1. Spirit Fanfics >
  2. Autores da Vida >
  3. Horas antes do acidente

História Autores da Vida - Horas antes do acidente


Escrita por: BehOliveira

Notas do Autor


Esse é o primeiro capítulo da fanfic. Sim, eu postei um anterior mas aquilo não passa de um prólogo.
Por isso estou postando tão rápido!
Espero que gostem!

Capítulo 2 - Horas antes do acidente


Horas antes do acidente

— Você não vai me obrigar a entrar nesta merda! – Disse eu gritando para o Ton que estava me arrastando para a clínica de reabilitação.

— Cale essa boca seu drogado estúpido! – Ton revidou.

—Agora abra essa maldita porta! Seja útil pelo menos uma vez na sua vida!

—Você fala como se fosse à pessoa mais útil do mundo, não é mesmo Ton. – Disse eu num tom irônico.

— Abra a porra da porta, drogado! Não esqueça que eu ainda sou seu pai. – Ton falou.

—Pai? Isso foi uma piada? Hahaha – Eu olhei para baixo, comecei a bater palmas e a dar risadas sarcásticas.  

 Ton, o que dizer sobre ele? Um cara de 41 anos, com cabelos pretos e muitos fios brancos amarrados num rabo de cavalo, uma barba curta e um bigode muito engraçado parecido com o do Hitler. E que adorava usar uma camisa azul royal com uma estrela no meio e uma bermuda velha com estampa militar. Ele só usava essas roupas, raramente usava outra coisa, raramente sobrava dinheiro, gastava tudo com bebidas e apostas. 

— Seu maluco, deve estar tendo um ataque, já que está umas 6 horas sem gastar todo nosso dinheiro com suas porcarias. – Disse o meu “pai” abrindo a porta da clínica. E

Eu parei de rir e bater palmas botei a mão no bolso da minha jaqueta velha e rasgada, olhei para ele que estava segurando a porta e olhando para mim com o os olhos semicerrados e disse:

— Olha quem fala de gastar dinheiro com porcaria, você fala como se fosse um exemplo. – Depois coloquei um sorriso falso no quanto dos lábios. Ele bufou, olhou para dentro da clínica e depois para mim, eu pensei que ele ia começar a discutir, mas não, parecia que ele contava até dez mentalmente e depois de alguns segundos em silêncio ele disse:

— Entra logo moleque antes que eu te de um soco.

 Eu comecei a andar em direção a porta, e entrei logo em seguida Hitler, apelido carinhoso que dei para ele, encostou a porta e entrou logo atrás.

 A clínica era um lugar tão... Tão... Deprimente. Na entrada ela tem um tapete azul escrito “Clínica de reabilitação Life, uma clínica diferente”, a direita da sala tem um bebedouro, duas portas que são os banheiros, e, um sofá com jornais no braço. No outro lado da sala tem um grande corredor com várias portas, no começo desse corredor tem um segurança velho careca e gordo, parecido com um vilão de uma série em que o personagem principal é um advogado cego e fodão. E a frente da sala tem um balcão grande também azul com o logo da clínica. Eu fiquei parado esperando o Hitler, que estava atrás de mim, ele se dirigiu até a recepção passando por mim com uma cara de poucos amigos. Ele chegou à bancada, e ficou conversando com as recepcionistas enquanto eu olhava para o teto que tinha a pintura de Jesus. Até que Hitler se aproximou de mim e falou:

— Que foi? Gostou do teto? Vai querer roubar ele para vender e comprar suas drogas? -  Ele começou a rir.

— Não sei Hitler, estava pensando que você podia rouba-lo para pagar suas contas atrasadas. – Virei meu rosto para ele com um sorriso no canto dos lábios e observei que o Hitler estava preste a explodir até que:

—Se não quiser apanhar é melhor calar essa metralhadora de bosta. Agora vamos você tem que assinar uns papéis dessa bosta de lugar, quer dizer, do seu novo lar. – Disse o Hitler virando-se e indo para o balcão. Eu continuei lá no meio olhando para ele. Depois olhei para o corredor e para o segurança, e depois me dirigi até o balcão. Chegando lá uma velha de cabelos brancos me deu uns papéis e li. Nele dizia:

“Seja bem-vindo (a)!

