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História Autoescola Fracassada - Pista de Treinamento - P1


Escrita por: Yarv

Notas do Autor


BROTEEEEIIIII *o*
Capítulo cheirosinho, saindo do forno! <3 Espero que esteja ótimo!
Me surpreendi ao ver que ele não ficou tão grande (porque essas mãos trabalharam, KKKK) então aproveitem e atenção em cada pedacinho!
POVS novo na área' XD Espero que gostem!!
A partir daqui iniciamos um novo ciclo!
Milhões de BJokas e ótima leitura! <3

Capítulo 15 - Pista de Treinamento - P1


Estou em um daqueles momentos da minha vida em que me pergunto: Como você chegou nesta situação?

Meus planos para esse Domingo eram apenas colocar o motivo central no motivo central. Aprender mesmo a dirigir. Quem sabe até ter uma convivência mais harmoniosa com Yoongi.

Mas no momento estou bem, mas bem longe mesmo desta realidade.

Graças a Deus (que ouviu minhas orações e decidiu diminuir um pouco do meu sofrimento e da minha humilhação) meu nariz parou de doer escandalosamente, e não passa de leves pontadas. Mas ainda estou com o papel higiênico para estancar o sangramento.

Essa nem é a pior parte, colocando os seguintes fatos: Estou sentada em um banco de plástico que mais parece pedra, em um dos hospitais públicos de Seul (graças a Deus isso aqui é bom). Com um frio do cacete graças ao ar-condicionados, mas exibindo o perfeito papel de "mulher guerreira".

Jimin e Yoongi me encaram de um modo estranho.

Sim. Park Jimin.

E é ao contemplar sua presença aqui que eu volto a pergunta: Como você chegou nesta situação, Jeon Agnes?

E meu cérebro me responde no mesmo momento com lembranças dolorosas. Literalmente.

Vomitar na frente de todo mundo... Normal. Namjoon estava disposto a me tirar daquela situação deplorável e me levar para um lugar distante do mundo. Em Nárnia, de preferência.

Jimin me encarou até que eu entrasse pela porta. Estranho... Mas já estava começando a me acostumar com a estranheza daquele dia.

Com os olhos pesados e sonolentos, vi a silhueta de Namjoon me colocar na cama. Deduzi que aquele fosse um quarto ou algo assim. E me senti instantaneamente bem.

Dormir... Esquecer aquele vexame, acordar e dar um jeito de dar a volta por cima. De preferência com Jimin olhando.

Esses eram meus planos.

Namjoon fazia perguntas que eu não tinha forças para responder, e por fim suspirou e beijou minha testa.

Coisa fofa... Linda... Um amor e futuramente um ótimo pai!

Não.

Um assassino cruel.

De alguma forma, uma força sobrehumana se apossou dá sua cabeça que bateu contra uma prateleira que decidiu aparecer ali misteriosamente.

Em cima dela estava uma mochila. Com peso sobrehumano também.

E advinha só onde ela caiu?

Solto um gemido ao lembrar do peso daquilo no meu rosto. A dor foi tão forte e instantânea que não tive a oportunidade de nem ao menos gritar. Só deixar uma lágrima solitária e gelada cair.

Meu cérebro fez esse trabalho: QUE DOR DA SUPREMACIA DA MERDA DO CACETE DO FILHO LEVADO DA VIZINHA!

Isso seria uma perfeita situação para bons palavrões. Aqueles pesados mesmo.

Mas eu simplesmente não consigo... Jungkook já tentou me ensinar, mas desistiu quando eu disse "vai tomar na peida!" pela terceira vez durante o "treino".

Uma das coisas estranhas que me compõem.

Depois disso,   tudo se passou como um borrão: Namjoon gritando para eu falar com ele, Jimin aparecendo do nada no quarto pela gritaria de Namjoon e Yoongi gritando que iria sair de perto de mim pois eu estava com "energias negativas".

Nem energia eu estava, pois só consegui chorar e ser levada no colo pelos meninos.

Namjoon teve de ficar pois não tinha quem tomasse conta da Autoescola, e nos fez prometer que ligaria dando notícias. Também me encheu de abraços e desculpas. E por mais constrangedor que possa parecer, meus acompanhantes foram Jimin e Yoongi.

