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História Aulas de Sedução para Piper - parte 2 (Desejos Insanos) - Vênus.


Escrita por: SoniaG

Capítulo 20 - Vênus.



Três e quarenta e cinco da manhã, e ela surgiu novamente, Vênus. Ela estava mais uma vez exigente, querendo se libertar, mas eu não poderia deixa-la sair, eu estava disposto a controla-la. Peguei o telefone, uma  garota de programa tinha que resolver isso, estava precisando reafirmar as coisas, sentir meu lado homem ser absoluto e único. Mas meus dedos não atenderam ao meu comando, não consegui discar o número da agência como das últimas vezes. Levanto bruscamente deixando a cadeira cair, ando descalço pelo quarto, me sentindo preso, sufocado. Abro as cortinas, a brisa gélida acerta meu peito nu. Levo a mão para cobri-los, me sinto errado, evidenciado.
- Seios. 
Aperto meu peito, o torax largo, liso e forte. Não, não seios... E meu peitoral de homem, homem... Mas, e se fossem seios, seriam lindos... Meus pensamentos não são mais meus pensamentos, me guardo, me desligo, me reinicio nos braços de Vênus. 
Callum, odeio, odeio esse nome, mamãe poderia ter me dado outro, ela poderia ter me dado... Olho entre minhas pernas... Outras formas, mas belas que as de Adele, quem sabe... Viro o enorme quadro na parede, atrás dele uma coleção de fotos, fotos dela, todos  os ângulos, gestos... Magnífica, minha magnífica, Alex. Passo os dedos pelos contornos exatos que esculpem seu rosto. Retiro minha calça, fico nu. Embaixo da cama alcanço minha peça preferida. Cabelos negros cobrem os meus meio acobreados. Puxo o pênis para trás, criando o triângulo, o cálice, a marca feminina. Me viro até o espelho, brinco com os cabelos. Me desmonto. 
Não sou como ela, o corpo ao qual pertenço não me permite ser... Arranco a cara peruca. 
- Puta desgraçada! 
Cuspo na fotografia, para em seguida limpa-la cuidadosamente. 
-Não, não... Desculpe. Ohhh... Alex.. Minha linda Alex. Como é ser você? Como é ter esses olhos? Esses seios?... Ser essa mulher? 
Eu gostaria de lhe arrancar a pele, eu devia ter lhe arrancado a pele, os olhos... Tudo seria meu, tudo... Seu corpo, eu seria como você,  a fêmea perfeita. 
Com essas curvas másculas, me sinto em um recipiente errado. Quando a vi, quando vi seu corpo, pensei que eu deveria ter nascido da mesma maneira. Você entrou triunfante, óculos escuros, sentou - se de forma elegante, todos os homens a encaravam, loucos, devoradores. Naquele momento senti Vênus explodir dentro de mim, se libertar da cláusula que lhe impus, derrubando todas as minhas defesas. Gritei por aquele corpo internamente, querendo ter aquelas curvas, os mesmos lábios, olhos, boca, tudo. 
Pilotei como nunca, fui perfeito, tudo para permanecer com aquela visão, me alimentar de cada detalhe, até me tornar igual. 
Então aconteceu, uma noite regata a bebida, uma ou outra droga, uma acelerada a mais, um corpo no chão, manchas de sangue no capô do meu adorável carro, uma tentativa de fuga errada, condenação imediata, o fim de tudo. 
Quatro meses preso, dopato, sem cor, sem ve-la, impedido de pilotar novamente, condenado à prisão, morrendo entre aquelas grades, Vênus incontrolável, pulsando dentro de mim, foi então que ela saiu completamente pela primeira vez, tão implacável, sedutora, mas ainda na forma errada, no corpo errado. Incapaz de ser parada, seduzi o guarda da noite, uma paixão desenfreafa. Eu era a menininha dele, sua gostosa, então o deixei cego, inebriado, uma marionete, até que o convenci a me libertar, que pesar foi ter que mata - lo depois, mas não poderia correr o risco de ser descoberto, das pessoas saberem o que vinha por trás de Callum, não podia deixa -los saber sobre Vênus, sobre minha parte verdadeira, meu eu oculto. 
Minha querida Alex, eu precisava  que sofresse, que passasse a mesma dor que eu passei, ve-la morrer foi tão satisfatório, mas não me deixar admiradar aquele corpo pela última vez foi seu grande lance, sua jogada perfeita, mesmo tirando sua vida sinto que perdi, perdi a chance de tortura-la, mas ainda tenho minha chance, Piper será tão sublime, o último fio a ser cortado, então eu poderei me libertar, Callum morrerá e Vênus surgirá em seu lugar, como uma nova Alex, uma nova imperatriz, uma nova rainha, tudo o que faço é para isso, é apenas para ser livre. 
