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História Aulas de Sedução para Piper - parte 2 (Desejos Insanos) - Sussurro.


Escrita por: SoniaG

Capítulo 16 - Sussurro.




Um, dois, três... Respira.. Vai! 
Corro contando mentalmente, controlo minha respiração e tento me esquecer de tudo mais que completa o ambiente. O sol ainda não nasceu direito e meus pés aceleram pelo parque, sinto o cheiro de grama molhada. O silêncio das primeiras horas do dia se tornaram um remédio para a desordem que ainda existe em mim, a solidão proporcional me faz ver que ainda não entrei na insanidade, mesmo estando diante da porta,  sentir a tranquilidade no balançar das árvores soa como um aprendizado, um dia ainda haverá a mesma calmaria em mim, a mesma calmaria que vinha das manhãs ao lado dela, depois de nossos corpos terem sido saciados temporariamente da loucura que sempre nos envolvia com a mais simples trocar de olhares. 
Afasto as lembranças daqueles olhos verdes que por hora me parecem cruéis,  sigo minha corrida silenciosa por mais meia hora e retorno para casa. 
- Meg, cheguei... Meg? 
- Você demorou querida. 
- Eu sei, acabei me distraindo. Irei tomar  um banho agora. 
- Na verdade acho que isso terá de esperar. Você tem visita.
- Quem? 
- Sentiu saudades? -  A figura de cabelos negros me faz duvidar dos meus próprios olhos. 
- Você? 

