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História Avante Invocadora! - Whisky sem gelo e cartas de arremesso


Escrita por: Himle

Notas do Autor


Esse capitulo demorou uma eternidade pra ficar pronto. Se ele não fizer alguém achar que o TF é um babaca, nada mais fará. Se possível, leiam ouvindo rock clássico. já que esse é a musica ambiente do bar. Boa leitura :*

Capítulo 22 - Whisky sem gelo e cartas de arremesso


Fanfic / Fanfiction Avante Invocadora! - Whisky sem gelo e cartas de arremesso

Foi Twisted Fate voltar a estar em condições de caminhar para que tanto ele quanto Graves começarem a pedir para ir a um bar. Sara falou que era melhor deixar para depois, algumas vezes, mas ela também estava com vontade de comemorar, então acabou aceitando. Logo um taxi estava os deixando frente a um bar ao estilo contemporâneo. Tudo parecia ser de cimento queimado e era possível ouvir rock tocando como música ambiente.

- Esse lugar parece ótimo. – Twisted Fate alfinetou. – Será que conseguiremos uma mesa?

Era sábado a noite, mas mesmo assim o lugar parecia vazio. Só que ainda estava cedo. O “happyhour” havia acabado de terminar. Aquele bar também era famoso pelo terraço cheio de jogos. Provavelmente todo mundo estava lá em cima.

- As recomendações na internet eram boas.- Sara se defendeu.

- Para mim, tendo bebidas é mais do que o suficiente. – Graves falou, já rumando para dentro.

Sara e Twisted Fate o seguiram. A parte de dentro não era muito diferente da de fora, com exceção do balcão em granito preto. O trio se sentou ao balcão, Graves ficando no meio. Haviam alguns grupos de pessoas já bebendo e se divertindo. A maioria delas pareciam ter acabado de sair do trabalho. Aquele era um ambiente bem aconchegante e convidativo. Tudo indicava que aquela seria uma ótima noite.

O bartender os atendeu e explicou o cardápio. Graves e Twisted Fate optaram por experimentar um pouco de cada para depois escolher, enquanto Sara pediu uma batida leve. Antes de ir buscar os pedidos, o rapaz falou sobre uma competição de tiro ao alvo que acontecia uma vez por mês. Pelo visto você podia participar com qualquer coisa, desde bolinhas de papel, dardos, até tampinhas de garrafa. A única restrição eram armas letais, para a tristeza de Graves. Nova Destino iria continuar escondida na bolsa de ginastica.

- Então cartas são permitidas? – O mago perguntou, interessado demais.

A vontade de Sara era falar da regra que não permitia qualquer coisa que pudesse matar ou ferir gravemente, mas preferiu se manter calada. Cartas de baralho comuns só eram armas letais nas mãos de Twisted Fate e ninguém o conhecia ali. Pelo menos se ele ganhasse, Sara não teria que pagar a conta.

- Claro! – O bartender respondeu inocentemente.- O dono do bar usa cartas de arremesso e é o campeão invicto há 6 meses. Quem dera eu saber atirar cartas como ele.

- Ouviu isso Malcolm? – TF chamou o amigo.

- É, eu ouvi. – O Atirador respondeu, desinteressado.

- A sorte sempre me sorri. – Ele completou em deleite.

- Que nome devo colocar na lista então? – O rapaz perguntou. – Pode ser um apelido, se você quiser.

- Coloca Fate. – Sara falou antes que o mago pudesse responder.

Ele iria falar “Fate, Twisted Fate” como se fosse um espião inglês e Sara não queria passar por aquela cena. Em Runeterra o nome dele já era forçado, imagina como seria na Terra. A única coisa que não deixava que ele virasse motivo de piada era sua reputação e fama. O nome dele só tinha peso porque ele era considerado extremamente perigoso e habilidoso. Sara já havia perdido a conta de quantas vezes ela o viu fazer alguém de idiota por tê-lo subestimado. Confusão era algo que ela queria evitar enquanto estivesse ali.

A medida que os pedidos chegavam e os campeões experimentavam tudo, o bar começou a encher. Por fim, os dois escolheram ficar no whisky, sem gelo. Pelo visto era a bebida mais forte da casa, tendo quase 60% de teor alcoólico. Sara torceu o nariz só de pensar no gosto, mas Graves e TF já estavam terminando a primeira garrafa sem problemas e até pareciam gostar da bebida.

