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História Auditory Hallucination - Ciúmes? Imagina


Escrita por: taexxxxxie

Notas do Autor


QUEM É VIVO SEMPRE APARECE, NÉ NOM?! apkdodkd MIL PERDÕES, podem me amarrar num tronco e me açoitar por um dia inteiro, eu deixo :')

Muitos já sabem, mas minha vida tá bem cheia, e também eu queria terminar logo Coexisting. E ENFIM, terminei - só falta o epilogo, que sai nessa sexta -! E agora venho atualizar A.H, já tenho os rabiscos de mais uns 3 cap's e assim que eu lançar eles, vamos estar pertinho do final de A.H </3
Depois, vou começar a escrever minha nova longfic com o Jimin e com um tema de psiquiatria, link e sinopse nas notas finals, vamos ao capítulo agr, amoras ♡

Capítulo 22 - Ciúmes? Imagina


Fanfic / Fanfiction Auditory Hallucination - Ciúmes? Imagina

 O dia amanheceu nublado em um clima agradável. Ouvi um bater de palmas e entreabri os olhos ainda sonolenta, vendo Taehyung abrir as cortinas sorridente com os cabelos um pouco desgrenhados contrastando com seu terno preto bem alinhado.

Me sentei na cama e coçei os olhos, bocejando. Fechei os olhos sonolenta e senti minhas bochechas serem apertadas fracamente. 

 - Acorda, você tem escola. - Entreabri os olhos e vi aquele sorriso quadrado à minha frente, fazendo ser impossível não sorrir de volta.

 - Eu não quero ir. - Falei dengosa me jogando para trás na cama, sentindo sua mão puxar meu pulso e me levantar outra vez. 

 - Mas tem que ir, bebê. - Taehyung levantou e olhou através da janela. - Daqui a pouco o sol aparece, vou te esperar lá em baixo. E anda logo, pra não se atrasar mocinha!

 Ele afagou o topo de minha cabeça e sorriu. Um flashback se passou em minha cabeça por alguns segundos, me trazendo à memória algumas lembranças da aula de campo dos dias anteriores.


           Flashback Yerin ON


 Encostei as costas em um tronco de árvore qualquer, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e olhando para o céu azul com poucas nuvens espalhadas. Fechei meus olhos, respirando fundo o ar puro daquela cidade por uma última vez. 

O cheiro das flores e plantas logo foi tomado por uma fragrância cítrica e amadeirada. Uma mecha de cabelo teimosa foi posta atrás de minha orelha, porém a mão permaneceu em meu rosto e em seguida meus lábios foram selados demoradamente e de forma carinhosa, que reconheci de imediato.

 Nossas testas foram coladas e as pontas dos nossos narizes se encostaram dando um beijo de esquimó e deixando escapar um sorriso mínimo de meus lábios.

 - Quando eu vou poder te chamar de minha na frente de todos? - Baekhyun disse em um sussurro, abri meus olhos e ele se afastou alguns centímetros, me olhando nos olhos e acariciando meus cabelos. 

 Levei minha mão até seus cabelos fazendo carinho e suspirei, permanecendo em silêncio. Baekhyun deslizou a mão por meu braço até minha mão e entrelaçou nossos dedos, me puxando delicadamente para um lugar que me fez sorrir e abaixar a cabeça. Ele riu anasalado e me cutucou com o cotovelo.

 - Hmm, olha quem ficou corada... - Baek deu um sorriso malicioso e eu ri abafado empurrando seu ombro.

 - Bobão. - Eu ri outra vez e ele sentou na grama, me puxando junto para sentar entre suas pernas. Encostei as costas em seu peito e apoiei a cabeça em seu ombro, Baek me abraçou apertado e deu um beijinho estalado em minha bochecha. 

 - Mas você fica tão "aaawn" quando tá assim com a bochecha vermelha por minha causa. Dá vontade de... - Ele deu uma pausa e prendeu minha bochecha com os dentes. 

 - Aí! - Eu ri abafado, dando um tapa em sua cabeça. - Yah! Ficou doido? Isso dói, idiota. Emburrei o rosto fazendo um bico nos lábios e apertei forte sua bochecha com os dedos, fazendo Baek grunhir baixo e rir, me abraçando forte. 

Aquilo era tão perfeito; cada detalhe, cada simples sorriso e a risada de Baekhyun que me deixava nas nuvens. Lembrar dos nossos primeiros momentos juntos ali e do quanto demorou para finalmente pararmos de fazer birra, quer dizer, "pararmos" hipoteticamente, né?

 - Eu já disse que gosto de você hoje? - Baek apoiou o queixo em meu ombro e eu entrelacei nossos dedos. 

 - Já, umas 4 vezes. - Ri baixo. - Mas nem precisa, eu lembro muito bem de quando você disse isso umas mil vezes quando tava bêbado. 

 - Que? - Ele riu. - Calúnia! Nunca fiquei bêbado na minha vida! 

 - Calúnia nada! Pensa que não lembro de você abraçando o poste e beijando ele, hein? - Sorri maliciosa. 

 - Aigoo! E você?! Você me deu trabalho quando ficou bêbada, viu?

 - Ei! Eu não dou trabalho, sou um amorzinho.

 - Só que não né. Virou minha casa de cabeça pra baixo. - Ele suspirou. - Mas foi bom, dormimos juntinhos na mesma cama então valeu a pena. Ele deu um sorriso safado e eu belisquei seu braço, emburrando o rosto, mas segurando o riso. 

 - Babaca. 

 - Nossa, faz tempo. 

- Faz tempo o que?

- Que você me chama assim. - Baek riu e me deu um selinho, logo aprofundando para um beijo mais intenso. Sua mão segurou meu rosto firmemente e ele pediu passagem com a língua que eu cedi na mesma hora. Lentamente, Baekhyun foi me deitando na grama fria. Nossas mãos se entrelaçaram, Baek ficou por cima de mim e prendeu meu lábio inferior com os dentes puxando e soltando bem devagar, logo deslizando os lábios por minha pele e trilhando beijos até a curvatura de meu pescoço. 

 Dos pés à cabeça, um arrepio percorreu meu corpo e deixei escapar um sorriso de canto entreabrindo os olhos e vendo Baekhyun novamente subir os beijos até meus lábios que ele fez questão de morder outra vez. Ouvi o barulho de um galho quebrando ali perto e Baekhyun interrompeu o beijo quase sem fôlego e meus olhos se arregalaram ao olhar para nosso lado. 

 - Não gente! Continuem! Isso é melhor que assistir pornô pelo celular, bora bora! - Lisa bateu as palmas das mãos e voltou a se escorar em uma das árvores. Baekhyun deu de ombros e voltou a beijar e mordiscar meu pescoço, empurrei seu peito me sentindo um pouco constrangida e ri abafado enquanto Baek bufou me ajudando a levantar do chão.

