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História Autoescola Fracassada - As Badaladas de sábado à noite


Escrita por: Yarv

Notas do Autor


KKKKKKKK' Cada "k" uma lágrima. Seis vão entender..
Eu já estava com o pensamento de dar uma pausa por algum tempo, mas fui terminantemente (de modo abrupto) a fazer essa pausa pela queda do meu celular, aonde escrevo, da estante e o não mais funcionamento do mesmo. Uma bosta. Então não faço a miníma ideia de quando irei retornar! Aproveitem esse capítulo ao máximo, porque... SENHOR, KKKKK
Vocês acham essa turminha louca? Preparem seus olhos para as próximas palavras!
'-' Eu não bato bem.
Adoro vocês viu? Um milhão de obrigados aos 51 (CINQUENTA E UM MEN) favoritos! Brotem!

BJão e ótima leitura! <3

Capítulo 25 - As Badaladas de sábado à noite


Naquela mesma noite... 

[...] 

 

- Ei cara, perdeu o juízo?! 

Pediu desculpas mais uma vez e parou na calçada para respirar. A chuva estava fria e criava uma névoa densa que se tornava pior pelo fato de estar de noite. Concluiu que se continuasse assim morreria muito antes de pôr as mãos em Inko. 

Precisava parar e pensar, mas era tanto ódio e indignação que tudo o que sua consciência conseguia formular era correr e tentar encontrar a desgraçada. 

E ainda tinha a vergonha, espreitando lá no fundo. 

Como explicaria para Namjoon que Inko era um "ex-caso" das aulas de dança? Perderia o pouco de respeito que tinha! A essa altura do campeonato Jungkook com certeza sabia do seu "relacionamento" com Jane, o que só complicava tudo ainda mais... 

Estava em dúvida se havia fugido para resolver as coisas ou da vergonha que sentia de si mesmo por ser tão irresponsável. 

Suspirou e agachou, deixando que a chuva terminasse de encharcar o terno. Também devia desculpas a Agnes por todo o trabalho perdido... 

Talvez ele próprio fosse um trabalho perdido. 

Sorriu sem humor algum. Mal haviam começado e ele já tinha pensamentos bem "positivos". 

- Me procurando? 

A investida foi mais rápida que seu susto: Escuridão e logo depois seu corpo era jogado contra algo duro. 

O som de uma porta sendo fechada e longos minutos agoniantes se seguiram apenas com o breu e sua respiração pesada. 

O.K. Agora ele definitivamente estava com problemas. 

- Quem está aí!? Que palhaçada é essa!?

A luz acesa abruptamente o cegou por alguns segundos. Piscou por várias vezes até seus olhos se adaptarem. 

Seu ódio não poderia ser maior. 

De pé, mascando um chiclete e com um sorriso de canto, estava Inko. 

Teria dado um soco naquela cara sonsa sem nem pensar duas vezes se mãos pesadas não o segurassem. Só então se deu conta de que ela estava acompanhada. 

Ah, se arrependimento matasse... 

A garota se abaixou até onde o mesmo estava. O carro - pelo que parecia ser - começou a se movimentar espalhando no ar um cheiro de terra e mofo. 

Teve vontade de vomitar quando as unhas da garota acariciaram seu rosto. 

- Olha só pra você... - Sussurrou, o hálito cheirando a menta. - Continua lindo, Hobi. E pelo visto tão galanteador quanto antes, não? 

Se surpreendeu com o tapa que recebeu no rosto. Agora ele com certeza era capaz de matar aquela garota! 

Inko soltou uma gargalhada amarga para logo depois voltar a levantar. Ele tentava se soltar a todo custo mas aqueles caras pareciam ser absurdamente fortes. 

Decidiu guardar as forças para uma investida maior ou quem sabe uma oportunidade de desatenção. 

A garota o observou com olhos escuros e perigosos. 

- Desculpe, querido, mas você merecia isso. E antes de mais nada, vamos deixar as coisas bem claras por aqui: - Ele sabia que ela não fumava e fez aquilo só para provoca-lo, exalando a fumaça em seu rosto. - A culpa dessa merda toda é sua. Eu disse pra se afastar. E você sabe que quando eu falo é apenas uma vez. 

