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História Auditory Hallucination - Uma viagem um tanto... "peculiar"


Escrita por: taexxxxxie

Notas do Autor


AAAAAAAAAAAH -u-
Olar ♡

Ainda estou me recuperando dos MV's novos do BIGBANG mds aaaaa
E adivinhem quem não vai poder ir no show do Bangtan? Isso mesmo, Eu! :'D

Ah, falei que teria POV de outros personagens além de Baekhyun, Yerin e Tae né? Então ♡ Espero que se divirtam e vamos para mais um capítulo antes que eu chore por não ir ao show, boa leitura ❤

Capítulo 8 - Uma viagem um tanto... "peculiar"


     
                   POV Jungkook

-Jungkook? Óh, Jungkook! Quer parar com isso? - Ele segurou meu braço com força, na saída da escola. Merda.

- Parar com o quê, Jimin? Eu não fiz nada... - Encarei o chão tentando desviar de seu olhar.

- Você tá me evitando faz dias... o que houve?

Eu não sabia mais o que fazer, eu evitava Jimin e Xiumin em todo o lugar que eu ia, principalmente na escola. Deveria ser estranho mesmo, nós estávamos ficando próximos ultimamente e agora eu evito estar no mesmo lugar que eles, eu também acharia estranho.

 - Não vai falar nada? - Jimin continuava a segurar meu braço com força e eu estava parado como um espantalho sem saber o que dizer como desculpa.

- Desculpa, Jimin. Tenho que ir.

- Ir onde? Me responde primeiro.

- Eu não tô te evitando, tá cacete?! Agora me solta.

Ele me olhou abismado e soltou meu braço sem pestanejar. Eu nunca o tratei assim, principalmente por ele ser um hyung. Me arrependi na mesma hora, eu estava sendo um idiota e em partes, um preconceituoso também. Eu estava mais para nervoso mesmo.

- Desculpa, Jimin... eu...

- Tudo bem. Então não vai dormir lá em casa hoje?

- An? Ah... então...

Fui até as profundezas submundanas do meu cérebro inútil atrás de uma desculpa para não ir, era sem chance.

- Vamos, vai ser legal passarmos o final de semana juntos. Soube que Baek viajou....

- Ah, é verdade. Então...

- Vamos Kook, Xiumin também vai. - Engoli seco enquanto surgia várias possibilidades obscenas na minha cabeça e eu me sentia ainda mais inquieto.

- E-Eu.... - Gaguejei.

- Você vai né? Diz que sim...  - Ele me fitou, seus olhos minúsculos eram tão proporcionais ao seu rosto de um jeito que pareciam se encaixar perfeitamente. Eu nem sei porque eu estava reparando nisso, foi bem incômodo. - Morreu, Jungkook?

 - Ah, tá, sim. Eu vou. - O QUE? O QUE FOI QUE EU DISSE?

- Ótimo, então te vejo lá. - Ele sorriu de orelha a orelha e saiu quase saltitante. Bem que me disseram que não era suspeito ele ser gay. Observei sua vista traseira e nossa. Espera, o que eu tô fazendo Senhor?

 

                            (...)

- Trouxe as latinhas de refri?

- Aqui! - Xiumin apareceu na porta do quarto com 3 latas de refrigerante.

- Comprei no mercadinho da esquina, é um bom disfarce né?

- Disfarce? - Indaguei vendo o maior puxar uns plásticos adesivos e pairar no alto as latinhas que na verdade eram cervejas.

- Vocês são malucos... - Fiquei pasmo olhando as latas. Estavamos na casa de Jimin, mais especificamente no quarto dele, mas a mãe dele estava lá e beber cerveja ali não era algo muito seguro.

- Jimin? Vou sair agora, vejo vocês daqui algumas horas!

Porcaria. A mãe dele acabou de se despedir e falou que o veria em "horas", mal sinal, mal sinal. Vi Jimin mordiscar os lábios e olhar para Xiumin de relance que passou a língua pelos lábios depois de um gole certeiro de cerveja.

- Então Jungkook, que tal um jogo com seus hyungs?

- J-Jogo?

- Fiquei sabendo pelo Baek que estava curioso no nosso jogo +18... - Xiumin bebeu o resto da cerveja e me encarou com um sorriso malicioso no rosto.
 
- Eu n-não quero jogo n-nenhum.

- Qual é Kook, é só umas brincadeirinhas inocentes...

- Inocentes nem o nome! Já podem dizer tudo, sei que vocês são gays...

- Gays? - Xiumin teve uma crise de riso absurdamente alta e eu fiquei em estado de choque. O que estava acontecendo ali?

- Seu idiota, não é isso! - Jimin ria descontroladamente e eu não estava entendendo mais nada ali.

- Vocês não são gays?

- Bom, eu sou bi. Mas não é essa a questão.

- Também sou bi. - Xiumin riu abafado e tirou um saquinho do bolso jogando entre nós. Observei bem e entendi do que eles estavam falando, eram drogas.

Na verdade, drogas alucinógenas. O tráfico na Coreia delas tinha aumentado bastante nos últimos dias.

- Então o jogo +18 era...

- Uma roleta russa. Com drogas, claro.

- Ah, então era isso que vocês estavam fazendo na sala naquele intervalo, pensei que... nada.

- A gente se pegou também algumas vezes, mas não era isso. - Jimin riu e pegou o saquinho do chão, o abrindo.

No interior haviam vários saquinhos diferentes. Todos eram brancos, em pó, para ser mais exato.

- Desculpa gente, eu não quero "brincar" -Fiz as aspas com os dedos para dar ênfase. - Não quero me meter com drogas...

- Poxa Jungkook, é divertido, olha. Aqui tem vários saquinhos, alguns deles são droga, outros farinha de trigo. É uma roleta russa, talvez pegue a droga e talvez a farinha.

- É contar muito com a sorte, obrigado. - Me levantei do chão e sentei na poltrona, Xiumin deu de ombros pegando minha cerveja e tomando um gole da mesma.

- Nem te contamos quais era os desafios ainda... - Xiumin se pronunciou pegando um dos saquinhos.

- Vai ficar só assistindo Jungkook? - Jimin me encarou de longe, ele mordia o canto do lábio inferior.

- Vou... quais são os desafios?

- Cada um desafia o outro a fazer algo, talvez "picante". Se não fizer, já sabe, pega um saquinho.

