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História Auditory Hallucination - Cobras à solta


Escrita por: taexxxxxie

Notas do Autor


Não vou enrolar aqui, bora lá ♡
LEIAM AS NOTAS FINAIS, e quem ainda não sabe, tenho outras fics e one shot, olhem no meu perfil ~chu

Capítulo 25 - Cobras à solta


Fanfic / Fanfiction Auditory Hallucination - Cobras à solta


- Baekhyun, eu... - Abaixei o olhar e tentei processar tudo aquilo.  - Sabe o quanto eu me senti mal hoje, e o quanto me senti na dúvida sobre as escolhas que eu fiz? Me senti tão frustada e insegura, talvez com medo. Na minha cabeça, coisas como: "Nós realmente vamos dar certo juntos?", " Nós realmente estamos juntos?", era o que não faltava. Me responde agora. Nós estamos realmente juntos? Por que eu... sinto que não? 

Ficamos em silêncio por longos minutos, até que Baekhyun se aproximou e colocou meus cabelos para o lado, colocando o colar em meu pescoço. 

- Sinto muito... Por fazer te fazer esperar tanto, eu sinto muito. Eu sempre fui mulherengo, metido a Don Juan, e essa é a primeira vez que amo tanto alguém a ponto de desistir do que eu era antes pra tentar ser alguém diferente, de um jeito melhor. - Ele respirou fundo. - Shin Yerin, você quer namorar comigo? 

Fiquei estática; Seus olhos fitavam intensamente os meus, e minhas palavras pareciam ter sumido totalmente. Eu estava EXPLODINDO de felicidade por dentro! Ainda sem acreditar, deixei uma lágrima escapar por minha bochecha e vi Baekhyun quase arregalar os olhos, desajeitadamente levando o polegar até meu rosto. 

- O-O que foi, Yerin?! Eu falei alguma coisa errada?! Tá se sentindo mal?! O que você tem, por que tá chorando?! N-Não quer...? 

- Não! Não é isso! Eu... - Deixei um sorriso bobo escapar, o vendo franzir a testa confuso. - Eu tô feliz. Nunca viu alguém chorar de felicidade? 

- Sua boba. - Ele sorriu minimamente, segurando meu rosto com a mão. 

- Odeio ser estraga prazeres, mas... - Uma voz familiar chamou nossa atenção, fazendo o sorriso de Baek se desmanchar por completo. 

- Taemin. - Baek falou, sério, se virando e me fazendo recuar para atrás dele. O garoto de cabelos castanhos estava com um sorriso de canto debochado, as mãos nos bolsos e me olhava de relance enquanto outro garoto de cabelos mais escuros se aproximava sorrindo de lado. - L-Luhan?

Baekhyun fez eu me esconder mais atrás de suas costas, como se estivesse nervoso ou receoso com alguma coisa. 

- Sentiu minha falta, Baekkie? - O tal Luhan riu soprado, junto ao Taemin. 

- O que querem? - Baekhyun segurou minha mão, e apenas observei de soslaio aqueles garotos se aproximarem mais, como se estivesse provocando. Luhan ficou um pouco na ponta dos pés, se esgueirando para me ver, com um sorriso provocante. Os dois eram lindamente intimidadores, eu me sentia naqueles filmes americanos de suspense. 

- Uau, essa é a Yerin? Nossa Baekkie, ganhou na loteria, hein? Que tal dividi o prêmio com seu velho amigo? - Luhan se aproximou, tocando as pontas dos dedos em meus cabelos, porém, Baekhyun recuou me empurrando para trás e ficando na frente de Luhan. 

- Não toca nela. - Baek falou rangendo os dentes. 

- Calma, Luhan. A noite é uma criança. - Taemin deu alguns passos, desleixado. - É o seguinte, Baekhyun. Vou te dar duas escolhas: Você pode entrar naquele carro ali sem fazer nenhum alvoroço, ou nós podemos te colocar nele à força. E aí? 

- Baek... - Murmurei, apertando meus dedos no tecido da camisa de Baekhyun.

- Tá tudo bem. - Baek sussurrou para mim tentando me deixar menos nervosa, mas era impossível já. 

- Awn, que fofa com medo! Yah, Taemin, quando tudo acabar eu posso pegar ela pra mim, não posso? - Luhan fez um bico fofo com os lábios, olhando para Taemin, que revirou os olhos. 

- Escolhe Baekhyun, você sabe que eu sou impaciente. - Taemin cruzou os braços, nos encarando. 

Olhei para Baek e o vi abaixar a cabeça, suspirando. Ele não estava pensando em entrar naquele carro, né?!

- Ok. Eu entro no carro, mas vão deixar ela fora disso. - Baekhyun largou minha mão e me empurrou fraco para trás, arregalei os olhos e me recusei a acreditar no que estava vendo. 

- Yah, Baekhyun! Ficou maluco?! - Alterei meu tom de voz, sentindo meu corpo suar frio e minhas mãos ficarem trêmulas. 

- Tudo bem. Entra. - Taemin apontou para o carro no outro lado da rua, e Baek me olhou apontando com a cabeça para a rua, como se dissesse para que eu fosse embora. Balancei a cabeça negativamente, me negando a sair dali. 

- Não quero... - Ditei numa voz baixa, choramingando, ainda balançando a cabeça. - Eu não vou... 

- Yerin, por favor... - Seus olhos estavam lacrimejando, praticamente implorando para que eu saísse dali. 

Fechei meus punhos, acompanhando Baekhyun com os olhos enquanto ele andava até o maldito carro. No meio do caminho, assim que Baek entrou no carro junto a Taemin, Luhan cessou seus passos, virando para mim e sorrindo de canto. Com as mãos nos bolsos de uma calça de couro preta, ele caminhou na minha direção, me fazendo recuar alguns passos para trás até que minhas costas bateram em uma superfície fria, me causando um calafrio dos pés a cabeça  

- Desculpa, mas você é parte importante nisso. - Ele sorriu irônico, tirando a mão do bolso junto com um lenço branco e o pondo com força em meu nariz. A umidez do pano com um cheiro estupidamente sufocante fez meu coração acelerar irregularmente; tentei de alguma forma me soltar, mas tudo à minha volta começou a girar e uma dor aguda atingiu minha cabeça ao mesmo tempo em que meus olhos pesaram, fechando lentamente. 


                         (...)


       " I’m like TT uuum
                   Just like TT uuum
                   Ireon nae mam moreugo
                   Neomuhae, neomuhae "


- Luhan, desliga esta porra de rádio. - Taemin bufou, inclinando sua cadeira para trás.

- Mas eu gosto dessa música, pô. 

- Desliga este caralho logo antes que eu te dê um tiro na testa. 

- Nossa, nossa! Tá bom, tô desligando porra. Credo, que mal humor. - Luhan fez careta, indo até um pequeno rádio no canto da parede e desligando-o. 

- Luhan, se você não percebeu, estamos no meio de um sequestro. - Taemin bufou outra vez e Luhan imitou cada palavra sua com uma voz zoada, enquanto voltava para sua cadeira. 

- Voltei, amor. - Luhan arrastou sua cadeira para mais perto ainda de mim e a virou de frente para ele, sentando à minha frente. 

- Amor seu cu. - Revirei os olhos, virando o rosto para o lado. 

- Que delícia, adoro uma mulher difícil. - Luhan piscou, passando a língua pelos lábios. Ele levantou, vindo até mim e segurando meu rosto, o fazendo virar para ele. Seu olhar pairou sobre meus lábios e a única coisa que senti foi repulsa. E fiz a primeira coisa que me veio à mente; cuspi acertando de cheio em seu rosto, rangendo os dentes. 

Luhan fechou os olhos, e dava para sentir o seu sangue fervendo de ódio. Escutei ao longe uma risada abafada, e olhei por cima do ombro de Luhan, vendo Baek ainda cabisbaixo. 

- Essa é a minha garota... - Baek ditou com dificuldade, tossindo um pouco. Ele estava amarrado pelas mãos por correntes presas em paredes, deixando seus braços abertos. Sua camisa estava meramente rasgada e manchada de sangue, e sim, eu estava com medo. Só de vê-lo naquele estado, sentia um aperto no peito e um medo imenso de que alguma coisa pior acontecesse. Ele levantou a cabeça bem devagar, deixando seu rosto machucado aparecer com um sorriso de deboche.

