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História Aurora - Capítulo 3:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 4 - Capítulo 3:


A deusa Afrodite estava deitada de maneira preguiçosa em um divã, enquanto apreciava uma taça de néctar e ouvia a doce melodia das harpas tocadas por suas ninfas. Ao sentir o Cosmo dela se aproximando, deliberadamente para anunciar sua chegada, limitou-se a sorrir.

—Há séculos que não me visita, Atena. -falou, sentando-se. -Como vai, irmã?

Atena, acompanhada por seu Cavaleiro Saga de Gêmeos e pelo mestre do Santuário Shion, foi escoltada por uma das servas de Afrodite ao seu templo. A deusa da Justiça mantinha um olhar sereno pousado na deusa da Beleza. Os cavaleiros por sua vez, estavam em alertas e desconfiados, esperando um possível ataque.

—Afrodite...realmente faz muito tempo! -Atena esboçou um sorriso educado. –Está... diferente.

—Estou? –ela sorri, cheia de malícia. E o que a traz ao meu exilado lar? -perguntou deitando-se novamente em seu divã, enquanto pegava uma uva oferecida por uma serva. –Sei que não é uma visita formal. Veio rir da minha desgraça? Está sentindo, Atena? Meu Cosmo enfraquecendo a cada dia por não ter mais seguidores? Minha beleza se esvaindo? O que são os deuses quando são esquecidos? Nada! Você ainda tem seu Santuário e todos que ali moram, que ainda a veneram...por isso ainda tem a mesma força de outrora.

—Foram suas atitudes impensadas no passado que a condenaram ao exílio, Afrodite. E nunca fiquei feliz com o castigo imposto por meu pai a você. Ao contrário, fiquei penalizada. Mas o que fez...

—Aurora tinha a simpatia de Zeus. Essa foi a minha desgraça! -com um gesto, ela ordena às ninfas que se retirassem. -O que quer então?

—Que deixe seu rancor por Aurora no passado. Ela vive agora em um corpo mortal, como eu. E deseja apenas viver em paz. Pare de persegui-la.

Afrodite começa a rir, como se tivesse ouvido algo muito engraçado.

—Está enganada, Atena. -ela para de rir e assume um ar inocente. -Eu não persigo Aurora. Há séculos que me conformei com a situação.

—Você a raptou. -a deusa disse com tranquilidade. –E roubou seu cosmo.

—Eu realizei o maior desejo dela. –Afrodite não estava incomodada com as acusações. –Ela não queria viver entre os mortais? Agora é uma deles. Agora como uma mera humana, irá envelhecer e se submeter a todos os males que um mortal passa...é o suficiente para satisfazer-me.

—Então, devo presumir que não foi você quem enviou algum servo para trazê-la de volta a esse lugar?  -Atena observa dois lobos gigante encolhidos em um canto. –Ou matá-la?

—Oh, pela Criação! Não! –Afrodite colocou a mão sobre o coração em um gesto teatral. –Está a pensar muito mal de mim, Atena. Como disse... tê-la visto naquele corpo mortal e frágil foi o suficiente para me deixar feliz. Não pretendo incomodá-la mais.

—Onde estão os guardiões dela, Afrodite? -Atena não acreditou nas palavras da irmã.

—Mortos. -respondeu com naturalidade, e diante do olhar reprovador de Atena completou debochada. -Eu fiz um favor a eles. Estão descansando depois de tantos anos de devoção...

—Isso não é uma atitude digna de uma deusa! - Saga perguntou, irritado com o descaso da deusa. -E a tal maldição?

—Saga, por favor. -a deusa Atena pediu e o cavaleiro consente com um gesto de cabeça a ficar calmo. -Saga tem razão, Afrodite. Pretende manter a maldição sobre ela?

—Ah, isso? -Afrodite fez um ar pensativo. -Eu roguei uma praga em Aurora mesmo. E não tenho a intenção de retirá-la...mesmo que pudesse.

—Afrodite...

—Ao meu ver... Aurora nunca conhecerá o significado da verdadeira felicidade do amor. Todos os homens que por ela se apaixonarem, e este amor for correspondido...sofrerão...encontrarão uma morte terrível e prematura. Todos morrerão por culpa dela. -ela sorri. -Eu prometo que deixarei Aurora em paz. Agora...saiam do meu santuário!

