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História Aurora - Capítulo 2:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 3 - Capítulo 2:


Camus bateu a porta de um escritório, onde a deusa estava com Shion e Saga, analisando alguns papéis.

—Entre! -ela pediu e depois sorriu ao ver quem era. -Ah, Camus. Pode entrar. Desculpe-me por não ter comparecido ao seu aniversário ontem. Cheguei do Japão exausta e acabei dormindo mais cedo.

—Está tudo bem, senhorita Atena. -ele permaneceu sério, meio inseguro sobre como começar o assunto. -Preciso dizer-lhe algo importante!

—Diga. -ela colocou os papéis sobre a mesa.

—Há uma pessoa em minha casa. Uma hóspede... -começou a falar.

—Uma parente sua? -perguntou Shion. -Não é adequado receber visitantes nas Casas Zodiacais.

—Na verdade...talvez ela seja aparentada de Atena. -continuou Camus.

—Como? -a deusa se interessou no assunto. -Explique melhor, Camus.

Camus contou-lhe sobre a noite anterior e de como ajudou uma jovem que dizia ser a reencarnação da deusa Aurora.

—Trouxe uma deusa para o Santuário? Ficou louco? -Saga pareceu incomodado. -E se ela for uma inimiga?

—Ela não representa perigo algum a Atena! -Camus a defendeu, depois se surpreendeu com o tom de voz que usou.

—Acredito em você. -disse Atena, os cavaleiros a olharam surpresos. -Aurora sempre teve um bom coração e assim como eu, ama a humanidade. Nunca iria querer seu mal ou me ameaçar.

A deusa se levanta e caminha até a janela, olhando as doze casas de lá.

—Como ela está, Camus? –perguntou parecendo melancólica, olhando a Casa de Aquário.

—Assustada talvez, embora não queira demonstrar.

—Ela está com o coração ferido. -suspirou a deusa da justiça. -Vou com você até a sua casa.

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Na Casa de Aquário, Aurora, ou melhor Raphaela,  acabava de se vestir de maneira mais adequada ao calor de Atenas, com um simples vestido branco deixado na mala que haviam lhe trazido. Ela foi até a sala guardar suas coisas, e ouviu passos.

Assustou-se ao ver que não estava sozinha.

—Ei, deixe-me ajudá-la com isso! -ofereceu-se um rapaz de cabelos azuis e sorriso maroto. –Essa mala está pesada. Não me olhe assim desconfiada. Meu nome é Milo de Escorpião, amigo de Camus. Ao seu dispor! O vestido que escolhi ficou bem em você!

—Obrigada pelas roupas, cavaleiro.

—Me chame de Milo.

E ele pegou a sua mão e a beijou. Nesse momento, Atena chegou acompanhada de seus cavaleiros até a Décima Primeira Casa e entrou. Camus não conseguiu esconder seu aborrecimento ao ver Milo beijar a mão de Aurora, deixando claro que não havia gostado daquilo. Milo por sua vez ignorava a expressão contrariada do amigo, ainda segurando a mão de Aurora por um tempo, antes de soltá-la com a aproximação de Atena.

As deusas se encaravam e Atena então sorri e a abraça afetuosamente.

—Bem vinda ao Santuário, querida amiga!

—Atena. -ela retribuiu o abraço. –Faz tanto tempo! Sinto muito trazer meus problemas a você.

—Deveria ter me procurado há tempos. -Atena a olhou bem. -E há muito tempo quero ajudá-la a se livrar desse peso em seus ombros.

—Abdiquei de minha posição divina, achava que isso seria o suficiente para que retirasse sua maldição. Mas mesmo assim, ela me persegue. -lamentou-se.

—Minha irmã é dona de uma ira assustadora! -retrucou Atena. -E onde estão seus guardiões? Zeus foi bem claro ao determinar que sempre seria protegida por eles!

—Eu não sei. Talvez estejam mortos... -falou com tristeza. -Eles travaram uma luta desigual. Sem meu Cosmos, não posso saber onde estão. Se estão feridos ou mortos! Me sinto uma inútil completa!

—Como assim, sem seu Cosmo? –a deusa da justiça parecia não acreditar nisso.

—Está entendendo algo? -Saga perguntou a Camus, que permanecia calado observando as mulheres.

—Eu contarei tudo a vocês. -disse-lhe Atena. -Vamos nos sentar?