- Uau, depois da surra que levou, achei que ia demorar mais pra você abrir o bico. - Taemin riu soprado, junto com os outros homens que deviam ser no mínimo uns 8, naquela situação eu não ia parar para contar né? Eu estava amarrada em uma cadeira de madeira, por cordas, tão forte que dava para ver uma vermelhidão em minha pele ao redor das cordas. 

- O que acha de mais uma rodada? - Luhan soltou meu queixo bruscamente, me fazendo grunhir de dor. 

- Qual é, Taemin... Não é a primeira e nem segunda vez que apanhei da sua ganguezinha. Quando você vai virar homem? Já passou da hora de ter uma briga de verdade, só você e eu, não acha? 

- Que engraçadinho. - Taemin balançou para trás uma cadeira à sua frente, lentamente, com o pé. - Você deveria ter sido mais homem antes de me dedurar.

- Que infantil. Eu devo mesmo ser uma ameaça. O que foi? - Baek riu anasalado, encarando Taemin. - Tem medo que eu denuncie seus podres de novo? Que eu acabe com a festinha de vocês, outra vez? 

Taemin desmanchou seu sorriso e empurrou fortemente a cadeira com o pé, indo em direção de Baekhyun e desferindo um soco em seu rosto. Fechei meus olhos de imediato e virei o rosto, ouvindo Baek grunhir baixo de dor. 

- Você é realmente irritante, como consegue?! - Taemin bufou, rangendo os dentes ainda de punhos cerrados. - Quer morrer antes da hora certa, é? Porque eu não me importo nenhum pouco! 

Taemin desferiu golpes seguidos em Baekhyun, e arregalei os olhos em desespero, vendo o sangue pingar pelo chão. 

- PARA, POR FAVOR! - Gritei, arfante. Baek pendeu a cabeça para frente, tossindo fraco o líquido avermelhado; Taemin se virou para mim e sorriu de lado, passando as mãos pelos cabelos e os jogando para trás.

 - Eu não consigo entender... Como conseguiu uma garota dessas?! - Taemin sorria malicioso, dando passos em minha direção. - É Yerin, certo? Acho que lembra da minha voz. O que sente, vendo que seu namoradinho idiota vai morrer? 

- P-Por favor... - Balancei a cabeça negativamente, olhando para Baekhyun quase inconsciente. - Eu... Eu faço qualquer coisa, mas por favor, para com isso.

- O que acha da sugestão, Byun? - Taemin riu irônico.

- Vai se foder, Lee Taemin. Melhor, por que você não segue o exemplo daquele seu amiguinho Jonghyun e vai pro inferno! - Baek cuspiu sangue perto dos pés de Taemin, vendo ele bufar de ódio imediatamente. 

- Tocou na ferida. - Luhan balbuciou.

Sem aviso, Taemin deu um tapa forte em minha bochecha, fazendo minha cabeça virar para o lado tamanha a força e sentir um ardor descomunal, quase queimando minha pele. Grunhi de dor, sentindo minhas mãos tremerem e suarem frio, sem entender nada. 

- MALDITO! - Escutei um grito de Baekhyun ecoar pelo casebre mal acabado. 

- Vai ser assim a brincadeira agora! - Taemin se aproximou, segurando meu queixo com os dedos e levantando minha cabeça. - Toda vez que você me irritar, Baekhyun, quem vai sofrer vai ser a sua garota. 

- N-Não! Taemin, deixa a Yerin fora disso, essa briga é nossa, ela não tem nada a ver!

- O que acha, linda? Olha bem pra ele, Yerin. Você acha que ele aguenta mais uma surra? Acha que ele vai aguentar mais quantos minutos de vida?

Olhei por cima de seu ombro, vendo Baekhyun me fitar com um olhar desesperado e a respiração tão pesada que dava para ouví-la como um eco. 

- E então, o que me diz. Cada vez que você sofrer por ele, vou dar pra ele 10 minutos a mais de vida. Que tal? - Taemin riu anasalado, passando a língua pelo canto da boca e fitando meus lábios.

- Yerin-ah... - Baek engoliu seco, arrastando um pouco os joelhos como se tentasse se aproximar de mim de alguma forma mas um dos garotos que estavam silenciosos observando tudo, puxou a corrente com força fazendo Baek recuar novamente. 

- Acho melhor concordar logo, Taemin tem tpm masculina, ele é "meio" sem paciência, sabe? - Luhan fez aspas com os dedos, segurando o riso.

- E a minha paciência com você já tá acabando. - Taemin apoiou os braços em minhas coxas, inclinando o corpo para mais perto de mim. - E então, Yerin? O tempo dele tá acabando, tic tac.

Taemin estalou a língua, imitando um relógio, sem falar uma palavra sequer, apenas mantendo o olhar baixo, eu assenti, vendo Baekhyun arregalar os olhos e fechar os punhos.

- Não se preocupa... - Soltei em um murmúrio, sorrindo fraco.

 - Yerin... - Ele praticamente me implorou com os olhos, entretanto eu estava decidida. Eu não fazia ideia de com quem estava me metendo, mas se eu podia fazer alguma coisa, eu faria. 

Vi uma lágrima escorrer pela bochecha de Baek ao mesmo tempo em que ele fechou os olhos e virou o rosto para o lado.

- Ei, ei! Vocês realmente acham que isso vai atingir Byun Baekhyun? Pff, pensem mais alto, seus inúteis. - Uma voz áspera soou, gradativamente se aproximando. Procurei o dono da voz com o olhar e notei um garoto alto e de cabelos loiros desgrenhados com um sorriso estampado no rosto e as mãos nos bolsos de uma calça jeans fajuta.

- K-Kris? - Baek pareceu perplexo, como se estivesse vendo algum fantasma. O garoto se agachou perto de Baekhyun e empurrou sua cabeça para trás com o dedo indicador.

- A quanto tempo, Byun. Sabe o que é estar sedento por vingança por 4 anos?

- Eu pensei que... 

- Que eu tivesse morrido? - Kris deu uma gargalhada, se levantando e empurrando o corpo de Baek com o pé. - Sabia que por sua causa e daquele imbecil do seu melhor amigo meus negócios na China foram por água abaixo? Aigoo, uma pena que você vai ser o primeiro a morrer e não vai poder ver a vez dele. Queria acabar com vocês dois com um mesmo tiro. - Kris levantou os dedos como se fossem um revólver e encostou na testa de Baek, que permanecia sem reação. 

- Surprise Motherfucker! - Luhan riu alto. - E aê, Wu Yi Fan! 

- Gostou da surpresinha, Baekhyun? - Taemin riu soprado. - Ah, onde estávamos, Yerin? 

- Ei, ei! Não ouviu o que eu disse? Bater na garota não vai funcionar, mas, o poderoso Baekhyun não aguentaria ver sua garota sendo tocada por outros homens bem na frente dele, não acham não? 

- Se encostarem um dedo nela, eu... 

- Você o quê, hein?! - Kris interrompeu Baekhyun, andando na minha direção. - O que vai fazer, super-homem?!

Apertei meus punhos com força, arregalando os olhos. Minha respiração já estava pesada e meu peito subia e descia, quase estampando o meu desespero na minha testa como um cartaz. O sorriso malicioso de Kris era ainda mais intimidante que o de Taemin, que apenas ria sarcástico, observando toda a cena.

Fechei meus olhos por um momento no desespero e senti uma mão segurar na gola de minha roupa com firmeza, escutando apenas o ruído do tecido se rasgando.

- Puta que me pariu... Chega a ser maldade não dividir essa delícia com os parça, que vacilo Baekkie. - Luhan deu um sorriso safado, mordendo o lábio inferior enquanto fitava fixamente meus seios quase totalmente à mostra, cobertos agora apenas pela renda preta de meu sutiã. Abaixei a cabeça, fechando os olhos e deixando escapar uma lágrima, desejando que tudo aquilo fosse só um pesadelo prestes a acabar.

- Não ousem...! - Baek tinha os olhos quase cuspindo fogo, suas palavras soavam como um aviso de morte, e ele se debatia contra as correntes, tentando soltar-se. Engoli o choro que insistia em vir e olhei de soslaio para ele, sorrindo fraco como se dissesse que ainda estava tudo bem. Meu coração doía só de pensar no que fariam com ele, e somente ele. Eu não estava mais me importando comigo, eu somente pensava no quanto Baek já estava machucado e aquilo doía mais que qualquer outra coisa. Em minha mente, eu desejava todo segundo que alguém entrasse por aquela porta e nos tirasse dali.