****
Era madrugada quando a campainha soou pelo apartamento de Nick, meu coração estava acelerado enquanto me escondia no quarto, o medo de ter sido descoberta vinha me seguindo desde o momento em que deixei Piper no grande hotel. O som impaciente da companhia por fim parou para ser substituído pela voz que eu conhecia bem. 
Era ela, ela chamava por Nick  com impaciência e mesmo antes da minha mente registrar ela já estava no quarto. 
Seu cabelo estava desgrenhado, caindo em seu rosto, ela estava arfante e aparentemente impaciente, dessa vez ela não mostrou tanta surpresa ao me ver, ela apenas sentou lentamente na cama, escondeu o rosto entre as mãos e começou a chorar. 
- Eu morri cada dia nos últimos seis meses, achei que enlouqueceria de tanta dor. - ela começou a dizer. - Eu vi seu rosto em um túmulo, vi seus lábios em outros lábios, vi o nosso amor virar uma mentira. Então você surge, respirando, seu coração pulsando embaixo da minha palma. Não sei se enlouqueci, se abracei uma ilusão. 
- Você sabe que não enlouqueceu, sabe que estou aqui, você sentiu o quanto sou real. 
- Eu só quero saber a razão de tudo isso. 
- Fomos vítimas, vítima de Callum. 
-Callum? 
- Não lembro exatamente o que aconteceu naquela  noite, mas os fatos me levam até Callum, ele tentou me matar, mas felizmente não conseguiu, graças a José e sua família. 
- José? 
- Ele é a avó me tiraram do rio e me levaram para o Novo México, fiquei muito tempo desacordada. 
- Por que não avisaram que estavam com você? 
- Eles são imigrantes ilegais, não podiam se expor. Na verdade ainda podemos nos expor, temo que Callum tente algo contra você. 
- Você foi atrás dele? 
- Não, quando cheguei fui diretamente até você, precisava ver você. 
- Isso é muito... 
-Doentio. 
- Callum ter fugido deveria ser do nosso conhecimento, mas essa informação nunca chegou. 
- Irei atrás dele. 
- Não! - Ela levanta. -  Você não vai, eu cuidarei disso. 
- Não vai mesmo! 
- Precisamos descobrir se ele realmente está metido nisso, só assim poderemos agir. 
- Isso é muito, muito perigoso, eu não quero você envolvida em nada disso. Isso poderia chamar a atenção  dele, mas como para todos os efeitos estou morta, ficará mais difícil me encontrar. 
- Irei disponibilizar o que for preciso, sei que precisará de dinheiro. 
 Ficamos em silêncio, as palavras parecem ter sumido de nossas bocas, como se não fosse preciso dizer mais nada. 
O quarto parece diminuir e o ar fica tenso e pesado. Vejo o arfar leve que,escapa dela, ela está ansiosa, olhando para mim com medo e desejo. 
- Você não está louca, fique tranquila. Eu estou mesmo aqui. 
-Tenho medo de ir para cama e descobrir que isso foi apenas um sonho. 
- Não é um sonho, eu sei que é assustador, mas você não precisa ter medo.
- Eu não suportaria ter que lidar com uma Alex morta novamente. 
- Eu não estou morta, eu estou aqui. Sente! Sente minhas mãos tocando em você. - seguro seu rosto. - Sente meu coração batendo como um louco por você. - Levo sua mão ao meu peito. -  Eu estou com tanta saudade, do seu cheiro, do seu toque... Do seu gosto. 
-Alex... 
Em um beijo intenso provo o tamanho do meu querer, do meu desejo desenfreado. A boca dela tem um leve sabor salgado, sal das lágrimas que insistem em cair, sinto o tremer do seu lábio e sei que ela está chorando, me afasto limpando seu rosto com as mãos. 
- Não chore. 
Beijo novamente seus lábios, dessa vez recebo um retorno completo, um abrir lento da boca macia, seus lábios são como veludo, plumas passando lentamente sobre os meus. Sua língua passa com timidez por entre meus lábios, como se ela tivesse provando pela primeira vez, como se fosse nosso primeiro beijo. Um suspiro de satisfação, um leve modificar e a dança de nossas línguas recomeça, um enrolar sutil para então começar o sugar, o sugar que reflete em pulsação entre minhas pernas. A gravidade faz seu papel quando deixo meu corpo pesar sobre o dela, a cama nos acolhe companheira. Sua roupa some com um puxar e outro, um curto período de tempo é necessário para nós libertamos das camadas de tecido. A nudez plena é recompensada com o arrepiar da pele, o eriçar dos seios, a umidade dos sexos que dão fim a saudade quando encostam um no outro, o mover que faz a construção do beijo íntimo, uma sequência de sobe e desce, a respiração escapando junto com os gemidos, o entregar total se concretizando com os primeiros esparmos, o arquear se construindo e o cair ofegante nos trazendo do Nirvana. 