- Você deveria ir com calma TF. – Sara falou.

- Consigo acertar o centro de um alvo em movimento mesmo estando prestes a desmaiar. – Ele retrucou parecendo impaciente.

- Não estou falando disso. Só não quero que algo atrapalhe a sua recuperação.

O mago abriu um sorriso suspeito e riu de leve. Ele pendeu a cabeça para o lado de Graves e implicou:

-Malcolm, sua filha está tentando me fazer balançar.

Sara levou uma das mãos ao rosto, decepcionada. Pelo visto ela se importar com ele também iria virar motivo para implicância.

- Você teria morrido bem mais cedo se isso pudesse ser verdade. – Graves retrucou. – Ou será que ela conseguiu, mesmo sem querer, e você está tentando esconder?

A jovem levantou o rosto e deu um meio sorriso. Iria ser difícil dele se safar daquela. Graves sempre ficaria do lado da filha. Como resposta, o mago riu maliciosamente e tomou um pouco mais de sua bebida, para logo depois falar:

- Talvez, se ela tivesse mais sorte, ou eu mau gosto.

- O que você quer dizer com “mau gosto”?- Sara o confrontou.

- Pense um pouco mais, você consegue. Eu responderia, já que sei o quanto é difícil para você chegar em repostas obvias, mas não vou, por respeito a Malcolm.

Ofendida, Sara suspirou para se acalmar. Ela se perguntava seriamente o que o coração dela havia visto naquele traste.

- Retiro o que disse. Morra de novo. Da próxima eu te deixo morto.

Antes que TF pudesse rebater, um grupo de mulheres passou pelo balcão. Ele sorriu para elas de forma galanteadoras e elas corresponderam o flerte com risadinhas. Sara odiou ver a cena, ainda mais quando o mago pegou seu copo de bebida e foi atrás delas, sem falar nada. Ela respirou fundo de novo. Sabe aqueles momentos em que você se pergunta por que gosta tanto de alguém? Era exatamente esse momento que Sara estava vivendo naquele instante.

- Viu o que acontece quando você se importa com ele? – Graves repreendeu a filha.

- Eu nem sei porque ainda me importo. – Sara confessou.

- Ficaria com ciúmes, se eu não soubesse que você se importa mais comigo. Tobias é um homem feito, mesmo que não pareça na maior parte do tempo. Ele sabe se cuidar. Vamos aproveitar essa noite só nós dois. É a primeira vez que levo minha filha a um bar.

- Você se esqueceu daquela vez no porto. – Ela observou. – Sabe? Onde você quebrou a cara daquele almofadinhas ruivo.

- É, aquela realmente foi uma ótima briga. – O atirador falou, sorrindo com a lembrança. – Me perguntou como são as do seu mundo.

Ele olhou para a filha, esperando a reação dela. Sara se fingiu de brava e balançou a cabeça negativamente. Logo, pai e filha estavam rindo e comendo os petiscos que haviam acabado de chegar. Os dois conversaram sobre aquele mundo, até pouco antes da hora da competição começar. Sara fez questão de contar como muitas das coisas funcionavam. Eles chegaram no andar de cima antes de todo mundo, então conseguiram se sentar em um dos sofás que tinham uma boa vista para os alvos.

O terraço do bar era cercado por paredes de vidro, tinha várias plantas como decoração e a maioria das mesas eram circulas por sofás de couro preto. Também haviam vários pufes espalhados e um palco com caixas de som, que aparentemente havia acabado de ser usado. Algumas pessoas jogavam dardos por ali, mostrando que aquele tipo de coisa era realmente uma das atrações do bar. Se Sara soubesse que haviam tantas coisas para fazer ali, teria ido com os amigos das outras vezes que estiveram na cidade.