Sim. A cena era ridiculamente assim: Yoongi dirigindo, com a cara de "flor" de sempre. Jimin ao seu lado me olhando quase que o tempo todo pelo retrovisor, e como não era bom em disfarçar fingia um espirro (que parecia uma hiena) ou coçava os olhos quando eu o pegava me encarando.

E eu no banco de trás. Com o papel higiênico que encontramos no banheiro dá Autoescola, é claro.

Cômico se não fosse trágico.

E aqui estamos nós, a espera da minha vez para ser consultada. E eu ainda me pergunto como tudo chegou a esse ponto.

Ah Lola... Espero que você esteja no céu... É o mínimo, né?

 

 

 

Yoongi diz que vai beber água e eu peço um pouco também, por mais que meu desejo seja comer batatas-fritas e um Milk-Shake de Danoninho neste momento.

Mas quando ele se vira para ir, gelo ao pensar numa coisa.

Eu. Jimin. Sozinhos por alguns minutos.

Conheço a tempo suficiente para saber que ele vai puxar assunto.

Observo Yoongi sumir no corredor do hospital e fico decepcionada por ele não ter escutado minhas preces telepáticas. Cruzo as pernas e escondo as mãos suadas na bermuda jeans.

Ele só sentou ao seu lado. E pra que desse nervosismo todo?! Fala sério, é só o Jimin!

O garoto que te fez matar sua cachorra...

Seu primeiro amor...

- Hi!

Espirro.

Isso mesmo. Um punhado de sangue para fora e um gritinho pior que o de Jimin.

Pra que eu fui acordar hoje, Senhor?

Meu rosto com certeza está mil vezes mais vermelho que meu sangue. Quando vou procurar o rolo de papel (meu fiel amigo a quase 1 hora) me surpreendo ao ver aqueles dedinhos fofos e gordinhos o segurando.

Olho a cena. Olho mesmo.

Jimin sorri daquele modo extremamente fofo.

- Pega.

Não penso muito naquilo, e pego o papel limpando meu nariz em seguida.

Juro que tentei limpar da forma mais elegante possível. Mas é uma daquelas coisas quase que impossíveis de se fazer elegantemente, tipo: Lavar o sovaco, limpar o ouvido, limpar a bunda depois de...

- Só tinha água quente. Quer dizer, morna.

Pulo ao ouvir a voz de Yoongi. Mas logo agradeço aos céus por ele ter voltado tão rápido.

- Ah... Está bem. - Sorrio, e pego o copo das suas mãos bebericando aos poucos.

Eu juro que vou surtar se esses dois continuarem encarando cada mínimo movimento que eu faço.

Como se percebesse isso, Jimin solta seu espirro de hiena e olha para o outro lado.

Penso que Yoongi também vai se ligar.

Mas ele continua me encarando.

E depois olha para Jimin.

- Sério isso, Jimin? - Pergunta, olhando para o mesmo.

Assim como eu ele encara Yoongi sem entender. O mesmo revira os olhos, como se falasse com crianças idiotas.

- Ela está praticamente suplicando pelo seu casaco a umas meia hora, e você não deu? A água foi só pra disfarçar e pra ver se você se ligava! Fala sério cara!

Eu estava atônita.

E apostava que Jimin também.

Eu só queria entender como esse garoto conseguia enxergar esse tipo de coisa. Yoongi está oficialmente nomeado como a pessoa mais sincera que eu conheço.

Jimin se virou para mim, as bochechas mais vermelhas que o casaco que ele usava.

- E-Eu realmente nem me liguei, Agnes. - Gaguejou em um tom fofo e sem graça, retirando o casaco.

Pisquei parecendo voltar a realidade.

Ah Min Yoongi, já pensou em calar a boquinha?

- N-Não precisa, eu realmente estou bem...

- Cala a boca e coloca logo essa merda! - E eu pensando que ele já tinha terminado. Yoongi sorri ao me ver o fuzilar com os olhos. - Essa batata que você chama de nariz já está ferrada. Quer ferrar com os pulmões também?