- O que acontecerá amanhã quando eu acordar? 
- Eu estarei aqui, olhando para você. 
-Promete? 
-Prometo. 
****
Os primeiros raios da manhã estavam surgindo quando despertei no domingo, meu corpo reclama das poucas horas dormidas, meus pés tocam o chão e antes mesmo de  levantar totalmente caio na cama mais uma vez. Sentado na poltrona do canto, Callum segura uma xícara. 
- Bom dia. 
- O que faz aqui? Como, como você entrou na minha casa? 
- Pela porta. 
- Você não tem o direito Callum, você... 
- Onde ela está? - olho para ele confusa. 
- Ela quem? 
-Piper. 
- Suponho que na casa dela. 
- E o que você faz aqui? 
- Você finalmente enlouqueceu completamente, é isso? 
- Serei mais direto. Por que Piper Chapman não está na sua cama? 
- Ela não me deixa encostar nela, é simplesmente por isso. 
- Humm... - ele coloca a xícara na cômoda, se levanta anda pelo quarto com as mãos para trás. - Simples assim. 
- Não posso... 
-ESTÚPIDA! 
Basta alguns segundos para Callum apertar meu pescoço entre as mãos. Logo em seguida vem duas fortes bofetadas. O gosto de sangue surge, seu joelho pressiona minhas costelas, grito sentido mais um tapa. 
- Pare de brincar comigo, Adele! - ele aperta meu pescoço mais uma vez, seus olhos vermelhos e transtornados. -  Eu quero Piper comendo na sua mão, e quero isso logo! E melhor você conseguir ou darei esse mesmo tratamento à Margareth, você sabe que não estou blefando. Lembra-se do Sr. Martin? - ele me solta. Passa a mão pelos cabelos. -Aguardo notícias suas em breve, espero que boas notícias. 
O espelho do banheiro mostra meu rosto inchado, o lábio inferior cortado e marcas de dedos  em meu pescoço. Vou até a cozinha e providencio um balde de gelo, sento no sofá, ligo a TV para  em seguida começar a chorar. A dor física já passou, mas a psicológica está aqui, presente e insistente. 
Viajo pelos últimos doze meses, logo os muros cinza surgem como um pesadelo constante. Fecho os olhos espantando as lembranças, querendo esquecer daquele lugar. 
Lembro mais uma vez da atitude de Callum, da agressividade e crueldade presentes desde a infância. 
Sr. Martin meu único animal de estimação fora um coelho de olhos vermelhos e pêlo branco, Callum havia me pedido para queimar seu lagarto, ele matara seu bichinho de estimação o acusando de ser feio, quando me recusei a queimar o corpo ele ficou revoltado, no dia seguinte o pobre Sr. Makin foi queimado nos fundos da mansão, juntamente com o lagarto, Callum me olhava satisfeito, depois me perguntou se eu estava sofrendo, quando respondi que sim ele disse" Eu gosto disso, Adele, eu gosto de ver as pessoas sofrerem". Lembro-me da forma tranquila que ele saiu, como se não tivesse feito nada de errado, nunca contei aos meus pais, eu não entendia o monstro que Callum  era, ele sempre pareceu tão.... angelical, mas começo a desconfiar que meu irmão luta contra um demônio interior e infelizmente está perdendo a batalha. 
****
Um cansaço invade meu corpo, meus olhos ainda fechados, minha mente se organizando, procurando minhas ações na últimas 24horas. Levanto em um rompante, minha cabeça gira, olho para todos os lados, o quarto ainda se encontra no escuro, tento levantar e acabo caindo com o traseiro no chão. 
-Droga. 
Começo a tatear o chão, procurando novamente a cama, minhas mãos passeiam pelo tapete até tocar... Pés,  solto um grito. Minha cabeça roda novamente, bebi muito noite passada. 
Uma luz forte surge de repente, cubro os olhos por alguns segundos. 
Pisco diversas vezes até me acostumar com a claridade, sinto alguém parando em minha frente. Observo as longas pernas, minha consciência trazendo os fatos passados, meus olhos sobem até atingir os seus. Diante mim, Alex nua e com seu sorriso desafiador. 
- Eu disse que estaria aqui quando abrisse os olhos. 
 



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