História Através da Porta - Capítulo 13: Nunca estive melhor.

Depois do momento constrangedor que Josh e Frisk passaram, os dois decidiram dormir, já estava um pouco tarde. Frisk se perguntava, se o que ela e Josh tinham significava alguma coisa. Tanto pra ele quanto pra ela. As luzes apagadas, e um silêncio pairava, o que era estranho, pois nenhum dos dois estava dormindo. Isso os deixava incomodados. 

— Josh? — Frisk chamou.

— Oi? — Josh disse virando-se, ficando frente a frente com Frisk. 

— Isso, que aconteceu... Significou alguma coisa pra você? — Perguntou tímida. Então Josh deu um sorriso de lado, fechando os olhos por um momento, puxando o queixo de Frisk para si, dando na garota um beijo longo e molhado. 

— Isso responde sua pergunta? — Ele indagou, se afastando da mesma, sorrindo. 

— Ainda não entendi... Pode me explicar de novo? — A garota questionou. 

— Quantas vezes quiser.

[...]

Depois do ocorrido, Sans acabou adormecendo apoiado em Papyrus, então ele levou seu irmão no colo para a casa, acompanhado de seus amigos, chegando lá Papyrus subiu as escadas, deixando Sans em seu quarto, e descendo novamente. Enquanto Mettaton, Alphys e Undyne esperavam sentadas no sofá. 

— Vamos lá, quero teorias, por que Sans estava tão mal? — Undyne interrogou, se apoiando no braço do sofá.

— Eu não sei, mas ele parecia estar sofrendo muito, eu nunca tinha visto Sans chorar. — Mettaton comentou, com uma feição um pouco triste.

— ELE NÃO ME FALOU NADA SOBRE ALGO QUE O FIZESSE SE SENTIR MAL, ENTÃO EU NÃO SEI! — Papyrus disse. 

— Ok pessoal. Vamos analisar! O que aconteceu antes de Sans ter ficado estressado e emotivo? — Alphys perguntou, levantando-se. 

— Bom, primeiro descobrimos que Sarah havia derramado bebida no vestido de Frisk. — Undyne falou. 

— Depois, Papyrus ficou zangado, e fomos visitar Frisk. — Mettaton disse. 

— DEPOIS NÓS VOLTAMOS E METTATON CONTOU QUE VIMOS FRISK E JOSH NUM MOMENTO MUITO ÍNTIMO. E FOI AI QUE ELE SIMPLESMENTE SUMIU, E DEPOIS O ENCONTRAMOS, MUITO BRAVO. — Papyrus cruzou os braços, sem perceber que estava sendo específico demais. 

— Agora, vamos pensar. Em que situação, nós ficamos estressados, emotivos e evitamos ao máximo falar sobre, pois não queremos que ninguém descubra? — Alphys disse, com um sorriso de canto no rosto. 

— O quê? — Todos disseram em uníssono, o que fez Alphys bater em sua testa, por seus amigos não perceberem o quão óbvio era o que estava acontecendo. 

— Gente! Vocês não perceberam? Sans est-... — Alphys foi interrompida por uma voz grave vinda da escada. 

— Apaixonado pela Frisk. — Sans suspirou, fazendo todos olharem para o mesmo. 

[...]

Já era de manhã, Frisk acordou cedo, e não encontrou Josh na cama, o que achou muito estranho, até encontrar um bilhete. O que a fez sorrir. 

"Bom dia, Frisk! Bem, vou passar o dia fora hoje! Não se preocupe, eu sei me virar! Te vejo a noite! — Josh." 

Frisk sorriu, e levantou-se animada. Ela iria passar o dia com Sans, há muito tempo não faziam algo juntos, entre amigos. Então iria ser divertido. Ela entrou no chuveiro, tomando um banho rápido. Ela queria ir cedo para a casa dos irmãos esqueleto, pois queria passar um de seus últimos dias com Sans, eles ficariam por mais alguns dias antes de seguir rumo ao castelo de Asgore, então ela queria aproveitar. Quando Frisk saiu do chuveiro, se vestiu rapidamente, arrumou seu cabelo e foi em direção a porta. E quando abriu, se deparou com Sans que estava prestes a bater.

— Heya Frisk! — Sans sorriu. Sendo recebido por um abraço caloroso de Frisk, que o deixou corado. 

