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História Autumn Leaves - You, Me, I must live


Escrita por: hyunjinchart

Notas do Autor


Olha quem voltou!
Antes que leiam o capítulo, só queria avisar que ele acontece no decorrer de seis meses, e não apenas em um dia ou uma semana, sendo o final do capítulo o final do sexto mês.
Só isso, espero que gostem.

Capítulo 3 - You, Me, I must live


Seis meses atrás.

Namjoon estava atordoado, olhando para a máquina de café a sua frente, sentia-se pequeno enquanto esperava por notícias de seu pai, não conseguia entender por que tudo dava errado quando ele fizera tudo certo. Trabalhara até suas mãos caírem para comprar os remédios de seu pai, como podia então estar sentado em uma cadeira de hospital novamente. 

As olheiras sob seus olhos denunciavam o quão cansado estava, aquele inferno nunca acabaria? Viveria o resto de sua vida para manter seu pai vivo? Seus pensamentos foram interrompidos pela médica que já conhecia bem até demais. Os cabelos louros e olhos azuis denunciavam que a mesma era estrangeira, além claro de seu sotaque pesado. 

– Namjoon. – Chamou sua atenção, sorrindo pequeno, carinho e talvez até mesmo pena podiam ser identificados em seu olhar. – Você pode vê-lo agora. – O garoto levantou-se rápido e seguiu a doutora até o quarto que seu pai se encontrava, seus olhos se encheram de lágrimas ao ver o progenitor deitado na cama de hospital, conectado à vários fios. Aproximou-se e segurou as mãos enrugadas do Kim mais velho, que lhe mirava com ar cansado. 

–  Pai, o que aconteceu? – Perguntou baixo, sentando-se na lateral da maca. 

– Não sei. – O outro respondeu com a voz rouca e falhada, a garganta doendo por conta dos tubos que fora forçado a engolir mais cedo. –  Uma hora eu estava bem e de repente eu não estava mais. 

O garoto assentiu, com o cenho franzido e suspirou, fechando os olhos com força por um longo minuto. Talvez se mantivesse-os fechados, poderia fingir estar apenas dormindo, e quando abrisse-os, perceberia que acordava de um longo pesadelo. 

– Como vamos pagar por isso? – Namjoon falou baixo, mais para si mesmo, porém recebendo uma resposta do mais velho mesmo assim. 

– Vamos vender o apartamento e voltaremos para Incheon. – Falou em meio a tossidas roucas e secas. 

–  Tem certeza disso? – Franziu o cenho, um pouco preocupado. Desde que sua mãe morrera no meio da sala de estar de sua antiga casa, seu pai não pisara no local novamente, saíra com uma mala em uma mão e um pequeno Namjoon na outra e voltara para Seul, cidade natal do Kim mais novo. 

– É o único jeito, filho. – E com isso, Namjoon concordou com a cabeça, mesmo que contrariado.

Uma semana depois, o Kim mais novo ajudava o outro a sair do carro, enquanto os trabalhadores da empresa contratada levavam as caixas de papelão cheias com suas coisas para dentro da casa. Levou o pai para o quarto do primeiro andar e ajudou-o a deitar-se na cama especial que precisaram comprar para o mais velho. 

– Tá bom assim? Ou prefere mais inclinada? –  Perguntou enquanto mexia no controle remoto da cama, ajustando a inclinação da mesma. 

– Assim está bom. –  Respondeu o progenitor, recostando a cabeça no travesseiro e olhando atentamente para o filho. 

– Bom. – Deixou o controle de lado e sorriu para seu pai quando o notou encarando, o sorriso nunca alcançando seus olhos. Dirigiu-se até a cômoda na parede oposta da cama e ligou a televisão na tomada, levando o controle remoto até seu pai. – Caso o senhor fique entediado. – Sorriu pequeno e suspirou. –  Eu vou ajudar os caras da mudança, qualquer coisa, já sabe, né? 

– Sim, aperto a campainha, mesmo que seja apenas por que estou com sede. – Sussurrou, encarando o mais novo. 

– Isso. – Respondeu, antes de se virar e sair do quarto, deixando o outro sozinho com seus próprios pensamentos. 

 

Se Namjoon tivesse que escolher qual era a parte mais difícil de cuidar de alguém tão enfermo quanto seu pai, diria que manter-se forte pelo outro. Claro que, pagar o enfermeiro do mais velho e os medicamentos lhe exigia que trabalhasse até suas mãos caírem, mas já estava acostumado. Ver o homem que um dia correra atrás de si pela casa, não conseguir erguer um braço, no entanto, era doloroso. 

