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História Através dos seus olhos - Intimidação


Escrita por: Otakusama1964

Notas do Autor


Desculpa a demora pessoal, trabalhos e bad me deram uma surra...

Capítulo 6 - Intimidação


Akira Pov's

Corri até o banheiro e liguei a torneira de cristal, olhando o fluxo da água, enchi as mãos e lavei o rosto com certa força. "Seus lábios eram macios". Tal pensamento não foi embora mesmo depois de estar bem acordado.

Desci com cuidado as escadas e fiz dois sanduíches, peguei uma coca e deixei tudo na mesa. Respirei fundo.

- Alecssander! Disse firme o chacoalhando.

- Hmmmm. Ele vociferou abrindo os olhos de repente.

Ficamos alguns segundos nos encarando até que sua expressão se torna tomada pelo terror, lutei contra o seu corpo que se debatia assustado. Fiquei por cima de si, fazendo pressão para que parasse de se mexer. Sussurrei quase mudo temendo fazer muito barulho.

- Fica quieto porra! Você dormiu aqui, tem noção de que horas são? Não faça escândalo! Exclamei sem paciência.

A luz do abajur iluminava levemente seu rosto, sentia seu medo e ansiedade somente o encarando, tentei acalmá-lo afrouxando a força que fazia sobre o mesmo, soltei seus braços.

Empurrei o lanche e o observei comer em silêncio, suas mãos estavam trêmulas.

Em algum momento me deixei flutuar para dentro de minha mente. Algumas memórias vinham como uma correnteza calma, essas seriam aquele selinho casto, era a primeira vez que o vira com uma expressão doce, calma, embora houvesse também um desejo profundo e quente, como que mergulhado no inconsciente, algo que nunca se tornaria real. Me pergunto se ele se lembra? Aposto que se lembrasse mostraria uma reação diferente.

Creio que não posso pensar assim não é? Se vou usá-lo não posso ser tão condescendente. Voltei a mim, ele já tinha terminado sua refeição.

- Você está bem não está? Questionei. Era bem estranho dormir tanto assim, se bem que o garoto sempre carregava olheiras.

- T-tenho insônia. Me desculpe.

Falou timidamente.

- Não sabia que você sabia pedir desculpas.

- E-eu sei, quando preciso.

- Você está estranho. Melhor levantar da minha cama. Você dorme no chão. Disse autoritário.

Ele baixou o olhar e ficou um tempo estático.

Acima de desejos que me assustavam já sem paciência o puxei de lá, meio sem equilíbrio pela escuridão do quarto acabei caindo no chão, como minha mão continuava a puxar a sua seu peso cai em cima de mim. Naquela hora entendi o porquê de tanto acanhamento. Ele estava excitado. Não tinha como não perceber. E talvez tivesse cometido meu terceiro erro numa mesma noite.

Me inclinei ainda com ele em meu colo e toquei seu membro rijo.

- Teve algum sonho erótico? Disse com arrogância.

- Não vai me responder? Questionei apertando aquela região.

- Ahhn. Ele gemeu alto.

Sua voz surpreendeu tanto ele quanto eu, de olhos arregalados ele cobriu a boca com as mãos.

- Vejo que você é um viadinho. Disse rente ao seu ouvido.

Não me diga que está duro por causa de mim?

- N-não! Ele saiu abruptamente correndo para o banheiro.

O segui e joguei contra a parede.

- Se você fizer barulho vai acordar todo mundo.

- O gato comeu sua língua?

- Vá... Vá se foder. Ele disse me empurrando de volta.

- Se eu s-sou um viadinho você também é, não foi você que me tocou de propósito? Ele disse carregado de ódio.

Seus diferentes estados de espírito davam voltas na minha mente. Passando de tímido, para irritado nesse pouco tempo.

Com certeza tinha começado algo, todavia como terminaria isso?

Limpei a garganta.

- Realmente não se lembra não é? Deixe-me refrescar a sua memória.

- Você ficou gemendo meu nome nos seus sonhos, eram sonhos bem comprometedores... Deixei a frase no ar.

Senti como se sua respiração tivesse parado, aliás até conseguia senti-la pela proximidade de nossos corpos há poucos centímetros um do outro.

Contar essa mentira claramente me trará benefícios, a única coisa mais difícil é lidar com suas emoções que sempre parecem mudar drasticamente.

Alec Pov's

A última coisa que me lembro é de ter a visão escurecida. Lembro-me da escuridão e de acordar no breu, a não ser por leve luz vinda do criado mudo perto da cama.

Minha primeira reação foi o pânico, não conseguia acreditar que estava ainda na casa de Akira, não, não isso simplesmente não deveria ser real. Queria que fosse um sonho!

Tentava me mexer a todo custa, no entanto, seu corpo pesado não me deixou nenhuma brecha. Consegui ficar parado, porém ainda longe de estar calmo. Senti uma dor no estômago, sentia tanta fome ficando agradecido assim que vi a comida que me era oferecida.

O prazer de ter a fome saciada não durava nem o tempo em que levei para devorar os sanduíches. Estar na casa do Akira causa uma tensão enorme em todo o meu corpo, e está tensão era o menor dos meus problemas. Ereções são normais em garotos da minha idade não é? Porém, porque elas tinham que aparecer logo hoje, logo agora?

Quanto mais apavorado ficava menos conseguia pensar.

As palavras deferidas a mim alcançavam meus ouvidos em câmera lenta, como se tivessem passado por um longo túnel, quanto mais frases escapavam dos lábios desse menino menos estava apto a responder.

Engoli em seco, limpei a garganta.