Não demorou muito para o terraço encher. Logo não haviam mais mesas vazias e muitas pessoas estavam em pé, com suas bebidas nas mãos. Pouco depois, um dos funcionários do bar apareceu no palco, pedindo para liberarem as pistas de tiro ao alvo e convocando os participantes da competição. As regras eram simples. Cada participante teria direito a 3 arremessos por rodada e só o melhor contaria, mas para cada arremesso eles precisariam tomar uma dose de tequila. Ou seja, quem quisesse jogar teria que comprar pelo menos uma dose por rodada. O participante que fizesse menos pontos sairia da competição no final de cada rodada, até a as quartas de final. A partir dali seriam três rodadas e quem tivesse o menor resultado somando os três arremessos seria desclassificado.

Seria divertido ver pessoas bêbadas tentando acertar os alvos, ainda mais quando a disputa ficasse mais acirrada. Twisted Fate tinha vantagem em todos os quesitos. Provavelmente ele seria o único a conseguir enxergar bem o alvo ao final da competição. O problema era que ele havia sumido desde que havia ido atrás daquelas mulheres. Isso já estava começando a atrapalhar o humor de Sara.

- Eu juro, que se eu tiver que pagar um centavo da conta, eu vou colocar anticoagulante na comida do TF. – Sara resmungou para o pai.

Graves riu e falou:

- Ele vai aparecer.

- Como você sabe?

- Só confie no seu pai. Tobias vai aparecer logo.

Dito e feito. Foi só terminar de dizer, que Graves apontou para a entrado do terraço. Twisted Fate abria caminho pela pequena multidão enquanto dobrava um guardanapo e o guardava no bolso interno do blazer que estava usando naquela noite. Rapidamente, o mago os encontrou e se sentou a mesa, ao lado de Sara.

- Me lembre de conseguir um celular. – Ele pediu.

- Achei que não fosse mais te ver pelo resto da noite. – Sara falou mostrando o quanto estava descontente.

TF chegou mais perto de Sara e sussurrou de forma galanteadora:

- Sentiu saudades?

Com uma olhada rápida para o lado, a jovem pode ver Graves concentrado lendo o cardápio. Sara se lembrava de como foi difícil se acostumar com as letras esquisitas de Runeterra e sabia que estava sendo do mesmo jeito para ele. A jovem, deu um pulinho no sofá, se afastando do mago, mas sorriu de leve. Era bom tê-lo de volta por perto. Sempre era mais divertido assim.

A medida que a competição avançava, Sara começou a sentir o álcool fazer efeito. Felizmente, ela não era a única. Os dois campeões também já estavam começando a ficar bêbados. A noite ficava cada vez mais divertida, ainda mais quando Sara viu os amigos dela subindo as escadas para o terraço do bar. Ela mais do que rápido se colocou de pé, acenando para eles.

- Sara, que bom que te encontramos. – Miguel falou, assim que se aproximou da mesa.

- Aconteceu alguma coisa?

- Tirando o fato de você ter saído com dois desconhecidos sem falar para onde?

- Eles não são desconhecidos para mim. Não se preocupem comigo. O que de ruim poderia acontecer?

- Ah claro. – TF começou ironicamente. – O que poderia acontecer de errado quando uma donzela fica bêbada ao lado de dois ladrões trapaceiros?

Tanto Graves quanto Sara não se seguraram e caíram na gargalhada com o comentário.  A ironia era de matar e o álcool deixava tudo mais engraçado. Os amigos dela por outro lado olharam para o trio como se eles fossem alienígenas.

-Tão esperando o que gente? -   Sara perguntou, ainda entre o riso. – Sentem logo!

Miguel, Gustavo e Henrique se sentaram. Depois de um tempo, Sara percebeu que nenhum dos três parecia entender o que TF e Graves falavam. Ela precisou se concentrar nisso para perceber que os campeões não falavam português. Deveria estar sendo muito esquisito para os amigos dela vendo dois desconhecidos conversando em uma língua esquisita que por algum motivo Sara entendia. Como nativos da lingua-comum, eles podiam falar qualquer idioma, desde que quisessem ser entendidos por um nativo dele. Resumindo, Graves e Twisted Fate estavam fazendo questão de só incluir um ao outro e Sara na conversa.

- Vocês poderiam falar de forma a todo mundo entender? – Sara pediu.

Graves e Twisted Fate se entreolharam e depois falaram de forma descontraída:

- Não.

