História Através da Porta - Capítulo 42: Nada de Ketchup.

Saiu correndo pelo quarto, a procura de um sapato, em poucos minutos ele viria busca-la e ela não estava pronta. Pegou um par de sapatilhas amarelas, e desceu até a cozinha, tirando do forno os Muffin’s que acabara de preparar. Voltou ao quarto, pegando coisas básicas, como celular, chaves e um agasalho, guardando-os dentro da bolsa. Aproveitou-se do tempo que ainda lhe restava, preparando um recheio simples, e confeitando seus Muffin’s recém assados, logo ouviu o barulho da campainha, ficou impressionada com o tanto que pode fazer antes de sair. Foi até a porta, abrindo-a, e cumprimentando Grillby, o convidando para entrar.

— Pronta pra ir? Podemos dar uma volta antes, a reserva é pra daqui a meia hora. — Disse sem jeito, coçando a nuca.

— Claro, só vou pegar minha bolsa lá em cima. — Disse sorrindo, e subindo as escadas apressadamente.

Vasculhou pelo quarto, a procura da bolsa, que se encontrava em cima de sua cama, revisou para ver se não havia esquecido algo, e desceu as escadas rapidamente, encarando Grillby com um sorriso tímido.

— Vamos? — Questionou estendendo a mão para Muffet.

— Vamos. — Disse pegando na mão do mesmo, enquanto esse a guiava até a porta, Muffet trancou tudo, e os dois foram andando e conversando durante o caminho.

[...]

— Ah, eu não sei... Ele não parece ser o tipo de pessoa que gostaria de ganhar isso... — Frisk disse ao telefone, enquanto estava jogada na cama encarando o teto.

— Qual é Frisk! Aquela jaqueta já é velha! Tá na hora dele usar algo novo! — Mettaton respondeu do outro lado da linha.

— Ah, eu gosto da jaqueta... — Murmurou sem jeito, sorrindo, embora Mettaton não pudesse ver. — É a jaqueta favorita dele, não sei se ele vai querer trocar...

— Então o que você vai comprar? — Mettaton abriu a porta do quarto da garota inesperadamente, assustando-a.

— Como você chegou aqui tão ráp-...? — Dizia mas foi interrompida, então encerrou a ligação.

— Isso não importa, só me diga, o que tem em mente? — Questionou, sentando-se de frente para a amiga.

— Hum... Ketchup? — Disse e Mettaton bateu a mão contra a testa.

— Pelo amor de Deus, Frisk! Vamos, vamos comprar algo, você vai ter várias opções! — Disse puxando a garota, descendo as escadas. — Toriel, querida! Vamos sair! — Gritou enquanto saía pela porta, arrastando Frisk.

— Não demorem! — Toriel respondeu da cozinha. Então os dois entraram no carro, e foram olhar algumas lojas, em busca do presente perfeito.

[...]

Grillby e Muffet estavam andando em direção ao restaurante, depois de passarem um tempo caminhando e conversando, tinham que ir, a reserva era para daqui a alguns minutos, e não queriam se atrasar. Começaram a caminhar apressadamente, enquanto conversavam e riam, até finalmente chegarem ao restaurante. Os dois adentraram o local, e foram dirigidos até sua mesa, onde voltaram a conversar novamente.

— Eu sei que te chamei aqui, pra falarmos sobre o trabalho... Mas tenho que ser sincero com você... — Grillby disse nervoso.

— Pode dizer. — Muffet deu um sorriso acolhedor. 

— A coisa do trabalho, era uma desculpa, pra te chamar pra sair. — Disse rindo fraco, acompanhado por Muffet.

— Não precisava inventar desculpas! Se tivesse me chamado, eu teria aceitado na hora! — Exclamou, logo em seguida, parando de falar, e corando pelo que disse, o que fez Grillby rir.

— Fico feliz em ouvir isso. — Sorriu, em seguida chamando o garçom que viera anotar seus pedidos, depois de pedirem, o mesmo se afastou, indo levar os pedidos até a cozinha, Grillby e Muffet voltaram a conversar novamente.

Depois de um tempo, o garçom se aproximara com os pedidos, colocando-os a mesa, e sorrindo, saindo em seguida, os dois voltaram sua atenção para os pratos na mesa, comendo um pouco e voltando a conversar, revezando entre essas ações.

[...]

— Ainda acho que devíamos comprar um vidro de Ketchup... — Frisk disse, enquanto Mettaton estendia vários tipos de jaquetas diferentes em direção a Frisk.

— Tenha um pouco de criatividade, querida! — Mettaton procurava em meio a uma pilha de roupas. — Que tal essa? — Perguntou, estendendo uma jaqueta preta e vermelha para a garota.

— Ela é meio... Medonha. — Frisk disse analisando bem a veste.

— Tudo bem... — Suspirou. — Vamos em outra loja! — Mettaton saiu puxando Frisk.

— Outra loja!? — Choramingou.

— Sim, Frisk, outra loja. — Revirou os olhos, enquanto adentravam a loja á frente, Frisk se deu por vencida, aceitando seu destino. Sabia que Mettaton não desistiria tão fácil, e não havia nada que ela pudesse fazer.

— Tive uma ideia! — Frisk disse animada, soltando-se.

— Qual é?

— Que tal nós comprarmos presentes para os outros primeiro, e deixamos o do Sans por último? Assim terei mais tempo pra pensar no que comprar, e não vou ficar enrolando em uma loja. E aliás, vai dizer que você veio aqui só pra me ajudar a comprar um presente pro Sans, aposto que você quer comprar algo pro Papyrus! — Disse encarando-a, e sorrindo de lado vitoriosa.