- E tudo isso porque?! - Tinha que se conter muito para não cuspir na cara dela. - Por mim?! Mesmo quando nós ficavámos eu sempre deixei claro que não era nada sério! Você sabe disso! 

Por um momento ela ameaçou lhe dar mais um tapa. Mas desistiu. E ele sabia porquê: Inko não suportava a ideia de ser contrariada. 

Ainda mais quando o dito era verdade. 

- É. Mas o que posso fazer? - Ela fumou mais uma vez e dessa vez a fumaça foi para o ar, nevoando acima de suas cabeças. - Me apeguei. Você não sabe o quanto foi difícil ir para aquela academia e deixar você, Hobi. Eu queria mesmo ficar com você. De verdade. E tenho certeza que se pedisse naquela época você aceitaria. 

Teve ainda mais repulsa de si mesmo, porque aquilo também era verdade. Era praticamente um garoto, idiota e com atitudes imbecis que agora refletiam no seu futuro. 

Involuntariamente lembrou de Jane. E infelizmente, Inko também: 

- Sinceramente Hobi, eu esperava que quando retornasse você estivesse diferente. Mais maduro talvez. Mas o que eu encontro? Exatamente a mesma coisa que aconteceu comigo. Porque está fazendo isso com ela, Hobi? 

- Você... 

- E ainda tem a coragem de ser da mesma banda que o namorado dela! - Inko soltou uma gargalhada que o silenciou. Um gosto ruim desceu por sua garganta. - Irmandade? Lealdade? O que essas palavras verdadeiramente significam pra você, Jung Hoseok

Ele sabia o que ela estava fazendo. Deixando-o culpado, vulnerável, para que fizesse suas vontades. Inko sempre conseguia tudo o que queria... 

Inclusive pesar sua consciência. 

Como pôde? Vários ensaios, vendo a expressão triste e preocupada do amigo sem nem ao menos dar a oportunidade de ter uma conversa com Jane... Que tipo de laço construíram? 

Mais do que nunca se sentiu muito longe daquela roda. Daquele abraço. Dos sorrisos sinceros. 

Ele não merecia estar ali. Não merecia... 

- Hobi? 

Ele não levantou o rosto, então a garota fez questão de fazê-lo com a ponta dos dedos. 

- Você sabe que apesar de tudo eu sou uma pessoa boa. Assim como você continua exatamente o mesmo, eu também tenho um pouco de mim daquela época... - Ela se aproximou. Próxima de mais. Hoseok era uma capa inescrutável, o que a deixou irritada mas não transparecer. - Podemos começar de novo. Ainda estou naquela academia em Tóquio. É ótima e vai nos dar futuro. Quem sabe você consiga mudar com novos ares, novas... 

- Não. 

Inko soltou uma risada sem humor. Só podia ter ouvido errado. 

- O que você disse? 

- Eu não vou a lugar nenhum com você. - Chegou mais perto apenas para sussurrar: - Sabe, é um modo mais comprido e grosso de dizer "some de uma vez". 

Não valia a pena bater nele novamente. Mas ela sabia exatamente o que fazer. 

O sorriso maldoso da garota o incomodou, mas ainda mais suas palavras: 

- Já chegamos, Sora? 

- Sim senhora. 

E com a mesma brutalidade de quando foi pego, foi lançado para fora do veículo. Hoseok gemeu ao bater contra o asfalto frio da rua. 

Pelo menos havia parado de chover. 

Os saltos finos de Inko desceram do veículo e logo ela estava agachada ao seu lado. 

- Eu queria muito estar lá para ver as carinhas de decepção. Muito mesmo, mas infelizmente não posso... - Ela soltou um suspiro cansado e o encarou no fundo dos olhos: - Porque nada vai ser pior do que ter de encará-los depois de uma idiotice sem sentido. Depois de uma quebra de confiança. Afinal, você apenas saiu correndo para fugir não é mesmo, Hobi? 

Ela subiu no carro que virou a esquina com toda velocidade. Algo dizia que não era a última vez que via aquela garota. 

Aquela era uma das piores sensações do mundo. 

Estava numa poça suja em frente a Empresa Kyoto Song. 

 

 

&

Empresa Kyoto Song

 

Tinha que me segurar muito para não desabar em lágrimas naquela sala melancólica e branca, agora vazia. Tudo se tornou ainda pior por eu descobrir mais tarde que a sala onde os meninos faziam a audição era a prova de som externo. 

Eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Mas sabia que era relativamente pior com a ausência de Hoseok. 

Tive que provar que as aulas de Yoongi estavam progredindo, principalmente porque o carro era de Nam, e me arrisquei a ir pegar os instrumentos torcendo para que magicamente o tempo passasse mais devagar contando com o fato de que eu não me arriscaria a ir a mais de 60 quilômetros por hora (ou no caso minutos). E enquanto colocava todos os instrumentos no carro, não consegui concluir como tudo podia ter dado tão errado. 

E o que mais me doía era que eles não mereciam. Eu só queria que de alguma forma, tudo ou pelo menos *alguma coisa* desse certo. 

Mas meu corpo inteiro se retesou e me levantei quando Hoseok adentrou o local completamente encharcado. Pela sua expressão as coisas não iam - ou foram - nada bem. 

Passos vieram do corredor. 

Ao mesmo tempo, os meninos voltavam da audição pelo lado oposto. Porque o destino era tão irônico?! Namjoon liderava o grupo com Jungkook ao seu lado. 

Todos pararam. Rostos inescrutáveis.

Eu me sentia no meio de um faroeste musical. Bem tenso. 

Hoseok não tinha vantagem nenhuma. Ainda mais se tiver acontecido o que eu acho que aconteceu... 

Agradeci aos céus quando mais passos vieram do corredor e atraiu a atenção de todos nós. Logo um garoto de óculos e uma pilha de papéis nas mãos se esgueirava até o meio da sala. 

- The Monkey's? 

Todos concordaram. Menos Hoseok. 

Aquilo me preocupou bastante. 

- Bom, nossa empresa realmente tem interesse em *trabalhar* vocês... - Não gostei do tom que ele usou em "trabalhar" e a nítida falta do "com". E pela sobrancelha arqueada de Namjoon e a expressão dos outros, eles também não. - Queremos mais uma audição no próximo sábado antes de fechar o contrato, tudo bem? 

Não pude evitar uma risada de felicidade e alívio, contagiada por todos os meninos. Era tão bom ver aqueles sorrisos de volta em comparação com a tensão que se seguiu... Hoseok sorriu e tratou de se sentar num banco. Estava claro que ele apenas esperava a oportunidade para se explicar. E por mais que as coisas estejam bem complicadas para o seu lado, não acho que o Nam vá ser tão incompreensível. Afinal ele ainda é um membro, não? 

É o que eu espero... 

O garoto de óculos logo deu um papel para que Namjoon, agora oficialmente líder sem oposição ou mais candidatos, lesse e logo depois assinasse. Deveria ser uma prévia do contrato ou algo assim. 

Estava louca para dar um abraço apertado em cada um deles, quando os olhos do garoto pousaram em mim. 

O mais estranho foi o espanto. E eu tinha plena certeza de que nunca havia o visto antes. 

Me senti constrangida pois seus olhos piscavam como se não acreditassem que eu estava mesmo ali. Eu me senti sozinha. Todos os meninos estavam distraídos com a comemoração. 

Seu olhar foi substituído por superioridade. Estremeci, e quase que imediatamente reconheci aquele olhar. 

Era o olhar que alguns me lançavam quando ainda era criança, e ia ao mercado com minha família. O olhar que me lançaram quando eu disse que faria faculdade de direito. 

O olhar que me lançavam, ao dizer, sem palavras: 

"Você é diferente. Não se iluda. Nunca será igual a nós." 

Engoli em seco quando ele puxou o papel das mãos de Namjoon. Meu amigo o encarou assustado. 

- Eu ainda não terminei! 

- Lembrei que minha superior quer ter uma palavra com o senhor. Creio que seja o líder. 

Mentira. 

Apertei os punhos e me virei. Não podia chorar, não podia fazer nada. 

Aquilo era horrível. Não sofria com isso a tanto tempo que acabei esquecendo do quanto era ruim. 

- Hã... Tudo bem. 

- Me acompanhe, por favor. - Com o canto dos olhos vi quando os outros fizeram menção de acompanhar Namjoon. O quatro olhos só faltou subir pelas paredes. - Não! Somente o líder, por favor! Os outros aguardem. 