Queria que alguém nos salvasse. Eu costumava ser sempre salva quando menos esperava...

Anos atrás, na primeira vez que eu precisei de alguém, naquela vez em que pensei que a vida era injusta e não fazia mais sentido algum para mim, como mágica, Jun Hee surgiu. Ele me salvou e por culpa minha, Jun Hee se foi; depois disso, tudo se tornou 100 vezes mais difícil, nem chorar aliviava mais a dor que eu sentia até que Taehyung surgiu, me salvando de viver uma vida miserável, aliás, me salvando da escolha que fiz de não viver.

E como naquele dia, queria que Tae surgisse e dissesse outra vez que estava tudo bem. Que ficaria tudo bem. Mas por que ninguém vem? 

De súbito, senti algo gelado tocar meu pescoço causando um arrepio em meu corpo inteiro; Taemin estava atrás de mim e seus dedos frios encostaram suavemente em minha pele logo segurando meus cabelos e deixando a extensão de meu pescoço à mostra. Fechei os olhos sentindo uma mistura de nojo com raiva quando os lábios alheios tocaram minha pele, e sua mão deslizou por meu corpo até apertar com força um de meus seios, me arrancando um gemido baixo e involuntário. 

- Olha bem a sua namoradinha gemendo por outro. - Um garoto riu alto, entrelaçando os dedos nos cabelos de Baekhyun e fazendo ele pender a cabeça mais para trás, dando a visão que eles queriam que ele visse. 

Eu me sentia completamente suja naquela hora, um sentimento de repulsa e uma vontade imensa de chorar tomava conta de mim, mas eu estava tentando segurar. No que eu ajudaria se chorasse? Baek só se sentiria pior. 

- Sai Taemin, deixa ela comigo. - A voz de Luhan quase que rouca de excitação fez o outro se afastar ofegante, e me recusei a abrir os olhos, apenas sentindo o calor alheio se aproximar tocando minha cintura e segurando meu rosto. 

- Parem com isso! S-Só me matem logo, droga! - Baek tinha a voz trêmula. No momento em que Luhan tocou o tecido fino de meu sutiã, me dei conta de que não haveria mais jeito. Nem Baek, nem Tae... Não adiantava mais desejar ou querer. Nem aquele, que uma vez jurou me proteger para sempre, estava mais ali. 

- Luhan, se segura aí. - Taemin caminhou relaxadamente para a frente de Baek, e a respiração de Luhan que já se mesclava com a minha, se afastou. Entreabri os olhos devagar e os arregalei em seguida, vendo Taemin apenas levou a mão até o cós da calça e puxou um revólver, um modelo mais antiquado de APK. Uma por uma, ele foi deixando as balas caírem no chão até que sobrasse apenas duas das cinco, e girou o tambor, fechando-o. Deslizou as pontas dos dedos lentamente no cano, fitando-o psicopaticamente

- Estraga prazeres... - Luhan resmungou, colocando as mãos nos bolsos e se apoiando em minha cadeira, ao meu lado.

- Já que gosta tanto de brincadeiras... - Taemin estendeu o braço, erguendo a arma apontada para Baekhyun. Seus passos vagarosos faziam meu coração acelerar cada vez mais, acumulando uma angústia em mim que não dava para descrever, até que encostou suavemente a ponta da arma na cabeça de Baek, colocando a outra mão no bolso. - Já ouviu falar em roleta russa? 

- Taemin, você sabe que o plano não era esse. - Kris encarou o outro, sério. 

- Eu sei qual é a merda do plano, mas que se foda! - Taemin retrucou, olhando para Kris por cima de seu próprio ombro. 

- Isso vai dar um puta problema, não foi o combina... - Luhan tentou falar algo, mas arregalou os olhos e engoliu seco quando um estalo no ar ecoou e uma bala passou de raspão perto de seu pé, fazendo uma breve fumaça exalar e deixando um buraco no chão. 

- A porra do plano foi meu, e eu vou arcar com a caralha da consequência. - Taemin jogou a arma ao chão e chutou, fazendo ela deslizar indo parar nos joelhos de Baek. - Soltem ele. 

Taemin disse, seco. 

- Taemin... - Kris tentou se aproximar. 

- Eu disse pra soltarem ele. 

- Ok. - Um outro garoto foi até as correntes de metal e abriu os cadeados, fazendo o corpo de Baek despencar quase sem forças. 

- Pega a arma. - Taemin exigiu, e Baek riu anasalado, arrastando o corpo pelo chão, pegou o revólver e, apoiando o braço no mesmo, fez um esforço enorme para levantar-se enquanto o sangue escorria de seu braço direto para o cano do revólver. 

Baekhyun passou o dorso da mão no canto da boca, limpando o pouco de sangue que havia ali e fitou Taemin, que empunhou outra arma para frente, tocando de leve no gatilho. 

-  Já que eu usei uma, aí devem ter 2 balas e na minha tem uma pronta pra sair. Quer tentar a sorte? Vou te dar três chances de atirar em mim, se nenhuma funcionar, eu vou atirar em você e pode ter certeza que vou acertar.

Baek abaixou a cabeça e riu soprado, me olhando de relance por míseros segundos. 

- Bom, mesmo que minha chance seja bem menor que a sua, finalmente decidiu ser mais homem e menos criancinha? - Baek sorriu de canto, com dificuldade.

- Eu devia apenas atirar na garota? -  Sem desgrudar os olhos de Baekhyun, Taemin apontou sua arma na minha direção. No mesmo segundo, Baek estendeu o revólver para Taemin, rangendo os dentes e fazendo o outro voltar a direcionar sua arma para ele. 

- Vamos jogar então. Posso dizer três coisas antes de morrer? - Baek colocou o dedo no gatilho e respirou fundo. - Primeira, eu quero dizer que eu sou muito mais bonito que você. 

Taemin fechou os olhos e cerrou o punho, inspirando e expirando. E veio um disparo em vão. 

- Segunda... eu realmente te odeio. - Baek deu um passo para frente. - Você é calculista, frio, e adora pisar em cima dos outros pra se sentir superior. Deve ter sido por isso que seu amiguinho Jonghyun se matou na sua frente por não aguentar mais a pressão, e a culpa foi totalmente sua e não adianta me culpar por isso. Acho que por eu ter ignorado toda a sua faminha de gângster e tacado o foda-se pra você, você teve medo de mim.

Eu podia jurar que Taemin fumaçava de raiva, e meu coração estava a ponto de sair pela boca. Havia uma história a mais ali que eu não sabia, com certeza a briga entre eles era muito antiga. Mais uma vez, Baek apertou o gatilho e nada saiu, me deixando super aflita - sim, mais ainda. 

Essa é a sua última chance. - Taemin se preparou para atirar. 

- Terceira e última coisa que quero dizer. Você sempre foi mais burro que eu. - Baek sorriu de lado, abaixando o braço. - Taemin, lembra do seu primeiro erro? Você achou que eu tava sozinho.

De repente, um ruído se alastrou pelo local, como se algo de aço se arrastasse pelo chão arenoso do casebre. Olhei para o lado completamente consufa, e um disparo profissional acertou de cheio no revólver que Taemin segurava, caindo no chão. 

- Desculpem nosso atraso, sabem como é o trânsito de Seul, né? - Reconheci imediatamente a voz de Sehun, sentindo a melhor sensação de alívio de toda a minha vida. 

- Parece que vai morrer cometendo o mesmo erro. - Baek sorriu sarcástico; Taemin arregalou os olhos e nunca me senti tão feliz vendo Sehun e Jungkook! 

- Sentiu falta dos seus inimigos preferidos? - Ouvi uma risada e observei uma silhueta familiar surgir, me deparando com Minhyuk e Jooheon. 

- O que é isso? Reuniu a antiga trupe de circo? - Luhan riu anasalado, indo para o lado de Taemin junto com os outros. 

- Sehun... - Kris andou lentamente, sorrindo de lado e fitando Sehun. 

- Teria me poupado tempo se você tivesse morrido antes. - Sehun suspirou, irônico.

- Já podemos acabar com eles? - Jungkook parecia entusiasmado. 

Ganhou um novo cachorrinho? - Taemin riu, apontando para Jungkook que revirou os olhos.

- Diferente dos seus cachorrinhos, eu sei latir. - Jungkook sorriu de canto, estalando os ossos dos dedos das mãos e olhando para o lado, fazendo um sinal com a mão. Ao seu lado entrou um homem musculoso com um semblante assustador. 

