História Aventura na ilha - O enigma

MAGGIE

Voltamos às arvores várias vezes depois. Conversávamos por horas, bem ele conversava. Mas apesar de tudo, as brigas cessaram um pouco.

- Meu Deus! Você é muito chato e estranho! - falei empurrando-o de brincadeira e rindo. Nossas risadas se desvaneceram e ficaram so os sorrisos estampados no rosto um do outro. Austin me encarava, alegre e despreocupado. Senti minhas bochechas corarem e desviei o olhar.

- Então... – começou ele. - teus pais...? - fechei a cara e apertei a mandíbula.

 Meus olhos focaram em uma arvore grande com vista prometedora. Me peguei pensando em meus pais, se eu os ia ver novamente e se eles estavam bem. Era tão estranho e familiar estar aqui. Era um lugar desconhecido, mas seu ambiente meio florestal me transmitia tranquilidade e me lembrava minha infância.

Num impulso comecei a escalar a arvore.

- Maggie, o que você esta fazendo? – escutei Austin perguntar. Continuei a subir até o topo. E esperei ali, admirando a vista à minha frente. Conseguia ver a vastidão da floresta, o lugar do lago, o lugar exato em que a terra macia virava areia dourada e as ondas batiam levemente. Virei a cabeça querendo ver mais e algo chamou minha atenção. Pareciam um monte de pedras. Uma em cima da outra, empilhadas por alguém. Mas era impossível, nos disseram que a ilha estava deserta e.... deixei meu raciocino de lado e desci a arvore.

Lá embaixo Austin falava coisas sem sentido. Pulei e cai ao seu lado com o arco e as flechas prontas.

- Você... você não atirar em mim, né? – perguntou ele desconfiado. Franzi a testa achando ridículo o que ele tinha acabado de falar.

- Não. Vamos, me segue. – me virei em direção a aglomeração de pedras e comecei a andar.

- Você não está brava porque eu perguntei pelos seus pais, esta? Me desculpa. Eu achava que era a hora certa de perguntar, mas não precisa ficar assim. – ele correu atrás de mim balbuciando.

- Olha, eu não estou brava. – afirmei, passando a mão nos olhos. – É só que... existem limites, e comigo é aí o limite da conversa. Não quero e não vou falar sobre minha família.

- ok, ok. Então.... Onde estamos indo? - ri do jeito que ele trocava de tema tão drasticamente.

- Eu... – tropecei em uma raiz à minha frente e caí. Ou foi isso o que eu pensei; Austin tinha me pegado no meio do ar e me puxado perto para o corpo dele.

Agora, minha cabeça repousava em seu peito forte e minha respiração ofegante fazia sua camisa balançar levemente. Engoli em seco e olhei para cima, para ele. Seu rosto se aproximou do meu e eu estremeci em seus braços levemente. E foi chegando mais perto e mais perto e mais perto até que....

- Austin! Maggie! – me afastei em um pulo de Austin e plantas no nosso lado se mexeram. Carter, Max e Ashley saíram daí e se juntaram à nós.

- O que vocês estão fazendo aqui? – perguntou Austin com uma pontada de irritação na voz.

- Acabou a agua e pensamos que se vocês saem, nós também podemos sair. – foi Max que respondeu com voz firme.

- É, meu amor. – concordou Ashley passando o dedo pela face de Austin. Sorri. Havia descoberto ontem que Ashley havia sido uma das minhas poucas amigas de escola anos atrás. Ela estava TÃO diferente, não podia para de imaginar se eu também estava.

- Bem, agora que estamos todos aqui, vamos por agua.

Os dirigi direto ao lago com a cachoeira que eu e Austin encontramos. Meu olhar passeou pela água cristalina e os chuviscos caindo.

- Que foi? – perguntou Ashley chegando perto com sua voz calculada.

- Nada. Só... estou feliz de termos nos reencontrado. – sorri docemente para ela que retribuiu o gesto, me abraçou e foi “supervisionar” os garotos (como ela dizia). Um sorriso maior cresceu em meu rosto. Ela me lembrava minha mãe: forte, determinada e ao mesmo tempo linda e maravilhosa.

Estava começando a me deprimir quando algo me distraiu dos meus pensamentos. Um movimento perto da cachoeira de novo. Me virei a tempo de ver alguém passando pela água e entrando a um lugar desconhecido.

Tirei minhas botas e comecei a entrar na água sem desviar o olhar do lugar onde a figura entrou por entre a cachoeira.

- Maggie. – Austin.

 Não olhei, não respondi.

- Maggie – ele chamou de novo, - o que foi?

- Ali. – apontei. – Vi o homem de novo entrando ali.

- Espera aí. Iremos todos juntos.

Continuei andando apesar da ordem. Os outros chegaram uns minutos depois. Olhei para cada um e atravessei o manto de água caindo. Do outro lado havia uma pedra gigante. Cheguei perto dela comecei a manuseá-la.

- O que você está fazendo? – perguntou Carter sem entender. Ele não era um cara de muitas palavras.

- Shhhh – sussurrei para todos. Deveria haver algo para aquele homem passar. Uma porta, uma passagem... minha mão afundou junto com um pedaço de pedra e uma porta feita também de pedra se abriu pela metade à minha frente.

Olhei para os outros atrás de mim e sorri triunfante. Mas ainda estava pela metade. Procurei algo que pudesse abri-la completamente e o único que encontrei era uma escritura do lado esquerdo, outra do lado direito e uma acima da porta.

“Pulvis et umbra sumus” dizia a de cima;

          “Coniuncta ad invicem” dizia a da direita;
 
         ’’ et formans grana arenae
       et inveniens, fatum quod magna’’ dizia por último a da esquerda.
 
               - Pulvis et umbra sumus, coniuncta ad invicem, et formans grana aranae et inveniens, fatum quos magna” - leu Max em voz alta. – E.... o que significa?
 
               - Não sei. – sacudi a cabeça. – Sei um pouco de francês, mas não se parece em nada.
 
               - É porque não é francês. É latim. – falou Carter.
 
               - Latim? – perguntamos eu, Austin e Max ao mesmo tempo. – E como você sabe que é latim?
 
               - Porque sei falar algo de latim. – ele deu de ombros.
 
               - Hum, é lindo, forte e bilíngue? Que ótimo. – disse Ashley fingindo interesse. Sorri e disse.
 
               - Bem, iremos resolver este mistério juntos.