 - Estraga prazeres. - Baek revirou os olhos.

- Eu só vim procurar vocês pra dizer que o ônibus sai em 5 minutos. - Lisa riu soprado.

- Podia ter deixado a gente aqui Lalisa, eu dava um jeito depois. - Baek resmungou.

- Obrigada, Lisa. - Sorri e belisquei o braço de Baekhyun. 

- Aish... - Ele fez um bico nos lábios e cruzou os braços.

- Vamos então, o diretor tá esperando na fogueira. - Lisa saiu andando e eu a segui; Baekhyun veio para o meu lado e segurou minha mão dando um beijo em minha bochecha e toda vez que Lisa virava para trás para falar comigo Baekhyun fingia que nada estava acontecendo até que ela olhasse para frente de novo e ele voltasse a me beijar escondido.

Eu tive que segurar minhas risadas com todas as minhas forças para que ela não percebesse aquelas trapalhadas todas. Sem dúvidas, aquela foi a melhor viagem da minha vida. Finalmente aqueles sentimentos que eu prendia dentro de mim estavam fluindo e da melhor forma que poderia existir. Dias atrás eu nunca poderia imaginar que estaria me sentido tão bem assim ao lado de Baekhyun, era realmente algo improvável. Mas se tornou o melhor improvável de todos. 


          Flashback Yerin OFF 


- Yerin? Tá tudo bem? - Taehyung me tirou de meus devaneios e eu sorri fraco.

Ainda não tinha falado nada com ele sobre tudo isso, já que aconteceu de forma tão rápida e inesperada. Na verdade, eu sentia medo de contar e Taehyung ficar magoado, afinal, não foi certo da minha parte fazer isso nas costas de Tae.

Me senti culpada por isso desde o dia que cheguei de viagem, porém, isso deveria acabar hoje.

- Tae... 

- Hm? 

- Podemos conversar hoje, quando eu voltar da escola? - Falei e ele suspirou, sorrindo fraco. Abaixei o olhar, receosa, e ele afagou o topo de minha cabeça outra vez.

- Claro. Agora se arruma e vem logo. - Taehyung depositou um beijinho em minha bochecha e saiu do quarto. 

Me joguei para trás, fazendo o colchão mexer igual uma gelatina, e fechei meus olhos. Eu teria que contar tudo para o Taehyung hoje. Por favor, Deus, me ajuda!


               POV Baekhyun 


Dei um passo vagaroso, sem que ela percebesse. Precisava tirá-la dali a qualquer custo. 

- Baekhyun. - Ela me olhou e eu fiquei estático. 

- Por favor... Vamos descer, hm? - Tentei convencê-la, esticando os braços.

- Você não entende?! Não posso! EU NÃO POSSO! - Ela gritou, chorando outra vez. - Eu sou uma simples mensagem. Um aviso pra você... Um aviso descartável. Agora entende?

- O que? - Me mandaram em forma de aviso. "Estamos contando que seja o próximo, Byun Baekhyun.".

Sua última lágrima escorreu e meus olhos se arregalaram. Minhas pernas automaticamente correram em sua direção quando ela impulsionou os pés e sumiu.  

- Não... não... - Me apoiei na beirada do teto e olhei para baixo, vendo a cor vermelha aparecer aos poucos. Pessoas correndo para todos os lados e também aglomeradas ao redor da garota deixavam uma imagem perturbadora. Levantei um pouco o rosto e vi ao longe Yerin sorrindo e conversando com Naeyeon e Hoseok. 

Corri apressadamente até as escadas, ofegante e em desespero absoluto. Eu não podia deixar Yerin ver aquela cena. Eu não queria que ela visse e sentisse a agonia que eu estava sentindo naquele momento. Avistei ela confusa olhando para a multidão, me aproximei em alta velocidade e afundei seu rosto em meu peito, a abracei com toda força sentindo meus olhos lacrimejarem. 

- B-Baek... V-Você tá me s-sufocando... - Yerin disse, em uma voz arrastada e tossiu fraco. Não consegui soltá-la de jeito nenhum, afrouxei o abraço um pouco mas a mantive com o rosto escondido em meu peito. Uma lágrima de culpa escorreu por minha bochecha. 

- O q-que... - Alguém gaguejou ao meu lado e observei um Hoseok e uma Naeyeon boquiabertos, e de olhos arregalados.

Pigarreei, e soltei Yerin, coçando minha nuca e olhando para o chão. Um som de ambulância se fez presente ao longe e vi o diretor sair correndo do prédio da escola, com seus cabelos desgrenhados e a gravata frouxa.

Yerin recuou um passo e senti seus dedos prenderem o tecido de minha camisa, nas costas, com força. Ela parecia em choque, como todo mundo. Com dificuldade, desprendi seus dedos de minha camisa e a puxei pela mão suavemente, a abraçando e a impedindo de olhar para a garota sem vida que passava em uma maca ao nosso lado. 

Suspirei, olhei para os lados, vendo algumas pessoas confusas e outras cochichando enquanto me olhavam. Soltei Yerin outra vez e disfarcei, vendo o diretor caminhar desnorteado até nós. 

- Sr. Byun, pode me acompanhar? - Ele ditou, ajeitando a gravata. Assenti e Yerin parecia me perguntar apenas com o olhar o que estava acontecendo ali. Vi Sehun correr em nossa direção e segurar a mão de Naeyeon, franzi a testa e o fitei, enquanto andava tentando alcançar o diretor. 

- Apenas o Sr. Byun, por favor. O diretor se virou e mandou Yerin, Sehun, Hoseok e Naeyeon, que me seguiam, ficarem no corredor. Entrei na sala nervoso e engoli seco, sentando em uma poltrona. 

- Diretor, eu... juro que não entendi o que tava acontecendo, eu apen... 

- Sr. Byun. - Ele me interrompeu. - Eu soube que alunos viram você quando... bom, você sabe, quando... 

- Diretor, eu fui pra tentar tirar ela de lá, mas antes que eu pudesse puxá-la pra longe dali, ela se jogou... Eu... Eu não sabia o que fazer... 

- Abaixei a cabeça e fechei meus olhos, tentando me livrar da cena que voltara em minha mente. 

- Sr. Byun, iremos investigar. Mas, por enquanto, você é suspeito de homicídio doloso... Não há muito o que eu possa fazer, a polícia já está no local.

- Diretor, eu não tive culpa! Eu juro! - Arregalei meus olhos e senti minhas mãos suarem frio.

- Eu sei que você é um idiota na maioria das vezes, mas não acredito que você seja capaz disso... - Suspirei ai ouvir aquilo.

- Então peço que você aguarde na enfermaria enquanto a investigação acontece.