Os amigos de Sara pareceram entender a resposta. Eles ficaram desconfortáveis. Para não excluir os amigos, Sara deixou os dois campeões conversando sozinhos e puxou assunto com os garotos. Fazia tempo que ela não batia papo sobre os tópicos de interesse dela. Eles debateram sobre uma serie que estavam assistindo juntos, sobre a “lore” de um jogo de console que seria lançado logo e por fim começaram a falar sobre League of Legends. A conversa foi desde o “meta” até quais itens seriam melhores para cada situação. Fazia tempo que ela não jogava, então logo ela ficou empolgada. Tudo aquilo estava dando vontade de encontrar uma lan-house.

- Cale a boca. – Twisted Fate interrompeu um dos amigos de Sara.

- TF! – A jovem o repreendeu.

- Já basta de tedio por uma única noite.

- Você não nos queria na sua conversa, agora quer ditar o que podemos ou não falar? – Henrique perguntou parecendo irritado.

Antes que o mago pudesse responder, um garçom chegou na mesa, o chamando para sua vez na competição. Aquela já era a 10ª rodada e pelo visto muita gente já havia desistido. Em vez de se levantar da mesa e ir até a pista de tiro ao alvo, TF pegou uma dose de tequila da bandeja do garçom, a virou na boca e fez uma carta aparecer entre seus dedos. Ele brincou com a carta por um momento, para depois a atirar. A carta passou por cima das cabeças de varias pessoas sentadas e por entre um grupo de pessoas de pé, para atingir com força o centro do alvo mais distante a mesa. Sara pode ouvir a carta cortar o ar e pelo som que ela fez ao acertar a madeira, havia se cravado lá. Tudo isso sem o mago nem mesmo ter se dado ao trabalho de virar a cabeça para ver melhor o alvo.

- Resolveu parar de brincar, foi? – Sara perguntou casualmente.

- Isso foi incrível! – O garçom falou admirado. – Com você fez isso?

- O segredo está o movimento de pulso. –TF respondeu, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

- Claro, ser um mago também ajuda. – Graves cochichou para a filha.

Pai e filha compartilharam uma risadinha baixa. Magia ajudava com qualquer coisa.  Sara sentiu Twisted Fate passar um dos braços pelo encosto do sofá por trás dela. Quando ela voltou a atenção para ele, ele estava brincando com outra carta entre os dedos.

- Vamos apostar. – Ele sugeriu.

- Eu não estou tão bêbada assim TF.

Com um simples movimento de mão, a única carta com que Twisted Fate brincava se transformou em um baralho inteiro. Os olhos de Sara brilharam com aquele truque. Ela ainda se perguntava como ele fazia aquilo, já que sabia que não era magia.

- Então escolha uma carta. – Ele falou, espalhando as cartas na mesa.

Mais do que rápido, Sara puxou uma carta e se encolheu no sofá para ver qual era sem dar chances do mago espiar.

- É um 3 de ouros. – Ele falou, implicando Sara.

A jovem fez um bico chateado, se ajeitando no sofá. Ele estava certo. Não havia como ele ter visto qual carta era, mas mesmo assim ele sempre sabia.

- Você deveria falar isso só no final. – Sara reclamou.

Ele riu com a reação da garota, fazendo ela recolocar a carta de volta na pilha.

- Não quer ver o final do truque?

- Não. – Ela respondeu emburrada.

- É uma pena. – O mago falou se fingindo de triste.-  Porque o 3 ouros realmente gostou de você.

Twisted Fate pegou o braço de Sara e levantou a manga do casaco leve que ela usava naquela noite. Ela teve uma feliz surpresa, o três de ouros que ela havia acabado de recolocar na mesa estava lá, colado na pele dela, como se ela tivesse o escondido ali. Ela sorriu para o mago, que acenou a cabeça em agradecimento e voltou a se recostar no sofá para beber um pouco mais de seu whisky.

- Vocês se conhecem de onde? – Henrique perguntou desconfiado.

- Ela caiu em nós, no meio de uma estrada. – Graves respondeu. – Depois, acabei adotando a garota.

- Adotando? – Ele perguntou, confuso.

- E eu tive que engolir. – TF reclamou.

- Você me adora que eu sei. –Sara o implicou.

- Foi uma agradável surpresa descobrir isso.

- Te faço curativos onde você não alcança, você gosta da minha comida e eu salvo a sua pele. – Sara continuou o implicando.