Namjoon atravessou as portas duplas. 

Inventei uma desculpa e fui ao banheiro para tentar tirar aquela sensação ruim. 

Não seria dessa vez. De alguma forma, eu sabia disso. 

E de alguma forma a culpa era minha. 

A culpa... era minha? 

 

 

 

15 minutos. Exatamente quinze minutos depois. 

Namjoon quase quebrou a porta ao passar, sendo acompanhado pelo garoto de óculos mais uma vez. 

- Senhor, por favor... 

- VAMOS EMBORA! - Berrou meu amigo. Os sorrisos morreram e meu corpo estremeceu. Droga. O corpo de Namjoon tremia e ele não tirava os olhos de mim. - Eu tenho nojo desse lugar. Nenhuma boate é mais nojenta que esse lugar! 

O garoto continuou a falar. Mas nenhum de nós ficou para ouvir. 

Nam me abraçava, mas eu só conseguia chorar e me perguntar como podiam existir pessoas assim. Involuntariamente eu destruí um sonho de pessoas que eu... amava. E o pior era que a culpa não era minha! 

A culpa não era minha mas eu não me cansava de pedir desculpas! 

- Por favor, me perdoa Nam! Por favor! 

Namjoon era a coisa mais linda do mundo. Ele me pegou no colo, literalmente. E eu queria isso. 

Eu queria sentir que eles me amavam apesar de qualquer coisa. Bem ali, no meio da rua. 

- Por favor, para de pedir desculpas. Vou me sentir pior... - Ele beijou minha testa e deitou sua cabeça em meus ombros. E lá estávamos nós, sentados na calçada mais uma vez. - Eles são um lixo. Você é uma princesa. 

As últimas palavras me lembraram Kim Seokjin. Me senti instantaneamente melhor. 

Mas ainda queria saber exatamente o que tinha acontecido. 

Yoongi também: 

- O que houve? 

Namjoon suspirou enquanto Taehyung me fazia um cafuné gostoso. Ele estava preocupado e eu mal via a hora de ficarmos a sós para conversar. 

- Aquele garoto me chamou lá dentro, certo? Daí me mandou esperar um tempo do lado de fora e entrou na sala onde estava aquela mulher que encontramos na audição. Eles ficaram um tempo conversando e depois permitiram a minha entrada. Mas o mais estranho foi como ela se dirigiu a Agnes: - Ele estremeceu de raiva e eu tive a certeza que amava aqueles garotos. - "Aquela garota, lá fora, tem alguma ligação com vocês?" Já estranhei a conversa nesse ponto mas expliquei que ela era irmã do Jungkook e uma amiga muito próxima da banda, cooperadora também. 

- Disse que ela era nossa mascote? - Murmurou Yoongi e todos nós o encaramos confuso. - Cachorra. Agnes é nossa cachorrinha linda... 

Adorei gargalhar. Agora definitivamente eu estava melhor. E adorei ainda mais o sorrisinho orgulhoso de Min Yoongi... 

Já era difícil ele mesmo sorrir. Mas lá estava me surpreendendo mais uma vez, não medindo esforços para ver o meu sorriso.

Esse garoto me surpreendia cada vez mais...

- Continuando: - Me levantei e sentei ao lado de Namjoon que entrelaçou nossas mãos. - Ela não gostou muito. Disse que isso não seria bem visto pelos nossos futuros fãs! Que ela era diferente demais e que havia a questão da classe social baixa que ela provavelmente tinha! 

Suspirei, muito tentada a voltar naquela sala e dar uma na abusada que graças a Deus não cheguei a conhecer. Quando a banda fizesse sucesso - eu tinha certeza disso! - faria questão de estar presente quando meu irmão desse o autógrafo. 

- Deveria ter me levado... - Se pronunciou Jungkook. - Os instrumentos já estão velhos, não custava nada voar na cara dela. 

- Ridícula. - Disse Jimin num tom que fez todos nós gargalharmos. 

Eu tive mais uma certeza: Aqueles garotos nunca me deixariam chorar por muito tempo. 

Só faltava aquele sorrisão... 

Dei um pulo da calçada com as energias renovadas. Todos os meninos se assustaram, mas abriram um sorriso satisfeito por já me ver bem. 