- Algo "picante" seria...?

- Tudo, desde tirar a roupa até beijos. Essa é a maior graça do jogo.

- Então era o que eu imagina naquela sala mesmo... - Balancei a cabeça tirando as imagens eróticas imaginárias que insistiam em surgir na minha cabeça.

- Tá, vamos começar, Xiumin.

- Você primeiro, Jimin..

- Ok, te desafio a não gemer quando eu tocar seu membro por 10 segundos.

- Fechado.

- Sério isso? - Eu quase me engasguei com as próprias palavras. Não podia ficar assistindo aquilo. Peguei meu celular e fiquei jogando qualquer coisa nele mas meu olhar parava neles de vez em quando.

Jimin tocava o membro de Xiumin o estimulando, de cima para baixo, e Xiumin mordia os lábios com força impedindo qualquer som de sair de sua boca.

- Pronto, consegui. Minha vez. - Ele suspirou aliviado. - Te desafio a rebolar no colo de Jungkook. - Ele riu e eu fiquei mais branco do que já era. Jimin me olhou de lado e riu junto pegando um dos saquinhos e abrindo com a boca.

- Farinha... boa.

- Vai, sua vez.

- Hm... vamos se pegar por 5 minutos inteiros, se você tentar uma transa, perde.

- Golpe baixo... - Xiumin rebateu. Jimin se levantou engatinhando até Xiumin subindo em seu colo e agarrando sua nuca. Eu engoli seco e desviei os olhos para o celular mas eles automaticamente se voltaram para os dois novamente.

Eles estavam se beijando ferozmente, suas mãos passeavam no corpo um do outro, a mão de Jimin deslizava sobre o membro do mais velho bem vagarosamente. Eu podia ver suas línguas se movimentando devagar, cada gemida ao apertar alguma parte do corpo alheio os faziam delirar. Puta que pariu aquilo era tão excitante.

Eu já estava ficando duro vendo eles naquelas condições que involuntariamente toquei meu próprio membro soltando um suspiro baixo.

Jimin se afastou um pouco de Xiumin e me olhou quando o alarme tocou. Os 5 minutos haviam passado e eles por  pouco não evoluíram o ato para algo maior. Xiumin passou o dedo indicador pela boca e me olhou.

- Tem certeza de que não quer vir, Jungkook?

- E-Eu tô bem. - Gaguejei outra vez, merda.

- Tudo bem. - Xiumin retomava o fôlego. - Te desafio outra vez a rebolar no colo de Jungkook sem fazer ele gemer alto, Jimin.

O que eu era, um boneco inflável? Cacete, eu estava ferrado. Jimin dessa vez não pegou o saquinho, ele apenas levantou-se de onde estava e caminhou devagar até mim, sentando em meu membro. Ele com certeza sentiu que estava duro assim que sentou pois riu arrastado.

- Sai de cima, Jimin.

- Não posso recusar um desafio desses. - Ele se aproximou do meu pescoço me causando um arrepio na espinha e começou a se movimentar bem devagar, tão devagar que chegava a ser torturante. Senti uma mão levantar minha camisa e vi Xiumin ao meu lado, ele estava com a boca entreaberta e um brilho nos olhos que eu não sabia distinguir se por causa da luz ou por tesão.

 Seus dedos tocaram minha barriga descendo até a barra de minha calça e apertando de leve o membro de Jimin que gemeu seco.

- Vamos nos divertir hoje, Kook.

Meu membro já estava pulsando tamanha era a excitação que sentia apenas em tê-lo por cima do meu corpo, e Xiumin colaborava me estimulando ainda mais. Ele se aproximou mordendo meu lóbulo e em seguida me roubando um beijo que nem hesitei em recusar.

  - Vamos brincar com os hyungs, hm? - Xiumin sussurrou perto do meu ouvido e eu soltei um gemi abafado quando Jimin aumentou a velocidade das reboladas.

Meu membro já pulsava dentro da calça. Eu não aguentava mais, segurei Jimin firme pela cintura larga com apenas uma das mãos e com a outra puxei Xiumin pela nuca. Se era brincar que eles queriam, brincar eles irão.

           

                     POV Yerin

Eu não aguentava mais. Minhas tentativas de cobrir meus ouvidos com as mãos eram em vão. Se eu não ficar surda até chegar em Busan, seria um milagre.

- BANG BANG BANG! BANHA BANHA BANHA !

Baekhyun e Sehun estavam cantando todas as músicas que tocavam na rádio, mas não cantando normal, eles praticamente gritavam desafinados. Eu tentava cobrir meus ouvidos com as mãos mas isso só diminuía um pouco o volume, Naeyeon estava com fones de ouvido e Taehyung ainda encarava a janela mordendo os lábios com força e suspirando alto pela raiva.

- Sehun, Sehun, troca a música, bota aquela lá!

- Baek, dizer "aquela lá" não me faz adivinhar qual é a música, eu não sou vidente.

- Aquela lá, pô. Não lembro o nome...

- Ajudou muito, obrigado. - Sehun curvou o corpo e começou a apertar nos botões para trocar o canal do rádio

Em um tocava BTOB, no outro VIXX, depois Ikon, e em outro Twice. Adivinhem qual música esses meninos super másculos e maduros escolheram? Twice.

  - I LIKE TT ummmm - Baekhyun cantava e fazia uma carinha fofa igual na dança da música original.

- JUST LIKE TT ummm - Sehun fazia o mesmo, aquilo era quase insuportável. Acabaram de estragar uma ótima música.

- Baekhyun, presta atenção no trânsito, se bater o carro eu arrasto sua cara nesse asfalto. - Ditei e o olhei séria.

- Ah! O amor! - Baekhyun suspirou alto e me olhou rapidamente piscando o olho.

- Você acha que eu tô brincando, Baek?

- Eu não sei se está brincando, mas se você não fizer, eu mesmo faço. - Taehyung virou o rosto, ele estava fumaçando de raiva.

Claro né, o carro era dele e quem estava dirigindo era a pessoa que ele provavelmente mais odiava nessa vida. E a mais sem noção também. Baekhyun  além de cantar igual louco com Sehun, fazia brincadeiras nada sensatas como fingir ser do "Veloses e Furiosos". Ele é uma completa criança do jardim de infância.

- Quanto tempo falta pra gente chegar? - Naeyeon cutucou meu braço tirando um fone de um dos lados do ouvido. Ela parecia bem incomodada com toda aquela situação e eu tinha as minhas suspeitas de quem seria o maior culpado disso.