- Uma vez.

- Duas. – Graves corrigiu.

- A primeira não conta. Fiz todo o trabalho sozinho.

- Então são 3. – Graves corrigiu de novo.- Tinha me esquecido que foi ela a fazer você lutar contra aquele batalhão.

- Usei suas cartas melhor que você. – Sara o implicou.

O mago se deixou rir sarcasticamente para depois falar:

- Não.

- Admita.

- Não.

- Vamos lá, pode fazer isso de forma a só eu e Graves entendermos.

- Eu ainda não estou bêbado.

- Admita.

- Tudo bem, você usou minhas cartas melhor do que eu.

Aquilo havia sido fácil demais.

- Você está mentindo. – Ela o confrontou.

- É, eu estou. Como consolo, saiba que eu realmente gosto da sua comida e adoro sua companhia.

Sara abriu um sorriso puro. Ele sempre tinha a resposta certa. Aquilo foi o suficiente para que ela ganhasse a noite.

- Chega dessa sua conversa doce para o lado da minha filha. – Graves interveio. – Trate de se afastar dela também.

Como resposta TF levantou ambas as mãos em rendição, tirando assim o braço de trás de Sara. Logo, o garçom chegou próximo a mesa de novo com uma bandeja de doses de tequila. O mago bebeu de novo e fez sua jogada do mesmo jeito de antes. Ele realmente havia perdido a vontade de brincar com a competição.

A competição não durou muito depois daquilo. Muita gente desistiu tanto por estar muito bêbado, tanto porque viram que seria impossível vencer o Mestre das Cartas. Eles foram transferidos para uma mesa próxima das pistas de tiro ao alvo nas quartas de final. Pelo visto, aquela disputa havia se tornado o principal evento da noite. Parecia que todo mundo do bar estava no terraço para ver. Quando as quartas de final começaram, as coisas começaram a ficar emocionantes. Bom, emocionantes para todo mundo, menos para Sara, Graves e Twisted Fate. Eles pareciam em outro mundo, se divertindo com a música que eles conheciam por causa do celular de Sara, com a bebida e a comida. Welcome to the Jungle do Guns’n Roses já tinha até o apelido de “Conselho sobre Aguas de Sentina”.

Quando a final começou, o dono do bar, que era o outro finalista, chegou na mesa para cumprimenta-los. O homem era jovem, com toda certeza tendo menos de 30. Ele tinha tatuagens coloridas cobrindo os braços e parte do pescoço. Os cabeços dele eram escuros e curtos, enquanto que a pele era bronzeada pelo sol.

- Você é bom, isso eu admito. – Ele falou a TF. – Mas eu vou precisar que você pare de usar suas cartas.

- Qual o problema?

- Elas não parecem normais, ou mesmo seguras. Alguns acham que você está trapaceando.

- É mesmo? – O mago perguntou, colocando um sorriso no rosto. – E como eu estaria fazendo isso?

Bom, aquilo havia o feito voltar a se interessar na competição. Tecnicamente ele não estava trapaceando. Ele estava usando cartas normais e havia bêbado as doses de tequila como todo mundo. O problema é que ele era o único com alta resistência a intoxicação e também o único a poder usar a magia das cartas.

- Cartas de metal e um lançador eletrônico. – O dono do bar respondeu a TF.

- Minhas cartas são de papel, como qualquer um pode perceber, quando tentarem as tirar do alvo.

- Isso ainda não descarta o lançador eletrônico. Por favor, arregace as mangas.

Graves se deixou rir de leve ao ouvir o dono do bar. TF abriu mais o sorriso. Aquilo não era nada bom.

– Vamos fazer as coisas do seu jeito.- O mago respondeu com o sorriso irônico.

Twisted Fate se levantou e se colocou frente ao dono do bar. Sara sempre se esquecia que ele tinha aproximadamente 1,90m, já que ele e Graves tinham praticamente a mesma altura. Naquele momento, ele era maior do que o dono do bar e um tanto quanto mais intimidador. TF tirou o blazer e o colete, os colocando sobre a mesa e ficando assim só com a camisa branca.

- Usarei as suas cartas. – Ele informou.

