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História Através dos olhos da rosa - Capítulo 1


Escrita por: ana_metz

Capítulo 1 - Capítulo 1


"Faz cinco anos que meu pai morreu...

...quatro anos que minha mãe se foi...

...eu não o vejo à anos...

...até mesmo o tempo me abandonou."

 

06 de agosto de 1985

     Despertei-me lentamente por conta de leves batidas vindas da janela de meu quarto, ainda na cama passei algum tempo observando a sedução do vento diante delas enquanto as cortinas dançavam em meio a estalos de galhos e grunhidos de animais que compunham uma sublime melodia trazida pelos mortos. Era uma manhã sombria, o céu banhado de nuvens negras que surgiam do Oeste e traziam consigo uma fina chuva que deslizava com delicadeza pelo contorno das flores murchas e retorcidas que compõe os campos de uma fazenda que um dia foi o nosso maior sustento.

    Encontro-me sentada em minha cama, está cada vez mais difícil de continuar com a minha rotina, em compensação encontrei há alguns dias atrás um velho caderno no escritório de meu pai em meios aos livros de botânica e agricultura, nos quais que ele passava horas afim estudando a grande magnitude e poder da mãe natureza.

     Decidi que passaria a escrever nesse pequeno caderno surrado relatos do meu cotidiano e memórias caçadas pelos fantasmas do passado que rodeiam essas terras á séculos, e assim eternizar não apenas a minha família, mas a mim também, e quem sabe até mesmo esvaziar essa solidão que me corrompe a cada suspiro causado pela a sua falta.

     Meu nome é Catherine Crivena, tenho 26 anos atualmente, moro e cuido da fazenda de meu pai, uma fazenda  de girassóis, mas que a muitos anos não vem florescendo lucros e muitos dos nossos trabalhadores deixaram a fazenda para buscar uma nova vida nas grandes cidades. Enquanto a minha família vem colhendo frutos podres desde o adoecimento de meu pai, além de ser um grande fazendeiro também tinha o costume de verificar todo o processo juntamente com nossos empregados, os anos foram passando e sua saúde começara a ficar debilitada.

      Ele era um grande homem, sonhador e honesto, nunca precisou passar por cima de ninguém para conseguir o que tanto almejava, me ensino desde cedo a ser um ser humano melhor e como filha única sua atenção sempre era voltada para o meu bem estar e minha educação. Desde cedo aprendi a pintar, desenhar, cozinhar e gerenciar os negócios da família. Sempre tive um grande apresso pelos sonhos de meu pai, e imaginar que um dia eu me tornaria matriarca enchia minha alma de uma imensa alegria, a alegria de deixar meu pai orgulhoso de mim.

     Eram lindos os campos de girassóis que compunham o cenário da fazenda, já perdia a conta de quantos quadros de diferentes composições eu pintei, mas eu gostava mesmo era das rosas, em especial as vermelhas, elas me traziam tranquilidade em tempos difíceis. Eu tinha meu próprio jardim, eu que cuidava de tudo, foi o acordo que fiz com o meu pai caso ele disponibilizasse um pequeno pedaço de terras para as minhas adoráveis rosas, que sempre faziam parte de algum cômodo de nossa casa.

     Ele morreu há quatro anos, vivia falando que nunca nos abandonaria, foi numa manhã como essa, e quando o ultimo suspiro de vida escapou de seus lábios a chuva parou e o cheiro de terra molhada tomou conta do quarto, eu nunca vou me esquecer daquele momento em que eu soube que tudo iria mudar, apenas não sabia na época se seriam para melhor ou pior, mas hoje eu sei.



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