- Chamou um açougueiro idoso? O que foi? A aposentadoria diminuiu? - Kris soltou uma gargalhada e todos riram. 

- Deixa eu ver se entendi: uma porta, dois idiotas, uma criança e um velho metido a durão, contra nós 10? 

- Acho que alguém se fodeu... - Jungkook segurou o riso e olhou para o homem ao lado. - Cadê a galera?

O homem sorriu maniacamente estalando os ossos das mãos e o pescoço, fez um sinal com uma das mãos, e, assim, uns 15 homens mal-encarados chegaram com armas e bastões de madeira, fazendo Taemin e seu bando engolirem seco arregalando os olhos. 

- Onde você achou essa gangue mafiosa de japoneses? - Baek encarou Jungkook, arqueando a sobrancelha. 

- No amor. - Jungkook suspirou sorridente. 

- Vocês são gays?! - Baek olhou incrédulo.

- Ô, tá maluco Baekhyun? Ele é meu sogro, cacete. - Jungkook sorriu desconfiado, olhando para o homem. 

- Faz muito tempo que não me divirto... Podemos começar? - O homem sorriu, dando um grito e correndo na direção dos outros. 

Minhyuk correu até mim e desatou os nós da minha corda. Respirei fundo, me levantando e abraçando ele apertado. 

- Obrigada... - Sussurrei, o soltando. 

Minhyuk engoliu seco e ficou paralisado, do seu lado apareceu um Jooheon  e um Jungkook boquiabertas e franzi a testa. 

- Uau, Yerin, seus pais fizeram um bom trabalho... - Jungkook me olhou dos pés a cabeça enquanto Minhyuk centralizava o olhar em somente um local.

- Nossa... Yerin, você realmente não quer praticar aquele incesto? A gente bem que podia né, sei lá... 

- Quê? - Fiquei perdida. 

- Vocês perceberam que eu tô com um revólver na mão? - Escutei a voz de Baekhyun atrás de mim e me virei, vendo ele arfar, com a arma erguida.

- Que bom que você tá bem, Yerin! - Minhyuk sorriu largamente junto a Jooheon.

- Graças a Alá! - Jungkook coçou a nuca, sorrindo fraco e saindo com os outros. 

Ri fraco e fitei Baekhyun, que jogou a arma no chão e me puxou para um abraço apertado e necessitado, apoiando o queixo em meu ombro. Escondi meu rosto em seu peito e não consegui mais me segurar. As lágrimas começaram a cair e desabei geral, envolvendo a cintura larga de Baek com meus braços, o mais apertado que eu conseguia só para ter certeza de que ele estava mesmo ali, seguro e salvo.

- Eu sinto muito... por minha causa, você... aish... - Baek envolveu mais minha cintura e ouvi seu choro abafado, me fazendo chorar mais, igual uma criança. - Tá tudo bem agora, ok? Vai ficar tudo bem... 

- E-Eu... pensei que ia te perder também... - Tentei controlar o choro, o que foi quase impossível. 

- Você nunca vai me perder, ouviu? Nunca. - Baek se afastou um pouco e segurou meu rosto, enxugando minhas lágrimas com o polegar e sorrindo fraco, selando nossos lábios. 

- Você promete? - Olhei em seus olhos e ele assentiu sem hesitar, me roubando um outro beijo e um abraço do qual eu não queria sair nunca. 


                           (...)

                 [ 3 dias depois ]


Apoiei meu cotovelo sobre a minha carteira, suspirando e encarando o nada. 

- YERIN! YERIN! Aí, puta merda... - Ouvi uma batida forte na porta e logo depois ela foi aberta, dando a visão de uma Lisa desgrenhada e ofegante. - YERIN?! MEU DEUS, YERIN! VOCÊ TÁ BEM?!

- LISA, CALMA, PARA DE GRITAR DESGRAÇA! - Me levantei rapidamente. 

- NÃO DÁ! FIQUEI SABENDO DE TUDO! Você tá bem?! Tá inteira?! - Lisa me vasculhou com os olhos, suspirando aliviada ao notar que estava tudo certo. 

- Tá tudo bem sim. Como soube...? 

- Minha filha, alguém contou pra Irene, e sabe como ela é né? Já sabem do que aconteceu com você e o Baekhyun até na Antártica! Gente! Taemin morreu?! Me conta tudo! 

- Não, ele fugiu... - Suspirei, me sentando na cadeira outra vez. - Ele e o Luhan fugiram, os outros morreram, enfim... A polícia tá resolvendo. 

- Todo mundo na escola tá comentando e dizendo que vocês dois são o casal canditado pro baile do final do ano! Af, só porque eu ia me candidatar com o Lay... - Lisa fez um bico triste e eu ri baixo. 

- Como anda você e o Lay? 

- Na mesma merda. Odeio ter crushes em chineses, eles sempre nunca me notam! Os japoneses também. Fala a verdade Yerin, eu sou feia? 

- Nem morta, tá doida? 

- Eu sei! Tá vendo, por que os garotos que eu quero me ignoram então? Será que é por causa das ameaças da Rosé? - Lisa murmurou, pensativa.

- Ameaças? 

-Ah, é. A Rosé tem uns ciúmezinhos de mim, sabe? Nada muito grave, só umas ameaças de morte... Mas não acho que seja isso. 

Arqueei a sobrancelha, incrédula e suspirei. 

- Aigoo, Lisa. - Ri, ouvindo a porta se abrir outra vez. Para o meu azar, depois de 2 dias sem vir para as aulas, eu tinha mesmo que encontrar Jiyeon em plena manhã quando eu pensava que estava bem de novo? 

- Oi Lisa! Oi Yerin! - Jiyeon sorriu alegremente e sentou em sua cadeira, em seguida virando para mim com um ar curioso. - Yerin, como o oppa tá? 

- O...  oppa? - Franzi a testa, encarando a grande cara de pau daquele ser. 

- Baek oppa. Ele se machucou? - Ela fez um bico que deu vontade de vomitar. - Se não se importa, eu vou na sua casa hoje fazer o trabalho tá? Não quero ficar com nota ruim em química. Ah! Você deve tá bem né? Se não se importar, faz um suco diet pra mim tomar lá.

Onde que eu aperto para socar a cara dessa garota? 

- Não tô acreditando... - Murmurei, incrédula.

- Segura meu poodle, Yerin. - Lisa falou, arregaçando as mangas de seu uniforme e se levantando

- Deixa Lisa, a aula vai começar. - Puxei Lisa de volta e vi Naeyeon entrar em desespero pela porta, atropelando todos os outros estudantes que entravam. 

- Meu Santo Buda! - Naeyeon chegou arfante, sentando ao meu lado. - Oi Lisa! Tá tudo bem, Yerin? Fiquei tão preocupada quando vi a mensagem de Baekhyun naquele dia! 

- Foi muito esperto da parte dele mandar uma mensagem sobre Taemin antes de serem sequestrados! - Lisa sacudiu a cabeça positivamente. 

- Pois é! Sehun e Jungkook deixaram eu  e Sana no restaurante mortas de preocupadas. - Naeyeon fez careta. 

- Pelo menos deu tudo certo, e na hora certa, né? Eu não sei o que teria acontecido se não fossem eles. - Sorri minimamente, abaixando o olhar.

- Cadê o Bacon? - Lisa olhou ao redor da sala. 

- Na enfermaria tirando os pontos. - Ditei, me ajeitando na cadeira.

- Senhoritas, silêncio, a aula vai começar. - O professor de Geografia deu umas batidas na lousa, chamando nossa atenção. 

- Professor... - Jiyeon levantou a mão, fazendo uma careta de dor. 

- Sim, Srta. Park? 

- Eu não tô me sentindo muito bem, posso ir na enfermaria...? 

- Claro. - O professor sorriu e ri soprado, vendo Jiyeon se levantar. 

É isso mesmo que eu estou vendo? Ela ouviu eu dizendo sobre Baekhyun e vai na enfermaria? "Alguém segura meu poodle" não, alguém ME SEGURA! 


                POV Baekhyun


- Ai! - Grunhi. - AI CARALHO! 

- Deixa de estresse, é só uns pontos! - Sr. Namjoon continuou seu trabalho e bufei. 

- Ai! Mas dói, porra! 

- Baekhyun, é só 4 pontos cacete, cadê aquele "machão" de 3 dias atrás? - Sehun revirou os olhos, cruzando os braços. 