Assenti e sai da sala ainda nervoso e suando frio. Algumas mechas de minha franja grudaram em minha testa, e minha respiração estava um pouco pesada.

Entrei na enfermaria e por sorte ninguém estava ali. Me sentei na beirada de uma das macas e apoiei os cotovelos nas pernas, fitei o chão e respirei fundo. Não conseguia acreditar ainda no que estava acontecendo... Sabia que os dias estavam sendo tranquilos demais para ser verdade.

De súbito, a porta rangeu devagar e levantei o olhar, vendo Yerin entrar na enfermaria meio receosa e fechar a porta outra vez. 

- O diretor me disse que você tava aqui... - Ela disse com a voz baixa. - Você tá bem...?

 Yerin se aproximou em passos lentos, até parar na minha frente.

- Me desculpa... Eu... - Não consegui sustentar meu olhar no seu e desviei, olhando outra vez para o chão.

- Baek... Não precisa se fazer de valentão na minha frente. Você agora me tem aqui, pode se apoiar em mim...

Em silêncio, envolvi meus braços em sua cintura e escondi meu rosto em sua barriga, fechando meus olhos. Suspirei arrastado e deixei escapar algumas lágrimas involuntárias. Uma de suas mãos acaricou meus cabelos enquanto a outra delicadamente fazia carinho em minhas costas. Yerin parecia me acalmar de um jeito incrível; acho que um abraço seu era o que eu mais precisava naquele momento.

- Não foi culpa minha... Você acredita em mim, né? - Falei arrastado e ela me afastou por uns centímetros, segurando meu rosto em suas mãos e o levantando, fazendo eu olhar para ela. Seu polegar enxugou minhas lágrimas e Yerin sorriu minimamente, ajeitando meus fios de cabelos bagunçados.

- Eu acredito em você. Não se preocupa, vai dar tudo certo. - Sorri fraco com suas palavras e tentei me acalmar, respirando fundo. Ainda era estranho conversar com Yerin daquele jeito, mas confesso que era a melhor coisa que eu poderia querer. Agora eu tinha ainda mais certeza de que não posso deixá-la ir para longe de mim nunca.


                    POV Yerin


Eu estava bem chocada, para falar a verdade. Foi tudo tão de repente e esquisito. Eu lembro daquela garota... Foi a garota que vi com Baek no vestiário, no primeiro dia de aula. Ela estava sumida por meses, lembro de quando Irene me falou sobre ela. Ah, e também lembro de quando a vi entrar no banheiro naquele dia em que fui ver o papelzinho de Minhyuk. Ela parecia bem abatida... 

Fazia mais ou menos uns 10 minutos que eu estava acariciando os cabelos de Baek, enquanto ele permanecia me abraçando em silêncio. Cheguei até a pensar que ele tinha dormido em meu ombro, e bem... Foi exatamente o que aconteceu. Ri fraco, o vendo se remexer um pouco e me abraçar mais apertadamente. 

Me ajeitei melhor na maca, para não acabar caindo com o peso de Baek apoiado em mim, e fiquei observando seu rosto enquanto dormia. O ver de perto assim e de um jeito tão fofo, ainda era estranho demais. Eu não conseguia acreditar... Eu e Byun Baekhyun juntos? Poucos meses atrás eu realmente queria passar por cima dele com um caminhão. 

Passei os dedos suavemente por alguns fios de cabelos seus, os tirando de seu rosto, que suava um pouco, apesar do dia estar frio. Franzi a testa ao observar algo esquisito e dei um berro super alto, o que assustou Baekhyun. 

- O q-que foi? - Baek gaguejou, sonolento. Eu tinha corrido até o outro lado da enfermaria e estava em cima do balcão, me tremendo.

- U-Uma... u-uma... - Apontei com o dedo indicador para a maca e choraminguei, sem conseguir falar.

- O que foi, Yerin?

- Uma barata! - Dei um grito fino, e me encolhi em cima do balcão. Vi Baekhyun ficar branco igual um papel - se é que é possível ele ficar mais branco do que já é -, e arregalar os olhos, dando um pulo da maca e correndo até o balcão também.

- UMA O QUE?! MEU SENHOR DO BB CREAM! ALGUÉM ME AJUDA! - Baek deu um grito 10 vezes maior que o meu e ficou inquieto, olhando para os lados freneticamente.

- MATA! - Eu gritei, e nós parecíamos dois retardados. Na verdade, eu tinha nojo de barata e não medo. Medo eu tenho mesmo  de quando elas voam, aí já podem chamar até a ambulância para me levar.

- EU NÃO, MATA VOCÊ! VAI LÁ YERIN, MATA ESSE MONSTRO! - Ele choramingou, em desespero, apontando para a barata que estava em cima da maca.

- VOCÊ QUE É O HOMEM DAQUI, PORRA! - Gritei, me irritando.

- UÉ, E VOCÊ É A MULHER, IGUALDADE DE GÊNERO! VAI LOGO! - Ele me empurrou para o chão, e eu engoli seco, vendo a barata parada sobre o lençol. 

- Aish, Baekhyun... - Resmunguei, respirando fundo. 

- Anda, anda, anda! Antes que ela me pegue! - Ele fez um bico com os lábios e eu quis foi matar ele ao invés da barata. Peguei a primeira coisa que vi pela frente e dei passos vagarosos, me aproximando da maca.

- EI! O QUE TÁ FAZENDO?! - Uma voz grossa me deu um susto maior do que quando vi a maldita barata se mover. Coloquei a mão no coração e suspirei, vendo apenas o Sr. Namjoon entrar na sala. - Não pode matar a Gertrudes! Ela já é de estimação.

- Quê? Tipo... quê? - Eu paralisei, fiquei olhando ele ir até a maca e fazer carinho na barata com sua luva.

- A Gertrudes é de casa, e ela não faz mal a ninguém. Não é, bebêzinha linda do papai? Aww! - Ele imitou uma voz de criança e eu quis me jogar da janela.

- Sério que você tá fazendo carinho em uma barata? Onde o mundo vai parar? - Olhei, incrédula.

- Sério que você tá namorando aquele tonto? Onde o mundo vai parar? - Sr. Namjoon apontou para atrás de mim e balançou a cabeça negativamente. Olhei e vi Baek todo encolhido, abraçando o próprio corpo e se balançando, igual naqueles filmes de terror.

- Aigoo... Era só uma barata, Baekhyun! - Bufei.

- Correção, é a Gertrudes. - Sr. Namjoon falou e arregalei meus olhos, voltando a olhá-lo.

- Como a-assim n-namorando? - Me engasguei com minha própria fala e ele riu anasalado.

- Isso é óbvio já. Se resolveram? Vocês dois brigam mais que minha mãe quando vê meu irmãozinho comendo doce. - Sr. Namjoon tirou a barata de cima da maca e riu outra vez. De onde ele tirou essa que eu e Baek estamos namorando? Quer dizer, será que estamos...?