Devidamente instalados, a deusa Atena começou a relatar:

—Eras atrás, Aurora despertou o interesse de um deus. Ele dizia apaixonado por ela e foi correspondido. Esse deus era Ares, o deus da guerra. Mas, Ares era o grande amor de Afrodite e ela nunca perdoou a traição dele, no entanto ela lançou sua ira contra Aurora.

—O que ela fez? –Milo perguntou interessado.

—Rogou uma maldição. Todos que me amassem, teriam um destino cruel. E de fato foi o que ocorreu. –explicou a jovem.

—Puxa! Que grande bisca... -Milo não completou a frase, pois levou um cutucão de Shion.

Camus escutava tudo em silêncio.

—Aqueles que me amaram, tiveram fins trágicos e infelizes. Mas Zeus interveio, cansado de ver pessoas que eram queridas sofrendo. Ele ordenou que Afrodite não causasse mais nenhuma morte por causa de sua raiva. Ela jurou diante dos deuses que não tiraria a vida de ninguém mais com suas mãos. –ela continuou a narrativa. –Tudo parecia bem, a dor havia cessado. Até que conheci um mortal chamado Titono.

A menção do nome fez Camus ter um estranho calafrio.

—Titono era um cavaleiro do Santuário na antiguidade. –disse Atena. –Era um poderoso cavaleiro que já havia sido guardião dessa casa. De fato, ele e Aurora se amaram e se tornaram marido e mulher. A felicidade deles havia comovido até mesmo a Zeus que concedeu um presente ao casal. A chance de ficarem eternamente juntos.

—Pelo visto não foi o que houve. –Camus comentou, levando a mão aos olhos, sentindo um leve incomodo. A imagem de Aurora em prantos, segurando uma adaga em uma mão, muito sangue em suas roupas, voltou à sua mente. –Esse nome... me é familiar.

—Eu lembro de ter lido algo sobre o mito de Titono e Eos. –Saga tomou a palavra. Ele ganhou a imortalidade de Zeus, mas não a juventude eterna. Titono envelheceu muito, enquanto sua esposa permanecia sempre jovem. Incapaz de fita-lo ela o trancou e pediu que Zeus o transformasse em uma cigarra.

—Essa é a versão contos de fadas da história. –disse Aurora com a voz embargada. –A verdade é mais cruel e foi ocultada pelo mito. Esse não foi o destino final de Titono. Eu não suportei o que aconteceu a ele. Percebi que era culpa da maldição de Afrodite. Minha culpa! Então...

—Você se puniu pelo o que houve. –Atena concluiu. –Abandonou o Olimpo, sua divindade.

—Zeus temendo por minha segurança, enviou dois guardiões imortais que sempre me acompanhariam. Seus nomes eram Lampo e Faetonte. –Aurora se levantou, caminhando até uma janela. –Passei séculos entre os mortais, longe dos deuses e seus conflitos, esperando que Afrodite simplesmente se esquecesse de mim, mas...

—Mas? -insistiu Shion.

—Afrodite não ficou impune. –continuou Atena. –Ela interferiu no presente de Zeus, causando muito sofrimento a Titono e Aurora. Isso o enfureceu.  

—O senhor dos deuses não permitiria ter uma ordem desobedecida. –comentou Shion pensativo.

—Ele a exilou na Terra, do convívio dos olimpianos e sentindo devagar que o tempo tomaria aquilo que sempre amou. Sua beleza. –Atena completou. –Realmente para a deusa da beleza, foi um castigo terrível!

—Eu residia nos últimos anos em um país distante da Grécia, exatamente para ficar longe dela. De repente, fui atacada e levada até a presença de Afrodite. Eu nunca senti tanto ódio vindo de uma pessoa, ela não era a Afrodite que conheci um dia, estava amarga e envelhecida... ela me culpava por sua queda.

—E o que aconteceu? –Camus indagou.

A jovem estende a mão e sorri triste.

—Tentou retirar toda a minha imortalidade para recuperar sua juventude, sua beleza. Meus guardiões apareceram e me libertaram, a um alto custo. Não sinto mais meu Cosmos. E eu fugi. Corri até não aguentar mais. Percebi que estava próxima a Atenas e vim para cá.

—Mas ela ainda quer você. -completou Camus.

—Certamente para terminar o que começou. –concluiu Shion.