- Porque você acha que estou assim por você? Alguém que eu nem conheço, ainda por cima um homem. Porque não pensa um pouco nas asneiras que diz. - Soltei cada palavra com rispidez. E cada palavra era uma mentira, seu rosto estava a vários centímetros acima do meu, mesmo depois de deferir as palavras não ousei olhar em seus olhos, nem erguer o rosto.

Um silêncio insuportável se instalou depois disso, seu corpo próximo do meu deixava todos os meus músculos tensos, e a proximidade me fazia perder a força nas pernas, a tarefa de me manter de pé não estava me saindo nada fácil.

Não conseguia mais ficar naquela situação, abri minha boca com a intenção de mandá-lo ir se ferrar, sair da minha frente, ou qualquer coisa semelhante. No momento em que abri a boca para dizer a primeira palavra sua língua quente adentrou minha cavidade bucal, ele começou a brincar com minha língua, fechei os olhos com força, não conseguindo mais o pouco e instável equilíbrio que tentava manter, senti suas mãos agarrarem minha cintura puxando-me para ainda mais perto, não sabia o que estava fazendo, era meu primeiro beijo, só sabia que parecia que havia morrido e ido pro céu, nunca provará nada assim antes, a maneira como ele me condizia me fazia ter certeza de que era muito experiente nisso. Alguns gemidos abafados escapam de mim, e a falta de ar finalmente nos separa.

Meu peito subia e descia e suas mãos ainda circulavam meu corpo.

- Porque fez isso? Disse com a voz ainda pausada pelo repentino beijo.

- Pra provar. - Afirmou com um tom de arrogância na voz.

- Provar que é um babaca?

- Provar que você é um mentiroso!

-O que você quer de mim? O que ganha com isso?

- Ganho muito mais do que você imagina.

- Do que você está falando?

-Você não precisa saber.

- Só saiba de uma coisa gatinho arrisco, eu tenho seu sonhozinho gravado, se eu fosse você escutaria tudo o que eu disser. Agora vou dormir não posso perder meu horário para a aula. Boa noite.

Ele disse com os lábios no meu ouvido saindo do banheiro.

Em algum momento dessa conversa horrível senti minha respiração parar, não acreditando em minha sorte.

Tudo parecia ter acontecido pelo simples fato de eu não ter dormido bem e me alimentado mal. Como se esses detalhes fossem os culpados de minha desgraça. No momento em que Akira mencionou sobre a gravação é como se meu mundo tivesse caído.

Sinceramente eu não compreendia nada e tinha que viver e lidar com tudo. Há pouco tempo aprece alguém na minha vida, esse alguém sou obrigado a ver, esse alguém invadiu meu espaço e ferrou minha rotina, esse alguém tão rápido me sentir coisas estranhas, coisas muito estranhas. E eu tenho que lidar com isso, para finalizar como se tudo isso não fosse o suficiente a pessoa que você acha que gosta te ameaça, te transforma num cãozinho. Nem vou agradecer a vida, nunca se sabe quando ela pode me dar mais presentes! Pensei amaldiçoando minha vida, o pior era que ainda sentia a ereção entre as pernas, decidi ignorar e ir dormir.

Minha noite não foi nada fácil, tive medo de ter outros sonhos, que essa noite foram transformados em pesadelos.

Acordei pouco antes de amanhecer o dia, assustado e soado, em pânico. O que eu tive não era nem um pesadelo, era uma lembrança. Se Akira espalhar essas gravações na escola, todos vão me odiar. Não que eu ligasse para esses retardados retrógrados, o grande problema é a pressão maldita que eles fazem, até você sair de lá, até você realmente morrer... A morte era até o paraíso comparado ao que meu pai faria comigo. Será que conhecer esse garoto seria o começo do meu inferno? Não bastava tudo o que eu já tenho?

Akira Pov's

Depois que deixei o banheiro e fui dormir, tinha em mente que havia cometido muitos erros naquela noite. O primeiro erro fora quando deixei que o garoto adormecido me beijasse, mesmo que o mesmo não lembrasse, o segundo erro foi eu mesmo tê-lo agarrado. A questão é : Porque eu fiz isso?

Ele não é uma menina, não parece uma menina, não tem voz de menina... Embora tivesse detalhes muito belos. O que diabos eu estou pensando? Talvez se não tivesse escolhido aceitar a proposta da diretora. E se todo o meu trabalho duro não fosse o bastante? O que será que meu pai diria? Que sou fraco? Que se for para ser o segundo lugar era melhor nem ter tentado?

Não consigo pensar em sua voz, no desprezo e no desgosto que ele jogaria em mim. Apenas preciso fazer o que deve ser feito.

Foi meu último pensamento antes de apagar.

Saímos antes de Sayu acordar, a semana tinha se arrastado de forma extremamente chata, Alecssander era um gatinho assustado, evitava o meu olhar, e se afastava o máximo que podia.

Antes do fim da aula de sexta feira a diretora me chama em sua sala.

Ela diz que está feliz com meus resultados, que ninguém nunca tinha conseguido isso antes, até mesmo ficou interessada em como fiz tal proeza, dei uma enrolada e enfim ela me deixou sair. No entanto, não sem me pedir mais um de seus favores.

Agora que comecei a pensar o mundo é uma grande hierarquia, os grandes empresários mandavam a diretora que desse jeito em seus filhos incompetentes, os fizesse dignos de suas fortunas, a diretora por sua vez usava de seus métodos para isto, no caso o método era eu, que me deixei ser usado para ganhar algo, não era dinheiro ou prestígio como ela, era uma chance de conseguir dinheiro e prestígio no melhor lugar para tal. O mundo era sujo, ou você aprende a jogar na imundice sem se sujar diretamente, ou você fica limpo e depois é sujo por outros, se torna miserável, é aniquilado já que não serve aos interesses de ninguém.


Notas Finais


Kisses de Nutella
💜💜💜💜💜


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