—Afrodite, sugiro que reveja o que está fazendo. –Atena a avisou.

—Atena, meu encanto. A maldição é tão poderosa que nem eu posso desfazê-la. E sabe porquê? –ela sorri, pegando um morango em uma bandeja de prata. –Porque é o coração ferido de Aurora que o deixa cada vez mais poderoso. Não eu. Juro que nem na morte do marido dela eu tive participação direta.

—Fala como se o que ocorreu com Titono milênios atrás não fosse obra sua.

—De certa forma. Quem pode provar? Prometi não fazer mal algum a Titono. -sorri. –Afinal, não foi minha mão que ceifou a vida infeliz dele, foi?

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Do lado de fora do templo de Afrodite.

—Atena. -Shion chama a deusa que mantinha um ar pensativo. -Acredita que Afrodite cumprirá o que disse?

—Ela mente descaradamente! -replicou Saga. -Lógico que ela não ficará quieta!

—Se ela fizer algo que quebre sua promessa, eu voltarei. -Atena decide.

—Só mais uma coisa, senhorita. –Shion parecia preocupado. –O que ela quis dizer sobre a morte de Titono?

Atena para de andar e olha para os céus com muita tristeza.

—Ela não mentiu sobre isso.

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Santuário de Atena. Entardecer.

Raphaela, a reencarnação de Aurora, caminhava pelo Templo de Atena, admirando a construção. Estava entediada, não tinha nada para fazer e ainda havia o fato que precisava andar, distrair-se para não ficar pensando no que houve naquela manhã.

Ainda não havia se esquecido do beijo que Camus e ela trocaram. Podia sentir o toque quente e macio dos lábios dele nos seus, lhe trazendo lembranças calorosas que julgava há muito esquecidas. Continuou andando, agora com o Cavaleiro de Aquário em seus pensamentos, quando parou diante do mais belo jardim de rosas que vira em sua vida. Abaixou-se para pegar uma delas, mas uma voz alarmada a impede.

—Não! Elas não são rosas comuns!

Ergueu a cabeça e viu um belo rapaz, de olhos de um azul claríssimo. Ele tinha uma pinta em seu rosto, que o deixava com um ar sedutor.

—O que disse? -ela perguntou.

—Essas rosas não são comuns. São rosas especiais, criadas por mim para defender o templo, são envenenadas. Odiaria se alguém tão linda como você se ferisse por causa delas. -sorriu. -Você deve ser a bela convidada de Atena, a deusa Aurora?

—Hã...sou. Como sabe? E você, quem é? -ela ergueu-se para melhor conversar com o rapaz.

—Sou Afrodite de Peixes. -ele inclinou-se em respeito. -Ao seu dispor. Mestre Shion falou de você. Pediu que a protegesse.

—Afrodite? Um nome incomum para um homem!

—Eu não sou uma pessoa comum, como pode ver. Sei que meu nome não lhe traz boas lembranças, mas... -ele lhe dá uma rosa vermelha muito linda. -Essa rosa é mais apropriada a você.

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Perto dali, entre as casas de Peixes e Aquário.

—Milo! Me deixe em paz! -ordenou já irritado o Cavaleiro de Aquário, sendo seguido insistentemente pelo amigo, enquanto subiam as escadas até o templo do mestre. -A resposta pela milésima vez é não!

—Camus. Raciocina comigo. -o cavaleiro de Escorpião pediu, ignorando o olhar furioso de Camus. -Atena saiu com Saga e Shion, certo?

—Certo. -suspirou resignado.

—Shaka, Mu, Máscara da Morte e todos os outros saíram também. Certo?

—Certo.

—Então...o Santuário é nosso pelas próximas horas, certo? Vamos fazer uma festa!

—Errado. -respondeu bufando e retomando a caminhada.

—Diz que sim! Vai o que custa? Se o Shura tivesse aqui ele dizia sim! Vamos lá! Eu chamo umas servas ajeitadinhas que conheço! O que custa? Faz isso por mim, por nossa amizade. Preciso de festa! Quero festa! Uma festinha só! Diz que sim, vai!