- De Seul pra Busan são 4 horas e alguns minutos de viagem, e já sem passaram... - Levantei o pulso e olhei no relógio suspirando num quase desespero que foi mútuo. - 1 hora e meia.

- Ainda? A gente vai ouvir esses aí berrando por mais de 2 horas? - Ela me olhou com uma expressão de aflição e colocou a mão sobre a testa. - Buda, me ajuda.

Eu ri com aquilo. Tá, era induportável e eles pareciam berrar mesmo. Mas ainda assim era engraçado, principalmente as expressões que Naeyeon e Taehyung faziam cada vez que uma nova música começava. Eu só implorava mentalmente para que não tocasse Jay Park.

Já sabem o porquê né? Baekhyun já era pervertido, cantando Jay Park então... isso lembra de quando fomos ao Lotte Wolrd e tocou Jay Park no carro. De todas as músicas, tocou uma das mais pornográficas, que maravilha. Nem sei porquê eu estava me lembrando disso agora...

- Yerin? - Baekhyun me chamou a atenção e eu o fitei. - Pode dizer ao cara aí do seu lado que a gasolina tá acabando?

- Ele com certeza acabou de escutar. - Fiquei confusa.

- Diz logo. - Ele bufou.

- Tae, Baekhyun disse que a gasolina tá acabando.

- Diz pra esse encosto que deve ter um posto aqui perto e o dinheiro pra  gasolina tá aí. - Sério que eles vão me fazer de pombo correio?

- Baekhyun, você ouviu né?

- Ouvi o quê? - Ele se fez de desentendido e eu quis socar aqueles dois.

- Tae disse que tem um posto aqui perto, o dinheiro tá aí e que você é um encosto. - Suspirei baixo.

- Diz pra esse alien metido que encosto é ele. E pergunta se o posto já tá muito perto também.

- Yerin, manda esses dois irem pra casa do nosso querido amigo caralho. - Sehun se pronunciou, ele já estava de mais saco cheio dos dois do que eu estava.

- Olha os xingamentos, mocinho. Tá pensando o quê? - Baekhyun olhou repreensivamente irônico para Sehun que só fez rir.

Meu celular começou a tocar, era uma chamada de Minhyuk. Assim que atendi ele me perguntou se já estávamos na estrada e entre outras coisas.

  - Quem é? - Baekhyun me interrompeu mas eu ignorei, continuando a falar com Minhyuk e vi o outro fazer uma careta pelo retrovisor.

  " - Vocês demoraram muito à sair? - Perguntei à Minhyuk.

    - Só um pouco. O treinador ficou no nosso pé hoje... o que é esse barulho? "

Boa pergunta. Tirei o celular do ouvido e olhei para a frente, Baekhyun tinha aumentado o som do carro e só faltava pular do banco ao som de um grupo feminino, para variar, alguma coisa com Sis... Sistem, Sistay, Sistar, sei lá o que era.

" - AAAAAAAAH EU ADORO ESSA MÚSICA! - Ouvi Hoseok gritar do outro lado do telefone e Minhyuk riu. - TOUCH MY BODE. BOOODE!

- É Body, Hoseok. - Ele riu alto. - Isso aí é o Taehyung cantando, Yerin? Não sabia que ele era tão animado.

- Na verdade, não é ele não. Longa história. Você vai saber quando chegarmos no chalé. "

Olhei para Baek e ele mostrou a língua, começando a cantar mais alto ainda. Eu devia ter matado o presidente da república e depois ter feito uma chacina na África na minha vida passada para receber um castigo desses, não era possível. Tenho pena da garota que um dia namorar sério com Baekhyun.

- Ali o posto! Bem que o Taehyung disse. - Sehun apontou com o dedo indicador para a visão minúscula de um posto de combustível distante.

- Quem é Taehyung? - Baekhyun falou com deboche e Tae revirou os olhos.

Assim que chegamos no posto, Naeyeon pediu para ir ao banheiro e todos saímos do carro para tomar um ar fresco e comprar alguma comida ou água. Sehun escorou-se na lateral do carro e eu observei, rindo, Baek indo falar com o frentista e tentando entender o dialeto dele que era diferente do de Seul.

- Yerin... - Taehyung se aproximou de mim e deu seu primeiro sorriso animado desde que a viagem começou.  - Vem aqui.

Ele estendeu a mão para mim e apontou com a cabeça para um canto do posto onde ficavam algumas árvores e arbustos, não hesitei em segurar sua mão e ele me puxou suavemente até o local que era um pouco distante.

- Aquele carro tá uma bagunça. - Ele riu fraco se encostando em uma das árvores.

- Eu sei... Desculpa. - Sorri sem graça, parando de frente a ele.

- Não é culpa sua o Baekhyun ser intrometido desse jeito. - Ele sorriu abertamente.

- Mas foi culpa minha que ele soube, em partes foi mais culpa do Jungkook... - Me xinguei mentalmente ao lembrar de ter dito o dia da viagem para Kook.

- Quem é Jungkook?

- Um garoto da minha sala, não sei dizer quem é mais criança se é ele ou Baek.

Taehyung riu soprado a abaixou a cabeça fitando o nada deixando o silêncio predominar por alguns segundos. Eu me aproximei um pouco e dei uns tapinhas leves no topo de sua cabeça logo depois acariciando seus cabelos castanhos escuros. Ele ficou um pouco surpreso mas deu um daqueles sorrisos quadrados que eu já tinha me viciado em ver.

Ele tinha algo especial. Algo que me despertava um sentimento de querer estar do seu lado, de querer ver seu sorriso sempre que possível. Algo que parecia me chamar calorosamente para um abraço aconchegante. Taehyung tinha uma alegria tão agradável e um jeito tão doce de ser. Era quase que impossível não abrir um sorriso estando perto dele, ele me passava toda a segurança que eu precisava sentir.

Seus olhos fixos em mim não incomodavam apesar de sentir o rubor em minhas bochechas, assim como nas dele, surgir automaticamente.

- Naeyeon voltou. - Ele olhou por cima de meus ombros e eu me virei para trás vendo Naeyeon se aproximar do carro. Apenas Sehun estava lá, não vi nenhum sinal de Baekhyun ao redor e o frentista já tinha enchido o tanque. - Vem, vamos voltar também. - Ele me puxou pela mão outra vez e caminhamos até o carro.

