História Através da Porta - Capítulo 5: A escolha é sua, por enquanto.

— VAMOS LÁ FRISK! APENAS UM TOQUE E TUDO MUDARÁ! HÁ COISAS MAIS INTERESSANTES PARA SE FAZER AQUI! — A voz insistia, enquanto um painel surgia em sua frente.

— Coisas... Mais interessantes? — Frisk indagou.

— Você parece interessada na minha proposta, huh? — A voz caçoou, dando uma risada maldosa no final da frase. — Você está sendo tão tola... Frisk... Frisk... Tsc, tsc. Acha mesmo que algum deles se importa com você? — A voz disse em tom de deboche. 

— Bem... Sim! — Frisk disse se encolhendo. 

— HAHAHAHAHA! NÃO ME FAÇA RIR! Você não percebe o que está acontecendo aqui? Eles vão se aproveitar de você! Apenas pressione o botão, e você estará no poder! 

— EU NÃO VOU FAZER ISSO! — Frisk gritou e o painel sumiu na mesma hora. 

— Ha... Ha... Ok! Você não quer apertar? A escolha é sua! Por enquanto... Está na hora de acordar!  

Frisk se levantou ofegante, ela havia adormecido do lado da última Echo Flower da trilha. O que aquilo significava? Não importa, ela teria que continuar seu caminho. O castelo ainda estava bem longe. Se sentia, observada. Mas apenas ignorou o fato e continuou andando, até chegar em Waterfall. Toriel havia contado várias histórias sobre Waterfall á Frisk, ela ia lá com seu marido, ela nunca havia mencionado o nome do mesmo, mas Frisk não se importava em saber, pois a guardiã havia dito que ele era muito mau e que dava graças aos deuses por se separar dele. 

[...]

Sans havia acabado de acordar, como só trabalharia mais tarde, não estava preocupado. Quando voltou para a casa á noite, no dia anterior, seu irmão veio conversar com ele, contando que havia encontrado uma humana, não conseguiu capturá-la e então viraram amigos. Não conseguiu esconder um sorriso ao lembrar das palavras que Frisk havia dito a Papyrus. No entanto o mais novo parecia preocupado com algo.

— Hey, Pap. Está tudo bem? 

— SIM! QUER DIZER NÃO! QUER DIZER MAIS OU MENOS! LEMBRA QUE TE CONTEI DA MINHA AMIGA HUMANA? 

— Sim, eu lembro, o que tem? 

— BOM A UNDYNE PROVAVELMENTE FICOU SABENDO DA EXISTÊNCIA DELA, E AGORA ELA ESTÁ A PROCURANDO... NÃO CONSIGO LIGAR PARA A HUMANA PARA ALERTÁ-LA! 

— Não se preocupe Pap. Se a humana conseguiu te derrotar, ela dará um jeito em Undyne também! 

— A HUMANA VAI MATÁ-LA? 

— Não foi isso que eu quis dizer. Olha, se ela foi tão legal com você ela com certeza dará um jeito de se tornar amiga da Undyne! 

— OH CERTO, ENTENDI. — Papyrus sorriu e em seguida subiu as escadas em direção ao seu quarto. 

Embora não parecesse Sans estava muito preocupado com Frisk, mais do que Papyrus. Mas não queria deixar o irmão preocupado, então ele saiu a procura da garota e não a encontrou. Isso o deixou mais preocupado do que já estava. Fez uma pausa. Provavelmente Frisk estaria em alguma loja comprando alguma coisa, por isso não a encontrou. 

[...]

Frisk estava andando em direção ao castelo, provavelmente já estaria longe de Waterfall pois ela não reconhecia o lugar. Mas depois de um tempo andando, encontrou mais Echo Flowers. Ela achava que só haviam Echo Flowers no lugar onde Sans á tinha levado, mas pelo visto estava enganada. Estava andando por um lugar que não reconhecia, a única certeza que ela tinha, era que o solo era de madeira, como uma ponte. Então ouviu ruídos, isso a assustou um pouco, já fazia um tempo que andava e nenhum monstro havia atacado-a.

Os ruídos foram ficando mais altos, e quando Frisk virou-se para trás, deu de cara com um monstro de armadura, que ela não reconhecia. O tal monstro começou a atirar lanças na mesma, que se assustou e saiu correndo, enquanto o mesmo a perseguia. Estava indo bem, mas uma lança pegou em seu braço, caiu no chão e gritou de dor enquanto o monstro se aproximava.

Mas antes que ele chegasse perto, arrancou a lança de seu braço e voltou a correr. E quando se virou o monstro não estava mais a perseguindo. Ela havia cantado vitória cedo demais, o monstro havia retornado, e estava frente á frente com Frisk. Então quando se preparou para o pior, o monstro cortou a ponte que estava em sua frente, e Frisk caiu no solo, desacordada. 

— Viu só? Se tivesse me escutado, isso não teria acontecido! Eu disse, eles não se importam com você, aquele monstro ia tirar sua alma a força para quebrar a barreira. Vamos lá Frisk, faça o certo! Não me faça decidir por você. — A voz disse, logo em seguida indo embora.