- Não fala comigo Sehun, já disse. - Empinei o nariz, virando o rosto para o lado. 

- Ainda fala da infantilidade dos outros... - Sehun suspirou e o fitei com uma careta no rosto.

- Quer que eu te jogue dessa janela ali? - Ameaçei,  apontando para a janela com a cabeça. 

- Terminei! - Sr. Namjoon sorriu, fazendo o curativo em meu tórax. 

- Valeu. - Conferi se estava tudo no lugar, não dá para confiar 100% em alguém que tem uma barata de estimação. 

- Eu que agradeço! Finalmente você vai parar de me perturbar, e também não sou muito chegado em ficar vendo abdômen de homem, o meu basta. - Sr. Namjoon se espreguiçou, levantando da maca. - Agora, por obséquio, vaze.

- Nossa, que atendimento de primeira viu. Quando achar a Matilda pisada, não reclame. - Empinei o nariz, fazendo bico. 

- É Gertrudes. - Sr. Namjoon falou, sério.

- Quando achar a  Gerúsia pisada, não reclame. - Corrigi.

- É Gertrudes, Baek. - Sehun suspirou. 

- Ah, foda-se também! Eu não vou ficar decorando nome de barata, eu hein! - Me levantei da maca, esticando as costas. 

- Na próxima vez avise que eu abro os braços pra ajudar você a me engolir! - Sehun retrucou, com aquela pose de raiva feat. indignação. 

- Acho melhor eu ir logo, odeio briga de casal. - O Sr. Namjoon riu abafado, saindo da enfermaria.

- Engolir carne de Sehun? Eu? Byun Baekhyun, o futuro da nação? Nem louco.

- Que horror Baekhyun, tá de tpm masculina é? Deve ter mesmo sangrado até pelo cu com aquela surra que levou.

- Tu quer morrer né, sua disgrama?! - Peguei o travesseiro e joguei em cima dele, que correu rindo para fora da sala. - Vai tomar no... 

Me calei, sorrindo desconfiado e abraçando o travesseiro, como se eu fosse alguém civilizado, assim que a novata entrou na enfermaria. Ela era legal, então não tinha para quê eu bancar a naja, só deixei passar.

- Oi oppa! - Jiyeon entrou acenando, mas não dei muita bola.

 - Oi... - Suspirei. 

- Er... Você tá bem, oppa? - Ela parecia meio encabulada, sei lá.

- Sim, por que? - Respondi, dando de ombros.

- O machucado parece ser grande... - Jiyeon apontou para meu curativo e somente aí que percebi que estava sem camisa, e meu corpo é muito caro para estar sendo visto sem pagar. Fui até o balcão e peguei minha camisa, sentindo um pouco de dor na minha ferida.

- Eu ajudo, oppa! - Jiyeon se aproximou sorrateiramente, tocando em minha barriga sem querer. - D-Desculpa... 

- Tudo bem. Deixa que eu faço sozinho. - Sorri na falsidade e vesti a camisa. - Você tá doente? 

- Hã? Ah... Só vim beber água e ouvi sua voz, que bom que você tá bem mesmo. O nosso trabalho é pra amanhã, você sabe né? 

- Sim, tudo resolvido já. Pode passar lá de tarde, mas tem que ser rápido porque quero fazer uma surpresinha pra minha namorada. - Ditei, sorridente, me sentindo a pessoa mais sortuda do mundo ao falar "minha namorada". Finalmente eu podia dizer para todo mundo o que eu sentia, eu queria espalhar pelos quatro cantos da Terra que Yerin era minha e eu era dela, e claro, ninguém melhor para fazer isso do que Irene. 

Acho que agora até no Brasil devem saber sobre nosso namoro oficial. Espero que meu Deus não me ouça, mas, mal vejo a hora de poder esfregar isso na cara de Taehyung. -risada malígna-

- Ah... Tudo bem, oppa. Até mais tarde então. - Jiyeon sorriu, indo buscar os remédios. Saí da enfermaria quando o sinal para o intervalo tocou, ainda com um sorriso mínimo no rosto e vendo Yerin andando em minha direção. 

- Que alegria é essa...? - Yerin cruzou os braços à minha frente. 

- Nada não... - Sorri; Yerin ficou na ponta dos pés e olhou por cima de meu ombro, rindo soprado. 

- Nada...? - Ela ficou séria e revirou os olhos, dando meia volta. Olhei para trás e vi Jiyeon sair da enfermaria segundos depois me fitando. Droga, droga, droga! 

- Yerin, espera! - Corri atrás dela, parando de imediato ao sentir minha barriga doer por causa do maldito machucado. - Yah! YERIN! Aish... 

- O que foi, Bacon? - Lalisa apareceu do nada igual aos demônios em dia de ritual satânico.

- Que susto da porra! - Coloquei a mão no coração e respirei fundo.

- Nossa Baekhyun, tá de tpm? - Lalisa me olhou com raiva. 

- É que a Yerin tá com raiv... Lalisa do céu, me faz um favor!

- Vou ganhar quanto por isso?

- Favores são de graça. 

- De graça nem bom dia, colega. - Lalisa sorriu e me deu um tapinha no ombro, indo para a sala

- Sua mercenária!  - Gritei, voltando a procurar por Yerin. - Ei, Jooheon, viu Yerin? 

- Se a namorada é sua e você não sabe, imagina eu. - Jooheon passou direto. Depois dizem que eu sou o mal-humorado de tpm, quero que se exploda também, argh. 

- Procurando pela Yerin? - Minhyuk deu um sorriso astuto, andando de jeito suspeito para perto de mim. - Sabe que eu só aceitei esse namoro porque eu sei que a Yerin te bateria até a morte se você fizesse ou tentasse algo de "errado". Mas não se ache muito não, viu? Eu, como único e legítimo irmão falso, vou proteger ela de urubus como você que só querem a destruição em massa do planeta e o aquecimento global. 

- Me diz, Minhyuk, como você consegue começar falando sobre a Yerin e terminar com aquecimento global, sem perder o fôlego e ainda ter passado de ano? Já tentou ser estudado pela NASA? 

- Vai te foder, Baekhyun. - Minhyuk bufou, cruzando os braços. - Também não conto onde a Yerin foi. 

- Você sabe que eu sempre te amei e te considerei um ótimo amigo, e seu cabelo é lindo! - Pisquei meus olhos repetidas vezes de modo fofo, fitando Minhyuk. 

- Que falsiane! - Minhyuk mostrou a língua e saiu fumaçando.

- Aish... Todo mundo é inútil nessa porcaria de escola. NAEYEON! - Gritei, vendo Naeyeon e Sehun se abraçando perto da porta da sala de aula. - Naezinha linda do meu coração!

- Quer ficar mais uns dias sem andar, Baek? - Sehun semicerrou os olhos e o ignorei. 

- Você viu a Yerin? - Indaguei. 

- Ela tá ali no jardim. - Naeyeon apontou para fora da escola e caminhei apressadamente até lá, dando de cara com uma Yerin soltando sorrisos bobos enquanto conversava com um dos garotos novatos.

- Eu juro! - O garoto riu alto. - Ele tinha uns 3 metros de altura mesmo! 

Yerin riu outra vez, e o garoto afagou seus cabelos, me fazendo ranger os dentes. 

- Que bonito hein?! Que cena mais linda! - Cruzei os braços e fui me aproximando devagar, com os olhos semicerrados. Yerin cruzou os braços também e revirou os olhos, bufando. 

- Hi! - O garoto acenou alegremente para mim, que lancei um olhar mortal para ele e dei de ombros. 

- Yerin, vem comigo. - Fui até ela e segurei sua mão.

- Por que eu? Cansou da Jiyeon? - Yerin bufou de novo, e eu entendi tudo. Puxei sua mão e sai arrastando Yerin até o laboratório de química que estava vazio naquela hora. - Me solta, Baekhyun. 

- O que você tem hein? - Soltei sua mão, fechando a porta.

- Nada. - Ela empinou o nariz, cruzando os braços. 

- Isso tudo é... ciúmes? - Mordi o lábio inferior, sorrindo maliciosamente. - Você tá com ciúmes de mim, awn que bonitinho! 

Estendi os braços e fechei os olhos, indo na direção de Yerin todo empolgado.

- Nem vem, tô com raiva. - Ela me empurrou com a mão. - Não vou com a cara daquela garota. 