- Por que demorou tanto? - Ouvi Sehun perguntar a Naeyeon mas ela não o respondeu e apenas entrou no carro, ele bufou e abriu a porta do passageiro imediatamente parando o que fazia ao ver Tae e eu nos aproximar.  - Onde tá Baekhyun?

- Eu pensei que tivesse aqui, com você. - Eu o encarei e ouvi passos atrás de nós.

 - Ah, aí ele. Onde tava, cara?

Meus olhos se voltaram para Baekhyun que se aproximava com algo nas mãos e sorrindo. Seus olhos me vasculharam atentos até chegar em minhas mãos, seu sorriso de desfez lentamente e ele enfiou as mãos no bolso do shorts ao ver Taehyung segurar minha mão firmemente.

- Por aí... - Ele sorriu fraco de lado e caminhou até o carro.

Eu não entendi muito bem o que aconteceu. Depois de toda aquela animação de horas atrás, Baekhyun se calou totalmente. Ele dirigia sério e somente Sehun cantarolava as músicas do rádio, mas tão baixo que Taehyung e Naeyeon conseguiram dormir.

O céu já estava escurecendo, o sol tinha acabado de se pôr e o carro só não estava completamente silencioso por causa do rádio baixo. Sehun também tinha dormido e agora só eu e Baekhyun permanecíamos acordados.

Meus olhos alternavam entre a paisagem da janela e o retrovisor por onde eu tentava observar a expressão de Baek. Ele estava calado demais, sério e parecia pensativo. Não disse uma palavra sequer desde quando saímos daquele posto.

- Baekhyun... não tá cansando? - Resolvi falar alguma coisa e quebrar aquele gelo todo. 
 
- Ah, a madame tá preocupada comigo é? - Ele riu fraco.

- Não idiota, eu... eu só não quero morrer se você acabar dormindo no volante. - Em meios termos, aquilo não deixava de ser verdade.

- Eu tô bem, passo mais de 3 dias seguidos acordado jogando LoL, eu me viro fácil aqui.

- Jogando LoL? Tá brincando né?

- Ué, melhor jogo. Eu adoro, entrei em competição mundial e já tenho até fãs. - Ele se gabou dando um sorrisinho de canto.

- Coitadas delas que não te conhecem pessoalmente. - Olhei para o céu pela janela, devíamos estar perto já que as estrelas apareciam em grande quantidade.

- Sempre me maltrata, Yerin. Nossa. - Vi ele formar um bico com os lábios e depois rir pelo reflexo do retrovisor.

Ficamos calados por alguns minutos, o som do carro era tão baixo que mesmo uma música agitada não deixava o clima pesado. Pendi a cabeça para trás encostando a mesma no estofado do banco e fitei o teto do carro.  O ar gelado entrava pelas brechas das janelas e resfriavam o carro de modo que senti Naeyeon se aconchegar em mim, pondo a cabeça em meu ombro.

Então, de uma música eletrônica animada mudou totalmente para uma com uma melodia de violão que beirava o animado e o lento. Foi aí que eu percebi que já havia ouvido aquela música antes. Mas onde? Fechei os olhos por um momento, ainda com a cabeça apoiada sobre o estofado. Baekhyun começou a assobiar no ritmo da música até que sua voz soou, bem baixa, num tom tão calmo e tão suave que me trazia um sentimento de leveza, era a primeira vez que Baekhyun não era um babaca odioso da forma que era.

"Kot neorae naneun harureul shikakaeyo

Deureobonjeog eomneuntteon geureon mellodijyo,

Algo innayo uri sarangye norae? "

Por que isso era tão bom de se ouvir? Acho que se Baekhyun passasse 24 horas por dia apenas cantando assim ele seria a melhor pessoa do mundo. Espera... "uri sarangye norae" quer dizer algo como "nossa canção"...  isso me lembra de algo.

Me tirei do transe e levantei a cabeça diligentemente, meus olhos de pequenos passaram a arregalados em apenas um segundo. Era aquela música  que Baek disse ser nossa no parque. Como eu não havia percebido antes? Ele a cantava de propósito com certeza, mas era de um jeito que eu nunca o vi antes, um jeito doce que não era comum dele, não para mim.

- Lembra? - Baek falou, quebrando um silêncio de quase uma hora.

- Do quê...? - Tentei disfarçar minha cara de espanto de segundos atrás.

- Essa música... ela realmente toca quando nós estamos juntos. - Ele sorriu de lado, mas não foi o sorriso playboy, foi simplesmente um sorriso de lado indecifrável.

- É só... - Dei uma breve pausa. - Só uma coincidência.

- Você acha? No parque, no teleférico, agora aqui. Que coincidência intrigante.

- A música é boa, a letra é bonita também. As pessoas gostam de escutar. Deve ser uma música recente, também, por isso toca em todos os lugares.

- Essa música é de 2015. Já faz 2 anos.

- Ah... - Ele riu abafado e abaixou o vidro da sua janela colocando parte do braço estendido para fora. Sua mão aberta batia contra o vento forte e ele sorriu.

- Já chegamos. - Ele pôs o braço para dentro novamente. - Não acorda eles ainda.

Ele me olhou pelo reflexo do retrovisor e eu fiquei um pouco confusa.

- Se chegamos, então temos que acordar eles ué. Vão ficar dormindo até quando?

- Fala baixo, Yerin. Sério, não acorda eles.

- E por que não?

- Provavelmente esse vai ser o único tempo em que vou ficar "sozinho" com você. Não estraga. - Ele tirou uma das mãos do volante e colocou no bolso dos shorts e suspirou baixo.

-O que tá fazendo?

- Não é óbvio? Sou um homem doente a uma semana, tenho necessidades. - Ele riu e eu fiquei boquiaberta incrédula.

- O que porra você tá fazendo Baekhyun?

- Você acabou de dizer. Tô fazendo porra.

- O QUE?

Meu grito histérico fez ele rir alto e quase bater em um poste da estrada, assim como também fez todo mundo acordar. Já estava demorando para Baek soltar mais uma de suas piadinhas.

- Estragou tudo mesmo agora, valeu Yerin. - Ele riu sarcástico e eu engoli seco.

