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História Autoescola Fracassada - Brisa


Escrita por: Yarv

Notas do Autor


Estou numa relação de ódio e amor com este capítulo. Sou louca' :3
Desde já peço perdão pela demora e espero que vocês apreciem... Olha, não tá tão grande! Milagre, kkks' Se quiser, podem até considerar um especial de Dia dos Namorados! ♡ Feliz dia pra quem tá de amasso!
E joy estoy solo... T-T (Namorando com o Yoongi, mas a pessoa não é muito boa com datas' '-')
Bom, chega de blá-blá! Ótima leitura e amo vocês! ♡♡♡

Capítulo 22 - Brisa


Ainda naquele dia...

 

E como sempre, meus planos para o dia foram completamente interrompidos por garotos irresponsáveis e que amavam bagunçar minha vida (não vem ao caso que eu também amava isso). Estudar um pouco para a Faculdade, dormir, comer pizza com Jungkook enquanto assistíamos a algum filme sobre zumbis... Perfeito!

Não. Nada disso. Por que esses planos estavam simplesmente fora de cogitação quando Jimin, Taehyung, Taenes e Yoongi entraram pela porta.

E também porque no momento estávamos ocupados demais vagando as oito da noite de um sábado a procura de qualquer loja que oferecesse açúcar em formas coloridas e que não gritassem: "Diabetes gratuitos!"

- Macacos! Macacos! - Gritou Taenes do banco de trás do nosso carro que no momento estava bem cheio.

O.K. E com macacos também.

Eu não estava chateada. Apenas preocupada com o meu pequeno que havia ingerido uma quantidade absurda de café para menores de 2 anos. O Lori agitado de sempre agora era um Lori-agitado-de-sempre-cafeinado!

Quem teve a brilhante ideia de oferecer café? A mesma pessoa que está tentando me persuadir com beijos no pescoço (quase conseguindo) depois de ver nosso pequeno tentar engolir um pote de açúcar e com os olhinhos mais brilhantes que viciado em cocaína.

- Ag? Por favor, desculpa... - Sussurrou contra o meu pescoço e não consegui evitar que meu revirar de olhos viesse junto com um pequeno sorriso. - Eu pensei que ele não fosse gostar...

- Não precisa ser nenhum gênio para saber que não se dá café a uma criança! Dirá um bebê! - Murmurei cansada, e semicerrei os olhos ao ver que os outros meninos tentavam conter a risada. - Isso não é engraçado!

- Macaco! - Gritou Taenes, acabando com toda minha pose.

O.K. Um bebê cafeinado gritando "macaco!" quase toda hora com certeza era.

Além de Taenes agitando o carro, todos estávamos bem animados: O assunto do momento era o nome da banda, que ainda não havia sido decidido. Era uma cena linda ver aqueles sorrisos tão sinceros e bonitos, cada um a sua maneira, e a amizade deles crescer com um sonho que se tornou comum. E antes que todos dessem conta, Yoongi já havia marcado o primeiro ensaio que seria naquela mesma noite com todos os membros.

Já estava difícil acompanhar a conversa e impedir que Taenes-cafeinado de jogasse do carro. Eu não queria nem imaginar o que iria acontecer quando os seis se juntassem...

- O que vocês acham de "The Boys"? - Indagou Jimin do banco do passageiro.

- Óbvio e idiota. - Murmurou um Yoongi sonolento.

Todos rimos. Menos Jimin, é claro, que mais parecia um panda com fome com aquela cara de bravo.

- Tem alguma ideia melhor, babaca?

- Não... - Yoongi soltou um longo bocejo. - Mas tenho sono...

E sem mais nem menos, se aconchegou e deitou sobre a minha coxa.

Contando com o fato de que Taehyung já estava praticamente deitado em cima de mim eu fui quase que completamente esmagada. Até pensei em brigar pelo seu abuso, mas ele parecia mesmo cansado... Os olhos fecharam quase que instantaneamente, enquanto as mãos repousavam sobre o peito. Calmo, sereno... Bonito até. Estava ali um Min Yoongi que eu com certeza não via com tanta frequência...

