Gina fica em silencio apenas observando a amiga olhar o louro que a encarava de volta e ocorrer aquela conversa silenciosa entre os dois.
Ele a olhava curioso e confuso, seus olhos demonstravam mais do que tudo dor e muito medo apesar de frios e quase livres de emoção Hermione com certa delicadeza conseguia ver as emoções presas e escondidas por detrás de tanta... teimosia. Ela por outro lado olhava saudosa e amistosa com olhos que ele nunca presenciou em sua vida, sua casa era um ambiente frio; havia apenas a doutrina e a conduta e em meio a isso não havia espaço para o amor, tanto que ele era incapaz de compreender os olhos da castanha.
---- O que esta fazendo? ---- o timbre da ruiva era de repreensão à troca de olhares da amiga. ---- Esqueceu quem é ele? Beleza não é tudo. Esta querendo trair meu irmão com ele?
Mas a castanha se vira assustada com a bronca que havia levado da amiga.
Não entendia de onde havia vindo aquela bronca toda e ficou apenas olhando para a ruiva que a encarava com certo desconforto.
Queria responder, mas achou mais divertido deixar à amiga pensando o que estava imaginando e voltou a se concentrar na aula. Mas ainda sentia os olhos prateados sobre si.
Queria entender o que se passava na mente do slytherin. Era naturalmente curiosa, mas ao termino da aula uma força superior fez sua vontade. E quando digo força superior confirmo um fantasminha travesso e muito inoportuno denominado Pirraça que tem como prazer atazanar alunos.
O louro tinha saído apressado já que se tratava da ultima aula e este queria sumir e ficar um pouco sozinho. Mas palhaço ou melhor Pirraça já estava morto a tempo o suficiente para ter visto, revisto e decorado os melodramas da adolescência e desta vez quis brincar de montar e resolver o seu próprio.
Tratou de passar correndo/ voando pela jovem e assim fazer voar suas anotações todas.
---- Pirraça! ---- vociferou furiosa ao tentar recolher tudo, mas o fantasma tratava de voltar a espalhá-las e em sua fúria nem percebeu estar sendo guiada ate o lado de fora.
O dia tinha sido quente, mas ao entardecer o frio começava a se mostrar, ela não estava nada agasalhada estremecendo quando um vento ergue seus cabelos os levando com ele para dançar.
Ela se encolhe de imediato estremecendo com a brisa que adentrava suas vestes, o sol começava a se por demonstrando que chegava o fim da tarde, entretanto Pirraça era um fantasminha teimoso e persistente que volta a derrubar as coisas dela e desta vez uma das folhas pega uma brisa um pouco maior seguindo junto dela pelo ar.
---- Ah! Eu te mato!
---- Não da já morri! ---- debocha risonho ao flutuar através de uma parede e desaparecer.
Distraída ela seque as folhas usando accio para recolhe-las mais depressa, coisa que desanima o fantasma, entretanto seus esforços vingam quando a castanha põe seus olhos sobre um louro distante sob as árvores, que revoltado parecia mexer em seu ante braço.
Curiosa ela aperta o olhar sem o intuito de aproximar-se mais do slytherin, mas toda esta repreensão passa ao notar algo vermelho escorrer. ---- O que esta fazendo? ---- quando deu por si já estava ao lado do mesmo a segurar sua mão para impedir seu ato. ---- Isso é auto flagelação. O que você tem na cabeça? ---- sem pensar duas vezes ela puxa o braço ferido e conjura Férula e Episkey criando ataduras e curando suas feridas.
Curioso com tal ato o loiro apenas olha espantado para a castanha a seu lado, e antes que esta pudesse desferir mais alguma bronca seus olhos se encontram de um modo estranho.
Foi como se o tempo tivesse parado ali.
Os castanhos e os azuis em um encontro, do céu límpido e eterno com as frágeis e passageiras folhas de outono.
Aquela noite nenhum dos dois conseguiu pregar os olhos tranquilamente.