Abro a boca para dizer o quanto ele é insuportável e desnecessário naquele lugar, mas um homem de jaleco aparece a porta de uma das salas de consulta.

- Jeon Agnes?

- Aqui! - Exclamo de volta e me levanto, quase ajoelhando e agradecendo a Deus por me livrar desta situação constrangedora.

Que ficou ainda pior no momento em que Jimin apareceu.

- Agnes! - Continuei andando, ignorando Min Yoongi. - É sério, olha pra cá! AGNES! Vou te chamar de batatinha...

Por mais que eu tente ignorar, acabo me virando e encarando Yoongi.

Só vejo um borrão preto acertar meu rosto.

Com tudo.

Ele cai no chão.

O casaco de Jimin.

QUE DOR DO CACETE!!!

Antes de ir chorando para a sala dá consulta ouço Jimin gritar:

- O NARIZ DELA, SEU BABACA!

 

 

 

Depois de algumas análises constrangedoras no meu nariz, um Raio-X, um pequeno curativo e medicamentos intravenosos para diminuir a dor finalmente pude saber se a coisa seria mais séria e insuportável do que estava.

Mas graças ao bom Deus, não cheguei a quebrar.

- O nariz é composto por várias veias bem pequenas e sensíveis, quase transparentes. Mas quando está calor, o ressecamento da pele e o suor diminuem a proteção natural deixando esse local muito sensível e exposto. - O doutor tinha a voz grave e gostosa de se ouvir. Mas nada comparado a Kim Taehyung... Suspirei, sentindo saudades do meu amorzinho. - No seu caso, foram o rompimento de duas veias que causaram o sangramento.

- Duas?! - Exclamou Yoongi, que tinha decidido me acompanhar em quase todo tempo. Me envolvi ainda mais no casaco de Jimin e na poltrona fofa da sala. É tão bom sentar em algo realmente confortável... - Tem certeza que isso não é grave?

- Não se preocupe. Como eu disse essas veias são minúsculas, quase transparentes. Se regeneram muito rápido. Um ou dois dias e seu nariz estará novo em folha. - O doutor piscou para mim. É mesmo difícil achar alguém feio nesse lugar... Ai meu coração! - O sangramento deve parar em mais ou menos meia hora. Se isso não acontecer, volte imediatamente.

Peguei a receitas das mãos enormes dele e me despedi, sendo seguida por Yoongi. Foi triste ter de abandonar aquela poltrona maravilhosa.

- Ah, mais uma coisa! - Yoongi já estava com a mão na maçaneta. Olhamos para ele, que sorria abertamente. - Mantenha sua namorada longe de estresse. Isso vai ajudar muito.

Paramos.

Namorada?

Gargalhamos tão alto que o doutor até mesmo se assustou.

- Isso aqui... - Apontei para Yoongi.

- É um negócio louco que apareceu na minha vida. - Completou Yoongi, também apontando para mim.

- Chega de coisas ruins por hoje, doutor. - Disse sorrindo e saindo sala.

- Exatamente. - Completou Yoongi, também saindo e fechando a porta.

Caminhamos em silêncio. Mas não um silêncio que incomodasse ou que denunciasse que estávamos nos xingando em pensamento...

Era confortável. E muito bom.

Como se lesse meus pensamentos, Yoongi me encarou e perguntou:

- Você está bem?

Sorri.

- Sim.

- Dane-se então.

E antes que ele corresse até Jimin para lhe dar um soco idiota no braço, pegou minha mão dentro do bolso do casaco e a acariciou.

Bem de leve.

Quase "transparente".

Eu era quente. E senti que ele teve essa sensação quando me tocou, pois seus dedos eram frios.

Daquele modo ele soube que eu estava realmente bem.

 

 

 

&

- Agnes! Você está viva! - Gritou Namjoon ao atender meu telefonema ao terceiro toque.

Gargalhei.

- Pois é! Viva não, sou uma sobrevivente... - Dessa vez foi a vez de Namjoon gargalhar. - É sério. Como você consegue conviver com eles?

- Não consigo. Só o necessário mesmo.