- Pra que ser uma coreana sem sal se eu tenho isso! - Dei um tapa na bunda e Taehyung fingiu levar um tiro. - Isso! - Ajeitei os seios e Jimin caiu deitado na calçada sendo seguido por Yoongi. - E isso! - Arrumei os cachos e dei uma piscadinha e não pude deixar de gargalhar ao ver Namjoon gritar: "Gostosa!" 

- Hoje eu faço descendência! - Gritou Taehyung enquanto esfregava uma mão na outra. 

Eles eram os melhores! 

Mas todos nós paramos para encarar o mais apagado. 

Hoseok. 

Engoli em seco e dei a deixa: 

- Verdades foram ditas. Está aberto o "abra seu coração" dos The Monkey's. - Murmurei, ignorando o "só que não" do meu irmão. 

Hoseok tentou fingir que não era com ele. Mas ao nos ver encará-lo por tempo demais, suspirou pesadamente e se levantou. 

Me sentei entre as pernas de Jungkook enquanto Hoseok parecia se preparar para proclamar a independência do País: 

- Eu... - Ele suspirou e finalmente nos encarou. Começava a tremer sob o terno encharcado. - Eu errei. Errei feio com vocês e comigo mesmo. Estou em um daqueles momentos que um homem se arrepende amargamente das escolhas que fez no passado, isso é, quando era um idiota inconsciente. 

Metade dos meninos fez uma careta de solidariedade. Revirei os olhos. Homens... 

- Acho que eu já escondi coisas demais: Inko é um ex-caso meu de anos atrás. Tínhamos aulas de dança na academia que antes era da minha mãe, mas agora é minha. Nunca foi nada oficial mas ela se apegou. - Hoseok abriu um sorrisinho de canto e eu soube que viria piadinha: - E tem como não se apegar? 

- Quem está na merda não faz piadinha... - Murmurou Taehyung e eu segurei a gargalhada. 

- Muito menos fura olho. 

Silêncio. 

Jimin sussurrou, indignado: 

- Respeita o cara! 

- Desculpa. - Murmurou Yoongi, fazendo um gesto com a mão para que ele prosseguisse. - Não se pode dar spoiler quando um amigo está abrindo o coração. Anotado. 

Ridículo. Mas a gargalhada foi inevitável. 

Hoseok tentou continuar: 

- Não sei como mas ela conseguiu trocar os números que eu te dei Namjoon, por isso você nunca falou com a Lisa e sim com ela. Mas aonde eu quero chegar é que temos de tomar cuidado. - Ele suspirou e lançou um olhar triste ao chão. - E eu não quero que nenhuma loucura aconteça com vocês por uma burrada minha. Já está sendo difícil me perdoar por causa disso, imagina se acontecer algo com vocês. Então... Eu provavelmente vou sair da banda. 

O protesto foi geral, principalmente da minha parte. Só então fui ligar os pontos: Inko só pode ser a garota que também ameaçou a Jane! Jane está com Hoseok! Inko está com ciúmes! 

Japa desgraçada... 

- Você não pode sair do grupo cara! - Murmurou Jimin.

- Eu nem cogitei essa possibilidade! - Disse Namjoon, o que me fez sorrir aliviada. 

- E ele não vai. 

Silêncio. 

Pois quem disse isso foi ninguém, mais ninguém menos que meu irmão. 

Hoseok desatou a falar, ainda mais envergonhado: 

- Acho que de todos aqui eu sou o que te deve mais explicações, Jungkook. Eu e a Jane... 

- Cara, esquece isso. - Meu irmão se levantou e colocou uma das mãos em seu ombro. - Somos adultos. Homens. Você acha mesmo que me deve alguma satisfação em relação a isso? 

- Mas... 

- Não. Eu vacilei. - Meu irmão engoliu em seco. Queria que Jane visse naquele momento o quanto ele gostava dela. Estava bem ali, nos olhos dele. - Sei que você vai cuidar bem dela. Você é um amigo e integrante da nossa banda. Gosto disso e tenho quase certeza que você também, né? 

Hoseok tinha o sorriso mais lindo que já vi. E o melhor: Ele estava de volta. 

- Com certeza cara. 

Eles deram um abraço e eu sutilmente tirei uma foto. 

Que orgulho! Meus macacos estavam crescendo! 