Ele rolava na cama inquieto: Como poderia ela vir com tamanha intimidade? Quem deu a ela este direito? Só podia mesmo ser a sangue ruim. Somente uma pessoa sem casta e classe alguma como ela agiria de tal forma!
Se levantou no meio da noite e foi caminhar pelos corredores quase que sem raciocinar.
Não era de seu costume infringir as regras, na verdade acabou sendo conhecido por obedecer ate mesmo as mais insanas e ate dedurar aqueles que não as seguiam; se espantando ao se perceber fazendo tal ato.
Por instinto ele respira fundo em um espanto olhando em volta como quem desperta de um momento de sonambulismo, demorando um pouco para raciocinar e perceber onde estava. Escorou então em uma das paredes e se pôs a pensar; pensar em tudo na verdade, ate se esquecer da jovem gryffindor.
Enquanto isso a mesma estava a rolar nos lençóis.
Não só por causa do ultimo encontro, mas remoia inúmeras coisas em sua mente, e uma delas sim era o loiro, mas este se perdia entre suas preocupações e planejamentos. Levantou-se então de uma forma brusca buscando entre suas coisas uma resposta “trouxa” para seus problemas noturnos, uma caixa de remédios para dormir engolindo uma à ceco e voltando a se deitar finalmente conseguindo dormir.
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Em seu sonho a jovem misturou varias épocas de sua vida em um misto de todos os seus problemas possíveis.
Voltou a época escolar onde as demais crianças pegavam no seu pé por ser “diferente” e pensar de sua própria maneira; o bulling naquela época era tratado como uma simples e comum brincadeira de criança ou coisa e jovens e ninguém se importava; ela sempre almejou crescer e mudar isso com alguma; impor uma lei que punisse as pessoas que a faziam sentir tão mal.
Misturou esta época infantil a pior de sua vida, a guerra e o tempo foragidos que passaram atrás das orcruz do Lichi mais famoso de seu mundo. E os problemas atuais que para ela poderiam dificultar seus planos futuros.
Encontrava-se em um terreno árido e acinzentado e em como todo bom inicio de sonho não se lembrava como tinha ido parar lá e de alguma forma misturava a completa noção de tudo o que ocorria com um total desconhecimento e uma imensa confusão. Como um bom sonho.
Estava junto com seus amigos de sempre, afinal eram o trio de outro, mas fora isso tudo se confundia; se via no meio do baile onde foi com Victor e acabou brigando com Ronny por um motivo bobo qualquer e ainda se sentia magoada. Nos dias de hoje ela ate acha esta briga idiota, mas no sonho ainda se sentia magoada e não entendia o motivo alem de em sua mente buscar a orcruz.
Vagava pelo corredor sozinha com seu vestido a pensar e tentar arrumar um lógica naquele pequeno universo bagunçado quando avistou sem querer o loiro sentado ao longe em uma das sacadas. Com os pés virados para fora do prédio parecia pronto a pular entretanto se continha a apenas aproveitar a vista das torres que neste segundo não ligava ter praticamente aparatado ate elas, já que a poucos segundos estava nos corredores.
Ficou a admirar sua feição enquanto este admirava a paisagem.
Parecia sereno e liberto de algo, entretanto se podia ver as marcas de lagrimas em sua face tão alva, os cabelos que sempre presos por um gel estavam desta vez livres a voar e dançar com a brisa enquanto seus olhos estáticos nas nuvens acima.
Tão pensativo quanto ela.
Não se tem como calcular o tempo em sonhos então logo ela não sabia dizer por quanto tempo ficou ali, talvez ate se acalmar e conseguir se tocar que estava em um sonho. Mas não entendia o por que do louro estar nele; foi então que ele se virou e a olhou e seus olhos se encontrar do mesmo modo que quando estava acordada.
Aquele choque ao se perceber ser fitada por aqueles olhos a espanta.