- Nos resolvemos sim, né amor? - Baek desceu do balcão todo convencido, com cara de safado - como sempre -, e colocou o braço envolta de meus ombros.

- Baekhyun, não ouse me tocar. - Falei séria. - Se fosse uma cobra venenosa ao invés de uma barata, você teria me jogado pra morte, sei idiota! 

- Mas não era uma cobra! Era só uma barata. 

- SÓ UMA BARATA?! VOCÊ ME JOGOU DE CIMA DO BALCÃO E QUASE CHOROU, E AGORA ME DIZ QUE FOI "SÓ UMA BARATA"?!

- Calma, Yerin! Você sabe que eu morro de medo de insetos! - Ele emburrou o rosto e cruzou os braços. Parecia uma criança fazendo birra; não consegui segurar a risada e ele ficou com o rosto ainda mais emburrado e mostrou a língua.

- Seu birrento. - Falei rindo. Baek empinou o nariz e logo ficou sério, pigarreando e olhando para o chão, quando a porta da enfermaria foi aberta.

- Sr. Byun? Me acompanhe. - O diretor estava segurando a maçaneta, e atrás dele havia uns dois policiais. Engoli seco e meu nervosismo já podia ser impresso e colado em minha testa. 

Baek suspirou e encostou o dorso de sua mão na minha, segurou minha mão de leve sem que ninguém percebesse, e a soltou lentamente enquanto saia da sala sem olhar para mim. 

Respirei fundo e abaixei a cabeça, levando um susto ao ver a barata perto de meus tênis. 

- Yerin, é melhor ir pra sala de aula, a primeira aula já tá acabando. 

- Ah, claro...- Respondi o Sr. Namjoon e saí da enfermaria. Fui andando em passos lentos pelo corredor, sempre olhando para o chão e pensando em minha vida. Em como tudo aconteceu entre Baekhyun e eu nesses quase 5 meses, em como fiz meus primeiros amigos tão rapidamente, e em como eu faria para terminar com Tae sem que ele fique magoado... Esta última estava sendo a minha maior preocupação dessa semana.

Sentei em um dos bancos do corredor, em frente à minha sala, e fiquei aguardando o sinal para a segunda aula tocar. Fechei os olhos e suspirei. Senti um vento quente soprar perto de meu rosto, em um ritmo intercalado. Um aroma refrescante e forte perto de meu nariz chamou minha atenção, entreabri os olhos e os arregalei em seguida, vendo um rosto desconhecido praticamente colado ao meu. 

- Hi! - Uma voz alegre e alta quase gritou em meus ouvidos, tanto que dei um pulo do banco. Seus cabelos castanhos e seu sorriso animado eram de deixar qualquer um encantado, de verdade. Seus olhos brilhavam e ele balançava a mão de um lado para o outro, acenando todo entusiasmado. - What's your name? 

- Wha... wa o que? Ami sori! Ai d-donti spe... spiki inglishi! - Eu me atrapalhei toda. Eu realmente era uma negação em inglês. 

- AAAAAAAWN! QUE FOFA! - Ele apertou minhas bochechas, me fazendo arregalar ainda mais os olhos. Sério, quem faz isso com uma pessoa estranha em menos de 30 segundos que conheceu ela? 

- Co-Com l-lincenç-ça... - Tentei falar alguma coisa, ele percebeu que estava apertando minhas bochechas muito forte e soltou, rindo. 

- Desculpe, morei tanto tempo no Canadá que acabei enferrujado no coreano. - Ele riu e eu ri sem jeito, me arrastando um pouco no banco para o lado pelo garoto estar praticamente colado em mim. 

- Ah, você não é coreano? 

- Sou sim! Eu sou o Myung Jun, mas pode me chamar de MJ! Qual seu nome? 

- Yerin. - Sorri sem graça. 

- Eu fui transferido de Vancouver pra essa escola! Ela é mesmo boa? Mal cheguei aqui e já teve um suicídio... 

- Ela é boa... Eu não sei muito o que aconteceu, mas enfim... 

- Tocou! Finalmente o sinal tocou! Yerin, eu vou pra minha sala agora, foi um prazer te conhecer! Tchauzinho! - MJ, inesperadamente, me deu um beijo na bochecha e acenou para mim, saindo todo feliz dali. Eu fiquei um pouco sem reação, encarando o nada e tentando entender o que foi aqueles 2 minutos de conversa. 

- Que bonito, hein! Que bonito! Que cena mais linda! - Olhei para o lado e vi Baek com os braços cruzados e os olhos semicerrados, me encarando com um bico nos lábios. - Eu sendo acusado de homicídio, sendo investigado pela policia, e você "spikando"  com o primeiro que aparece, né senhorita Yerin? 

Me levantei na mesma hora e corri até ele, vasculhando seu corpo com os olhos e tendo certeza de que estava bem. 

- No que deu?! Você... vai ser preso? Eu me recuso a ir deixar tofu na sua cela! - Cruzei os braços e empinei o nariz. Comer tofu quando sai da cadeia ou quando é preso, é uma tradição coreana que acho a mais esquisita, mas fazer o quê né... 

- Yah! - Baek me deu um peteleco na testa e eu me segurei para não xingá-lo. - Não se preocupa, foi tudo resolvido. 

- Sério?!

- Claro. Viram as câmeras de segurança da cobertura e viram que eu tentei ajudar. Vamos pra aula agora. - Ele segurou minha mão e foi me puxando para a porta da sala. Eu recuei e puxei meu braço, fazendo ele me olhar com a testa franzida. 

- O que foi?

Tentei falar mas parecia que minha voz travava sempre que ia pronunciar as palavras. 

- Baek... 

- Eu sei... Ninguém pode nos ver juntos ainda... - Ele abaixou a cabeça e suspirou baixo; 

- Vamos pra aula... - Sorri fraco, indo até a porta.

Assim que nós entramos, os olhares de todos vieram em nossa direção. Observei Naeyeon ao longe com os olhos semicerrados, me fitando, e ao seu lado Sehun que fazia a mesma coisa. 

- Srta. Shin e Sr. Byun? Onde estavam? - A professora de química indagou e fiquei sem saber o que dizer. 

- Fomos na enfermaria. - Baek mentiu tão naturalmente que fiquei meio receosa. 

- Ah, certo então. Vamos ter só mais essa aula hoje, as outras foram canceladas e as aulas de amanhã também, por motivos óbvios. - A professora falou em tom baixo. - Vamos para o labotatório. 