- Entendo... - Murmurei e parei para ver a cena na minha frente.

Yoongi gritava "Vai cavalo! Você merece isso por ter sido um cavalo com a Agnes!" montado nas costas de Jimin, e o mesmo apenas dava suas risadas de esquilo. Coloca-se o fato de que estamos num estacionamento público.

Concluí que Min Yoongi deveria ser realmente estudado.

- Mas e aí... Eu quebrei mesmo seu nariz? - Decidi ignorar aquilo e sorri ao ouvir o tom preocupado de Nam.

- Não seu fofo, eu estou bem. Foi apenas o rompimento de uma veia bem pequena. Quase transparente. - Deu para ouvir o suspiro aliviado no outro lado.

Não queria Namjoon me sacudindo como uma boneca de pano de novo, então decidi omitir o fato de que foram duas veias.

- Isso é ótimo. - Sorri e finalmente cheguei ao carro. - Vocês já estão vindo?

- Sim. Só esperar o Yoongi e o Jimin pararem de viadagem e virem pra cá.

Eram raras as vezes em que Namjoon realmente se acabava de rir, mas quando o fazia era um som muito gostoso. Quase que de um bebê.

- Boa sorte pra você.

- Obrigada... Vou precisar.

- Te adoro, viu baixinha?

Alguém manda esse garoto parar de ser fofo?

- Eu também te adoro, escada.

Namjoon riu e desligou.

Suspirei enquanto via Yoongi finalmente descer das costas de Jimin, e andar até o carro.

Paz... Sossêgo... Só de pensar em dormir assim que chegasse em casa, meu corpo inteiro relaxou.

Mas se tensionou de novo ao ver Yoongi agarrar meu braço e me guiar até o lado do motorista.

O que...

- Isso mesmo. - Sussurrou Yoongi, respondendo minha pergunta muda. - Você vai nos levar para casa, Agnes.

 

 

 

Meus olhos deveriam ter se desprendido do rosto e rolado pelo chão de concreto do estacionamento. Minhas mãos suavam.

E meu pior pesadelo voltara: De repente eu era Jeon Agnes, mas com apenas 15 anos e aprendendo a controlar os reflexos a mais adquiridos pela puberdade. Minhas mãos apertavam o volante de couro com força, enquanto ouvia a torcida do meu pai e de Jungkook do lado de fora.

Lola não para de rodear o carro, com aquelas orelhas de rato e o rabinho metido para cima. Ela me deixa nervosa, mas nada se compara a quando Park Jimin simplesmente aparece na minha frente.

Meu coração é uma escola de samba.

E aí ele sorri e acaba com o resto da minha sanidade.

Sério. O ser já é o bonito, então pra que aquele sorriso? Desnecessário. Desnecessário.

Escuto um "clic".

Yoongi estala os dedos a minha frente.

- Ei! Acorda! - Pisco e olho para Yoongi, que sorri debochadamente. - Sabe a minha opinião, Agnes?

Continuo em silêncio pois não quero ouvir. Mas ele diz assim mesmo, típico de Min Yoongi.

- Esse seu problema com carros é psicológico. Se você não resolver isso, nunca vai dirigir.

E o mais chato e humilhante de tudo, é que Min Yoongi tem razão.

E por algum motivo idiota, encaro Jimin. Como eu esperava, ele está inexpressivo.

Respiro fundo.

Não. Eu não posso aceitar isso!

Tudo mudou! Não tenho mais quinze anos, não gosto mais de Jimin e minha cachorra está no céu e por precaução não tenho mais nenhum animal!

- Jeon Agnes! - Yoongi e Jimin pulam com meu grito de guerra. Mas eu não ligo... Preciso fazer isso! - Você vai entrar nesse carro, ignorar qualquer comentário imbecil de Min Yoongi, não matar ninguém e se apaixonar por carros! VOCÊ VAI DIRIGIR!

Abro a porta com determinação e sento no banco, apertando o volante.

Esse não é o carro do papai... Esse é o seu carro!

Yoongi e Jimin também entram, e o primeiro sorri ao me ver.