Um silêncio gostoso se seguiu com todos nós sentados na calçada. Até Yoongi murmurar: 

- Agora seria uma boa hora. 

Arqueei a sobrancelha. 

- Boa hora? 

Ah sorriso safado de Min Yoongi. Some daí! 

- É sábado. Estamos felizes! - Ele pulou da calçada. - Vamos encher a cara! 

Eu não entendi nada. Só sei que quando menos percebi eles já haviam nomeado a noite de "noite da descendência." 

Assustada? Eu? 

Nada. 

Namjoon era o responsável do grupo. Pra que me preocupar?

 

 

&

[...]

 

Abri a porta tanto para a salvação que seria Jane bem naquele momento quanto para respirar um ar que não cheirasse a Vodca e maconha.

Mas minha decepção foi total ao ver minha amiga com uma garrafa de Soju na mão já pela metade. Ela sorriu tão docemente quanto seu hálito. 

- Ah, espero que eu não tenha largado minhas músicas tristes e Netflix por nada. - Ela mal esperou que eu falasse e colocou a cabeça para dentro da casa. - Uou! Está uma loucura isso aqui! 

Tentei falar com a minha amiga. Mas ela já havia se perdido na multidão quando fechei a porta. 

De todas as festas que imaginei para Nam essa era a última delas. Pensei em algo mais tranquilo ou a não-utilização-da-piscina-por-pessoas-altamente-chapadas. 

Mas tive que me contentar e esperar sinceramente que eles estivessem apenas "afogando" (literalmente) as mágoas ou a decepção por não conseguirem algo fixo para a banda. 

Além dos nossos corpos o carro foi abarrotado de bebidas ao passarmos por quinze bares diferentes - 15! - numa alegria um pouco exagerada para a situação. Metade do estoque foi consumido no caminho e a outra metade no tempo presente na casa de Taehyung. 

A surpresa foi geral ao ver todas aquelas pessoas desconhecidas - pelo menos para mim - gritarem ao acendermos a luz da sala: 

- SURPRESA! 

Com a tensão de tudo que aconteceu esqueci completamente que a festa aconteceria. Mas adorei ver a alegria de Namjoon, mesmo que tivesse ficado com um pouco de ciúmes de todas aquelas garotas em cima dele. 

E de Tae. 

E de Yoongi. 

Jimin. 

Até mesmo Hoseok! 

Parei para beber junto com meu irmão. Pelo visto todos eles estariam ocupados pelo resto da noite... 

- Estou em dúvida se esse cheiro é da maconha ou dos seus ciúmes. - Murmurou meu irmão, quando encostei na bancada ao seu lado.

Dei um soco em seu braço, sentindo os pés tremerem ao som da música absurdamente alta. Eu me sentia de volta a festa do Jimin, só que de uma forma bem mais radical. 

- Não é ciúmes. Só estou sozinha... - Suspirei e tentei inutilmente achar Jane na multidão. - Até Jane me abandonou. 

- Como é dramática! - Jungkook empurrou um copo com líquido rosa para mim. O olhei de soslaio. - Confia no seu irmãozinho. Vai achar todos que quiser se beber isso aí... 

Revirei os olhos ao vê-lo gargalhar por me ver cheirar e inspecionar a bebida de todas as formas. 

Suspirei. Não teria jeito: Só bebendo para saber. 

Tomei o primeiro gole e... 

Era bom. Muito bom! 

- Viu? - Sorriu meu irmão ao ver minha expressão satisfeita. - Só dá uma pausa entre um copo e outro. Tenho que ir. 

Ele sumiu na multidão. Por alguma razão pensei em Seokjin. Queria que ele estivesse ali... Mas infelizmente disse que ficaria o resto do fim de semana ajudando a mãe com alguns trabalhos. 

Não teria jeito. 

Semicerrei os olhos e encarei um dos meus maiores inimigos: 

O Karaokê. 

A garota que cantava no tempo presente não poderia ser melhor do que eu. Parecia o Grover da Vila Sésamo. 

Tive dificuldades para driblar os corpos dançantes, mas consegui chegar até o aparelho. Usei a desculpa de que estava bêbada - ainda não! ainda não! - e empurrei Grover para longe da máquina. Sorri enquanto discava os números da música. 