— Certo... Você me pegou! Tudo bem! Mas depois que comprarmos, você vai comprar algo pro Sans, nada de Ketchup, entendeu? — Disse autoritário e Frisk bufou.

— Entendi...

Então os dois adentraram a loja, e ficaram procurando o que dar de presente para seus amigos e familiares, depois de uma longa procura, finalmente compraram o presente de todos.

Um livro com 201 curiosidades sobre Caracóis e Lesmas para Toriel.
Uma caixa de bombons enorme para Chara.
Sementes novas, para Asgore cultivar seu novo jardim.
Alguns materiais de desenho para Asriel.
Uma edição especial de animes para Alphys.
Uma espada de enfeite para Undyne, que elas torciam mentalmente para a mesma não usar para outros fins, a não ser decorar.
Um avental de cozinha para Papyrus onde no mesmo havia escrito “Beije o cozinheiro.”, aquela frase nunca perderia o sentido, pois sabiam que Mettaton o faria.
Um fone de ouvido novo para Napstablook.
Formas de bolinho novas para Muffet, era irônico pois as forminhas tinham o formato de aranhas.
Frascos químicos para Gaster reabastecer seu estoque no laboratório.
Um jogo caríssimo de taças e copos, para Grillby.

— Certo, já decidiu o que comprar pro Sans? — Mettaton questionou.

— Sim. — Disse sorrindo confiante.

— Antes de irmos, te comprei uma coisa. — Disse estendendo uma caixa para Frisk. — Feliz natal, querida! — Disse animado, esperando a mesma abrir o pacote.

— Isso é engraçado, também comprei algo pra você! — Frisk disse rindo fraco, estendendo outra caixa para Mettaton. — Feliz natal, espero que goste. — Disse sorrindo.

Frisk abriu a caixa que ganhara de Mettaton, onde dentro se encontrava um moletom. Idêntico ao que usava sempre, com a diferença de que era vermelho, com duas listras verdes.

— É pra você usar na festa de natal, e combinar com a árvore. — Brincou Mettaton.

Logo em seguida, abriu a caixa que Frisk havia lhe dado, se deparando com um par de botas longas, com saltos. Elas tinham uma cor de rosa bem chamativa, e algumas partes em Glitter.

— É pra você usar, em qualquer lugar! — Frisk disse rindo, abraçando o amigo.

— E então? Vamos?

Era hora de comprar o presente de Sans, e ela já tinha em mente o que daria.

[...]

Os dois estavam conversando, já haviam terminado suas refeições, e já era tarde. Eles estavam impressionados. Como passaram tanto tempo em um restaurante? Já eram quase nove horas da noite, e o estabelecimento estava prestes a fechar, não era mentira quando diziam que, quando estamos com alguém que gostamos muito, o tempo passa depressa, e como passa! Agradeceram aos últimos funcionários que restavam no local, logo em seguida saindo do restaurante, estavam tão distraídos conversando, que nem perceberam que não desentrelaçaram suas mãos por um mísero segundo.

Decidiram caminhar no parque, antes de voltarem para suas casas. Enquanto andavam, perceberam uma cena fofa, Sans e Frisk, abraçados observando o céu escuro. Quem imaginaria que a criança que caíra no Subsolo a quase onze anos atrás, conquistaria o coração daquele esqueleto preguiçoso? Muffet riu com o pensamento, e os dois voltaram a andar, sem dizer uma só palavra, apenas aproveitando aquele momento. Embora a lua não estivesse presente, a noite estava muito bela, uma noite digna de sair para fora de casa, e apenas sentar-se no solo, olhando para o céu. Finalmente chegaram a casa de Muffet, o que os deixou um pouco tristes por não poderem aproveitar mais um tempo juntos.

— Está entregue. — Grillby disse sorrindo.

— Obrigada pelo jantar. — Deu uma risadinha fraca. — Eu me diverti muito, espero podermos sair mais vezes. — Disse um pouco corada.

— Eu também. — Deu um sorriso sincero.

Por algum impulso, Muffet o abraçou, e foi correspondida imediatamente, sem hesitações. Ficaram um tempo ali, aproveitando o calor dos braços um do outro, até se afastarem lentamente, e se encararem por alguns segundos.

— Desculpa, eu... Não sei o que deu em mim. — Disse sem jeito.

Grillby a encarou rindo fraco, era engraçado como a aranha ficava toda desconsertada com sua presença, isso a deixava fofa. Lentamente levou uma de suas mãos a cintura de Muffet, que corou com o ato repentino. Grillby a puxou para mais perto, a encarando enquanto a mesma desviava o olhar, corando. Com sua mão livre, acariciou o rosto de Muffet, colocando uma das mechas de cabelo atrás da orelha da mesma.

A aranha entrelaçou dois de seus braços envolta do pescoço de Grillby, que se aproximava lentamente, enfim, selando seus lábios. Com a língua acariciou os lábios de Muffet, pedindo passagem, a mesma hesitou no começo, mas não demorou a ceder, logo suas línguas estavam se enrolando, numa briga para decidir quem comandaria o beijo, mas logo o ar os faltou, e se separaram lentamente, sendo unidos por um fio de saliva.

— Bom... Eu tenho que ir... Te vejo na festa de natal! — Disse coçando a nuca, e rapidamente voltando a caminhar.

— Tchau... — Disse mais para si mesma, pois Grillby já estava longe.

Encostou na porta, o observando andar, logo sumindo na escuridão da noite.