso finalmente dizer. O que diabos você tá fazendo aqui? Veio se gabar pela minha derrota? 

— Não, nada disso! Quero que possamos ser amigas! — Sorriu. 

— Eu? Amiga de uma humana, nem em sonho! 

— Então... Você está com medo de ser minha amiga? — Frisk disse travessa, pelo que Papyrus havia contado, Undyne odiava ser desafiada. 

— Eu, medo de uma mera humana? Vou te mostrar o verdadeiro poder da amizade, Punk! Seremos tão amigas que seremos, super melhores amigas! 

[...]

Depois de uma longa discussão, Undyne e Frisk acabaram se entendo, era engraçado como ficaram tão próximas em só algumas horas.

— Você parece meio tensa, Frisk. Aconteceu alguma coisa? — Undyne perguntou bebericando seu chá enquanto Frisk fazia o mesmo. 

— Só uma situação chata, você não vai se interessar por essa bobagem. 

— Pode me contar! Eu sou bem compreensiva, embora não pareça! — Undyne disse sorrindo. 

— Bom, Sans e eu somos amigos há muito tempo, dez anos pra ser exata. E bom, eu estou querendo doar minha alma, para que Asgore quebre a barreira. 

— Oh, sério? Por que não me disse! Eu tentei te atacar, achei que você iria matar Asgore! 

— Não se preocupe! — Frisk disse rindo. — Acho que todos aqui no Subsolo tentaram me atacar pelo menos uma vez! Enfim... Sans não queria que eu fosse agora, então disse para eu ficar em sua casa. Só que, a namorada dele chegou, e ela foi extremamente rude! Então eu decidi ficar na pousada pelo menos por enquanto. Eu estava comentando com Sans, e ele pediu para que eu ficasse, mas ela meio que se intrometeu na nossa conversa. Então vou ficar na pousada até eu voltar minha jornada para o Castelo! 

— COMO ASSIM VOCÊ VAI FICAR NA POUSADA? E VAI DOAR SUA ALMA PRA ASGORE? — Papyrus estava ouvindo pela janela, Frisk se assustou, mas se recompôs.  

— Sim, Papyrus. A coisa da alma, já era decidida desde que eu saí das ruínas! Sobre a pousada, bem, a Sarah não estava se sentindo confortável com a minha presença, então me pediu pra sair de lá. 

— Eu não entendo como alguém pode ser rude com uma pessoa legal como você, Punk! 

— Obrigada Undyne! Ela deve ser legal, só começamos com o pé esquerdo! Bom tenho que ir, está ficando tarde e ainda tenho que pegar as minhas coisas antes de ir pra pousada! Até mais Undyne! — Frisk disse e saiu logo em seguida junto a Papyrus. Quando chegaram a casa, não encontraram Sans nem Sarah, melhor assim, pois Frisk queria evitar qualquer tipo de confusão, ela pegou suas coisas se despediu de Papyrus, e foi em direção a pousada.

Frisk pagou sua estadia, entrou em seu quarto, e ficou deitada na cama, folheando o livro que havia encontrado na casa de Toriel. Estava com saudades da guardiã, então resolveu ligar para a mesma, mas ninguém atendeu. Talvez ela ainda estivesse zangada com Frisk. Como a garota estava entediada, resolveu sair para dar uma volta.

Frisk decidiu visitar o local das EchoFlowers. Ela ficou brincando com as mesmas, correu, pulou, brincou com a água,e  se cansou. Depois de um tempo, decidiu voltar á porta das Ruínas. Mas estava trancada. Sua única escolha, era voltar para a pousada para descansar, até que ouviu um barulhos de galho, e alguns passos. Ela então avistou uma silhueta nas sombras, não podia distinguir quem era, por estar muito escuro.

— Oh, uma humana! Graças á Deus!