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História Avalon: O Sol e a Lua - Série Sutherland - Capítulo Um


Escrita por: ClaraF

Notas do Autor


Hey! Olha quem voltou! Vamos direto para o capítulo.

Boa leitura!

Capítulo 6 - Capítulo Um


AVALON DE FOAROISE MÓR.

Estávamos todos sentados à mesa. Mamãe tinha separado um vestido especial pra mim, ele era azul escuro e deixava um pouco dos meus ombros a mostra, fazendo minha pele branca pálida se evidenciar.

Sua saia era grande e cobria meus pés, obrigatoriamente presos em sandálias de couro macio, mas isso não me dificultava em andar e dançar… Isso se eu soubesse dançar.

As mangas do vestido eram longas e chegavam aos meus pulsos, tendo detalhes por toda sua extensão com uma linha dourada. Às vezes elas sujavam de comida, mas eu fazia o máximo de esforço para mantê-las longe do pato assado ou da carne gordurosa do cordeiro.

Meus cabelos acobreados, os quais ganhei de meu pai, Galván, estavam parcialmente presos com uma fita da mesma cor do vestido. Eu tinha passado a tarde inteira lutando contra o pente, mamãe me deu um bronca leve por deixar para penteá-los só hoje. Mas agora eles estão brilhantes e arrumados, uma coisa que me irrita, porque eu adoro meus cachos e quando eu passo o pente eles se desfazem e meu cabelo fica ondulado.

Eu só não entendo motivo dessa arrumação toda. Hoje de manhã, bem cedinho, os homens fortes estavam trazendo grandes mesas de carvalho e bancos largos para o grande salão, onde algumas mulheres varriam e limpavam com baldes de água do lago. Um pouco mais tarde no mesmo dia, vi Brigidh, a cozinheira, receber mais três auxiliares e mais dois sacos de carne e verduras.


Owen, meu irmão mais velho, me falou que viu papai lendo cartas que continham o selo real, enquanto caminhávamos pelo campo. Perguntei-lhe sobre o que eram as cartas e ele disse algo sobre o rei e mais dois lordes estarem vindo pra cá.

O que o rei e os lordes iriam querer aqui?

Owen não soube me responder, mas disse que assim que descobrisse me falaria. E foi assim que avistamos uma frota de guardas com túnicas brancas que tinham o selo real marcado em seu peito, marchando sobre a estrada.

Era uma nova frota de soldados mandados pelo rei Lennox.

Owen foi chamado pelo meu pai para se apresentar para os novos soldados, fiquei sozinha novamente.

Caminhei tranquilamente pela floresta em busca de uma erva que Brigidh me pediu. Fui para perto do lago de águas cristalinas e puras, não tinha ninguém lá, um sorriso corta meu rosto e a sensação de liberdade me atinge. Coloco minha manta e meu capuz dentro da cesta que eu trouxe, começo a me despir logo depois de vasculhar o local e me certificar de que estava realmente sozinha. Fiquei apenas com a anágua da saia no corpo, como eu estava descalça foi mais fácil de entrar na água. Mergulhei meu corpo inteiro, sentindo a água gelada refrescar meu corpo quente por causa da caminhada do sol.

Voltei a subir para a superfície, continuando com o sorriso estampado no rosto. Começo a boiar e nadar pelo lago, fazendo lembranças voltarem à minha mente.

— Avalon? — a voz suave e doce de mamãe me tirou dos meus devaneios.

— Sim? — olhei ao meu redor e eu estava de volta para a mesa, cercada pelos meus irmãos e meus pais.

— Você estava quieta, o que te aflige, meu bem?

— Ah... Acho que é o fato do salão estar sendo tão bem arrumado, Brigidh ter recebido mais três auxiliares e uma nova frota de soldados chegando aqui... Além do mais, a senhora me arrumou toda hoje e eu não entendo o motivo... O que há de tão importante assim, mamãe?

Percebi que seis pares de olhos curiosos se voltaram para mim e a mesa ficou em um silêncio total. Eu recebi um sorriso doce de mamãe e um afago nos cabelos.

— Seu pai pode explicar melhor essa situação. Não é, querido?

— Hum? Ah... É sim... — ele largou o pedaço de cordeiro no prato e terminou de engolir. — Bem... A família real está vindo para cá, junto com os lordes Niall das terras do sudeste e Trístan das terras do oeste.