— Oi Sans! Eu já estava indo te procurar na sua casa! — Frisk disse rindo. 

— Bem, parece que eu fui mais rápido, heh. Pra onde quer ir primeiro? — Sans indagou estendendo a mão para a garota.

— Tem certeza de que não sabe? — Frisk murmurou travessa. Sans sorriu, piscando uma de suas órbitas para Frisk, e os teleportando, para Waterfall, pois era lá que as EchoFlowers ficavam, e a garota amava ir lá.

Ao chegarem, os olhos de Frisk foram tomados por um brilho inexplicável. Ela não sabia o porquê, mas ela gostava muito daquelas flores, a faziam se sentir bem. A garota brincava alegremente com as flores, como uma criança. E Sans apenas observava, ver Frisk feliz o deixava bem. E mesmo que Frisk não gostasse dele do mesmo jeito que ele gostava dela, se ele tivesse uma pequena chance de fazer Frisk sorrir, ele nem pensava, apenas ia lá e o fazia. A morena se deitou no meio das EchoFlowers olhando para o teto, e batendo com a mão em seu lado para que Sans se deitasse ali também. 

— Vou sentir saudades disso. — Frisk disse sorrindo. 

— Por que você vai? poderia ficar aqui, vivendo uma vida normal, com todos os seus amigos. Estamos aqui a tanto tempo, ninguém está com pressa pra sair! Um dia sairemos, tenho fé nisso, mas não precisa ser você que vai nos libertar. — Sans murmurou virando-se para Frisk, colocando sua mão por cima da dela. 

— Eu sei! Mas eu quero fazer isso, por vocês! Sabe, embora metade de vocês já terem tentado me matar pelo menos uma vez... — Frisk riu. — Vocês foram muito legais comigo! Eu quero retribuir! — Ela encarou o esqueleto. 

— Mas, existem tantas maneiras de retribuir, por que suicídio seria uma delas? 

— Por que eu sei o quanto vocês esperaram pra poder sair daqui, e ainda não conseguiram...  

[...]

Depois de um tempo andando e conversando por Snowdin, Sans e Frisk pararam em um tipo de banco e se sentaram. 

— Bom, como temos poucos dias juntos antes que você... Enfim! Vamos fazer um jogo, me pergunte qualquer coisa, qualquer coisa mesmo! — Riu. — Eu responderei e te perguntarei algo também, a gente se conhece bastante, mas não tanto quanto deveríamos. — Sans disse virando-se para Frisk. 

— Hum, entendi! — Frisk sorriu. 

— Pode perguntar qualquer coisa!

— Qualquer coisa? Mesmo? 

— Yep. 

— Ok... Deixa eu ver. Você e Sarah já... Você sabe! — Frisk disse rindo, corada, embora no fundo estivesse curiosa com essa questão, e queria se aprofundar sobre, pois sentia que estava ficando próxima de Josh, e queria ficar ainda mais antes de irem até a barreira. 

— Onde você quer chegar com isso? — Sans riu. 

— Você disse que eu podia perguntar qualquer coisa! — Frisk cruzou os braços. 

— Ok... Sim. — Ele disse monótono, Frisk não entendia muito bem o porquê, mas ela se sentiu um pouco incomodada com a resposta. 

— Ok! Agora vem a pergunta de verdade! Como funcionou isso? Tipo, sabe... Você é um esqueleto, ela também... — Frisk disse arqueando um sobrancelha. 

— Frisk, todos os monstros são feitos de mágica. Algumas coisas também são... Minha vez, você sen-... — Sans se interrompeu ao pegar o celular, lembrou-se de algo, suspirando. — Bem, quer comer alguma coisa? Já está ficando tarde. Tenho que te levar de volta. — Sans indagou ao se levantar. 

— Me levar de volta? Mas eu sei ir sozinha, Sans! — Ela riu. 

— Você vai ver o porquê. — Ele estendeu a mão para a garota, que a agarrou instantaneamente. 

Então, eles foram ao Grillby e pediram o mesmo que sempre pediam quando foram juntos. Eles conversaram durante um tempo. Mas Sans tinha que levá-la de volta. Então os teleportou para a pousada MTT. Deixando Frisk em frente a porta do seu quarto. 

— Bem, está entregue. Pense bem no que vai dizer lá dentro. — Sans disse piscando uma de suas órbitas. 

— Como assim? — Frisk virou-se para Sans, mas o mesmo havia ido embora. 