Sentia vontade de correr, mas como o sonho era dela não temeu e se aproximou, ele que por sua vez não disse nada pela proximidade, muito menos retesou.
Ficou a observar seus trajes e esconder o braço que escorria uma fina camada de sangue por este ter arranhado o braço a este ponto; e assim como no mundo real ela o ajudou e enfaixou, mas desta vez o mimado de sangue puro agiu de modo completamente diferente e se aproximou com um quase inaudível “obrigado” que a deixou bamba e sem palavras.
A pessoa que conhecia, o bruxo que convivera jamais agiria de tal forma perante a ela.
Sua cabeça não girou, ela decolou em milhares de pensamentos e muitos deles era no por que ela estaria sonhando com o louro desta forma, uma versão mais gentil e ate humana do ser que conhecia; mas antes que pudesse terminar seu raciocínio sentiu seus lábios serem tomados levemente; por um segundo pensou em ceder aceitando um ou dois toques a mais dos finos e macios lábios do sangue puro, mas logo recobrou a consciência e o repeliu saindo em direção a porta sem olhar para traz, mas logo parou se recriminando. Por que sonharia com tal ato? Estaria enlouquecendo?
Voltou a olha-lo e este estava no mesmo lugar, os trajes eram os usuais do dia da festa entretanto a fazia lembrar de outros momentos como os que passou na casa do mesmo. Ficou irritada queria agredi-lo pelo que foi obrigada a passar e voltou ate ele.
Depois de um primeiro tapa ele permaneceu quieto como se aceitasse o castigo dado, e ela pode descarregar sua raiva do mesmo. Mas depois do ato feito voltou a se sentir mal.
Sentiu o segurar seu pulso delicadamente e acariciar onde estaca uma leve cicatriz do ataque de Bellatriz, e ele a encarava como se a cicatriz fosse capaz de feri-lo. ---- Desculpe. --- disse brevemente; e este simples ato parecia a amolecer; ainda sentia vontade de agredi-lo por todos os seus atos e o mesmo parecia pronto para o mesmo entretanto não o fez.
Se encararam por mais alguns segundos, ela tentando se entender através dos olhos imaginários dele. Por que o recriaria assim? Tão humilde e... bonito. Assemelhava-se ate mesmo a uma pintura a óleo. Os olhos claros com um tom azulado no centro e acidentado próximo as bordas e uma fina linha adornando tudo, expressivos e ainda sim tão fechados e serenos, não eram como os de seus amigos que pareciam com um de seus livros onde podia ler facilmente assemelhavam-se mais a uma porta fechada intransponível, que continha um grande mistério.
Se surpreendeu quando se deu conta de que estava a se aproximar para roubar-lhe um beijo e assim acordou.
~~ºº~~
Suada e quase sem ar jogou os cobertores longe indo verificar a validade das drogas calmantes que havia ingerido, questionando estar sã.
Voltou e se sentou na cama remoendo esta visão do loiro azedo que sempre a atormentou.
Ele lhe pedir desculpas?
Só mesmo em um sonho...
Parou então por um segundo e voltou a pegar a carta que continha uma unica palavra, se lembrando que tal ato era um costume de honra entre os nobres do passado. Enviar cartas de próprio pulso a se desculpar e por um segundo cogitou que seu sonho tentava lhe contar algo. Algo que ela percebeu sem notar.
Voltou então a ligar os pontos e se recordou da imensa doaçao que a escola havia ganho dos Malfoys, e em seguida puxou alheatoriamente um dos livros que havia ganho com accio e tatou de o analisar, e depois a outro.
Tentava encontrar algo que ligava aos Malfoy e logo em um deles encontrou a mesma letra sobre as paginas.
Era um livro estranho que não tinha dado muita atenção, mas falava sobre o perigo que um sangue ruim traz ao mundo bruxo e por que os trouxas são tão repugnantes.
Perdeu então o restante da noite a devorar tal livro, incrédula com a existência de tal literatura. Não entendendo por que alguém entregaria isso a ela.
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