Todo mundo se levantou e fiquei esperando Naeyeon se aproximar. Do jeito que ela estava antes, Nae veio em minha direção. Seus olhos me encaravam de forma desconfiada, e engoli seco. Meus olhos passaram superficialmente pelo interior da sala de aula e avistei uma garota nova; seus cabelos cor de mel mediam exatamente na cintura, como os meus, e seus olhos sorriam junto com seus lábios. 

- Quem é? - Sussurrei para Naeyeon, apontando disfarçadamente para a estranha. 

- A aluna transferida, Jiyeon. Ela parece ser bem legal... Mas eu quero saber mesmo é o que foi aquele abraço seu e do Baek, mais cedo. - Novamente, Naeyeon semicerrou os olhos e acho que fiquei vermelha igual um pimentão. 

- E você e o Sehun? Vi vocês de mãos dadas. - Imitei sua pose e ela riu.

- Depois a gente conversa melhor sobre essas coisas, vamos pra aula. - Ela pendurou o braço no meu e saímos da sala juntas, seguindo os outros até o laboratório. Eu odiava ter aulas no laboratório, porque sempre tinha nojeiras ou coisas irritantes. 

As nojeiras eram os sapos dissecados e as coisas irritantes eram Baekhyun me importunando sempre que tinha uma chance. Talvez agora fosse um pouco diferente. 

Assim que chegamos na sala, eu percebi que não seria nenhum pouco diferente. Baek piscou para mim, de longe, e deu um sorriso safado que tentei ignorar, mas não consegui evitar um sorriso bobo quando fez um coração com os dedos.

- Classe, hoje vamos mudar as duplas, pra não ficar muito monótono. Troquem com as mesas ao lado das suas, por favor. 

A professora falou assim que chegou na sala, fiz um bico de choro me despedindo de Naeyeon e olhei para a mesa ao lado, vendo Jungkook vir para o meu lado, com um rosto triste e cheio de olheiras.

- O que você tem, Kook? - Estranhei, ele suspirou alto, fitando a mesa sem me responder. Olhei para a mesa do lado esquerdo, na minha frente, vendo Baekhyun e a nova garota formarem a dupla. Ela sorriu para ele e Baek apenas ignorou e voltou a olhar para mim. Meu Deus, que idiota. Coitada da garota, parece ser tão simpática. 

Olhei repreensiva para ele e vi seus lábios se movimentarem em uma frase muda. 

- O que? "

" - Seja menos Baekhyun, e mais amigável. "- Também falei em uma frase muda, movimentando apenas a boca, e Baek fez uma careta e virou para Jiyeon, sorrindo forçado e virando para mim de novo.

" - Satisfeita? " - Ele disse em mudo, ainda emburrado, e ri anasalado. 

- Ok, classe. Vamos agora... Espera, Minhyuk e Yixing, vocês ficaram em dupla?! Deus tenha misericórdia! Por favor, troquem agora! 

- Por que, professora? - Minhyuk franziu a testa, enquanto todos riam.

- Deve ser porque aquele nosso milkshake de morango explodiu na sala, da última vez! - Lay sorriu e todo mundo riu ainda mais. 

- Milkshake? Você quer dizer o Óxido de Érbio? Aigoo... Eu não tenho culpa, professora! Foi o Lay que quis botar gelo seco naquilo! 

- Mas você disse que podia, Minhyuk! - Lay resmungou e os dois trocaram de duplas. Bom, acho que alguns gostaram e outros não. Lay e Lisa ficaram como uma dupla e Minhyuk e Rose formaram outra.

- Agora vamos lá, tirem os tecidos de cima da bandeja e observem o que tem embaixo. - A professora disse e vários gritos abafados soaram na sala ao ver ratos prontos para serem dissecados. Juro que quase vomitei ali mesmo. 

- Meu Deus! - Jungkook fez uma cara de choro e apoiou a cabeça na mesa, abraçando a bandeja e literalmente chorando. - Essa ratinha me lembra a Sana! 

- É um macho... - Segurei o riso e Jungkook choramingou mais alto. 

- Esse ratinho me lembra o pai da Sana!

E foi assim a aula toda. Qualquer coisinha que Jungkook visse, lembrava a tal Sana e eu não consegui me concentrar em nada da aula. Meus olhos sempre focavam em Baekhyun e Jiyeon. Ela era bem atrapalhada em fazer as coisas e Baek acabava ajudando ela, consequentemente ficando MUITO próximo. Tinha vezes que me parecia que ela fazia de propósito, sabe? Ou talvez fosse só minha imaginação mesmo.

- Ei, Yerin? Alô, terra chamando Yerin! - Naeyeon me tirou do transe e só então fui notar que já havia terminado a aula. 

- Hã? Ah, Nae... 

- Amiga, você tá bem? Tá parecendo o Yixing...

- O Yixing? - Franzi o cenho.

- É, toda avoada. - Nós rimos e eu ajeitei meus materiais. Baek deixou Jiyeon falando sozinha na mesa e veio até onde eu estava, sentando em minha mesa e segurando um frasco com um líquido rosado. 

- Toma. - Ele esticou o braço e fiquei sem entender nada. 

- Que porra é isso? - Perguntei.

- Uma poção do amor, fiz pra você. - Baek piscou e sorriu malicioso. 

- Conheço uma "poção" boa pra você, Baekhyun. - Minhyuk disse sério, se aproximando da mesa. 

- Qual? - Baek o olhou estranhando.

- Viagra. - Minhyuk sorriu sorrateiro e saiu correndo da sala. 

- Aish, maldito! VEM CÁ MINHYUK, SEU PALHAÇO! - Baek deu um grito, e saiu correndo atrás de Minhyuk pelos corredores. Foi impossível não rir daquela cena, principalmente depois de ver Lay se assustar com a gritaria repentina e derrubar um saco de bicarbonato de sódio no uniforme de Lisa, que fez um escândalo.

Sehun veio para o nosso lado e deu um selinho em Naeyeon; me engasguei com a própria saliva e arregalei os olhos. Os dois riram da minha reação e logo entendi toda situação, dando um sorriso malicioso. 

- Então quer dizer... - Mantive o sorriso malicioso e Naeyeon riu baixo, envergonhada. 

- Para, Yerin... Vamos. - Ela segurou meu braço e saímos da sala, sem pressa alguma. Baekhyun apareceu na nossa frente sorrindo de orelha a orelha e com as mãos nos bolsos. 

- Cadê Minhyuk? - Sehun perguntou.

- Acidentalmente, por ações de forças sobrenaturais, ele caiu em cima do arbusto cheio de espinhos do jardim. - O sorriso irônico de Baek já denunciava tudo. 

- "Acidentalmente", ah tá. - Sehun riu soprado, e Baek me olhou sugestivo.


                POV Jungkook


Dias sem fazer nada porque estou pensando nela, noites sem dormir porque estou pensando nela, sem trabalhar direito porque estou vendo ela. Até quando eu estou jogando LOL e assistindo as maravilhosas lives stream's da IU na era de The Red Shoes, eu via Sana nos mínimos detalhes possíveis. Resumindo, eu estava completamente louco. 