Nós, da clínica Life, temos o prazer de recebe-lo aqui. Cuidaremos de você diferentemente de outras clínicas de reabilitação. Somos feitos de cuidados e bom humor. Uma clínica diferente para você. ”

  Só li o primeiro parágrafo daquela folha, pois ela só dizia um monte de baboseira e pulei para o que tinha a assinatura do meu pai e do lado uma linha que provavelmente era para eu assinar meu nome ali. Mesmo se eu não assinasse eu seria forçado a ficar na clínica do mesmo jeito, pois, segundo as normas os pacientes não têm condições legais de se responsabilizar por si próprio. Então assinei o papel de qualquer jeito e entreguei na mão da mulher. Virei para o Hitler e disse:

—Pronto já pode ir embora e encher a cara Hitler!

—Pode falar o que você quiser, é bom saber que não vou precisar mais ver sua cara, até mais drogado. – Ele disse se dirigindo até a porta. Ele a puxou e foi embora.

 Virei-me para a velha do balcão e perguntei:

—Ok senhora! Para onde eu devo ir?

—Vá para aquele corredor e entre na sala cinco e sente-se em umas das cadeiras, boa sorte meu jovem. – Disse ela, sorrindo.

— Valeu! – Me dirigi até o corredor, passando pelo segurança percebi que ao fundo do corredor tinha uma porta grande e larga que parecia que dava em direção à rua e ninguém estava tomando conta.

“Essa noite eu fujo por ali. ” Pensei. Andando pelo corredor procurei os números, passei pelo um, dois, três, quatro, até que encontrei o cinco, abri a porta e entrei. Na sala tinha dez cadeiras azuis formando um círculo no centro, no canto tinha um bebedouro e uma cafeteira em cima de uma mesa marrom velha. No centro do círculo de cadeiras havia um homem baixo, calvo, com roupas sócias, parecia um pastor, ele estava lendo um livro de idiomas, até que olhou para mim e falou:

— Ora, ora um novato! Seja bem-vindo a clínica Life, uma clínica diferente! Diga o seu nome meu caro jovem.

— Meu nome é Ezequiel e o seu pastor? – Eu disse dirigindo-me até a ele esticando a minha mão para cumprimenta-lo.

 _ Me chamo Bob, ou para você pastor Bob, mesmo eu não sendo pastor haha.- Disse ele rindo.

— Sente-se Ezequiel, daqui a pouco os outros chegam para podermos debater sobre essa vida que vocês querem esquecer.

— Valeu pastor, vou me sentar bem aqui perto do bebedouro, para poder me afogar quando todos vocês começarem a falar. – Eu disse indo até cadeira ao lado do bebedouro. Ele olhou para mim e caiu na gargalhada.

— Se afogue somente quando a reunião terminar está bem? – Ele disse rindo.

— Está nada bem. – Eu disse.

 Depois de alguns segundos a sala começou a encher. Tinha pessoas de todos os tipos, homens velhos, homens jovens, mulheres velhas e mulheres jovens. Todas as cadeiras estavam ocupadas, bom à maioria delas, somente uma cadeira estava vazia, mesmo assim o “pastor” se dirigiu até o meio do círculo e começou a falar sobre sua antiga vida, da época em que ele estava nas ruas, que fora preso por furto, até que entrou na clínica e sua vida mudou para sempre. Durante o seu tedioso discurso à porta se abriu e uma jovem de cabelo curto castanho entrou, ela vestia um vestido florido curto, ela era muito magra, e usava uma sandália desproporcional ao tamanho de seus pés.

— Me desculpem atrapalhar, pode continuar Bob. – Ela disse se dirigindo até a cadeira azul vazia, que ficava a duas cadeiras ao meu lado esquerdo.

— Não tem problema algum Ana. – Disse o “pastor”, voltando a falar.

 Durante toda a reunião eu fiquei observando Ana, e pensando o quanto ela era magra, e não aquele tipo de magra que é desejada, mas aquele tipo de magreza que parece um esqueleto.  Ela olhava fixamente para o pastor até que Bob parou de falar e olhou para ela e disse:

— Bom, Ana, já que você foi à última a chegar, quer pronunciar alguma palavra? – Disse o pastor.