E antes que eu contesse minha mão ou me desse conta do que estava fazendo, já ajeitava uma mecha de cabelo que caía sobre seus olhos.

Oi?!

Parei.

Taehyung me olhou de uma forma bem estranha, depois de virar a cabeça quase que em 360° graus.

Eu só desejava ser um avestruz e esconder minha cara vermelha na terra.

Yoongi não se mexeu.

Taenes gritou: "macaco louco! macaco louco!".

E finalmente encontramos uma loja aberta no sábado a noite.

 

 

 

 

 

Os dez minutos que demoramos para estacionar foram os dez minutos mais: Silenciosos, desconfortáveis e demorados da minha vida.

E o pior era que eu não fazia a mínima ideia do porque de estar assim.

O.K. Agnes. Você pode jogar a culpa na sua amiga vermelhinha que ainda está aqui. Com certeza isso é culpa dela!

Comecei a ficar ainda mais preocupada pois por mais que eu tentasse desenvolver uma conversa, nenhum deles estava disposto a isso: Jimin e Jungkook discutiam sobre nomes para a banda, enquanto Taehyung respondia a todas as minhas tentativas de maneira curta e grossa.

Ciúmes? Não sei! Fala sério, o Yoongi mora com ele e não tem possibilidade nenhuma de nós dois termos nada!

Fui mulher suficiente para dizer isso em voz alta? Não. Nem mesmo quando Tae desceu do carro em direção a loja de conveniência que era idêntica aos filmes de E.T. com um Taenes saltitante e com abstinência de açúcar.

Tenho que me lembrar de escrever num cartaz que nunca mais devemos dar café a essa criança!

Pensei que com a ausência de Tae as tensão recairia um pouco, já que meus planos era puxar um assunto qualquer com meu irmão e Jimin. Mas a discussão estava no ápice com a sugestão do nome ser "The Beatles Two".

O.K. Agnes. Respira, e finge que não está ouvindo isso...

- Gângster! - Exclamou Jimin, e eu tive que me segurar muito para não rir. - É sinistro e legal!

- Sério Jimin? - Murmurou meu irmão, brincando com o volante. - Então vamos ter que colocar outra pessoa no seu lugar. Sabe, o nome do grupo não combinaria muito com um garoto com cara de panda, esquilo e ursos de pelúcia.

Minha gargalhada fez Yoongi começar a roncar.

O.K. Eu definitivamente preciso sair desse carro. E o fato de que Tae e Lori já estavam demorando tempo suficiente só cooperou.

Usando essa desculpa - por mais que eu não tenha sido ouvida -, coloquei Yoongi com cuidado no banco e abri a porta. O vento frio que me atingiu me surpreendeu bastante. Meu irmão odiava dirigir debaixo de chuva, fora que os meninos teriam ensaio na casa do Tae e eu iria para a minha casa. Com meus antecedentes em relação a carros, dirigir na chuva não parecia nada promissor...

Me espremi contra o frio até chegar ao estabelecimento, que tocou uma pequena sineta à minha entrada. O som era agradável e não combinou em nada com o atendente gordo e de cara amarrada sentado no balcão. Ele nem levantou os olhos do mangá quando entrei. Assaltos liberados!

Ignorei o sedentarismo em pessoa e me dirigir ao primeiro corredor. Não demorou muito para que eu encontrasse duas crianças discutindo sobre chocolates no fim dele...

- Uva passa é ruim, Lori! - Ouvi Tae resmungar, abaixado e com o nosso bebê sentado em uma das pernas. - É aquela coisinha roxa que a vovó coloca no arroz todo natal... Temos que preparar nosso protesto contra ela esse ano!

Taenes estremeceu e disse algo em sua língua mística, mas dessa vez dava para entender algumas palavrinhas. Taehyung afirmava fervorosamente com a cabeça, e eu tinha plena certeza que ele não entendia nem meia dúzia do que o pequeno dizia.

Era uma das cenas mais lindas e fofas que eu já vi. Aproveitei que eles não haviam me percebido e decidi apenas observar, de longe, com as mãos no bolso da calça. Parecia errado atrapalhar algo tão puro e fofo...