****
Paramos diante de um elegante prédio, Callum sai do carro me deixando com sua atual sombra, um homem alto e silencioso. 
- Venha, Adele. - saio e o sigo até o enorme edifício. 
- Não acha arriscado andar por aí como se não estivesse fugindo da polícia? 
- Sua preocupação é comovente, mas dispenso. 
- Cuidado com o excesso de confiança, irmão. 
- As vezes você parece se esquecer das regras básicas. Isso chega a me envergonhar. - entramos no elevador. 
- Por que me trouxe aqui?
- Nós estamos muito próximos da etapa final do meu plano perfeito. 
- E onde esse lugar se encaixa?
- Na parte mais importante. - O elevador se abre. Seguimos por um corredor, viramos a direita,  paramos diante de uma porta vermelha,  nela uma pequena placa. " Dr. J. C. Troy. "
Três batidas são dadas na porta, segundos depois ela é aberta, um homem baixo de óculos redondos e dourados surge. Seus cabelos são tingidos por um tom amarelado, um brinco de diamante reluz em sua orelha direita. 
- Callum. 
- Troy. - os dois se abraçam. 
- Meu grande amigo. Por favor entrem e sentem-se. -  Nós sentamos no sofá sofisticado e extremamente vermelho. 
- Essa é minha irmã Adele. 
- Olá Adele. - apenas balanço a cabeça. 
- Uma mulher de poucas palavras, não? 
- São as mais perigosas. -  Callum diz e os dois caem na risada. 
- Vejo que ela não compartilha do seu bom humor, Callum. 
- Infelizmente. Bem, mas não estou aqui para uma avaliação familiar. 
- Eu sei muito bem a razão que o trouxe aqui. Você conseguiu alcançar seus objetivos?
- Ainda falta uma última parte.
- Certo, a parte em que eu entro. Correto? 
- Genial como sempre.-  observo os dois homens conversarem como velhos conhecidos. 
- A vingança é algo delicioso, não concorda Adele? - Troy indaga. 
- Depende da temperatura do prato. 
- Excelente resposta. - ele gargalha. 
- E o que me diz da loucura? 
- Não sou boa com psicologia. 
- Foucault disse: "A psicologia nunca poderá dizer a verdade sobre a loucura, pois é a loucura que detém a verdade da psicologia." E para completar uma das minhas preferidas de Marguerite Yourcenar : "
Creio que quase sempre é preciso um golpe de loucura para se construir um destino."
- Qual a razão de tudo isso? -pergunto. 
- Sua irmã parece um tanto impaciente. 
- Uma péssima característica. 
- Não me interessa os jogos de vocês. Vou esperar lá embaixo. - Levanto e sigo para fora, mas Callum me impede.
- Fique! 
- Não me interessa toda essa idiotice!
- Quando você vai abrir os olhos, Adele? Quando vai se permitir ver além das aparências? Sua mente é limitada, isso me enoja. 
- Não vejo nada além de dois caras loucos.
- Essa é a questão minha cara. O que nos estamos fazendo aqui é exatamente isso. 
- Isso o que? - pergunto impaciente. 
- Fabricando loucura. - olho confusa para os dois. 
- Será aqui que tornaremos loucos os chamados sãos. 
*****
- Você é uma filha da mãe, Vause! - Nick me observada abobalhada. 
- Também senti sua falta Nicols. 
- O que aconteceu com você? Como sobreviveu ao acidente? 
Contei tudo que havia acontecido, incluindo a suposta participação de Callum. Nick ouviu tudo atentamente, ela não tirava os olhos de mim talvez para ter certeza de que não estava tendo uma alucinação. 
- Então você acha que Callum planejou seu acidente? 
- Não sei muito bem o que pensar, mas ela acha isso. -  Aponto para Abuelita. 
- Quando o carro caiu no rio, vi um homem e quando Alex tinha pesadelos ela sempre falava o nome Callum. 
-Faz sentido. Você se lembra de alguma coisa daquela noite? 
- Não,  apenas de ter saído de casa e chegado à festa. Depois tudo deixa de existir. 
- Pesquisarei sobre Callum. Vocês podem ficar a vontade. Enquanto a voce Vause, pode até não estar morta, mas você cheira como uma. 
-Muito engraçado. - Infelizmente eu tinha que concordar, já tive um cheiro melhor. 
Na segurança da casa de Nick, finalmente consegui relaxar, deixei meu corpo abandonar o sinal de alerta constante e dormi me permitindo esperar algo bom no dia seguinte. 
Quando o dia surgiu, eu estava de pé diante da janela. O sol estava radiante e o aroma de café tomava conta do ambiente. Abuelita fazia surgir da cozinha de Nick algo comestível,  isso foi pode ser considerado um grande feito. 
- Que barulho é esse? - Nick  surge com uma verdadeira juba. -  E o mais importante, que cheiro é esse? 
- Se chama café da manhã. -  Diego diz. 
- O que é isso? - Nick aponta para o menino. 
- Isso é um adolescente, Nicols. 
- Ainda não me acostumei com você viva e sua trupe mexicana. 
- Não somos uma trupe! -  José diz recolhendo o saco de dormir. 
- Oh.. Oh.. Você tá pelado?
- E claro que não estou pelado!- José fica vermelho. - Nick tira as mãos da frente dos olhos, notando que ele está apenas sem camisa. 
- Vamos tomar café crianças. - Abuelita chama. 
Uma mesa surge repleta de café, bolo, torradas e ovos mexidos. 
- Tinha isso na minha geladeira? 
- Sim, estava atrás das embalagens de doce. 
-Diego!
- Eu não sei se consigo comer antes das 10hr da manhã, aliás eu nem sei porque estou de pé a essa hora. 
- Nicols, só coma. 
Após uma breve reclamação, coisa normal no humor matinal de Nick, conseguimos comer em paz, Abuelita era uma cozinheira talentosa e conseguia trazer harmonia para qualquer ambiente, mesmo um ambiente com uma Nicols de ressaca. 
-Achei que não conseguisse comer tão cedo. - é o terceiro pedaço de bolo que Nick devora. 
- Não enche Vau...
Nick é interrompida por batidas na porta. 
Prendemos a respiração, as batidas param, mas algo pior acontecee, o som da chave na fechadura fez o pânico triplicar. 
- Lorna! - Nick diz. -  Escondam-se! Corro para a dispensa, com Abuelita e Diego. 
Nick e José acabam se atrapalhando quando ele tenta passar por ela, vejo os corpos se chogarem e os dois caírem. 
A porta se abre, vejo o rosto de Lorna pela pequena abertura da porta, ela olha chocada para a cena. Nick está sobre José, ele continua sem camisa. Essa vai ser difícil de explicar. 
- O que está acontecendo aqui? 
- Lorna, calma! 
 Meu coração acelerou como um louco, minhas mãos ficaram suadas e minha boca secou. O pedido de calma não foi feito por Nick ou qualquer outra pessoa. Era ela, era a voz dela. Surgindo atrás de Lorna, eu via seu perfil, sua mão segurando o ombro da amiga, os olhos azuis examinando a cena com cuidado. 
- Piper. - deixo escapar em um fraco sussurro. 
 



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