—Nada mais terrível do que o ódio de uma mulher traída. –disse Milo e todos olharam para ele. –Eu li isso em algum lugar.

—Você ficará aqui, no Santuário. -determinou Atena. -Eu mesma me encarregarei de falar com Afrodite e dizer-lhe que a deixe em paz. Cavaleiros, peço a todos que se empenham em proteger Aurora como se dedicam a mim, por favor.

—Assim será, Atena. -respondeu Shion, Saga sorriu concordando.

—Camus, Milo...poderiam ajudar Aurora a se mudar para o meu templo? -pediu Atena.

—Sim. -Camus concordou solícito, Milo fez um sinal positivo com os dedos.

—Shion, Saga...gostaria que me acompanhassem até o Templo de Afrodite.

—Sim! -responderam os dois ao mesmo tempo.

—Atena! Será prudente? –Aurora segurou a mão da amiga. –Não quero que se exponha dessa maneira! Vai saber como ela a receberá?

—Eu não tenho medo, minha amiga. E não irei sozinha. –Atena a confortou com um sorriso. –Vamos, em meu Templo ficará em segurança.

—Sim. Mas espere um pouco, por favor. -Aurora se aproximou de Camus e sorriu, estendendo a mão a ele. -Obrigada por tudo.

—Ao seu dispor, deusa Aurora. –disse, não retribuindo ao cumprimento. Queria evitar um novo toque e novas imagens a brincar com seus sentidos.

—Não... precisa ser tão formal. Pode continuar a me chamar de Raphaela.

—Creio que assim seria o melhor, senhorita Aurora. -ele falou cordialmente. -Afinal, é uma deusa.

A ruiva concordou com um aceno de cabeça e acompanhou Atena e Shion, deixando Camus, Saga e Milo para trás. O Cavaleiro de Aquário a observou partir em silêncio e só acordou quando recebeu um tapa na nuca de Milo.

—Quer morrer? -perguntou irritado com o Escorpião.

—Cara! Que vacilo! -Milo colocou a mão na cabeça. -Ela está gamada em você!

—Camus, você congelou o cérebro de Milo? -Saga perguntou, rindo.

—Ainda não! Mas é uma boa ideia! -resmungou furioso, detestava que se intrometessem em sua vida.

—Depois eu rio da piada! -retrucou Milo. -Mas que ela está interessada no Picolé ambulante, está! Não sentiu o clima entre eles?

—Não diga asneiras, Milo! -falou Camus. -Ela é uma deusa! Por que se interessaria por um mortal?

—Pensei que ela havia se casado com um mortal alguns milênios atrás. –comentou Milo.

—E ele morreu por causa disso. –respondeu Camus.

—Ela é uma mulher! E o caso do Titono de Aquário foi há ... sei lá... dois mil anos atrás? -devolveu Milo;

—Milo, não estou interessado!

—Tá, entendi. -depois ele sorriu malicioso. -Mas se não estiver interessado mesmo...não vai se importar de que mostre o Santuário a “Raphaela”? Não é? E com certeza, a Casa de Escorpião.

Camus pegou a mala com as roupas que Milo havia trazido e após fuzilar o amigo com o olhar, subiu as escadas ao Templo de Atena.

—Por um momento, achei que ele o colocaria em um esquife de gelo eterno! -comentou Saga.

Milo sorriu, depois ficou pensativo, sério e arregalou os olhos.

—Eu também pensei!

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—Mostrar a ela o Santuário e a Casa de Escorpião! -resmungava Camus. -Que falta de respeito! O que ele tem em mente? Não sabe ter respeito por uma deusa? Está perdendo amor aos dentes!

E assim subiu as escadas, e só depois percebeu que estava incomodado demais com esse assunto. O que lhe importava com o fato de ter visto seu melhor amigo querendo flertar com Raphaela? Eles não tinham nada. A ajudou em um momento de crise, mas nada além disso! Ela era linda, então era natural que outros homens se sentissem atraídos por ela...mas não gostou nada da ideia de pensar que outros homens a cortejassem. E tinha as malditas visões!

—Camus? -era a voz dela. -Achei mesmo que havia escutado a sua voz.

Ela estava parada em frente a porta do Templo, parecia admirar a vista do alto do Santuário.

—Deusa Aur...

—Raphaela. Vou insistir nisso. -ela sorriu. –Sério, Camus. Não sou mais uma deusa pelo visto.