Agora aquela vaca aparece...

Mas ao ouvir os primeiros acordes da música quem apareceu foi alguém que não reconheci de primeira. 

Taehyung estava com o cabelo preso numa tentativa falha de rabo de cavalo, cueca, blusa rosa e encharcado. A boca manchada de algo que eu não queria descobrir o que era. 

- AAAAHH SPICE GIRLS! EU AMO ELAS! EU VOU SER A MELANIE, SAI! 

E meu quase irreconhecível melhor amigo simplesmente puxou o microfone das minhas mãos e começou a rebolar. 

Gargalhei até quase colocar o pouco de bebida para fora. Que loucura! 

Taehyung era simplesmente um arraso tanto no karaokê quanto como Melanie. Fala sério, Taehyung tinha mais atitude que eu cantando "Wannabe"! 

- Yo, I'll say you what I want, what I really really want! So tell me what you want, what you really really want! - Para. Rebola. Respira. Arrasa. - So tell me what you want, what you really really want! I wanna, I wanna, I wanna, I wanna. I wanna really really really wanna zig-a-zig, ah!

Nem percebi quando já estava no terceiro copo e Namjoon apareceu com um chapéu côco. 

Namjoon. Chapéu côco. Estava certo que isso terminaria em: 

- Billie Jean is not my lover! She's just a girl who claims that I am the one... - Namjoon me deu uma sarrada. SOCORRO! - But the kid is not my son! She says I am the one, but the kid is not my son... 

Pontos coloridos dançavam a minha frente e eu me sentia cada vez mais... Leve. Eu não largaria aquele karaokê nunca mais! 

Mas nada me preparou para aquilo. Recapitulando: Eu simplesmente não acreditava que consegui viver para isso. 

Min Yoongi. A minha frente. Boné. Colar brilhantes de bala de tamarindo. Me lançou um olhar, puxou pela cintura e mandou com o microfone quase entrando na garganta: 

- Go, go, go shawty! It's your birthday... - Não filho, é do Namjoon. Pedi aos céus que alguém estivesse gravando Yoongi cantando 50 Cent. - You can find me in the club, bottle full of Bud Mama, I got what you need, if you into takin' drugs!

De repente todas as atenções estavam voltadas a mim. A cada gole eu ia mais fundo e intensamente... Pra ser sincera, eu não sabia se minha boca estava passando apenas em copos. 

Só parei de beijar Jimin porque sua bebida caiu na minha blusa. Me desesperei: Não deveriam nem fazer horas que namorava Jin e já o traía! 

Desolada, deitei no chão agarrada ao microfone. Alguém arrotou do meu lado. Mas eu estava inspirada... 

- O Jin! Não desiste de mim Jin! Pelo amor de Deus Jin! 

- Cala a boca e canta! - Me estapeou Jane, também desolada. - Never mind, I'll find someone like you... I wish nothing but the best, for you too! Don't forget me, I beg I remember you said: - Tenho que sair dessa vida... - "Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead..." 

Depois disso tudo se resumia a cores florescentes, Taehyung brilhando em baixo d'água e com um sorriso lindo, copos e cheiros fortes e inebriantes ao som de Macarena. 

Eu me sentia dormente, mas intensa. 

Tudo era muito louco... 

 

 

 

Dia seguinte... 

 

Um ronco. Estremeci assustada, com a possibilidade de o pesadelo com carros estar de volta. Mas a pior escolha que fiz foi tentar abrir os olhos. 

Parecia que duas pedras imensas eram postas sobre minhas pálpebras e gemi com a dor latejante que se instalou na minha cabeça. 

Um cheiro de suor, bebida e algo salgado invadiu minhas narinas. Cada movimento, por mínimo que fosse, me causava um desconforto horrível. 

Eu precisava abrir os olhos. 

E de dois litros de água. 

Com muito esforço tentei mais uma vez; graças a Deus consegui. 

Me acomodei e virei para o lado, a procura de algo que me informasse as horas ou algo do tipo. 

Meu Deus. 

Ai meu Deus. 

AI MEU DEUS!!!!! 

Não pude conter o grito ao ver Namjoon deitado bem ao meu lado, com o peito nu - eu duvidava muito de que fosse só o peito! - e com um ronco bem sonoro. Ele se remexeu incomodado com o meu grito, enquanto eu só conseguia pensar se ao menos tive a prudência de usar camisinha. 