- Aish... essa caceta... não... entra...! - Falei pausadamente, enquanto colocava a maldita fantasia de coelho. - Não acredito que tô fazendo isso... Porra, Jeon Jungkook. 

Eu estava mesmo vestindo aquela fantasia de coelho, em plenas 15:00 horas e com o maior sol de primavera lá fora. Não sei o que eu tinha na cabeça quando aceitei distribuir panfletos vestido de coelho no meio da rua. Na verdade, eu sei sim. 

" - Sana, eu... Me dá uma chance, eu juro que não vou fazer você se decepecionar e nem de arrepender, eu... 

 - Jungkook, você pensa que sou idiota? Por que acha que eu iria querer alguém que usou todas? - Sana bufou, me dando as costas. 

- Olha, eu sei que fiz muita coisa errada já, e que usei e abusei de todas as garotas do bairro... 

- Da cidade. - Ela me corrigiu e eu suspirei. 

- Da cidade. - Repeti. - Mas, pessoas mudam, não é? Eu mudei inesperadamente, e tudo por você. 

- Mudou? Tem certeza? - Ela sorriu sarcástica. - Faça-me o favor Jungkook. Você só pensa em si, só vê a si mesmo, e nunca te vi se esforçando em nada. Nem no trabalho, nem nas notas da escola, você simplesmente não se esforça em nada e não faz nada. Eu não preciso de alguém assim.

- Então é isso? "

Bufei ao lembrar da conversa de dias atrás. 

Antigamente, eu nem parava quieto em um mesmo lugar por mais de 20 minutos, - tirando a escola - e muito menos queria trabalhar, eu não preciso trabalhar. Mas cá estou eu, ficando meio período nesse trabalho e sem saber fazer quase nada por não ter experiência. Tudo por sua causa. Mas ela precisa de provas? Aish. 

- Mal... dição! - Com dificuldade, subi de vez a fantasia, e fechei o zíper. Coloquei a cabeça de coelho e me olhei no espelho,  transformado em um coelho rechonchudo e de orelhas enorme. Suspirei, ajeitando a fantasia e saí do prédio, dando de cara com o festival de primavera que acontecia na rua àquela manhã. Aquela era uma ótima oportunidade para promover a loja e chamar pessoas para adotar os coelhos e gatos que o pai de Sana ajudava no projeto de adoção que participa. Sorte minha que as aulas acabaram cedo, ou eu teria que matar aula hoje.

Comecei a dar pulos desajeitados e distribuir os panfletos. Sério, se fosse sem essa fantasia eu já teria distribuido todos, usando minha extraordinária beleza, é claro. 

Não demorou mais de 20 minutos para meu ar começar a falhar. Estava um calor insuportável e aquela fantasia era sufocante; diminuí o ritmo das entregas e olhei de longe para Sana. Ela me observava vez ou outra, enquanto cuidava das adoções dos pequenos coelhos e gatos. Sana parecia tão meiga daquele jeito, seus olhos brilhavam e seu sorriso me fazia sorrir de volta. Eu tinha me metido em uma tremenda cilada, porém já era tarde demais para tentar escapar. 

- Olha unnie, é um coelho gigante! - A voz de uma garotinha me tirou do transe. - Coelho, dança!

Balancei a bunda de um jeito engraçado, fazendo ela rir. Levantei o olhar e vi a garota que segurava sua mão, e puta que me pariu, era Seulgi. 

Engoli seco ao ver Sana se aproximando de onde eu estava, com um coelho nas mãos. Eu precisava sair de perto de Seulgi antes que desse merda. 

- Coelho, o que tá fazendo? - A garotinha franziu a testa me vendo andar na ponta dos pés, tentando sair de fininho. 

- Jungkook! - Sana gritou, chegando perto. 

- Jungkook? - Seulgi soltou em um murmúrio e eu fechei meus olhos, suspirando. Ela riu e ficou lá parada, fitando Sana chegar.

- Olha! É fofo, né? Os dentes dele me lembram os seus. - Sana riu, levantando o coelho e me mostrando ele que é um pouco dentuço.

- Ha ha ha. - Falei irônicamente. 

- Tá, não foi isso que eu vim dizer. Você já passou tempo demais com essa fantasia, deve ser sufocante. Pode tirar já. - Ela sorriu e eu quase tive um derrame cerebral. Balancei a cabeça negativamente e Sana se aproximou, segurando na cabeça de coelho com as duas mãos e puxando-a para cima. Segurei suas mãos com minhas patas - minhas patas de coelho, da fantasia, viu?! Eu não tenho patas de verdade, é só por causa da fantas... ah foda-se, vocês entenderam. - e balancei a cabeça de novo. 

- Jungkook, o que foi? Tira isso logo! - Sana puxou outra vez e emburrou o rosto. 

Eu não podia tirar aquilo, Seulgi vai me reconhecer e com certeza não vai melhorar minha relação com Sana. BUDA, ME AJUDA! Meu fôlego realmente estava diminuindo, eu suava o oceano inteiro por dentro daquelas espumas e até minha força estava diminuindo.  Mas consegui fazer Sana desistir e me dar um chute na panturrilha. Ah, a dor do amor!

- Espero que você morra asfixiado, seu coelho idiota e narigudo! - Sana saiu em passos largos e um bico nos lábios, extremamente fofa. 

- Jeon Jungkook? - Seulgi se aproximou de mim. - É você?

Sacudi a cabeça negativamente e sai andando dali rapidamente, mas ela me seguiu, infelizmente. Eu precisava tirar aquela fantasia o mais rápido possível, e tentar respirar melhor. Fui em direção da ala de adoção, esbarrando minha pança de coelho em todo mundo que estava pelo caminho. 

Perdi o equilíbrio por um momento, sentindo tudo a minha volta girar. Cessei meus passos, cambaleando um pouco, com falta de ar. Vi Sana semicerrar os olhos de longe, me encarando ainda de cara fechada. 

- Jungkook?! - Ela arregalou os olhos assim que me viu cair de joelhos no chão. Meus limites haviam chegado, o suor escorria por meu rosto e eu tentava puxar o ar. 

Fechei meus olhos e deixei meu corpo cair por inteiro no chão. Uma luz clareou meus olhos e o ar foi voltando aos poucos. Senti algo tocar meus lábios de forma afoita, entreabri os olhos devagar vendo Sana me beijar. Eu morri e fui para o céu? 