- Sim, sim! Esse é com avelã! - Disse Tae quando o pequeno apontou para outro tipo de chocolate. - Ela não faz muita diferença, sabe? É tipo o tio Yoongi.

Tentei me conter, mas minha gargalhada denunciou minha presença. Taenes se assustou um pouco junto com o tio, mas logo estava correndo e se jogando em meus braços. Abraçar Lori era muito gostoso. Ele era todo fofinho, parecendo um filhote de panda.

- Titia!

- Oi meu anjo! - O peguei nos braços e observei que ele talvez havia finalmente escolhido seu chocolate. - E aí, já escolheu o chocolate?

Ele fez sua expressão de dúvida que se resumia mais ou menos na coisa mais linda do mundo. Depois disse algo como "tio" e "ajudar".

- Hum... - Só então lembrei que Taehyung ainda estava ali.

Assim como eu fiz minutos atrás, ele estava com as mãos nos bolsos, nos observando. Seus olhos não diziam nada o que me decepcionou um pouco.

Os minutos passaram... E nenhum de nós sabia muito bem o que fazer. Só então percebi o quanto a situação no carro deve tê-lo incomodado.

Mas... Porquê?

Taenes deu um tapa na minha cara no mesmo momento que Taehyung pigarreou e murmurou:

- Quer alguma coisa?

Eu não sabia com o que ficava mais preocupada: A atual situação entre nós dois ou o tapa repentino no meio da cara.

Engoli em seco e respondi quase num sussurro:

- Não. Quer que eu veja se Jungkook e Jimin querem?

Tae finalmente abriu um sorriso, mesmo que pequeno se comparado aos costumeiros e balançou duas garrafas de Coca a sua frente.

- Eles sempre pedem a mesma coisa.

- Então tá.

Caminhamos lentamente até o caixa, Tae atrás de mim que ainda estava com Lori nos braços. Ele não fazia o mínimo esforço para disfarçar os olhares em minha direção, observando cada passo que eu dava.

O cara que estava lendo no balcão apenas levantou os olhos para ver o que tínhamos pegado. Nem se deu o trabalho de usar o caixa ao murmurar:

- 10€ Wons.

Assim como quando entramos, a sineta anunciou a nossa saída.

O vento frio havia piorado consideravelmente e antes que eu o fizesse, Taenes já se espremia em meu peito, sujando minha camisa com a barra de chocolate já aberta. Mesmo que o apertasse não seria o suficiente para protegê-lo então desejei que o fogo no rabo se minutos atrás cooperasse.

O carro não estava muito longe. Então me surpreendi quando Tae me abraçou por trás e sussurrou no meu ouvido:

- Soju.

O.K. Isso era mais estranho do que todos os acontecimentos anteriores juntos.

- Oi?

- Soju! - Ele exclamou, dessa vez mais animado e nos espremendo contra seu corpo. Agora andávamos como uma família de patos. - Não acha um nome legal para a banda? Gosto de Soju.

Sorri e mordi um pedaço de chocolate oferecido por Taenes. E lá estava meu melhor amigo de volta...

- Tae, não se coloca nome de comidas em bandas. Não se você deseja que elas sejam bandas famosas...

- Porque não? Seria original. - Ele meneou a cabeça e deitou em meu ombro enquanto continuávamos a caminhar como patos. - E legal.

- O Nam nunca aceitaria isso...

- Namjoon não sabe de nada! Ele não é o líder!

Aquilo me fez rir mais que o necessário. Era óbvio que seria só uma questão de tempo até Namjoon assumir a liderança. E se não for ele, com certeza vai ser o Yoongi...

Até chegarmos ao carro vieram vários nomes (pratos) peculiares: Bibimbap, Kimchi, Bulgogi, Soondae e muitos outros pratos coreanos. Quando chegamos ao carro eu já estava salivando.

Ao abrir a porta ele murmurou:

- Sushi seria muito legal.

O olhei de soslaio enquanto Taenes entrava.

- Sushi? Mas não era comida coreana?

- Sushi é uma palavra legal! - Exclamou meu amigo animado quando viu que eu não disse "nem pensar, Tae!" tão depressa. - Pense só: "E agora, com vocês, The Sushi's!"