- Sabia que eu sempre quis te ver com ciúmes? É a coisa mais fofa que eu já vi! - Apertei suas bochechas, e ela se manteve com o semblante de raiva.

- N-Não é ciúmes não... - Yerin cruzou os braços, com o rosto emburrado. 

- Eu te amo, Yerin. 

- "Eu te amo"... não diz tudo. - Ela abaixou o olhar, suspirando fraco. 

- Lembra das nossas brigas 24 horas por dia alguns meses atrás? Você me chamando de babaca e eu te achando uma sociopata? - Sorri minimamente, me aproximando. - Ou daquele dia na floresta quando a gente se perdeu e você sentiu medo e chorou me abraçando? Cada um desses dias me levaram a achar que eu tava louco, completamente maluco, até fui num psiquiatra, sabia? 

Yerin riu fraco mas logo se segurou, mantendo a feição séria outra vez. 

- Yerin, eu amo você desde o dia que te vi pela primeira vez, naquela house party chata que você foi com seu avô. 

- House party? Espera... era você? - Yerin pareceu surpresa, lembrando daquela festa anual que eu odiava. Só tinha pessoas de classe alta, pomposas, e Sehun e Jackson iam comigo sempre para eu não ficar mofando lá, e foi aí que Yerin apareceu com o avô dela. 

- Uhum. Acontece que, eu poderia amar qualquer outra pessoa, uma pessoa menos complicada, menos agressiva, que não me ameaçasse de morte toda vez que eu chegasse perto... - Fiz um bico e Yerin riu baixo. - ... mas meu coração te escolheu e ele não abre mão de você por ninguém, e nem pela coleção nova de inverno da Chanel. 

Yerin riu balançando a cabeça, e entre sorrisos, nossos olhares se cruzaram por longos segundos. 

- Você é um idiota. - Ela riu mais uma vez. - Sim, eu tenho ciúmes, me estresso fácil, sou complicada e as vezes sinto vontade de te matar mas depois te abraçar. Eu tenho sentimentos que não sei explicar, apenas sinto. Sei que não sou a melhor pessoa do mundo mas... 

- Você é sim, você é a melhor pra mim. - Sorri, segurando seu rosto com a mão e acariciando sua bochecha com meu polegar. - Eu nunca imaginaria que acabaria assim, foi tudo por acaso, mas você foi meu melhor acaso, Yerin. Agora... - Me aproximei. - eu tô muito dodói, cuida de mim.

Fiz um bico triste com os lábios e segurei em sua cintura, apoiando minha cabeça em seu peito vendo ela rir. 

- Baekhyun, como consegue mudar em 1 segundo? 

- Eu tô dodói Yerin, me abraça. - Insisti com a voz manhosa, apertando-a mais em meus braços e sorrindo igual um bobo. 

- Você é uma criança de 5 anos? - Ouvi ela rir, envolvendo os braços em meu corpo e acariciando meus cabelos com a mão. 

- Uma criança de 5 anos pode fazer isso? - Ergui a cabeça e roubei um selinho, sorrindo.

Yerin balançou a cabeca negativamente, com um sorriso mínimo.

- E uma criança de 5 anos pode fazer isso? - Selei nossos lábios aprofundando em um beijo quente e molhado, entrelaçando meus dedos em seus cabelos e prendendo seu lábio inferior entre meus dentes, puxando e soltando bem lentamente, mantendo o olhar sobre o mesmo. 

- Também não. - Yerin mordeu o lábio inferior ofegante, me fazendo ficar um tanto excitado. 

-E pensar em safadezas? - Sorri malicioso, olhando para ela, que riu baixo envolvendo os braços em meu pescoço e negando outra vez com a cabeça. - Então me deixa com meus 19 mesmo e me beija de novo. 

- Eu sou uma moça de família, sai. - Yerin riu, me empurrando fraco e se afastando; fiz minha melhor cara de cachorrinho abandonado e coloquei a mão sobre um dos meus machucados.

- É assim que trata o amor da sua vida, que ainda tá machucado precisando de carinho? 

- Vem cá. - Ela sorriu, me puxando para um abraço. - Você é irritante, birrento, chantagista, barulhento, ousado, metido, bobo...

- Nossa. - A encarei, indignado.

- Não sei como conseguiu, mas eu te amo, e esses seus defeitos me fazem te amar ainda mais. - Ouvir aquelas palavras foi a melhor coisa do dia, sem dúvidas. Aquele abraço, aqueles beijos, aquele cheiro, aquela garota. Yerin foi realmente a melhor escolha que já fiz. 

                        (...) 

                   POV Yerin


Me joguei sobre a cama e fechei meus olhos, sem conseguir tirar aquele sorriso bobo de meu rosto o qual Baekhyun era o culpado. 

- Srta. Shin? - A Sra. Jung bateu na porta, com aquela voz doce de sempre. 

- Sim? 

- Tem uma visita para o Sr. Byun, posso deixá-la entrar? 

Revirei os olhos; Provavelmente era Jiyeon. Por algum motivo, ela não me desce de jeito nenhum. 

- Claro, Sra. Jung. - Me levantei, indo até a porta do quarto e saindo, para ir "receber a querida visita". 

Fui descendo as escadas e vi Baekhyun abrir a porta antes mesmo da Sra. Jung chegar lá. Bufei e fingi meu melhor sorriso; já tinha conversado com Baek sobre ela e eu estava realmente exagerando, mesmo não gostando dela não haviam motivos para ter ciúmes ou tratá-la mal. Respirei fundo, tentaria ser amiga dela, vai que ela seja legal e eu vi com indiferença, né? Não custa nada tentar. 

- Oi oppa! Olá, ahjumma. - Jiyeon sorriu, se curvando para a Sra. Jung. - Ah, oi Yerin! 

Ela acenou animada e eu acenei de volta, sorrindo.  

- Oi, Jiyeon, espero que não tenha se perdido pelo bairro, sempre acontece. 

- Nossa, eu me perdi mesmo! - Ela riu, bem simpática. Devia ser mesmo tudo coisa da minha cabeça, parabéns Yerin sua imbecil. - Aqui é enorme uau, sua casa é linda Yerin! 

- Nem é minha, é do meu avô, eu prefiria uma casa normal e pequena. - Ri baixo e ela fez o mesmo. 

- Casa pequena deve ser mais aconchegante né? O que acha, oppa? 

- Eu acho que é perfeito! Casa pequena significa ficar bem mais juntinho, se é que me entende. - Baekhyun deu um sorriso safado para mim e nós duas rimos. 

-Deixa de coisa, Baekhyun. - Bati com o cotovelo em seu braço e ri sem jeito para Jiyeon. 

- Onde vamos fazer o trabalho? - Jiyeon olhou em volta. 

- Pode ser aqui mesmo na sala. - Baek ditou. 

- Você quer ajudar, Yerin? Vai ser legal, é uma experiência bem louca! Qual vai ser o seu trabalho? 

- Jungkook e eu já fizemos o nosso, ele pediu ajuda a namorada dele também. - Sorri. - Posso ajudar se quiser. 

- Yerin, você e química são um desastre numa mesma frase. - Baek segurou o riso e eu fiz careta para ele. 

- Ah tá. E você é ótimo em química né, Albert Eistein? - Mostrei a língua e ele me olhou incrédulo.

- O que quer insinuar com isso?! Que eu sou ruim?! Queridinha, eu sou o guru da química! 

- Tá mais pra guru da birra, isso sim. - Segurei a risada. 

- Olha quem fala, a ciumenta de plantão. 

- Eu não sou ciumenta, seu bocó!

- Ah, claro que não, eu que sou!

- É mesmo! 

- Sou mesmo!

Eu e Baekhyun cruzamos os braços e emburramos os rostos, cada um empinando o nariz para um lado diferente. 

- Vocês parecem brigar muito. - Jiyeon riu alto, sentando no sofá. 

- Ela que começa!

- Ele que começa! 

Respondemos em uníssono, quase gritando, até a Sra. Jung riu quando se aproximava com uma jarra de suco. 

- Eles são o casal mais fofo e briguento que já vi. Um amor! - A Sra. Jung sorriu e Baek deu um sorriso de orelha a orelha, se aproximando dela e fazendo uma cara fofa. 

- A senhora vai ser nossa madrinha de casamento, né? Né? - Ele disse, cutucando ela. Depois que Baek veio morar aqui, os dois ficaram bem próximos. A Sra. Jung era como uma mãe para mim e agora para ele também.