Tentei lembrar de alguma coisa, qualquer coisa que fosse da noite anterior. 

Nada. Nem uma mísera lembrança! 

- Aigoo, bom dia pra você também! - Ele bocejou e pareceu pensar melhor. - Não não, eu preciso dormir mais. Aham. Eu sei. Também te amo, agora para de comer biscoito... 

O.K. Namjoon está falando sozinho. 

Eu tive relações com Namjoon. 

CHEGA DE NAMJOON! SOCORRO! 

- Aish, porque está gritando assim? 

Não. 

Não. 

Senhor. 

Eu não posso ter feito tanta merda em uma noite só! 

Virei a cabeça o mais lentamente possível - Annabelle ficou pra trás! - como se isso remediasse minha humilhação. 

Sentado e igualmente sem camisa (eu definitivamente não era mais uma freira e muito menos concorria ao posto, senhorita Jane!) estava ninguém mais, ninguém menos do que Kim Taehyung.

Maria chiquinha. 

Uma mancha estranha na boca. 

Ele sorriu. Eu estava desesperada. 

- Bom dia, Ag. 

- Cala a boca aí! 

Jimin soltou um gemido quando involuntariamente o chutei por estar dormindo nos meus pés! 

TALVEZ NÃO TÃO INVOLUNTARIAMENTE ASSIM!

NOS MEUS PÉS! 

Nem precisei olhar para saber que ele também estava sem camisa. 

Meu Deus. 

Eu não podia acreditar. 

Instantaneamente me senti suja e irresponsável. Sabe-se lá o que mais eu devo ter feito! 

O que uma mulher madura deve fazer nessa situação? 

Comecei a chorar. 

Taehyung me abraçou e Jimin me encarou assustado. 

- Calma Ag, olha pelo lado bom: - Sua voz estava embargada o que não ajudou em nada. - Qualquer coisa foi o Namjoon. Ele é o que tem um emprego mais fixo pra sustentar vocês. 

VOCÊS? 

Comecei a soluçar. Jimin tentou rir, mas no final chorou também. Tae disse que já tinha experiência com criança e talvez isso ajudasse mas chorou também. Namjoon dormiu de boca aberta.

Tudo bem ter uma "noite da descendência". Mas tinha que ser logo em mim?! 

O que foi que eu fiz? 

 

 

&

[...] 

 

Acariciou seus cabelos revoltos e beijou sua testa. Hoseok cheirava a água do mar e ficou feliz de guardarem um segredo: A fugida rápida a praia. Estava certa de que ele era um cara maravilhoso em todos os sentidos. 

Absorta em lembranças do dia anterior e procurando sua calcinha na bagunça de roupas emaranhadas no chão acabou topando com o dedinho na quina da cama. Inaugurou a cota de palavrões do dia, e depois de observar o quanto ele era lindo dormindo finalmente saiu do quarto. 

Não queria e não sabia se estava preparada para ter a conversa "pós-transa". Não com ele! Seu coração ainda era um bolo complicado, cheio de nós. 

E ele subiu rapidamente para a garganta quando chegou a sala. 

Tomando uma xícara de café e apoiado na bancada, estava Jungkook. Sereno, os olhos fechados como se saboreasse momentos passados e bons. A camisa branca estava amarrotada e Jane se dividia entre não pensar no que ele provavelmente fez na noite passada e se ela mesma estava presente nas lembranças boas. 

Não demorou para que o mesmo percebesse sua presença. Ele levantou a xícara de café e saudou: 

- Bom dia. 

Ela não sabia o porquê. Mas sentia que ele estava diferente... 

E ela também. 

Jane sorriu. Aquilo tudo era muito estranho. 

- Bom dia. 

Calçou os sapatos pelo caminho e se despediu com um aceno. Também não estava preparada para ter aquela conversa... 

No final, não era muito boa com palavras. 

Jungkook observou quando a porta fechou suavemente, levando uma garota que talvez também estivesse fechando seu coração. 

Ou cicatrizando. 

Afinal de contas, quem a tocou?


Notas Finais


Nada a declarar. '-'

BJão e aguardo vocês aqui! Não sei quando poderei responder' T-T


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