Mal tive tempo para rir, já que meu irmão simplesmente apareceu quase enfiando o celular na minha cara:

- Você precisa ver isso!

Ainda estava um pouco desnorteada pela aparição repentina, mas peguei o celular das suas mãos e comecei a ler.

E li.

Duas vezes.

Três.

Sentei no banco do carro ainda desnorteada.

- Kyoto Song?! - Exclamei indignada, olhando para o meu irmão. - Esse é o nome da empresa?! Ou devo chamar de restaurante japonês?

Jungkook sorriu antes de responder:

- É desanimador, mas é o que temos. E sim, por incrível que pareça é uma empresa musical, mesmo que nova no ramo. Eles estão em atividade a pouco mais de 2 anos e decidiram apostar no novo módulo que está fazendo mais sucesso atualmente: Um grupo de meninos bonitos e que canta bem... - Ele olhou para Jimin com um ar de deboche. - Ou razoavelmente bem.

O.K.

Não podemos descartar tão rápido assim. O que tem de mais no nome de uma empresa musical que mais parece o de um restaurante japonês?

Taenes leu meus pensamentos enquanto passava chocolate na calça de Yoongi:

- Sushi!

Acho que não seria um nome tão ruim assim...

 

 

 

 

&

Dito e feito: Logo depois que os meninos ficaram na casa de Tae para ensaiar, finas gotas de chuva embaçaram meu retrovisor. Ou de Jungkook, já que o carro era dele.

Decidi não atrapalhar muito e dar a privacidade necessária a eles. Por mais que eu soubesse que na primeira emergência ouviria um "Agnes!!!" de longe. Principalmente pelo fato de que Lori-cafeinado estava presente e não dormiria tão cedo.

A chuva aumentou consideravelmente de intensidade enquanto eu tomava um banho relaxante. Para não perder a pose de universitária, tratei de colocar as matérias em dia. Já havia faltado na quinta por conta do acidente e no outro dia por conta de "outro acidente". Aquela semana seria cheia com toda certeza, então tinha que me adiantar.

Estava entretida vendo Animal Planet com a desculpa de que precisava exercitar Biologia quando o interfone avisou que alguém estava chamando.

Já iria mandar Jungkook atender, mas lembrei que ele foi ao ensaio e provavelmente não voltaria tão cedo. Fora que ele tem a chave.

Quem era?

Um pouco temerosa atendi o interfone, com um taco de beisebol atrás das costas.

Que viagem Agnes! Psicopatas não tocam campainhas!

- Alô?

Depois de alguns chiados, alguém finalmente respondeu:

- Agnes?

Eita.

Se fosse borboletas no estômago estava tranquilo. Mas era uma capivara bem louca sambando dentro da minha barriga!

Demorei tempo demais para responder já que estava tendo um mini infarto quando a voz soou novamente:

- Agnes, está aí?

É. Era ele mesmo.

- Já vou descer.

Não esperei resposta.

Desci as escadas lentamente como se isso pudesse remediar minha vergonha e humilhação. Eu simplesmente não sabia com que cara iria encará-lo depois... daquilo! Pensei que quanto mais remediasse o assunto, melhor seria. Mas aqui estou eu, sem fazer a mínima ideia do que fazer.

Abri a porta de supetão, derrubando um Jin que estava apoiado e ensopado para dentro da minha casa. Soltei um pequeno grito de susto.

Ele parou. Eu parei.

Minutos se passaram.

Uma pequena poça começava a se formar aos seus pés.

Não o encarei quando ele murmurou:

- Oi.

Olá garoto que tirou meu hímen de forma dolorosa, sofredora e extremamente apertada e que aguentou minha idiotice por um tempo inimaginável segundo meu irmão!

- Oi.

Não sabia se era a coisa certa a fazer, mas finalmente tive a decência de levantar a cabeça.

Ah.

Caramba.

Que. Garoto. Lindo.

Eu definitivamente precisava pedir a Seokjin que tomasse banho de chuva mais vezes: Os cabelos que antes eram castanhos, estavam negros devido a chuva. Finas gostas de água desciam em direção... Em direção... Aquela boca maravilhosa com formato de coração que destroçava o meu. E para melhorar tudo suas roupas estavam extremamente coladas. Nunca amei tanto uma camisa branca e parcialmente transparente!