- Pronta? - Apenas aceno. Quero continuar com esse foco e não desmoronar. - Bom, você vai...

- Cala a boca. Eu me guio por aqui.

E ao sair do estacionamento tranquilamente, tenho a certeza.

Você recuperou o controle, Agnes.

 

 

 

Nada de mortes. Nada de cachorros ou coreanos lindos sendo arremessados ao ar comigo ao volante.

Somos apenas eu e o carro... A brisa fresca entrando pela janela, meus dedos soltos e tranquilos, assim como meus pés. Sei perfeitamente o que fazer, como fazer e quando fazer.

E os conselhos do meu pai murmuram no meu ouvido...

Apenas relaxe... Deixe o carro guiar você.

Jin tinha toda razão: Dirigir é libertador. Há momentos em que você acha que nem está envolto por milhões de engrenagens, ferro e várias coisas complicadas.

É apenas você. Sentado no meio da rua, flutuando no ar.

Estacionei em frente a minha casa.

E de repente, comecei a chorar. Nada escandaloso ou algo do tipo, mas comecei a chorar.

Eu estava tão feliz... Sentia que tinha quebrado uma barreira. Estava longe de terminar, mas aquele primeiro passo foi incrível para mim.

Sorri em meio as lágrimas ao sentir Yoongi me abraçar. E depois Jimin.

Eu consegui. Eu consegui.

 

 

 

&

Segunda

Jin

 

Nessas horas em que o trabalho exigia tudo de mim, que eu entendia o porquê de minha tia dizer que eu era um sortudo por ter a personalidade tão tranquila. Era tedioso ter de ler papeladas e mais papeladas com linguagens que nem sempre eram tão fáceis de entender, mas gostava do meu trabalho.

Se "sortudo" era o jeito que minha família enxergava o modo como eu amava minha vida, eu estava feliz em ser sortudo. Por mais que eu não conseguisse me enxergar nessas palavras.

Mas ao olhar para o lado e ver o nome dela florescer na tela do meu celular, pela primeira vez eu me senti "sortudo". Assim como pela primeira vez, não gostei tanto do meu trabalho por estar me prendendo ali ao invés de estar com ela.

Suspirei e me afastei da mesa, coçando os olhos. Se Agnes tivesse noção do quanto me deixa maluco, saberia o esforço que estou fazendo para cumprir um combinado feito por mim mesmo e aceito por nós.

"Vamos devagar... Não quero perder você de vista." Ela sorriu e me beijou. Do jeito irônico que eu adoro.

Se passaram apenas 3 dias...

E decidi não mandar nenhuma mensagem. Não quero que ela também confunda meu jeito romântico com meloso.

- Oi! - Ouvi sua voz animada ao atender ao telefone.

Sabia que ela estava sorrindo. E muito feliz.

- Oi...

- Sei que você não está com saudades, mas precisava te ligar.

O sarcasmo é uma das coisas que eu perigosamente adoro nessa garota.

- Nem estava pensando em você, mas fala. - Ela gargalhou.

- Está ocupado?

Prontinho. Odeio meu trabalho.

- Não muito...

- Isso foi quase um sim.

- Vai me chamar para passar aí depois do trabalho ou vai enrolar mais?

Agnes ri de tudo. E eu amo isso.

- Já que insiste...

- Temos novidades?

- Seokjin, sim! E são maravilhosas!

- A única coisa maravilhosa na sua vida sou eu.

Virei a cadeira e olhei o pôr do sol pela enorme janela. A visão dos raios batendo nos cachos de Agnes vieram a minha mente...

Dourados. Tão lindos...

- Você nem é convencido.

- Quero te beijar... - Sussurrei. E eu queria mesmo. Muito. De baixo dos raios de sol, batendo nos cabelos dela.

- Você prometeu que não me faria sofrer mais... - Sussurrou de volta.

Ergui uma sobrancelha.

- Como?

- Estou sofrendo por estar longe de você.

Imaginei ela fazendo um biquinho fofo. Que eu adoro.

 

 

 

Eu pretendia falar. Juro.

Mas assim que abriu a porta, Agnes simplesmente voou em cima de mim quase engolindo minha boca. Não que eu não tivesse gostado.