Frisk adentrou o quarto, estava tudo escuro, então ela ligou as luzes. Josh disse que estaria em casa á noite, ela estranhou ele ainda não ter voltado. Então sentiu uma mão em seu ombro. 

— Ah, oi Josh! Eu não te vi. — Frisk riu fraco pelo susto. 

— Frisk, olha, eu sei que não nos conhecemos há muito tempo... E também sei, que você não vai continuar por muito tempo aqui... Mas, quer fazer esse pouco tempo que nos resta juntos, ser especial pra mim? — Ele se ajoelhou a frente de Frisk, estendendo uma caixinha, o que deixou a mesma surpresa. — Quer passar esses últimos dias comigo? — Perguntou sorrindo. Frisk abaixou, para ficar da altura de Josh, colocando a mão no rosto do mesmo, o acariciando. Beijando sua bochecha em seguida. Enquanto o mesmo colocava o anel em seu dedo. 

— Isso responde a sua pergunta? — Ela questionou, sorrindo. — A propósito, onde conseguiu esse anel? Não sabia que vendiam anéis aqui. — Frisk disse olhando para o anel em sua mão. 

— Digamos que... Um cara com uma jaqueta azul me ajudou. — Josh piscou para Frisk.

[...]

[UM DIA ANTES] 

Sans estava pegando um pouco de bebida para Sarah, quando sentiu uma mão em seu ombro. 

— Uh? Ah, oi Josh. 

— Sans, sei que não nos conhecemos direito, mas preciso da sua ajuda. 

— Que tipo de ajuda? 

— Sei que você e Frisk são amigos há muito tempo, e eu realmente, gosto muito dela... Embora não a conheça há tanto tempo... — Coçou a nuca, desviando o olhar. — Quero pedi-la em namoro. Mas preciso que alguém a distraia, enquanto eu arrumo tudo... Você pode me ajudar? — Josh interrogou sorrindo. Saber que Josh iria pedi-la em namoro, o deixou um pouco frustrado. Mas ele queria que Frisk fosse feliz nesse pouco tempo em que ainda estaria no Subsolo, e se não seria com ele, talvez poderia ser com Josh. 

— Claro, pode deixar. — Sans sorriu.  

[...]

— Sim, mas nós chegamos num momento muito íntimo... — Mettaton pensou alto, tapando a boca em seguida. 

— Como assim, íntimo? — Alphys indagou, Mettaton soltou um suspiro. 

— Bem, não contem pra Frisk que eu disse isso, mas... Ela estava só de roupa íntima e uma camiseta, e a boca de Josh estava cheia de batom. — Sussurrou. 

— NEM DAVA PRA PERCEBER O BATOM, É QUE O METTATON É MUITO OBSERVADOR COM ESSAS COISAS... — Papyrus disse revirando as órbitas. 

[...]

— VOCÊ GOSTA DA HUMANA? — Papyrus disse indo até Sans. 

— Eu sabia! — Alphys comemorou. 

— Oh querido, temos que contar isso pra ela agora! — Mettaton foi em direção a porta. E quando ele a abriu, a porta se fechou na mesma hora, todos olharam para Sans que estava com uma de suas órbitas azul. 

— Não. Ela não pode saber. — Sans disse frio. 

— Mas, por quê? - Undyne perguntou. 

— Josh vai pedi-la em namoro. — Suspirou. E eu disse que ajudaria, não vou estragar isso. 

— Mas Sans, você já parou pra pensar na possibilidade dela também gostar de você? — Alphys questionou, chegando perto de Sans e Papyrus. 

— Não, ela não gosta de mim. E ela não vai saber que eu gosto dela, não quero assustá-la. Não vou estragar nossa amizade contando isso. — Sans respirou fundo. Enquanto todos olhavam para ele, cabisbaixos. 

[...]

Sans voltou a sua casa, Papyrus, Mettaton, Undyne e Alphys, estavam o esperando sentados no sofá. 

— COMO FOI? — Papyrus indagou. 

— A essa altura, ele já deve ter feito o pedido. 

— Oh Sans... — Mettaton murmurou chegando perto do mesmo. — Você está bem, querido? — Mettaton disse se abaixando á frente de Sans, o esqueleto se afastou. 

— Nunca estive melhor. — Sans deu um mínimo sorriso, e foi em direção ao seu quarto, fechando a porta.