—Quantos anos você tem? A resposta ainda é não!

—Você me deve essa. Fugiu do meu “presente de aniversário” para você!

—Milo...uma odalisca saindo de um bolo e cantando Happy Birthday, não faz meu gênero de “presente de aniversário”!

—Pena. O Aioros gostou tanto que acompanhou seu “presente” até a casa dela. -Milo sorriu. -Ah, já sei...uma certa beldade ruiva que está no templo da deusa faz mais o seu gênero, não é?

Camus estancou e ficou vermelho. Não se sabe se ficou corado ou se foi a raiva pelo comentário.

—Acertei?

—Milo Alessandros III! -falou entre os dentes.

—Esse sou eu. -Milo fez uma cara de quem não entendeu. –Relaxa, irmão! O Saga também notou que você ficou abalado pela deusa.

—Se abrir a boca...

—Ela é bem bonita mesmo! -continuou falando sorrindo. -Mas como eu sei que você ficou balançado por ela, decidi te ajudar a declarar-se.

—...e continuar a falar...

—Afinal...já tão falando de nós, sabia? Ô povo malicioso! Somos amigos, andamos juntos...e ficam agora duvidando da sua masculinidade. A minha não, pois eu estou sempre acompanhado, mas você sempre sozinho, já tão falando de você por aí.

—...essas idiotices...

—Sabe qual é o seu problema, Francês? Tu tem medo de assumir compromissos, porque tem medo da coisa ficar séria!

—...Vou congelar a sua língua! -o francês ameaçou, já elevando seu cosmo.

—Até o Afrodite arranja mulher mais rápido que você! -continuou ignorando o amigo. -Essa sua mania de fugir de um compromisso sério. Acha justo com você mesmo se negar a ser feliz cara? Está esperando quem pra sua vida?

Camus nada respondeu.

—Meu Zeus! Estou falando igual ao Shaka! -Milo espantou-se. -Preciso fazer algo irresponsável ou vou começar a meditar como ele. Ei, olha o Afrodite ali...e com uma mulher... Ah...é a...

Camus olhou para onde Milo apontava e gelou ao ver a mulher que conversava animadamente com o Cavaleiro de Peixes. Era Raphaela.

—Eu te disse que ele era rápido! -Milo resmungou para Camus, depois ergueu o braço acenando. -Olá!

—Oi, Milo. -respondeu Raphaela, depois ela olhou para quem estava ao lado dele. -Camus, como vai?

—Eu estou bem, deusa...

—Raphaela. Eu não quero que me chamem de deusa, Aurora ou qualquer desses títulos. -ela pediu. -Sou uma mulher como as outras.

—Você já me pediu isso. -Afrodite disse sorrindo. -E sinceramente, acho seu nome muito bonito! Raphaela.

—Obrigada.

—Raphaela. -Milo chamou. -Parece que somos os únicos cavaleiros de ouro a ficarem aqui no Santuário com você. Que tal uma reunião para confraternizarmos e você conhecer a galera e...

—Já disse! Nada de festas! -bufou Camus.

—Ignorando a babá aqui! -Milo debochou. -O que acha?

—Eu gosto de festas, claro...

—Perfeito! -Milo comemorou, zoando Camus.

—Mas, não acho certo abusar da hospitalidade de Atena. Não acho que seria apropriado. -ela completou sem graça.

—Perfeito! -disse Camus, sorrindo discretamente ao ver Milo desanimado.

—Mas a ideia de nos conhecermos melhor é boa! -comentou Afrodite. -Eu mesmo a vi por acaso, Raphaela. Seria bom se nós a apresentarmos a todos no Santuário, para que todos saibam quem é. Afinal, morará conosco algum tempo, não é?

—Não. -ela respondeu triste. -Tenho uma vida lá fora. Assim que Atena me ajudar a resolver meus problemas com a deusa Afrodite, eu vou embora.

—Vai embora? -Camus parecia desapontado.

—É melhor. -ela falou triste. -Melhor que não se afeiçoem a mim.

—Por que? -Milo perguntou e depois completou com o semblante sério. -A tal maldição?

—Sim. Eu...