- O que houve, Yerin? Você tá bem? - Taehyung quase deu um pulo quando gritei. Ele passava a mão em toda parte do meu corpo que podia, verificando se eu estava bem. Naeyeon deu um grito fino não muito alto quando acordou fazendo Sehun olhar para trás ainda coçando os olhos.

- Ei! Tira as mãos dela, mas que audácia! - Baekhyun quase gritou também.

- Por que? Ela é sua propriedade? - Tae o fitou e suas mãos apertaram meus ombros.

- Sua que não é.

- Já basta as brigas com o Minhyuk, agora com o Taehyung também? - Sehun encarou o amigo ao lado.

- Eles que começam, af. - Baekhyun emburrou a cara igual uma criança e deu uma acelerada no carro.

- Para de fazer birra Baek, você não tem mais 3 anos de idade. - Eu revirei os olhos, chamando a atenção dele.

- Eu não tô fazendo birra! Ah quer saber, foda-se. Nós já chegamos mesmo. - Sua mão saiu do bolso e voltou novamente para o volante. Sehun deu um berro quando Baekhyun quase atropelou um gatinho no meio da rua.

E isso se repetiu pelo menos mais 4 vezes, uma delas foi um cachorrinho. Taehyung cruzou os braços o resto da viagem olhando as costas do banco de Baekhyun irritado. Naeyeon ficou encolhida no canto do carro tentando dormir outra vez mas Baek e Sehun começaram a cantar de novo as músicas e brigar para saber quem teria as partes mais importantes. Se tem uma coisa que não existia dentro daquele carro era sentido.

 

       
                         (...)

Finalmente chegamos no chalé depois de longas 4 horas. Taehyung e Baekhyun se esbarravam de vez em quando propositadamente enquanto retiravam as malas do porta-malas.

O carro de Minhyuk e Hoseok foi estacionado mais a frente e eles saíram sem entender nada do que estava acontecendo. Hoseok correu para nos abraçar mas Minhyuk encarou Baek com tanto ódio nos olhos que até o próprio Baek levou um susto ao ver.

- O que faz aqui? - Minhyuk não hesitou em perguntar dando passos largos até mim.

- O mesmo que você. Vim passar os dias aqui.

- Yerin, não sabia que tinha convidado o estrume falante aí. - Minhyuk virou o olhar para mim e Baekhyun fez uma cara de : " Você me chamou de que? "

- Olha aqui, seu clone de satanás, o único estrume que tem aqui é você. E aquele outro ali atrás. - Juro que mesmo que eu quisesse seria impossível não rir. Baekhyun apontou para Tae que estava atrás dele e Minhyuk olhou por cima do seu ombro.

- Yerin, tortura é crime? - Taehyung fechou os punhos e andou até Baekhyun que se escondeu atrás mim.

- Claro que é, assassinato também! - Baek só não se encolheu mais atrás de mim por falta de espaço. Ele não era o mais alto dali, mas obviamente era bem mais alto do que eu.

- O que, agora vai usar a Yerin de escudo protetor, ficou tão covarde assim?

- Meu rosto lindo não pode ter defeitos, ele é o meu ganha pão! - Não acredito que Baekhyun disse isso. Eu me virei para ele pasma e ele riu sem jeito colocando a mão na nuca. - Claro que o seu é mais importante né, Yerin?

- Eles vão te bater, e não vai ser eu que vou impedir. - Ditei bufando e indo pegar minha mala.

- Foi por impul...

- Cala a boca, Baconzitos. - Minhyuk interrompeu Baek trincando o maxilar e com os punhos cerrados bem perto do rosto dele, que engoliu seco e riu em desespero, afastando o punho de Minhyuk. Provavelmente ele sabia que com Minhyuk e Taehyung ali, ele estava em desvantagem.

- Minhyuk, melhor parar enquanto tô sendo bonzinho, ouviu?

- Seu nome é Minhyuk? Acho que vamos nos dar bem. - Tae sorriu para ele e estendeu a mão que o outro nem hesitou em pegar.

- Isso é um complô contra minha pessoa? Nossa viu... - Baekhyun fez uma careta e se virou para mim sorrindo de canto. - Vamos Yerin.

- Vamos aonde, Baekhyun?

- Pra nossa lua de mel, claro.

Ele caminhou em minha direção e segurou minha mão dando uma piscadela e me puxando junto com a minha mala para dentro do chalé. Nem preciso dizer que os outros dois correram atrás gritando em uníssono : "O QUE?", né?

 

 
                       POV Sehun

Nem sei ainda como Baekhyun me convenceu a vir. Eu nem conheço direito a Yerin, o Taehyung também não gosta muito de mim, sem falar em Minhyuk e Hoseok... ah, ainda tem a Naeyeon.

Agora mesmo é que eu não sei como vim. Toda vez que eu olhava para Naeyeon uma parte de mim morria aos poucos, era extremamente doloroso estar perto dela e ser ignorado ou ter que ignorá-la.

Com certeza, depois de tudo o que já passamos juntos no passado, aquilo era o de menos. Desde o dia daquela conversa eu tive que passar o resto da vida fingindo odiá-la ,fingindo que eu nem mesmo ligava para sua existência, fingindo tudo o que não é verdade.

                     Flashback ON

Senti minhas pernas desabarem por completo me fazendo cair em cheio no chão.

- Então, era isso que queria ouvir?

- E-Eu...

- Sehun, você sabe mais do que ninguém que a Naeyeon é uma garota sensível, não sabe?

- Cala a boca, Kris.

- Ela é tão sensível que gritaria de dor se eu apenas encostasse os dedos, não acha?

Ele era sujo, imundo. Um merda que eu desejei nunca ter conhecido na vida porém a vida não colaborou comigo. Eu tinha me metido em uma enrascada descomunal, e teria que pagar o preço disso, mas eu. Não ela. Ela não fez nada, não tem culpa de ser amada por um tolo feito eu. A culpa era toda minha.

  - Se encostar nela, eu te mato.

- O amor é lindo né? - Ele segurou meu maxilar me fazendo olhar em seus olhos e com certeza havia fogo saindo pelos meus. - Pena que eu não ligo.

- Kris, eu...

- Silêncio. Não seja amador. Você sabe que eu só quero o meu dinheiro, não sabe? Então, me dê.

- Eu não tenho...

Ele apertou meu maxilar e me jogou de uma vez, minhas costas fizeram um estrondo contra o chão e eu gemi de dor. Ele se agachou ao meu lado e me fez olhar para ele de novo.