Encarei as rosas vermelhas espremidas entre os nossos corpos. Não foi tão cara, mas eu esperava que elas durassem mais.

Eu adorava rosas vermelhas. Talvez fosse apenas o destino dizendo que Agnes as odiava.

Sorri quando ela deu um jeito de revivê-las. Acho que não chega a ser ódio...

Subimos para o seu quarto, cumprimentando um Jungkook sonolento no caminho.

Ele parou e nos encarou.

- Se encontrar minha irmã, diz que estou com saudades. - Murmurou antes de voltar a descer.

Agnes quase derrubou o garoto, o abraçando e o enchendo de beijos. Sussurrou algo que fez Jungkook sorrir e também beijá-la.

Sinceramente, eu achava aqueles dois perfeitos. Tão diferentes... Mas parecia que tinham sido feitos na medida exata e certa. Apostava que um chegou na vida do outro no "momento certo".

Assim como ela chegou na minha vida no momento certo. Exato, para ser mais específico.

Subimos em sua cama e ela desatou a falar.

Adorava aquela voz... Não era doce e nem grave. Era Agnes. Somente dela... Não dava para confundir ou algo assim. Assim como a própria...

- Eu nunca senti algo assim antes! Jin, é incrível! É... É...

Observei ela tentando encontrar as palavras. Observei aquela mulher de detalhes...

Sou um observador detalhista. Tudo tem um significado para mim... E com Agnes foi "igualmente diferente". Primeiro me apaixonei por aqueles cachos, que formavam ondas, curvas tão lindas e douradas... Aí eu lembrava de seu corpo, que também era único esbanjando alegria e beleza. Vinha a boca com lábios carnudos e morenos, mas claros que sua pele... Completamente linda.

Jeon Agnes era um detalhe. Mas não um qualquer... Ela estava no centro. Sorrindo, dançando, observando... Seus detalhes formavam a maravilha que era ela.

Simplesmente ela. E ao mesmo tempo não tão simples.

Sorri ao imaginar o que ela diria ao saber que estou fazendo "poesias" sobre Jeon Agnes.

- Porque está rindo? - Perguntou sorrindo, mas logo cruzou os braços emburrada. - Escutou algo que eu disse?

Pisquei. Era algo sobre carros...

Pensa Seokjin, pensa...

- Você aprendeu a dirigir.

Ela sorriu.

- Isso.

Nós beijamos com fervor, mas acima de tudo com alegria. Agnes quem me guiava e eu estava amando isso.

Paramos e ela simplesmente se deitou em meu peito. Acariciei a pele macia de sua cintura...

Agnes também era o suficiente.

Pelo interfone do seu quarto, escutamos a campainha tocar.

Depois de uma discussão sobre quem abriria a porta, Jungkook venceu e Agnes desceu com um bico enorme e lindo.

Sorri e a observei atravessar a porta.

Encarei as estrelas penduradas em seu teto.

Esperei.

E esperei mais um pouco.

E mais.

Me sentei na cama ao contar exatamente 20 minutos. E ao fazer 21, coloquei os pés para baixo para segui-la.

Agnes reapareceu, com um pacote nas mãos.

- O que houve? - Perguntei, tentando ver o que tinha.

- São só batatas... - Murmurou, sorrindo e se virando de costas para mim.

Parecia ler alguma coisa.

O.K. Eu estou bem curioso e desconfiado.

Fiquei em silêncio porque eu sempre fico em silêncio. Ou rio. Mas aquele momento não era para rir.

- Jin?

A olhei.

- Oi?

- O que você acha disso: "Umas batatas para outra batata"?

Automaticamente pensei no nariz dela. E agora que estava machucado (por motivos que ela quis omitir, porque quem esbarra na porta e machuca o nariz?) parecia mesmo uma batatinha.

Mas eu não diria isso.

- Não coma. Deve ter sido algum idiota fazendo pegadinha.

Agnes já estava comendo. E o que eu mais achei estranho: Ela sorria felizmente.


Notas Finais


*3* Oooowwwnnn... :3
Aguardo vocês aqui! BJão! <3


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