- Casamento? Só se for você casando com o Sehun. - Empinei de novo o nariz e ele me olhou com desgosto. 

- Porra Yerin, magoou. Credo, sabe nem brincar. - Baek emburrou o rosto, fazendo bico e se jogando no sofá. - Quando eu casar com a Beyoncé, tiver mais rico e mais gostoso ainda, e tiver um filho chamado Yellow, não reclame! 

- Yellow? - Jiyeon franziu a testa. - Ah... a filha dela é a Blue...

- Nossa, que trocadilho bosta Baekhyun. Pode casar com a Beyoncé, eu caso com o Lee Jong Suk aquele lindo. 

- QUÊ?! - Baek se levantou na velocidade da luz e me segurei para não rir. - Sabe nem brincar, nam. 

- Vai logo fazer o trabalho antes que a Jiyeon queira ir embora. - Ri, sentando na poltrona. 

- Tudo bem, é fofo vocês dois discutindo. - Jiyeon riu fraco, tirando algumas coisas de química da bolsa. - Oppa, você parece com sede, sua boca tá seca. Yerin, pode pegar água? 

- Hã...? - Ela quer me fazer de empregada e ficar sozinha com ele ou é só coisa da minha cabeça de novo? Que filha da p...

- Já que ele é seu namorado... - Ela parece ter percebido minha expressão. Eu quase xinguei a coitada, o que está acontecendo comigo? 

- Ah, claro. Volto já, quer também? - Sorri. 

- Como ela ta prestativa! Me ensina como fez isso depois, Jiyeon. - Baek bateu palmas. 

- Cala a boca Baek ou eu trago a água e jogo na tua cara, palhaço. - Bufei, indo para a cozinha. 

- Aigoo, por isso que te amo, sempre tão meiga! - Baek suspirou, piscando para mim. 

Tentei ignorar e fui até a cozinha, procurando um copo limpo já que Baekhyun pegou todos pra colocar hidratante corporal para testar as fragâncias. As vezes eu penso que Baek é mais feminino que eu, talvez seja mesmo, mas com certeza ele era vaidoso ao extremo. Entretanto, nem posso reclamar né, essa vaidade funciona já que ele é lindo, convenhamos. 

- Finalmente... - Achei um copo e enchi de água, trazendo também uma jarra comigo para a sala - Aqui, vossa alteza. 

- Obrigado, mileide. - Baek pegou o copo e me puxou para sentar ao seu lado, me dando um beijo na bochecha.

- Oppa, me ajuda nisso. - Jiyeon praticamente pulou no nosso meio, quase ficando colada com Baekhyun. Respirei fundo e me controlei para não fazer um estrago, porém o estrago já veio sem eu fazer nada. - Ah, que droga!

A água no copo de Baek caiu na roupa de Jiyeon, molhando sua blusa como naquele dia na escola. Como se fosse uma super coincidência outra vez, sua blusa era branca e ficou transparente por casa da água, e como se não fosse o bastante, ela usava uma lingerie bem vermelha e chamativa. 

- Eu sou muito desastrada! - Ela fez um bico e balançou a blusa como se tirasse o excesso de água, quase esfregando os peitos na cara de Baek. 

É muito é descarada, isso sim!

- Vem, vou te emprestar uma blusa minha. - Puxei Jiyeon pelo braço, ela arregalou os olhos e a levei até o meu quarto, pegando a primeira blusa que vi pela frente. - Aqui. 

- Obrigada. - Ela suspirou baixo, pegando a blusa. 

- Vou esperar lá fora, pode vestir. - Sim, eu não fui nenhum pouco compreensiva e simpática, mesmo que tenha sido sem querer.

Fechei a porta do quarto e bufei, cruzando os braços. De longe, vi Baekhyun se aproximar com as mãos nos bolsos. 

- O que foi que já tá assim? - Ele perguntou e revirei os olhos. 

- Você não acha isso tudo estranho demais não? Sei lá, parece que ela faz de propósito só pra provocar.  - Soltei com a voz tão baixa quanto um sussurro. 

- Para de ser neurótica, Yerin. Isso é só porque você tá com ciúmes, mas foi um acidente, você viu. - Baek sorriu e suspirei. Ele tem razão, acho que estou ficando neurótica e vendo coisas onde não tem. 

- Yerin, como coloca isso? Eu já tent... - Virei para o lado e vi Jiyeon com a blusa ao contrário e os botões abertos, deixando seus seios quase escancarados, se não fosse pelo sutiã. Arregalei os olhos e vi Baekhyun se virar para o outro lado, coçando a nuca. - Desculpa, eu não sabia que o oppa tava aqui... 

- Tá ao contrário, entra e veste. - Apontei para a blusa e ela assentiu, voltando para o quarto. - Se isso não tiver sido de propósito, eu cegue. 

- Ela não sabia que eu tava aqui, você ouviu... Você é mais linda que ela, ela parece um aspargo perto de você. - Baek sorriu fofamente, me fazendo rir. - Deixa de besteira, sério. 

- Tudo bem... - Concordei com a cabeça, dando um pequeno sorriso. 

Eu preciso parar com isso, não é culpa da garota Yerin! Aish. 

Alguns minutos depois ela saiu e nós descemos para a sala novamente, sentando no sofá eu e Baek, e Jiyeon no carpete perto da experiência que parecia mais um projeto de cientista maluco que quer dominar o mundo, sabe tipo Pink e Cérebro? Sem sombras de dúvida, Baekhyun é Pink. 

 - Acha que vai funcionar? - Baek questionou, me fitando de lado.

- Já testou? - Indaguei, olhando para o trabalho. 

- Ainda não. - Jiyeon ditou, me olhando de relance e se levantando. - Será que... aí! 

Não sei como mas ela acabou caindo e machucando o tornozelo, fazendo um pequeno corte.Não parecia nada muito grave mas o drama dela era bem convincente até para mim, que me senti mal vendo. 

- Cuidado, aigoo! - Baek se levantou. - Yerin, leva ela pra cozinha pra lavar o ferimento, eu vou buscar a caixa de primeiros socorros. 

Assenti e me levantei, ajudando Jiyeon a fazer o mesmo; apoiei seu braço em meu ombro e fui levando-a para a cozinha, tomando cuidado para não esbarrar em nada. Baek subiu as escadas em seguida, nos deixando sozinhas.

- Se apoia aqui, eu vou pegar um lencinho. - Ajudei ela a se escorar no balcão e fui procurar os lenços umedecidos que a Sra. Jung guardava em algum dos armários aqui. 

- Não precisa. 

- Hã? - Me virei para ela, a vendo sorrir de canto e andando na minha direção normalmente como se nada tivesse acontecido. Fiquei totalmente perdida até que ela parou na minha frente, cruzando os braços. - Seu tornozelo...

- Tá ótimo, obrigada. - Ela me olhou dos pés a cabeça e riu soprado. - Não sei como Baekhyun oppa escolheu você... 

- Que? Não tô entendendo...  - Franzi a testa.

- Eu ouvi você falando com o oppa quando fui trocar de roupa. Que coisa feia falar por trás, não esperava isso de você Yerin. Você praticamente me chamou de fingida, assanhada e mentirosa, como se eu quisesse roubar o seu namorado. E sabe qual o pior de tudo? Você tá certa. 

Ela riu ironicamente, e eu fiquei estática, sem acreditar no que estava ouvindo. 

- Então... foi tudo de propósito? Eu sabia... - Ri soprado. 

- Eu fingi torcer meu tornozelo pra poder conversar a sós com você. - Ela caminhou até a pia, se escorando nela ainda com os braços cruzados.

- Por que? 

- Porque eu quero o Baekhyun oppa pra mim. Eu gostei dele desde o momento que vi e acho que ele merece coisa bem melhor que você, como por exemplo eu. 

- Só pode tá de brincadeira... - Ri abafado, olhando para os lados inquieta. 

- Pior que não, querida Yerin. Eu vou conseguir o oppa pra mim, e agradeceria se você saísse do meu caminho. Esse é o meu aviso pra você. - Ela sorriu sarcástica. 

- Sai da minha casa agora. - Apontei com o dedo indicador para a porta, respirando fundo e tentando controlar minha raiva. - Quando eu contar pro Baek...

- Acha que ele vai acreditar? Por favor né...

- Eu disse pra sair da minha casa, sua puta! - Gritei, e Jiyeon apenas riu.