Eu devo ter começado a babar, porque uma risada soprou dos lábios perfeitos de Seokjin.

- Acho que você não está mais tão chateada comigo...

Sorri ao olhar naqueles olhos brilhantes. É. Eu definitivamente não estava nem um pouco nervosa com ele.

Para que secar alguém com toalha se existe meu corpo maravilhoso?

Jin se surpreendeu quando me joguei em seus braços, contando com o fato de que ele estava encharcado. Mas não me importei: Nada era mais quente que sua boca, então não demorou muito para que estivéssemos jogados no meu sofá.

Como eu senti falta daquela boca, daqueles lábios tão... Macios e suculentos! Senti que meu corpo fosse explodir por constatar que ele sentia a mesma necessidade, saboreando e tocando tudo que pudesse alcançar. De repente todas as recordações daquela noite ruim não pareceram nada se comparado ao que poderia vir... Deixei que os lábios de Jin percorressem toda a extensão dos meus ombros, espalhando fagulhas de calor. Eu não duvidava nenhum pouco de que ele estivesse secando!

E num piscar de olhos, sua camisa estava jogada no chão, junto com a outra camisa dele que eu vestia. Um sorriso sapeca brincou em seus lábios antes dele se livrar do meu sutiã também.

Era incrível como minha pele se tornava sensível ao simples toque da respiração dele. Ele contornou meus seios com o nariz, boca até finalmente...

Ah, caramba!

AH CARAMBA!

AAAAHHHHH!

Eu tinha que me segurar muito pra não gritar. A sensação era tão gostosa. Parecia que um algodão doce tocava minha pele.

O apertei contra mim, como se aquilo fizesse com que ele chegasse impossivelmente mais perto. Jin fez o mesmo, e gemidos que não consegui reprimir escaparam. Ele sorriu e dessa vez eu quase gritei mesmo.

Seokjin era absurdamente, totalmente e irrevogavelmente lindo!

Ofegante, afastei seus cabelos somente para ver sua expressão serena, os olhos fechados e a boca lenta, me levando ao delírio aos poucos.

Eu estava quase lá...

Quando Jin simplesmente depositou um beijo em meu peito e levantou a cabeça.

Mas o que?!

Eu estava quase tendo meu primeiro orgasmo no auge dos 21 anos e ele me faz isso?!

Ursinho mal! Ursinho mal!

Ele se deitou em meu ombro antes de murmurar:

- Desculpe.

Meu querido você pode deixar essas desculpas pra bem mais tarde. Vamos voltar de onde paramos?!

Falei isso? Não.

- Pelo quê exatamente?

Ele suspirou mais uma vez antes de me olhar diretamente nos olhos. Foi aí que eu percebi: Seokjin gostava de mim de verdade. Que cara não ficaria encarando os seios de uma garota seminua?

Seokjin.

- Eu gosto de você, Agnes. Gosto mesmo... - Ele fez menção de dizer alguma coisa, mas parou. Voltou em seguida: - Eu deveria ter prestado mais atenção naquele dia, percebido que você não estava se sentindo segura. Mas me deixei levar pelo desejo... Eu sei que poderia ter esperado um pouco mais. Mas errei... Não quero cometer o mesmo erro duas vezes. - Ele segurou minhas mãos antes de finalizar: - Nós podemos esperar. E eu juro, Agnes, será a noite mais incrível da sua vida.

E eu o abracei forte, até nossos corpos estarem completamente colados e eu não saber qual coração batia mais rápido.

Se antes eu não estava apaixonada, agora eu definitivamente estava.

 

 

 

 

 

&

Enquanto isso...

Casa do Taehyung

 

...

 

Não era a intenção de Namjoon pegar a liderança logo de cara. Mas a mesma parecia chamá-lo; às vezes achava que era pelo fato de ser filho único, mas não: Ele era o único que parecia conseguir colocar rédeas nas coisas.