— Por que eles viriam para cá, meu pai? — Fegal perguntou curioso.

— Estamos tendo problemas em controlar a invasão dos malditos estrangeiros, três cidades do norte já foram atacadas e ninguém sobrou lá, apenas fogo, sangue e cadáveres. Então o Rei quer fortalecer a união das terras do sul, oeste e sudeste, para que não haja mais essa chacina.

— Entendo... Mas como ele pretende fazer isso? — foi a vez de Cedrick se pronunciar.

— União de famílias... — meu pai olhou pra mim e soltou um suspiro sofrido — Os lordes estão querendo ver qual dos filhos você vai escolher, minha filha.

— Eu?! Por que eu?! Eu ainda nem comecei a sangrar para me colocarem em casamento!

— Meu bem, nós sabemos disso, e também não estamos felizes com essa situação. Mas as terras estão sendo invadidas e com mais aliados vai ser melhor pra defesa e ataque.

— Isso não é nada justo! E o senhor sabe disso! — elevei o tom de minha voz e fiquei de pé na frente da enorme mesa.

— Avalon, eu sei que você foi criada com liberdade de escolha e nós não vamos te tirar isso. Eu só quero que você entenda que há muitas guerras acontecendo e…

— Eu já entendi, mas isso não significa que estou de acordo com essa “união”, eu nasci mais livre que os ventos galopantes e os senhores sabem muito bem disso!

— Avalon, respeite o seu pai e regule o seu tom para com a nossa pessoa. Entendemos como se sente e sabemos a sua opinião, mas infelizmente não podemos mudar, nem questionar a decisão tomada pelos Antigos.

Meu semblante se fechou contrariado, o mais certo de se fazer no momento era a união, era o casamento, porém a minha liberdade e os meus instintos livres me convenciam completamente do contrário. Eu não iria me casar, não por escolha própria, e meus pais iriam evitar ao máximo me forçar a aceitar um casamento arranjado.

Me permiti esquecer um pouco desse assunto e voltar a conversar com a minha família, afinal… Tenho mais dois ou três dias para voltar a me estressar com esse assunto.


[...]



Acordei em um solavanco, a assustada com o barulho infernal de homens gritando e armaduras rangendo com a movimentação de seus soldados.


Me levantei rapidamente e fui até  janela, curiosa com tanta movimentação e barulho logo pela manhã.

Observei homens e mais homens, de todas as idades, portes e tamanhos. Uma dúzia de soldados se enfileirou de frente para outra dúzia deles, todos brilhando em suas respectivas armaduras.


Me perguntei, internamente, o porquê daquilo estar acontecendo. Coloquei meu vestido marrom de sempre, após jogar um pouco de água no rosto, e saí de meus aposentos, em busca de explicações satisfatórias para as minhas dúvidas.


Candy, uma das servas da casa, passava afobada pelos corredores, carregando baús e às vezes algumas pratarias.


— Candy!


— Senhorita? O que deseja? — seus olhos azuis e curiosos se viraram para a minha pessoa.


— Você pode me explicar o porquê de toda essa exaltação?


— A senhorita não sabe? Os lordes e o Rei estão chegando antes do sol atingir o ponto mais alto.


— Ah… Mas achei que eles chegavam somente daqui à três dias.


— Disso eu já não sei dizer, Milady. Preciso ir, estamos com um trabalho enorme lá embaixo.


E com um sorriso doce, Candy desce as escadas apressadamente, me deixando sozinha. Fui caminhando tranquilamente até o grande salão, que estava muito bem arrumado.


Encontrei Lugh no canto conversando com Cedrick. Eles pareciam sérios, o que era estranho da parte de Lugh.


— Olá meninos.


— Ah! Avalon! Que surpresa, haha.


— Avalon. — Cedrick me cumprimentou com um beijo na testa, mas parecia tenso assim como Lugh.


— Sobre o que estão conversando?


— Ah… Apenas coisas de meninos, um dia você saberá.


— Coisas de meninos… — resmunguei revirando os olhos — Falem logo, sou bem grandinha pra saber dessas “coisas de meninos”.


— Pequena Avalon, são apenas coisas de guerra, não precisa se preocupar. — Cedrick sorriu de um jeito amoroso para mim e pegou levemente em meu nariz.


De repente, os sinos de vigia começaram a tocar e eu sabia do que se tratava.

Os lordes haviam chegado.


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Até a próxima!


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