Frisk havia acordado, estava em um tipo de lixão, deitada em cima de algumas flores douradas. Mas estava perfeitamente bem. Ela tinha que admitir que foi muita sorte não ter morrido na queda. De novo. Continuou seu caminho. Alguns monstros continuavam atacando, mas a mesma se mostrava piedosa, e não revidava.

Depois de muito tempo andando, e entrando em batalha com diversos monstros Frisk encontrou um túnel, e do outro lado do mesmo, havia um letreiro em LED escrito "Bem Vindo a HotLand!" Isso significava que a garota estava quase lá! Quando iria atravessar o túnel, foi interrompida pelo mesmo monstro que quase a matou momentos atrás. 

— Sete. Sete almas humanas e Rei Asgore se tornará um deus. Seis. São quantas coletamos até agora. Entende? Através de sua sétima e última alma, este mundo será transformado. — A voz dizia, era uma voz feminina. Frisk apenas ouvia atentamente, sem pronunciar uma palavra.— Primeiro, porém como de costume para aqueles que chegam aqui longe... Te contarei a trágica história de nosso povo. — Ela continuava falando. — Tudo começou, há muito tempo atrás... Não, quer saber de uma coisa? QUE SE DANE ISSO! PRA QUE VOU TE CONTAR ESSA HISTÓRIA, SENDO QUE VOCÊ TÁ PRESTES A MORRER?!? NGAAAAAHHHHHHHH! — Ela gritou e tirou seu elmo, revelando um... Peixe? — Você! Você está no caminho dos sonhos e esperanças de todo mundo! Os livros de história da Alphys me fizeram pensar que humanos... Eram tão legais com seus robôs gigantes e espadachins floridos. MAS VOCÊ? Você é apenas um covarde! Se escondendo para escapar de mim de novo! E não vamos esquecer essa sua atitude de bonzinho molenga com os monstros! — Ela gritou. 
— Uuuuh! Tô fazendo tanta diferença abraçando gente que nem conheço! Sabe o que teria mais valor pra todo mundo? SE VOCÊ MORRESSE! Isso mesmo humana. A sua existência contínua é um crime! A sua vida é tudo que resta entre nós e a nossa liberdade! — Apontou. — Nesse momento consigo sentir o coração de todos batendo em união! Todos estavam esperando por esse momento suas vidas inteiras! Mas não estamos nem um pouco nervosos. Quando todos unem seus corações, não há como perder! Agora, humana vamos dar um fim nisso, aqui, e agora! — Eu vou te mostrar o quão determinados monstros podem ser! Chegou a hora! Sem mais fugir! AQUI VOU EU! — Ela pulou e as duas entraram em batalha. 

Pelo painel de batalha, pôde ver que seu nome era Undyne. Então, se encheu de determinação! Undyne atirava lanças e mais lanças em Frisk, que conseguiu se defender de quase todas, exceto uma,que pegou na sua perna, sentiu uma dor horrível, mas logo passou quando ela comeu um dos itens que havia comprado. Tecnicamente todos os ataques de Undyne envolviam lanças, o que deixava a garota apreensiva. Depois de muito tempo desviando, e tentando poupar Undyne. Frisk percebeu que piedade não faria nenhum bem, principalmente para ela. 

— PARE DE POUPÁ-LA ELA TENTOU TE MATAR! ATAQUE-A! PIEDADE NÃO VAI FUNCIONAR AQUI! É MATAR OU MORRER! — A voz gritou para Frisk. 

"Eu não acredito que vou fazer isso" Frisk pensou. Então, a única opção que tinha ali, era óbvia. 

CORRER! 

Frisk correu o mais rápido que pôde, em direção a HotLand enquanto Undyne a perseguia. Correu o mais rápido que pôde mas Undyne a alcançou. Então esperou sua deixa, e passou por baixo das pernas da ruiva, voltando a correr. Até chegar em HotLand ainda sendo perseguida por Undyne, que parou de correr atrás de Frisk quando chegaram á uma ponte que dava acesso ao outro lado, sem deixar que qualquer um caísse na lava fervente. Passou correndo tão rápido, que não percebeu Sans na barraquinha de cachorro-quente. Virou-se e viu que Undyne parou de persegui-lá. 

— Armadura... Tão... Quente... Mas não posso... Desistir... — Após essas palavras Undyne caiu no chão perto da ponte, ela estava suando muito. Então Frisk avistou um filtro de água, pegou um copo cheio de água pela metade, e jogou na ruiva, que se levantou, encarou a morena e não disse nada, apenas saiu na direção contrária de Frisk. 

— Ai meu Deus... Eu tô viva! — Frisk comemorou, mas logo sentiu uma tontura e caiu no chão, desacordada. 

Quando "acordou" não estava em HotLand, estava num local todo preto, não havia nada ali. Então avistou um tipo de sala, e quando entrou viu uma cena horrível. Toriel, Sans, Papyrus, Undyne, e alguns outros monstros que ela não reconhecia, estavam mortos, cobertos por poeira e... Sangue? 

— É ASSIM QUE O BANHO DE "SANGUE" COMEÇA HAHAHAHAHAHAHA! — A voz gritou e dando uma gargalhada alta no final. — VOCÊ QUER "AMOR", NÃO QUER? — Completou.