- Eu só saio quando o Baek oppa me mandar sair! - Ela gritou de volta. 

- Sua... - Rangi os dentes e tentei empurrá-la para fora da minha casa, era muita ousadia para uma pessoa só! Eu sabia que tinha alguma coisa errada, deixa só Baekhyun descobrir que eu tinha razão, vou cortar fora o pinto dele. 

- Me solta, sua louca! Yah! - Jiyeon puxou meu cabelo e me empurrou, me apoiei no balcão e segurei seu braço com força, cravando minhas unhas em sua pele e a empurrei contra a pia quando ela tentou avançar em cima de mim. 

- Vaza da minha casa, agora! 

- Baek oppa não vai deixar!

- Ele não é seu oppa, sua sonsa! Aceita que ele tem namorada e vai rodar tua bolsinha em outro lugar! Quando ele souber que voc..

-  Quando ele souber o quê? Se ele não acreditou até agora em você imagina depois que souber que você me machucou.

- O que quer dizer com isso? Ei, o que tá fazendo?!

Jiyeon se jogou no chão e segurou seu braço onde eu tinha arranhado com as unhas. 

- Mas o que tá acontecendo aqui? O que foi essa gritaria? - Baek apareceu na porta e arregalei os olhos. 

- E-Ela me machucou oppa, insistiu que eu tava dando em cima de você... - Jiyeon falou dengosa, quase choramingando e senti minhas veias esfervecerem de ódio. 

- Mentira! Baekhyun, ela fez tudo aquilo de propósito! Agora mesmo ela tá se fazendo! Ela que se jogou no chão e...  

- Quer dizer que eu mesma me arranhei também? - Jiyeon levantou o braço, mostrando o pouco de sangue no lugar machucado. Que merda!

- Yerin, eu disse que você com ciúmes era fofo, mas não acha que passou dos limites agora não? Machucar a garota por algo que você "acha" que é já é ficar neurótica demais! - Baek falou sério, entredentes. 

- Mas eu.... Eu juro que... - Tentei dar um passo para frente para poder explicar toda a verdade por trás dessa falsa de araque.

- Não acredito nisso, Yerin. Como pode fazer uma coisa dessas? - Baek ajudou Jiyeon a se levantar, e ela agarrou-se no quadril dele; assim que ele me olhou, ela sorriu de lado, me deixando ainda mais irritada. 

- Ela tá fingindo, Baek! Você é burro?! Acredita em mim, eu não... 

- Chega! - Baek aumentou o tom de voz, me interrompendo. Recuei um passo, assustada e incrédula com tudo aquilo. - Para com isso, já tá feio demais. 

- Baek, você vai mesmo acreditar nela ao invés de acreditar em mim? É isso? 

- Tem prova melhor do que o que eu vi? Você arranhou ela e jogou ela no chão, mesmo com o tornozelo machucado. Ainda não consigo acreditar no que tá acontecendo...

- Nem eu... - Murmurei, rindo soprado e abaixando o olhar.

- Vamos Jiyeon, melhor você ir pra casa. - Baek apoiou ela em seu ombro, indo para a porta da casa. Fiquei paralisada na cozinha, processando tudo que acabou de acontecer. Ele preferiu confiar naquela garota que ele mal conhece do que em mim, a namorada que ele diz amar. Eu devo ser uma otária mesmo, não é possível...

- Tudo bem oppa, eu vim dirigindo, posso voltar sozinha. - Escutei de longe.

- Tem certeza? 

- Claro, mesmo machucada eu posso ir. - Machucada? Que ridícula. - É melhor você conversar com a Yerin, ela tem razão. Mesmo ela errada, você não pode tratar ela assim, afinal ela é sua namorada...

- Desculpa por ela, eu não sei porquê ela tá assim. 

Coloquei as mãos em meus ouvidos para não escutar mais aquele monte de baboseira. Era demais para mim. Escorei as costas no balcão e esperei ouvir o barulho da porta se fechando, que veio junto a passos vagarosos até a cozinha.

- Yerin-ah... O que você tem? Essa não é você.

- O que adianta eu dizer? Você não vai acreditar mesmo. - Bufei, esbarrando em seu ombro e indo para meu quarto. 

- Isso realmente passou dos limites, o que quer que eu faça?! - Ele me seguiu até as escadas.

- Queria que você me escutasse e acreditasse em mim, só isso! - Gritei quase chorando, subindo a escadaria. 

- Caralho, Yerin! Você viu o que você fez com aquela menina inocente? Acidentes acontecem, ela não fez nada de propósito, para com essa neurose maluca!

- O quê? - Cessei meus passos, rindo soprado. Neurose? Inocente? Meu Deus, Baek... 

- Se você admitir que foi um acidente, eu vou deixar passar dessa vez. Eu sei que você não fez aquilo por mal e....

- Admitir? Não vou admitir nada, eu sei o que fiz. 

- Você me decepcionou de verdade, Yerin... Pede desculpas a ela depois, Jiyeon não merece isso por causa do seu ciúmes exagerado. - Baek segurou meu braço, me impedindo de subir as escadas outra vez.

- Não vou pedir desculpas por algo que eu não fiz. - Ditei, séria, olhando nos olhos de Baekhyun enquanto controlava meu choro de raiva. 

- Tudo bem. Então eu vou voltar pra minha casa, ficar aqui vai me deixar estressado. - Ele soltou meu braço e desceu as escadas. Fiquei sem reação, olhando a porta se fechar e o silêncio voltar a perdurar sobre a casa. Me agachei na escada e sentei encolhida em um degrau, escondendo o rosto em minhas pernas.

- Droga... Eu não acredito que ele preferiu acreditar nela...  - Murmurei. - AH, QUE SE FODA TAMBÉM, BYUN BAEKHYUN!- Gritei para a porta. - Espero que você caia de cara no chão e um caminhão passe por cima e arraste ela pelo asfalto... Aish... 

Abaixei a cabeça, deixando escapar uma lágrima por minha bochecha. 

- Babaca... - Murmurei.


                 POV Taehyung


Sorri incrédulo, olhando para o lado e socando com força o espelho que estava próximo, deixando um buraco quebrado no local e o sujando com o sangue que acabou por escorrer de meu punho devido à pancada. 

- E-Eu não sabia que... 

Desferi um soco em seu rosto antes que ele terminasse sua frase. Meu peito subia e descia e eu estava arfando de ódio apenas de ouvir a voz daquele maldito. 

- Ela não tava inclusa na porra do plano, lembra? Eu achei que tinha sido bem claro quando mandei você não encostar em Yerin. - Encarei Taemin, o empurrando contra a parede e o ouvindo gemer de dor. 

- Qual foi, Taehyung! Pra quê isso tudo por causa de uma garota? 

- Não é só uma garota. - Respirei fundo, andando até a mesa de madeira velha. - Eu... fui um idiota com ela uma vez, talvez mais de uma vez.

- Não vai me dizer agora que gosta dela, vai? 

-  Eu gosto. Eu realmente gosto dela, e muito. Fiz burrada, e se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria e teria feito tudo diferente. Eu acho que... a amo. - Peguei o objeto metálico e joguei no chão, parando perto de seu corpo. - Pega o revólver.

- D-Desculpa Tae, e-eu não fazia ideia que...  Eu... Foi culpa do Luhan, ele quis levar ela! 

- Do Luhan eu cuido depois que encontrar ele, agora pega a arma. - Bufei, me sentado na cadeira de frente para ele. - Vocês tentaram abusar da garota que eu amo, fizeram ela chorar, sentir medo, e você bateu nela. Isso eu não admito. 

- T-Taehyung... 

- Eu já te bati, fiz você sentir medo, agora eu quero que você chore, implorando pela sua vida.

Ele estava tremendo, suava frio e dava para ver o medo evidente em seu rosto. As lágrimas começaram a aparecer e ele arrastou os joelhos para perto de mim. 

- Taehyung, por favor.... 

- Como eu não quero me sentir culpado e nem sujar minhas mãos, pega o revólver. 

Exigi, o vendo pegar a arma e pôr o cano em sua cabeça, disparando o gatilho. 

 


Notas Finais


VOU REVISAR aaaaaa
Desculpem a demora, já sabem né, meu cursinho :') Esse domingo já tenho mais um simulado /cry/

Enfim, espero que tenha ficado um capítulo bom, fiz apressada então não achei tão bom ;_;

Estamos perto do final, APENAS MAIS 2 CAPÍTULOS, aaaaaaaa


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