—Hã...onde estão Atena e Shion? -perguntou, tentando não reparar demais em seu sorriso.

—Em uma sala. Estão discutindo como chegar até Afrodite. -ela se entristeceu.

—Tudo acabará bem. -ele falou, tentando reconfortá-la, e quando ela o encarou, ele desviou de assunto. -Onde eu coloco essa mala? Milo e Saga trarão as outras.

—Em meu quarto. Eu te mostro onde.

Camus a seguiu por um corredor, onde havia vários quartos de hóspedes. Ao chegarem no último quarto, ele o observou. Era em estilo helênico, muito bem decorado com estátuas e flores, aconchegante e ideal para um membro da realeza...ou uma deusa.

—Bonito. -comentou.

—Meio extravagante para mim. -ela disse. -Acostumei-me a coisas mais simples.

—Onde coloco a mala? -ele perguntou.

—Nesse canto, mas cuidado com esse vaso, ele parece que vai cair a qualquer...

Camus encostou a mala em uma mesa, que estava bamba, e balançou. Com isso o vaso sobre ela escorregou e ameaçou cair. Por instintos, ambos seguraram o vaso, para impedirem a queda e suas mãos se tocaram.

O calor das mãos de Camus percorreu todo os corpo de Raphaela. Estremeceu.

Novamente imagens surgiram na mente de Camus. Viu um homem de porte imponente, trajando uma armadura dourada. Apesar do designer um pouco diferente, sabia que era a de Aquário. O vento balançava os longos cabelos negros do homem e ele tinha ao seu lado uma mulher de cabelos ruivos. Era Raphaela... melhor, Aurora. Ambos se olhavam e pareciam muito apaixonados.

Então a imagem desapareceu, e novamente a cena desesperadora de Aurora chorando sobre o corpo sem vida de um homem, cujo rosto estava oculto, tomou conta de sua mente.

Camus balançou a cabeça para afastar tais imagens e ao abrir os olhos percebeu que seu rosto estava bem próximo ao dela. O Cavaleiro estava com um brilho diferente em seus belos olhos azuis e ele inclinou-se, tocando levemente os lábios nos dela. Um toque carinhoso e singelo, que fez com que seus corpos se aquecessem e fossem tomados pela inexplicável vontade de intensificarem a caricia. Camus a segurou pela nuca, e sua língua invadiu a boca da deusa, no momento em que ela entreabriu os lábios, entregando-se ao beijo.

Passos no corredor e as vozes de Milo e Saga os tiraram daquele momento e assustada, Raphaela recuou.

—Por favor, Camus. Saia! -ela pediu nervosa.

—Raphaela...

—Retire-se! -ela pediu nervosa.

Camus concordou e saiu nervoso, passando por Milo e Saga, e nem ao menos dirigindo-lhe a palavra.

—O que deu nele? -Milo perguntou surpreso.

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Em outro lugar.

—Apaixonando-se novamente...tsc tsc...Ah, Aurora. Que triste! -e a belíssima mulher de longos cabelos loiros começa a gargalhar. -Será que permitirá que ele seja tocado pela minha maldição? Eu deveria matá-lo por ter se intrometido e eliminado meu servo. Bons serviçais são difíceis de serem encontrados hoje em dia!

A mulher deitou-se de maneira sensual em um divã e se serviu de vinho oferecido por uma de suas ninfas que a seguiam.

—Bem...aquele lá era um inútil mesmo. -e depois riu. -Mas ganhei dois servos mais poderosos e prestativos.

Das sombras, dois pares de olhos brilham a menção de suas pessoas.

—Se Atena acha que poderá interferir em meus planos, está muito enganada! Eu quero Aurora aqui e imediatamente. Não tenho mais tempo! -ela pegou um espelho e mirou-se nele. -Maldito Zeus! Como ousou? Mas depois que tiver Aurora, serei a bela e poderosa Afrodite de outrora. Vocês dois, não importa como...tragam-na a mim!

As sombras se curvaram e se retiraram.

Afrodite dá uma risada marota e volta a olhar a imagem de Camus, que se afastava do Templo de Atena. Ela ergue uma sobrancelha, ao fitar os olhos azuis do cavaleiro.

—Onde já vi esse olhar antes? –ela ficou pensativa. –Ah... eu já te conheço... mas de onde?

 

Continua...



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