Principalmente em uma banda de fundo de quintal e um bebê estranhamente mais agitado que o normal. Estremeceu ao ouvir Taehyung murmurar:

- Dei café a ele meio que sem querer.

E se essa tivesse sido a única novidade, tudo estaria bem.

Mas aí veio o fato de que teriam uma audição numa empresa que tinha nome de restaurante japonês e dois novos integrantes! Era inacreditável! Somente a menção a palavra "empresa" foi suficiente para animá-lo. Então tratou de animar os outros meninos também:

- Não importa o que ou onde: Vamos dar o nosso melhor! Sempre!

E depois de algumas discussões desnecessárias e falta de atenção - afinal, eles continuavam sendo garotos! - finalmente o ensaio se iniciou. Agora com Jimin e Jungkook a música finalmente começava a ficar bela: "Tomorrow" mostrava seus primeiros raios de sol...

 

 

Estavam exaustos. Algumas garrafas de vinho e mamadeira depois, e metade do grupo estava dormindo. Taenes decidiu dormir no lugar mais improvável de todos: O colo de Namjoon, que por mais que tivesse ficado surpreso, aconchegou o pequeno em seus braços. Logo estava dormindo também.

O único que pareceu notar o estranho comportamento de Hoseok durante o dia, foi Jungkook. Por questões de educação - já que, pelo que parecia passariam bastante tempo juntos - decidiu estreitar as relações. E também porque precisava de algumas informações...

Mal sabia ele o porquê de a cabeça do professor estar tão cheia...

- Oi.

Hoseok demorou alguns minutos para voltar a si. Tinha sido o único a não beber, e ao ver Jungkook se arrependeu amargamente por não ter bebido.

Muitas coisas se passaram em sua cabeça para dizer. Mas sentia que não era o momento certo... Quem sabe mais tarde.

Quem sabe nunca.

- Oi.

- Já está virando costume esse negócio de dormir no quintal.

- Dormir no quintal: bêbado! - Esclareceu Hoseok, arrancando uma risada dos dois. Mas ainda assim sentiu que algo estava tenso.

Odiou não saber qual lado era esse.

Entraram num silêncio desconfortável e agradeceu aos céus quando Jungkook simplesmente se afastou. A culpa começava a corroê-lo, assim como a raiva pelo lado de Jane. Não sabia qual parte era verdadeira! Mas sabia que aquele beijo havia ficado na sua memória por um tempo perigoso demais...

De repente uma garrafa de vinho foi estendida a sua frente. Ia negar. Deveria negar. Mas quando percebeu sua mão já estava se movendo e pegando uma das taças.

Brindou com Jungkook:

- Ao sucesso.

- Ao sucesso.

Não era confortável, mas agora o silêncio era menos incômodo. A noite amena de Seul trazia estrelas brilhantes e uma lua minguante linda. A noite era perfeita...

E suas mentes estavam mais em sincronia do que poderiam imaginar:

- Como está Jane?

Comigo.

- Bem.

Jungkook queria algo a mais do que "bem". Queria ela consigo...

Assim como Hoseok.

O celular do mesmo apitou, e depois de ler ele simplesmente o guardou de volta no celular.

Duas cabeças cheias, flutuantes, em expressões vazias bebericando um vinho.

 

 

 

 

 

&

[...]

Jane

 

Eu não deveria ter feito muitas coisas. Mas essa era a principal delas.

Dessa vez, infelizmente, meu dedo não esbarrou enquanto eu beijava alguém - por mais que seja exatamente isso que eu queira fazer com essa exata pessoa - e quando dei por mim, já havia enviado a mensagem para Hoseok em plena (quase) madrugada de sábado.

Já estava tarde. Provavelmente ele estava dormindo. Mas ele visualizou! constatei ao olhar o celular pela quinta vez.

Na maioria das vezes esse ato não é um bom sinal. E eu já deveria ter saído de frente da Academia a 15 minutos. Mas algo dizia para que eu permanecesse ali, mesmo que não tivesse certeza de nada...

Aquele beijo estava bem fresco em minha memória. Mas por alguma razão, os carros passando me lembraram Jungkook...

E o quanto ele ficava extremamente lindo dirigindo.