- Então eu não tenho outra escolha a não ser ir atrás da garota. Ninguém sabe que vocês dois estão juntos mesmo, posso aproveitar.

- Kris eu te mato se fizer algo, juro.

- Não se desespere, Sehunnie. Pensa bem, uma garota em troca de 1 milhão de dólares. Você tirou a sorte grande.

- Ela vale muito mais que isso, imbecil. - Ele riu soprado e pensou por alguns segundos.

- A linha de corpo dela pra mim vale bilhões. Minhas estocadas fortes a deixaria louca, não acha?

Eu não podia ouvir aquilo, me levantei com toda a força que tinha e o segurei pela gola da camisa mas ele nem se alterou. Minha fúria era tão grande que nem ligava se estava machucado e nem mesmo que ele estava armado, eu queria matá-lo com minhas próprias mãos.

- Nem ouse. - Falei ríspido e ele riu outra vez, mordendo o lábio inferior.

- Vou fazê-la sofrer de um jeito tão prazeroso que até você vai sentir inveja.

Foi a gota d'água. Eu lhe dei um murro tão certeiro que ele caiu no chão com a mão sobre a boca, o sangue escorria e eu respirava ofegante, de joelhos.

- Sehun, eu só quero te ajudar, cara. Vamos colaborar.

- Eu vou dar o seu maldito dinheiro. Entendeu? Só fica longe da garota.

- Já sei que vai demorar para me pagar... Quero que você deixe ela também.

- O que..?

- Não me ouviu? É surdo? Quero que a deixe. Finja que nem mesmo sabe o nome dela quando a ver.

- Mas... eu vou te pagar...

- Não me interessa. O irmão dela também entrou nessa junto com você, sabe disso. Sabe que foi ele que me mandou te procurar. Se quiser que eu o libere, você tem que deixar a garota. Não quero que ela desconfie de nada, nem desconfie da minha existência.

Meu coração queria sair pela boca, eu me sentia tão sufocado no meu próprio desespero que o ar não era suficiente para me suprir. Eu a amava com todas as forças, eu vivia por ela, não foi fácil ficarmos finalmente juntos e agora me vem isso? Eu preferia ter levado uma bala no peito do que ter ouvido essas palavras. Senti meus olhos lacrimejarem, me sentindo tão impotente naquele momento que se eu morresse ainda seria pouco.

Eu não podia fazer aquilo. Ela confiava em mim, ela confiou seus sentimentos nos meus.

- A escolha é sua, Sehun.

                    Flashback OFF

Me lembrar daquilo fazia um peso atravessar meu peito. Dizer com todas as letras que ela nunca foi importante para mim a fez ter surto emocional. E comigo, não foi diferente.

Todos acham que eu a odeio, eu finjo tão bem que ninguém teria condições de duvidar. Nem mesmo Baekhyun duvidava, sendo meu melhor amigo desde criança. Se nem ele conseguia, quem mais faria isso? Passaram-se 2 anos desde que isso aconteceu. Provavelmente Kris já estava morto devido o trabalho que ele fazia.

- Eu te ajudo. - Naeyeon puxava a mala com força pelas escadas e os outros estavam ocupados demais brigando por atenção.

- Não precisa. - Ela foi curta e seca. Nem mesmo seus olhos piscaram. Sua barreira contra mim era impenetrável já. Mesmo que Kris não vivesse mais e eu pudesse nos reatar, fazer qualquer coisa para voltarmos, eu ainda não conseguiria. E eu não a culpo por isso.

Suspirei baixo e peguei a mala de sua mão a levantado com facilidade e subindo as escadas.

- Eu disse que não precisava. - Naeyeon me seguiu e puxou a mala de minha mão, fazendo a mesma cair por cima dela, me agachei rapidamente e tentei levantá-la mas fui empurrado.

- Nae...

- Não me chama assim, Sehun.

- Desculpa, eu só...

- Não fale comigo, não lembre que eu existo, me ignore totalmente como você sempre fez, por favor.

Ela se levantou do chão bruscamente e segurou a mala com firmeza, eu me levantei também e a fitei. Fui um idiota em ter feito tudo aquilo, mas foi para o seu bem, não posso mudar isso, infelizmente.

- Tudo bem. Se é assim que quer...

- Foi você que quis assim...

Ela puxou a mala pelas rodinhas e caminhou até um dos quartos, eu suspirei bem alto e percebi que a casa estava em silêncio. As brigas haviam cessado de repente. Olhei através da escada e ninguém estava ali. Aonde será que todos eles foram?

                       POV Yerin

Queria férias, queria sossego, queria paz. Eu tive férias, mas sossego e paz era outra coisa já.

- Vem, vem, vou te mostrar minhas habilidades em Hapkido! - Baekhyun estava de punhos cerrados abaixo dos olhos e dava pulinhos como um boxeador.

- Hapkido? Por isso você sempre foge das lutas. - Taehyung estava na mesma posição, encarando Baekhyun de longe.

- Eu não sei lutar nada, mas vou ficar aqui também porque não quero ficar excluído, e também porque tenho meus direitos de humano! - Minhyuk começou a tagarelar.

- Direitos de humanos? Ah, então tu se ferrou Taehyung, cadê seus direitos de Alien? - Baekhyun começou a rir igual um louco.

Eu estava encostada na lateral do carro de braços cruzados observando aqueles 3 dementes formarem uma rodinha no meio do gramado para discutirem em "lutas" quem era o mais forte entre eles.

- O que eles estão fazendo? - Sehun apareceu do meu lado com a boca entreaberta vendo Baekhyun fazer uns passos estranhos de movimentos de Kung Fu, parecia o Jackie Chan quando estava numa enrascada em seus momentos cômicos.

- Ele sabe mesmo Hapkido? - Hoseok perguntou, ele estava sentado no gramado perto de mim. Eu ri sem desgrudar os olhos de Baekhyun.

- Pior que sabe... Hapkido é uma arte marcial coreana de defesa, Baekhyun é um especialista nisso, mas ele tá tentando atacar, ou seja, vai dar merda.

- Tae é faixa preta em Taekwondo, o Baek sabe disso?

- É como eu disse, vai dar merda.

 

                  POV Baekhyun

- AI! AI, isso dói caralho! - Sehun jogou um saco termal de gelo em cima das minhas pernas e riu. Maldito sem sentimentos.