Ela levantou-se e disse:

—Meu nome é Ana, tenho 21 anos, sou uma viciada e tenho 42 quilos e minha vida é uma droga. Meus pais me forçaram a vir para cá quando eu tinha 18 anos e...

— Te entendo muito bem. – Eu disse a interrompendo.

— Que bom que me entende, então sua vida deve ser uma bosta também. – Ela disse.

—A pior bosta de todas, eu sou uma bosta também.   – Eu olhei para ela e vi o quanto ela estava rindo.

— Está bom então bostinha, você quer ser apresentar? – Ela disse cruzando os braços e olhando para mim.

—Não pode continuar. – Eu disse.

— Não tem problema algum! Todos aqui já me conhecem e todos aqui já se conhecem, é sempre bom ouvir uma história nova. – Ela disse.

— Você me convenceu. – Disse me levantando.

Ela se sentou, cruzou as pernas e olhou para mim. Eu me virei para o pessoal e comecei a falar.

— Sou Ezequiel, tenho 22 anos e também sou um viciado. Minha vida é uma droga e odeio meu pai, inclusive o chamo de Hitler, ele tem um bigode esquisito às vezes penso que ele vai falar alemão a qualquer momento. – Todo mundo da sala começou a rir.

—Bom, eu não quero contar mais nada. Ah! Não, espera. – Me virei para a Ana e disse.

— Eu peso 78 quilos, se quiser uma doação é só falar. – Eu disse e ela me respondeu:

—Muito obrigada, estou precisando. – Disse ela rindo de uma forma discreta.

Eu voltei e me sentei de volta e o “pastor” voltou a falar. Durante todo o discurso do pastor eu e Ana não tirávamos os olhos um do outro. A reunião foi longa, e depois de uma hora o “pastor” dispensou a todos menos a mim, a Ana se levantou em um breve momento ela olhou para mim e sorriu depois e olhou para frente de novo indo embora. Mandei um breve sorriso de volta, mas ela não vira. Escutei o “pastor” me chamando:

— Bom Ezequiel! Agora que você conheceu a sua nova família vou te mostrar onde fica o seu quarto. Acompanhe-me.

Saímos da sala e fomos para o corredor, e fomos em direção a porta que eu tinha reparado, e infelizmente ela não dava em direção a rua, dava em direção a mais dois seguranças sentados atrás de um balcão e uma catraca.

— Ezequiel, amanhã colocaremos sua digital e você sempre poderá sair e entrar pela catraca, mas é claro, nos horários certo. – Disse o pastor apontando para a catraca.

— É como uma prisão. – Eu disse.

— Só parece mesmo. Pelo menos aqui você pode usar suas roupas. Falar nisso, onde estão suas malas? – Ele disse.

— Eu não tenho mais roupas pastor, vendi tudo para poder comprar drogas. – Eu disse, colocando a mãos nos bolsos da jaqueta e olhando para ele.

— Você parece a Ana, vai ter que usar as roupas que são doadas para cá. – Ele disse.

— Que ótimo, eu realmente estou numa prisão! – Eu disse bufando.

— Bom, depois vemos isso. Entre rapaz.

 Os seguranças liberaram a catraca e nós entramos. O corredor era grande tinha várias portas com números e pessoas nas cadeiras dos corredores. O “pastor” me dirigiu até a porta 9, ele abriu e entramos, o quarto era pequeno, havia uma cama e um armário, e uma porta, que era o banheiro.

— É um quarto bom, não? – Ele disse, olhando para mim.

— Essas são as suas chaves, tome. – Ele me deu as chaves.

— E mais uma vez, seja bem-vindo a clínica Life, uma clíni..

_ Uma clínica diferente. – Disse, completando a frase.

_ Vejo que realmente já é da nossa família. – Disse o pastor rindo e saindo pela porta.

 


Notas Finais


O que estão achando da história?
No próximo capítulo iremos ver a fuga de Ezequiel e para onde ele foi parar!
Até logo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...