—Maldições não existem, Raphaela! -Camus a cortou, com a voz levemente impaciente. –São superstições. Não pode acreditar nessas coisas!

—Vocês não entendem. -e ela se afastou, descendo as escadas das Doze Casas rapidamente.

Camus decide ir atrás dela, Afrodite ia fazer a mesma coisa, mas Milo o impede segurando-o pelo ombro. Raphaela estava perto da Casa de Aquário, quando Camus a alcançou.

—Por isso me mandou embora daquela maneira quando a beijei? Teme que essa maldição me atinja?  -perguntou ficando frente a frente com ela.

—Não é só por isso, Camus. Eu... você me lembra ele! -ela estava quase às lágrimas.

—Ele quem?

—Titono. –ela diz amargurada. –Fisicamente vocês são diferentes mas, vocês são ao mesmo tempo parecidos. E não por serem cavaleiros de Aquário! Eu... desde que te vi eu me lembro de coisas que queria ter esquecido! Eu vivencio tudo o que aconteceu, e é doloroso!

—Isso é ridículo! -ele balançou a cabeça, não queria admitir que tinha flashs parecidos. –Eu não sou esse tal de Titono!

—Você...me faz sentir algo que há muito tempo achava que não sentiria de novo. Você me faz sentir segura, protegida...tenho medo de...

—De que?

—De me apaixonar por você. -ela respondeu encarando-o. -E de você sofrer com isso.

—Milo disse que tenho medo de me envolver com uma pessoa, por ter medo de que fique sério. -ele comenta. -Na verdade, eu não me envolvi com qualquer mulher.

—Camus...

—Deixe-me continuar. -ele pediu. -Nossas vidas eram apenas treinar e lutar por Atena e pela paz na Terra, com a perspectiva de morrermos jovens. E realmente morri uma vez, Raphaela. Mas Atena lutou para ter seus cavaleiros de ouro de volta. Mas desde este dia, meus companheiros e eu encaramos a vida de maneira diferente agora. Milo, por exemplo, quer viver intensamente, como se cada segundo fosse o último, por isso ele não hesita em fazer tantas coisas irresponsáveis. Eu temia me envolver com alguém, pois como Cavaleiro de Atena, posso morrer a qualquer momento em uma nova guerra, e não achava justo fazer alguém sofrer por minha causa.

Ele respirou fundo e continuou a falar.

—Mas eu começo a pensar que não é mais justo me negar isso. -ele se aproximou e tocou o rosto dela de maneira delicada. -Acha justo se negar ser feliz, Raphaela?

—E-eu...

Não pode falar mais nada, uma vez que os lábios de Camus tocaram os seus de maneira delicada. A mão que segurava seu rosto, deslizou pelo seu pescoço, ombros até segurá-la pela cintura e puxá-la para mais perto.

Com um gemido, ela deixou-se envolver pelo momento, correspondendo ao beijo apaixonadamente, enlaçando-o pelo pescoço.

—Lindo, não é? -Afrodite comentou com Milo, ambos olhando a cena de longe.

—É. Eles crescem tão rápido!

—Está chorando? -Afrodite surpreendeu-se.

—Tá me estranhando, Peixe? -ele disfarçou. -É esse seu perfume de rosas. Eu devo ser alérgico a isso! Meu olho está coçando, só isso!

—Ah, tá. Desculpe. -ele sorriu. -Também fiquei emocionado com o discurso do Camus.

—Ele gosta de um discurso.

—Sim. -de repente sentiram um cosmo agressivo. -Sentiu?

—Sim. -Milo ficou sério, olhando para o fim das escadas.

Camus e Raphaela se separaram ao notarem os cosmos que estavam parados em frente à casa de Áries.

—Quem serão? -o cavaleiro indagou, ainda mantendo Raphaela em seus braços.

Milo e Afrodite já estavam ao lado deles.

—Eu...eu os conheço! -Raphaela disse com um sorriso.

Ela correu em direção aos cosmos, sendo seguida pelos cavaleiros. Ao chegarem lá, viram dois homens jovens de armaduras reluzentes.

—Lampo! Faetonte! -ela os chamou. -Estão vivos?

Continua...



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