Mantinha-se, porém, com esperança. Sabia que o mais velho era forte e passaria por aquilo, superaria a doença e Namjoon finalmente voltaria a ser um jovem adulto sem muitas responsabilidades, talvez até pudesse voltar a frequentar a faculdade. 

Abriu o armário da cozinha, procurando por algo que pudesse comer e percebeu que não tinha nada além das comidas saudáveis de seu pai. Suspirou, pegando a chave da porta da frente e saindo de casa, caminhou por alguns minutos até chegar a uma conveniência. 

Sentado em um banquinho, olhando pela vitrine enquanto comia, tentava manter sua mente vazia e falhava gloriosamente. Perguntava-se se seu pai estaria doente caso sua mãe ainda estivesse viva. Assustou-se quando um garoto, talvez um pouco mais velho, sentou-se ao seu lado.

– Boa noite. – O moreno falou, sorrindo para Namjoon, que apenas lhe cumprimentou com um aceno de cabeça. Observou o outro assoprar a comida quente, seu cabelo castanho caía sobre a testa, mas sem cobrir os olhos, o terno parecia feito sob medida e o Rolex brilhava em seu pulso. Não precisou de muito para que percebesse que o garoto 1) Era rico; 2) Não era morador daquela cidade. Desviou o olhar e voltou a comer silenciosamente, nem mesmo percebeu quando o outro se levantou. 

– Meu nome é Kim Seokjin. – O moreno falou, colocando uma garrafa de soju em frente ao loiro. –  E você, como se chama? – Perguntou sorrindo e bebendo de sua própria garrafa. 

– Kim Namjoon. – Respondeu baixo, ainda sem se mover. 

– Bom, Kim Namjoon, beba. – Sorriu para o outro sem mostrar os dentes, voltando a comer, porém parando assim que notou que o outro ainda não tinha se movido e lhe lançava um olhar desconfiado. Suspirou. – É por minha conta. Você parece estar precisando. 

Não necessitou de muito mais para convencer o mais novo a beber e duas garrafas depois, Namjoon já contava sobre toda sua vida ao novo amigo, incluindo um assunto que particularmente lhe chamou atenção: uma garota que morrera, mas que conversava consigo através de sonhos tão reais que deixavam o garoto confuso. 

 

A ambulância não fazia barulho enquanto estava parada, mas mesmo assim Namjoon podia ouvir a sirene dentro da sua cabeça. Estava anestesiado, tanto que nem conseguia processar as informações que os paramédicos lhe diziam, deixando que Seokjin lidasse com tudo enquanto permanecia sentado no meio fio, afinal, era tudo mera formalidade. Precisavam levar o corpo ao hospital para autópsia e depois liberariam para o enterro. 

Não conseguia definir a dor que sentira ao chegar em casa com Seokjin, após passarem o dia juntos em um parque de diversão novo na cidade, e deparar-se com o progenitor quieto, mirando a televisão ligada, e se não fosse pelo aparelho que monitorava seu coração, não teria percebido, parecia que assistia a um programa qualquer após um dia longo e entediante, o enfermeiro havia deixado a casa poucos minutos antes. 

Levantou-se rapidamente e entrou na casa, correndo até o próprio quarto e retirando a mala velha do canto do maleiro, jogando suas coisas dentro da mesma de qualquer jeito e fechando-a. Ao voltar ao primeiro andar, deixou a casa sem olhar para trás, dando o telefone de sua tia aos paramédicos, ela poderia cuidar do enterro do próprio irmão. Aceitou de bom grado quando Seokjin lhe ofereceu carona até a capital, só precisariam passar no hotel do mais velho para pegar suas coisas. 

Na estrada, o silencio no carro era pesado, o mais velho estava focado em dirigir, os olhos analisavam cuidadosamente a estrada escura pela noite e Namjoon olhava pela janela sem realmente ver nada. Tudo que conseguia pensar era nas últimas palavras do pai, na manhã daquele dia, antes do garoto sair de casa: “Você precisa sobreviver.”, disse terno quando Namjoon lhe contou que recusaria o convite do amigo para sair. Talvez se não tivesse dado ouvidos ao pai, se tivesse ficado em casa, o outro ainda estaria vivo. Culpa corroía seu peito e em algum lugar, pode ouvir um espelho se quebrando. 


Notas Finais


Um pedacinho da história do Namjoon que é MUITO necessária para o decorrer da fanfic, um pouco parado o capítulo, mas espero que tenham gostado de ler. Até logo.


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