- Jungkook! Você não pode morrer assim, imbecil! Eu nem cheguei a... dizer o que sinto. Eu me recuso a deixar que você morra, vai, acorda! Aish! - Novamente seus lábios tocaram os meus, e percebi que ela fazia respiração boca a boca. Fechei meus olhos totalmente e fiquei lá, fingindo estar desmaiado. Sentir seus lábios nos meus, mesmo que fosse daquele jeito, era tão bom. 

- Jungkook... eu... agora que eu gosto de você, você vai morrer? Yah! Por favor...

- VOCÊ O QUE?! - Ergui as costas na velocidade da luz, e arregalei meus olhos. Sana estava lacrimejando e também arregalou os olhos, fungando. - Você disse que gosta de mim? É isso mesmo que eu ouvi? 

- Você não morreu? - Sana fungou, limpando suas lágrimas.

- Eu só passei mal... Mas, você disse mesmo o que eu ouvi? - Olhei ainda incrédulo.

- Seu idiota! Imbecil! Babaca! - Sana tomou uma vassoura da mão de uma mulher que estava varrendo a rua e empunhou ela contra mim, me levantei e ela veio atrás de mim, com a vassoura nas mãos e gritando mil e um xingamentos, até em japonês.

- CALMA, SANA!

- VOCÊ ME ENGANOU, SEU... SEU COELHO INÚTIL! EU TE ODEIO!

Parei de andar e me virei para ela, que fez o mesmo e me ameaçou com a vassoura. Dei passos para frente, e Sana franziu a testa, recuando para trás. Puxei a vassoura de sua mão e a joguei no chão, Sana me deu um tapa no ombro, e seu rosto estava emburrado, mas suas lágrimas rolavam por ele. 

- Me odeia mesmo? - Olhei em seus olhos e ela desviou. 

- Odeio... - Ela falou baixo, olhando para o chão.

- Pois eu nāo acredito em você. - Ditei, sério, a tomando pela cintura e lhe roubando um beijo sedento. Sana tentou relutar, mas logo cedeu; aprofundei o beijo sentindo um gosto de cereja vindo de seus lábios. Eu ansiava por aquilo já faziam meses

- Jungkook... - Sana se afastou um pouco, entreabri os olhos e vi os seus ainda fechados. Colei minha testa na sua e fechei meus olhos de novo.

- O que?

- Tenho que te dizer 3 coisas.

- Pode dizer. 

- Primeira: Eu gosto de você, gosto tanto que parece loucura. - Sorri com suas palavras. - Segunda: Todo mundo tá olhando a gente. 

Ela riu abafado e eu fiz o mesmo. 

- E a terceira? 

- A terceira é que meu pai tá logo atrás de você. 

- Q-Que? - Engoli seco, me afastando e virando lentamente para trás. Sorri fraco vendo o pai de Sana nos encarar com o rosto nada amigável. Ele cerrou os punhos e respirou fundo. 

As cenas a seguir são de brutal violência e não recomendadas para pessoas sensíveis

- Foi bom te conhecer, Kook. - Sana sussurrou e eu já imaginei como seria o meu caixão e o velório. 

                    POV Yerin


Nem preciso dizer que Naeyeon e Sehun arrancaram todas as informações de Baekhyun e eu, enquanto saíamos da escola para ir até um café. Bom, nem todas as informações né. Pelo menos, já sabiam sobre nós dois, e dizer aquilo para alguém me fez cair a ficha de que realmente tudo era real e não um sonho. 

- Depois vamos sair em um encontro  duplo, viu? - Naeyeon disse animada. 

- Encontro duplo com Baek... Isso é inacreditável! - Sehun ainda estava sem acreditar, Baek só ria de suas expressões de surpresa, e eu interrogava Naeyeon sobre como ela e Sehun se acertaram.

- Espera... e o Taehyung...? - Nae me pegou de surpresa e vi o sorriso de Baek desmanchar. 

- Amor, não cutuca leão com vara curta. - Sehun murmurou para Naeyeon. 

- Baekhyun é um leão literamente com a vara curta, se é que me entendem. - Olhei para o lado e vi Minhyuk sorrindo malicioso. 

- LEE MIN HYUK! - Baek gritou tão alto que algumas idosas que passavam na rua deram um berro. Eu ri alto junto com os outros, enquanto Baekhyun corria atrás de Minhyuk com um tijolo que sabe-se lá Deus de onde ele tirou. 

- Coitado do Minhyuk, já tá todo furado e ainda vem falar isso. - Sehun riu, sentando em uma cadeira, envolta de uma das mesas do jardim da cafeteria. 

- É verdade o que o Minhyuk disse, Yerin? - Naeyeon me lançou um sorriso safado e eu fiquei totalmente vermelha. E, bem, não era verdade não, convenhamos.

- Pra quê quer saber, hein?! - Sehun fez um bico, cruzando os braços. 

- Eu só tô brincando! - Nae riu. 

- "Eu só tô brincando" - Sehun a imitou, emburrado. Eu ri e olhei para o lado, vendo Baek chegar todo suado e ofegante.

- Não matou ele, né? - Indaguei, rindo. 

- O maldito corre rápido demais. - Baek sentou ao meu lado e bufou.

- O dia hoje tá bem caótico. Primeiro teve aquela garota... - Sehun suspirou. 

- Por que será que ela fez aquilo? - Naeyeon suspirou também.

- Ela...  disso que aquilo era um aviso. - Baek ditou sério, abaixando a cabeça. 

- Aviso? Aviso de quê? O que ela te disse? - Indaguei, franzindo o cenho.

- Disse que ela era apenas um aviso, e que eu seria o "próximo". - Baek falou baixo.

- Talvez... Taemin? - Sehun e Baek se entreolharam e ficaram em silêncio.

- Quem é esse? - Perguntei confusa e preocupada.

- Ele é... - Assim que Baek ia falar algo, meu celular começou a tocar e que droga, era a música que ele tinha feito ser "nossa". I Feel You tocou em todas as alturas e Baek riu abafado, acho que fiquei corada o suficiente para esquentar meu café sem precisar de fogo. 

Olhei para a tela do aparelho e vi o nome de Taehyung brilhar, atendi e mirei Baek, que desmanchou o sorriso ao ouvir minhas primeiras palavras. 

 " - Alô, Tae? 

   - Yerin?! Fiquei sabendo do que houve aí na escola, você tá bem? Não se sentiu... mal? Só pude ligar agora porque tive uma reunião de emergência na empresa!

- Calma, Tae, respira! - Ri baixo, ouvindo ele cuspir frase por frase em míseros segundos. - Eu tô bem...

Ele sabe sobre o que aconteceu anos atrás, por isso fez essas perguntas... Por sorte minha, eu não vi a garota. Tae suspirou aliviado e deu para ouvir sua respiração pesada.

- Desculpa, é que... fiquei preocupado. Enfim, já tô chegando aí pra te buscar, ok? Me espera na porta, beijo.