Miguel aproveitou a tensão entre o mago e o dono do bar para sorrateiramente levar a mão até as roupas de TF. Provavelmente ele iria revirar os bolsos, atrás de alguma coisa que pudesse dizer quem ele era realmente. Havia ficado obvio que nenhum dos amigos de Sara comprava a ideia dele ser um amigo dela, ainda mais depois que Graves apareceu. Na verdade, eles tinham certeza de que a amiga havia ficado louca e caído na conversa de duas pessoas perigosas.

Rapidamente, a jovem deu um tapa na mão do amigo, o impedindo de continuar. TF odiava que mexessem nas coisas dele sem permissão. Não havia nada ali além de cartas e algumas moedas de Runeterra, sem falar que ninguém roubaria nada. O problema estava no fato de ele não confiar nos amigos de Sara. Aquilo daria motivos para ele desgostar dos garotos e ela queria do fundo do coração que eles se dessem bem.

- Vamos aumentar as apostas. – O mago continuou. - Além de a conta sair de graça, quero seu anel.

- Isso é um diamante de negro verdade. Porque eu apostaria?

TF pegou o baralho favorito do bolso e mostrou ao dono do lugar.

- Eu aposto meu baralho. O que acha?

Aquele era um baralho lindo. Cada pequeno detalhe havia sido feito a mão, desde o recorte do papel, até a arte dourada com pequenos filetes prateados das costas de cada carta. E o mais incrível, era que eram ouro e prata de verdades, tudo laminado em um processo que criava uma fina camada de algo que brilhava como opala branca. Depois de dar uma boa olhada nas cartas, o dono do lugar aceitou. Não havia nenhum outro baralho como aquele no mundo. Juntando a mão de obra que o artesão teve e os materiais usados, aquelas cartas seriam o suficiente para comprar aquele bar.


Por insistência de Twisted Fate, o dono do bar foi primeiro. Ele bebeu sua dose de tequila e se concentrou por um tempo, para depois lançar sua carta, que bateu no centro do alvo e depois caiu no chão. Todo mundo ao redor aplaudiu. Já se sentindo vencedor, o homem se virou sorridente, agradecendo as palmas. Twisted Fate esperou a plateia se acalmar, para beber. Em vez de beber apenas um, ele virou um a um os 3 copos de dose que foram deixados para ele. Depois, ele estendeu a mão para o dono do bar, que logo entregou três cartas para ele. O mago fez as cartas dançarem entre os dedos por momento. Aquelas eram cartas de arremesso, então eram mais grossas e todas elas tinham um furo no meio, em forma do naipe de espadas. Quando menos esperavam, Twisted Fate rodou nos calcanhares, lançando as 3 cartas de uma única vez. Elas cortaram o ar velozmente, para logo se cravarem o centro perfeito de 3 alvos de 3 diferentes pistas de tiro ao alvo.

A plateia prendeu o folego por um momento, mas logo depois estavam vibrando com o acontecimento. TF olhou para o dono do bar com seu costumeiro sorriso zombeteiro no rosto. Ainda em tom de deboche, ele puxou a manga do braço que havia usado para atirar as cartas, e o mostrou para quem quisesse ver. O dono do bar suspirou derrotado. Não havia nada nas mangas daquele desconhecido. A vitória era dele.

Sara aplaudiu como todo mundo, enquanto ouvia o pai rir em deleite ao seu lado. Twisted Fate se virou de novo para a mesa, ainda com o mesmo sorriso no rosto. Ele tirou o chapéu da cabeça e se reverenciou para Sara e Graves, como um artista que agradece ao final do espetáculo. Os amigos da garota pareciam mais desconfiados ainda, mas não importava. TF se endireitou e voltou a mesa, mas em vez de se sentar de novo ele perguntou:

- O que acha de jogamos bilhar naquelas mesas lá em baixo? As fichas são por minha conta.


Notas Finais


Eu achei necessário focar um pouco na reação que os amigos de Sara( com exceção do Christian) teriam com os dois campeões. Claro que eles não acreditariam que realmente são os verdadeiros. Sara mesmo só foi acreditar que realmente não era um sonho depois de quase um dia em Runeterra. Quando o TF era só um possível namorado da Sara tudo bem, mas isso de duas pessoas se dizerem os campeões os deixou desconfiados. Beijos e até a próxima :*


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