- Pelo amor de Buda, tira isso de mim logo, Yerin! - Minhyuk era um choramingão mesmo viu, só foram alguns espinhos.

- Olha, vocês deviam fazer comédia juntos! - Sehun ria tão escandalosamente que meus ouvidos pareciam que iam explodir a qualquer momento.

- Eu devia ter gravado! - Hoseok ria junto de Sehun, batendo palmas igual uma verdadeira foca.

- Se não fosse pelos golpes baixos do Baekhyun, eu tinha vencido... AÍ!

- Cala a boca Taehyung, você me chutou lá no meio, isso é golpe justo? - Eu bufei passando a mão em cima do meu membro dolorido.

A minha ideia de ir no gramado lutar para saber quem seria o mais forte e o que merecia ficar perto de Yerin não deu muito certo, sabe? Eu estava um pouco enferrujado no Hapkido e acabei tendo que apelar para outros "truques", mas tudo normal. Se não fosse o chute de Taehyung eu não teria perdido.

- Pronto, acabei. - Yerin deu um tapinha nas costas de Minhyuk que quase chorou por isso.

Digamos que ele tenha sido o mais atingido de todos... mas a culpa foi dele de se meter no meio! Eu estava sentado no sofá grande com um saco de gelo entre as pernas com algodões no nariz e isso me trazia más lembranças... Minhyuk estava choramingando em uma poltrona colocando band-aids em alguns ferimentos e Taehyung segurava um saco de gelo em um dos olhos e tirava os espinhos do corpo sozinho.

- A culpa foi de vocês... - Resmunguei.

- Baekhyun, você jogou um cacto no Minhyuk. - Hoseok me olhou sério e eu fiz muito esforço para segurar as risadas.

- Em mim também... - Foi a vez de Taehyung resmungar.

- No Taehyung joguei mesmo... - Falei baixo pressionando o saco de gelos.

- Ah, e em mim não jogou, seu cínico?

- Ele tá cheio de espinhos Baekhyun, nem tente negar. - Hoseok falou, ele já estava me marcando, não é possível não.

-  Mas eu não joguei um cacto no Minhyuk. Eu joguei ele nos cactos, é diferente...

- Idiota...

Yerin se sentou perto da minha barriga no sofá e balançou a cabeça negativamente fazendo uma cara de desgosto, eu bufei me virando para o outro lado até que ela tocou em meu rosto. Seus dedos gelados por ter segurando gelos nas mãos minutos atrás, deslizaram sobre minha bochecha me causando um leve arrepio no resto do corpo.

Não virei meu rosto para ela e continuei na mesma posição. Sua mão deslizou até meus cabelos, levantando-os devagar e fazendo com que uma careta de dor surgisse em meu rosto automaticamente.

- Aí... - Murmurei quando ela tocou em um provável ferimento meu.

- É só um arranhão... - Ela se levantou mas a puxei pelo pulso sem muita força fazendo-a sentar no mesmo lugar que estava.

- Mas tá doendo... - Fiz um bico triste nos lábios. Tá, eu estava fazendo drama sim, mas ela havia cuidado de todos ali, menos eu. Não era justo. Além do mais, eu queria sentir ela me tocar de novo, queria suas mãos em mim e em mais ninguém.

  Ela respirou fundo e pegou a pomada e um band-aid da caixinha que Sehun segurava. Eu a observei atentamente, todos os seus detalhes. De seus olhos até a pontinha do dedo mindinho das mãos. Percebi o quanto sua mão era menor que a minha e o quanto seu olho era mais puxado que o meu. O aroma de seus cabelos se espalhava se uma simples brisa passasse.

  Vi ela se aproximar e tocar meu rosto novamente. Seus dedos não estavam mais tão gelados mas mesmo assim causou uma sensação de frescor sobre a minha pele. Ela passou a pomada lentamente com a ponta do dedo indicador e colocou o band-aid com cuidado.

  - Pronto, bebê. - Ela riu e eu não entendi nada. Será que o Sehun contou a ela que a mãe dele me chamava de  "Baek bebê"? Aish...

- O que foi? Por que me chamou assim? Você bebeu?

- Nada, não é nada. - Era estranho. Ela cobriu a boca com a mão e obviamente segurou o riso. Hm... O que foi isso hein?

Tentei me levantar para saber o que era mas meu membro latejou e eu gemi, mas não foi de prazer.

- Merda, Taehyung. Por que me chutou justo aqui?

- Você me jogou um cacto, um taco de basebol que tirou das profundezas de sei lá onde, e me atacou com suas unhas. Queria que eu fizesse o que?

- Essas unhas... se arranhar as costas de alguém, vão jurar que foi una mulher... corta isso por favor. - Sehun fez cara de nojo e eu dei de ombros.

- Minha mão pode ser feminina, mas o que importa é que minha máquina de fazer filhos é bem máscula. - Eles me olharam incrédulos, Sehun mantinha a cara de nojo só que 10 vezes pior e Yerin o imitou.

Fazer o que né, eu acabo causando essas expressões nas pessoas de vez em quando. Eu ri sozinho enquanto todos eles resmungavam e me xingavam.

- Onde tá a Naeyeon? - Yerin olhou ao deredor dela e todo mundo fez o mesmo, menos Sehun.

- Você sabe, Sehun? - O fitei com os olhos semicerrados e ele suspirou baixo.

- Ela tá no quarto desde que chegou.

- O que será que ela tem? - Minhyuk olhou para a escadaria que dava em direção aos quartos.

- Bom, ela não perdeu muita coisa estando lá não. - Taehyung tirou o saco de gelo do rosto e o jogou em cima do centro entre os sofás.

- Falando em quartos... onde você e Sehun vão dormir? - Yerin me olhou apontando para a escada.

- Sehun pouco me importa, já eu vou dormir com você é claro.

  Conclusão depois dessa minha frase? Recebi duas almofadas na cara, uma de Minhyuk e outra de Yerin, o saco de gelo do Taehyung veio parar voando no meu rosto, e Sehun me encarou com uma faca na mão.

- Só se eu fosse louca. - Ela me jogou outra almofada mas eu desviei. - Agora serio, só são 3 quartos. Eu vou dormir com a Naeyeon, claro.

- Não me deixa dormir no mesmo quarto que o Sehun, por favor, já basta a semana com sarampo. - Eu tive um calafrio, dando uma tremida no corpo todo de receio em dormir no mesmo quarto que ele.