 

- Está olhando o que?

Sorri. Por que essa a única coisa - além de irritar propositalmente - que eu sabia fazer perto de Jungkook.

- Gosto de você dirigindo.

Ele abriu um sorriso lindo e apoiou uma das mãos na minha perna. Seu toque poderia sim! ser mais quente que o sol se pondo no horizonte.

- Você é linda.

- Eu acompanharia você dirigindo até a pôr do sol.

- Mesmo? - Ele indagou, trocando a marcha.

- Mesmo.

- Porque?

- Queria ver você iluminar a parte escura novamente. Você é tão quente quanto o sol...

 

- Ei.

Demorei alguns minutos para voltar a realidade. E mais ainda para reconhecer a pessoa a minha frente, quando me virei bruscamente.

Não era Jungkook. E muito menos Hoseok.

Era a garota que invadiu a sala e nos pegou a alguns dias atrás.

Por mais que o casaco preto tapasse boa parte de seu rosto pude ver que ela era bonita, com longas madeixas pretas escorrendo do capuz.

Porque linda já tinha eu e Agnes.

Eu definitivamente não gostava dela. E agradeci aos céus por ter escapado daquela sala o mais rápido possível.

Mas algo me dizia que ela e Hoseok não haviam terminado. E sobrou pra mim, por mais que ela não tenha nada a ver com a minha vida.

Eu já estava pensando em informar que o lixeiro passa em outro lugar quando ela murmurou:

- Está esperando ele?

O.K. Essa garota só pode estar de brincadeira.

- Desculpe, mas eu te conheço? Quer dizer, te devo alguma satisfação?

Foi o suficiente para ela se aprumar e dar dois passos a frente. Continuei onde estava, começando a perder o pouco de paciência que me foi reservada desde o nascimento.

- Meu nome é Inko. E acredite, se não fizer exatamente o que eu disser, mas ouvir esse nome muitas vezes. - Abri a boca para colocar aquela garota no lugar quando ela me interrompeu: - Vou ser bem direta: Se afasta do Hoseok, seja lá o que você tenha com ele. Cancele as aulas e simplesmente suma. Porque eu não gostei nenhum pouco do que vi garota, e se você continuar, não vai gostar nenhum pouco do que eu vou fazer.

Minha raiva era tanta que nem esperei que as palavras se formassem na minha boca, esquentando a minha cara:

- Meu nome é Jane, e pode acreditar que eu espero sinceramente que você grave bem! Eu não nasci para levar desaforo para casa e muito menos birra de aluna mimada! Se os seus cachorrinhos ou seja lá quem atura você deixa usar esse tom, não me confunda! Você não me conhece e definitivamente não vai querer conhecer!

Sua risada debochada me fez quase perder a cabeça. Eu estava num fio de pegar a placa de ônibus e jogar na cabeça daquela garota!

- Imaginei que diria isso. Que pena Jane... - Ela se virou e antes de ir embora murmurou: - Eu só falo uma vez.

Observei aquela ridícula caminhar e sumir na esquina.

Suspirei tentando conter o sangue quente e as batidas rápidas do coração. Tudo definitivamente pode piorar. E eu achando que estava com problemas...

Só me faltava essa: Uma aluna maluca que sente ciúmes do antigo professor.

- Jane?

Me assustei de início, mas logo me virei soltando um longo suspiro de alívio. Eram tantas emoções, sensações, lembranças... Eu precisava desesperadamente me agarrar a algo.

Sem pensar corri e o abracei com todas as forças que me restavam. Eu me sentia tão cansada... Só queria me sentir em paz, desejada por alguém. Afundei meu rosto em seu peito, exalando um cheiro de vinho e colônia masculina.

Ele me abraçou de volta, com a mesma força. O beijei até nossos lábios doerem.

- Você é linda.

Uma lágrima escorreu dos meus olhos, que ele imediatamente a secou.

Um pensamento repentino, mas assustador, fez meus ossos estremecerem:

Como ela sabia que eu estava ali?

Sussurrei contra seu peito, e uma brisa fria nos envolveu:

- Estamos com problemas, Hoseok...


Notas Finais


Beijo!


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