- Ok, beijo. "

- " Ok, beijo ". - Baek imitou minha voz, cruzando os braços. - O que esse infame queria? 

- Ele tá vindo me buscar... - Ditei e Baek riu soprado.

- Ah, verdade. Esqueci desse detalhe. - Baek se levantou, colocou as mãos nos bolsos e olhou para Sehun. - Vamos pra casa então.

- Vou ficar aqui com a Nae um pouco, depois apareço lá. - Sehun sorriu fraco e suspirei, me levantando.

Baek saiu do café sem se despedir e eu entendia seu lado, ele e Tae se odeiam, não entendo muito o porquê, mas os dois são realmente como cão e gato.

Demorou somente 5 minutos para Taehyung chegar em frente a escola e sorrir para mim, ao abrir a porta do carro.

- Você tá bem mesmo? 

- Tô, claro. Desculpa te incomodar enquanto trabalha... 

- Sabe que não me incomoda nenhum pouco. - Ele sorriu e deu a partida. Passei o caminho todo em silêncio, precisava de uma vez por todas conversar com ele sobre o que estava acontecendo. Aquilo estava me sufocando por dentro.

Hoje todos lá em casa estavam de folga, menos os jardineiros que limpavam o jardim quando chegamos. Subi alguns degraus da escada, entretanto, cessei e me virei para Tae, que estava no sofá da sala mexendo no celular.

- Taehyung... podemos conversar agora? - Respirei fundo, tomando coragem.

- Sim... claro. - Ele parecia receoso. 

- É que... - Me sentei ao seu lado no sofá, engoli seco e respirei fundo de novo.

- Já sei. É sobre nós, não é? - Ele suspirou, ficando cabisbaixo.

- Tae, eu gosto muito de você, de verdade... 

- Mas não me ama. - Ele terminou por mim e me olhou nos olhos, sorrindo fraco. - Yerin, eu... me arrependi de tantas coisas erradas que fiz, eu realmente tentei te fazer feliz, te esperar, eu.... quis cuidar de você, desde o primeiro dia em que te vi. 

- Tae... - Senti meus olhos lacrimejarem.

- Escuta. - Ele me interrompeu. - Sei que não sou perfeito, errei muito, e te peço desculpas. Eu sei que.... você gosta do Baekhyun, e eu quero ver sua felicidade, nem que ela não seja comigo. Pra te ver feliz, eu posso suportar. Lembra que já te disse isso uma vez, né? 

- Sim. - Suspirei. - Lembro sim. Me desculpa, Tae. Eu me sinto culpada em namorar você sem retribuir o mesmo sentimento. Você merece o melhor, e merece ser feliz com alguém que goste de você do mesmo jeito....

- Yerin, eu amo você. - Ele me interrompeu de novo. - Eu deixo você ir, pela sua felicidade. Mas não é porque eu fazendo isso, que vou desistir de você e te entregar fácil pro Baekhyun. Eu te amo, e posso esperar o dia em que você vai sentir o mesmo. 

Tae sorriu fraco, passando o dorso da mão em minhas poucas lágrimas. Suas palavras me deixaram sem reação, fiquei ali parada olhando em seus olhos até que a campainha soou, seguida de um bater na porta bem alto. Desviei de seu olhar e limpei minhas lágrimas, me ajeitando e indo até a porta. 

- Quem é? - Perguntei alto, mas ao invés de responder, bateram na porta mais alto ainda, então a abri logo. - Quem...

Paralisei. Meus olhos se arregalaram e minha boca se abriu em um perfeito "O". Sacudi minha cabeça e coçei os olhos, pensando ter visto errado. Abri mais os olhos e voltei a encarar a porta esperanso que a imagem à minha frente sumisse, porém ela permameceu lá. Ouvi uma tosse descontrolada de Tae atrás de mim e percorri meus olhos sobre as enormes malas e o sorriso sorrateiro do outro.

- Vai me deixar plantado aqui? Nossa, que recepções ótimas viu... 

- B-Baekhyun? 

- Não, é o papa Bento XVI. É claro que sou eu né, não reconhece mais o amor da sua vida, Yerin? Eu hein! - Baek colocou a mão no bolso da calça e sorriu de canto. 

- O que você tá fazendo aqui? Vai viajar pro outro lado do mundo e veio se despedir? Que lindo. - Tae bufou. 

- Claro que não, querido. Eu não quero deixar a Yerin morando sozinha com você, então... - Baek pegou uma das malas gigantes e veio arrastando ela para dentro de casa. Andei para o lado enquanto ele passava, e o encarei ainda estática. 

- Baekhyun, o que você tá fazendo? - Finalmente minha voz saiu, meio falhada.

- Tô vindo morar aqui, ué. - Ele sorriu largamente e eu pensei ter ouvido errado.

- Você só pode tá de brincadeira... - Tae resmungou, colocando as mãos nos bolsos e revirado os olhos.

- Você ouviu alguma coisa, Yerin? - Baek olhou para os lados, ignorando Taehyung.

- Baek, deixa de maluquisse e volta pra casa logo. - Falei, empurrando sua mala de volta para a porta.

- Não posso deixar a minha... - Baek deu ênfase na última palavra, encarando Tae. - ... garota, ficar sozinha em casa com outro homem. 

- Vocês... estão namorando? - Tae falou em tom fraco, olhando para o chão.

- Não! - Quase gritei, e em uníssono, Baek quase gritou um "Sim!". Nós dois nos entreolhamos e eu rangi os dentes, o vendo me olhar com um bico nos lábios. 

- Não? - Baek me olhou, com aquela cara de birrento dele. 

- Bom, não lembro de ter sido pedida em namoro antes.  - Pigarreei, desviando de seu olhar mortal. 

Ele me mostrou a língua e saiu arrastando as outras malas para a sala. Deveriam ser umas 98484 malas ao total, pelo menos. 

- Já pode parar de brincadeira e ir embora, Baekhyun. Não precisamos de um otário querendo ser guarda-costas. - Tae disse sério e Baek deu alguns passos, ficando em sua frente. 

- E o que você ainda tá fazendo aqui? - Baek disse, rindo soprado. Tae rangeu os dentes e se aproximou brutalmente, segurando com força na gola da camisa de Baek, que permaneceu sorrindo de lado, de modo sarcástico.

Baekhyun vai mesmo morar aqui? Isso vai me dar uma enorme dor de cabeça, já estou até vendo. Meu Deus do céu, por favor, me diz que pecado que eu cometi! Talvez na minha vida passada eu tenha sido o Adolf Hitler, não é possível!











Notas Finais


AAAAAAAH MUITO OBRIGADA PELOS 300 FAVORITOS

Comentem muitão pra o próximo sair mais rápido ♡ alsjslsjj é brincadeira!
Sério, muito obrigada e perdoem o meu super atraso :')


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