- Se não ficar no mesmo quarto que eu, vai dormir com Hoseok, Taehyung ou Minhyuk.

- Credo.

- Eu posso dormir no quarto das meninas e você fica com um quarto sozinho, Baekhyun. - Agora foi a vez de todo mundo encarar mortalmente o Hoseok.

- Eu resolvo isso. Você, você e você. - Ela apontou para Sehun, Eu e Hoseok. - Dormem no quarto da direita e Minhyuk e Taehyung no da esquerda.

- Ei, botar eles dois juntos é foda viu, vão planejar meu assassinato! - Eu impliquei e Minhyuk olhou para Taehyung dando um sorrisinho maníaco. Quem era para fazer isso era eu.

- Não reclame disso. Reclame do Hoseok no nosso quarto. - Sehun falou e eu olhei para Hoseok. Realmente, não sei quem era mais tagarela e perturbador dos dois, Hoseok ou Minhyuk. Porém, com certeza que Hoseok sabia irritar mais que eu.

Na verdade, nossas personalidades são bem parecidas. O problema é que Minhyuk o virou contra nós quando brigamos.

- Sehun, acho que quem deve reclamar é só você que vai ficar num quarto com Hoseok e Baekhyun juntos. - Taehyung riu apontando para nós dois. Que cara mais sem noção do perigo viu.

- Juro em nome de Satanás que se sair vivo vou escrever um livro de autoajuda.

- Em nome de Satanás? Misericórdia Sehun. Alguém benze ele aí, credo. - Sehun as vezes me assusta.

                           (...)

Todos acabaram indo para seus quartos mais cedo, o dia foi bem cansativo e meus cactos fizeram efeito neles também. Por sorte a única coisa que ainda me doía era aquele maldito arranhão.

Fiquei no sofá mexendo no celular, não queria entrar naquele quarto com os dois nem tão cedo. Estava relaxado demais mas minha paciência é bem curta, todo mundo sabe.

Do nada, ouvi um barulho perto das escadas. Alguém devia ter vindo buscar água ou alguma coisa para comer, eu estava deitado de bruços no sofá então inclinei o corpo para trás e tentei ver quem era, poderia ser Yerin. Eu gelei na mesma hora quando não vi ninguém.

Puta que pariu.

Vamos ignorar, Baekhyun. Voltei a olhar a tela do celular e ouvi mais um barulho, dessa vez foi algo sendo derrubado. Pronto, o chalé é assombrado, que maravilha.

Sem fazer movimentos bruscos eu me levantei do sofá, tomando o maior cuidado para não fazer barulho e nem derrubar nada. Olhei à minha volta e não havia ninguém ali, só a luz da sala estava acesa, o resto do corredor, cozinha e da escadaria para cima estavam totalmente escuros.

Minhas mãos começaram a tremer e a primeira coisa que fiz foi agarrar meu celular e cantar qualquer coisa. Até rezar, eu rezei.

- Meu Santo das Maquiagens Masculinas, me ajuda...

Dei o primeiro passo, nas pontas dos pés é claro, e resolvi ir para o quarto antes que a Samara Morgan aparecesse naquela sala.

Eu já estava de costas para a cozinha prestes a subir na escada e torcendo para não ter nenhum poço perto desse chalé quando vi um raio de luz fina iluminar a escada e depois ir alargando devagar até ficar bem comprida. Eu comecei a suar frio, era aquela a minha hora de morrer e eu morreria sem me despedir de ninguém.

  Odeio casas de sustos, agora chalés assombrados entraram para a minha lista negra de medos. Eu preferia um litro de chá da mãe de Sehun do que morrer tão miseravelmente.

A luz se apagou. Parecia mais uma porta se fechando.

- É agora, mãe, tô indo te ver no céu... - Fechei os olhos ainda agarrado no celular e me virei de uma vez.

Senti uma respiração quente bater contra minha pele, tinha certeza de que algo estava bem próximo à minha frente. Entreabri somente um dos olhos bem devagar e tentei ver o que era, antes de morrer.

- S-Samara?

Era ela, era Samara Morgan. Eu senti a tontura consumir meu corpo e a escuridão me tomar as forças das pernas, não consegui enxergar mais nada além de tudo preto e apenas caí no chão como um saco de batatas.

                       POV Yerin

Eu havia descido para beber água, como não vi ninguém por ali tive o máximo de cuidado para não fazer barulho e acabar acordando todo mundo. Mas foi em vão. Por ser super-hiper-mega desastrada acabei batendo o joelho na escada e logo depois derrubando um dos quadros da parede, não me pergunte como fiz isso.

Ouvi um barulho mínimo, como um murmúrio mas dei de ombros julgando ser algum eco ou algo semelhante.
Abri a porta da geladeira bem devagar para não fazer som algum e a luz quase me deixou cega mas bebi a água tranquilamente e fechei a porta com cuidado.

  Andei até a escada para subir até meu quarto e voltar a dormir sossegadamente já que Naeyeon não roncava e parecia um anjo dormindo. Caminhei meio desleixada com os olhos fechados por ainda estar beirando no sono mas algo me impediu de passar. Tentei abrir os olhos para ver o que era e tomei um susto quando vi Baekhyun de olhos fechados bem próximo à mim, muito próximo por sinal.

Eu o fitei, ele estava tão próximo de mim que me dava ampla visão de seu rosto, observei com cuidado e vi o band-aid de mais cedo, ele era rosa e cheio de coisas fofas, um amor. Eu segurei o riso e meu olhar foi parar em seus lábios rosados que ele mordiscava com força, logo depois eu olhei seus olhos que estavam fechados. Ele os espremia tanto que pareciam duas linhas. Alias, acabei percebendo que ele parecia bastante assustado. Vi ele entreabrir um dos olhos e derrubar o celular das mãos.

- S-Samara?

  Ele caiu duro no chão e eu fiquei sem reação. Como assim Samara, quem é Samara?

- Baekhyun? Baekhyun! Ah, não. Não acredito que ele desmaiou.


Notas Finais


Foi isso, obrigada por lerem e pelos futuros comentários, se você ainda não comentou, sinta-se a vontade e não tenha vergonha, vou saber o que acharam ♡

Desculpem qualquer erro ou demora, já vou providenciar o próximo capítulo, podem deixar suas críticas e observações aí nos comentários, obrigada ❤


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