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História Aventuras Bêbadas - Capítulo Único


Escrita por: BatAnn

Notas do Autor


eu deixei um easter egg nos avisos o primeiro q encontrar ganha uma bala

Capítulo 1 - Capítulo Único


Gotham City era uma cidade de muitas coisas - coisas erradas e definitivamente estranhas, mas enfim . Naquela cidade abandonada por Deus, havia - como já bem deixamos claro - diversas coisas:

Havia loucos, havia criminosos, havia - por diversas vezes - ambos. Havia parques abandonados e bibliotecas que serviam de esconderijos de criminosos, havia escolas que poderiam ser facilmente consideradas um quartel de drogas e hospitais que matavam seus pacientes e vendiam seus órgãos.

A figura negra voava pelas paredes do local estreito, desviando com facilidade de criminosos de baixo escalão - tão lentos que mal poderiam ser considerados um desafio pela jovem asiática.

1, 2, 3 homens cairão, acertados pelos chutes da figura leve.

Um dos criminosos - barba rala, braços finos e uma jaqueta suja; era jovem e, provavelmente, novo no grupo - não se deu o trabalho de esconder. Mesmo caído - não pela figura negra, não, era uma figura púrpura que o derrubou - e com um ferimento inchado e vermelho em sua testa conseguiu alcançar um revólver de um de seus comparsas.

O segurou, e com braços trêmulos, apontou para Morcego Negro - ela era uma figura leve e negra, certamente, como uma sombra que se esgueirava por cantos escuros e atacava homens quando estes menos esperavam -.

Ele desarmou a segurança da arma.

No entanto, antes que pudesse atirar contra a jovem vigilante - já não leve ou negro, este brilhava escarlate - outro veio até si. Com um chute - forte e visivelmente doloroso - bateu a cabeça do pobre homem contra o chão.

Por um momento podia jurar que viu estrelas sobre a cabeça do homem - novamente - inconsciente.

- Vermelho. - Morcego Negro reclamou, em uma voz baixa. Imobilizava um homem segurando seu braço, em uma cena verdadeiramente cômica - era incrível o quanto uma criatura tão pequena poderia ser tão ridiculamente forte.

- Foi mal - desculpou-se, já com suas armas em mãos. -, mas em minha defesa eu não matei ele.

Ela fez bico e levantou seus ombros, como se concordasse com o argumento apresentado.

Havia diversas coisas naquela cidade. E becos escuros e - claro - sujos, que podiam ser facilmente considerados o patrimônio da cidade - vendo quantas coisas conseguiam ocorrer em locais tão apertados - eram uma de suas diversas coisas.

E naquele beco específico, os vigilantes travavam uma de suas várias batalhas diárias em meio a patrulhas ( talvez no fim isso pudesse ser considerado a atividade familiar, afinal- mesmo que trouxesse uma coceira ao estômago, quando se pensasse sobre. )

Quando tal confronto havia enfim terminado - decorando o beco com capangas desacordados, algemados e prontos para viagem - Capuz Vermelho pôde deixar-se suspirar, coçando sua nuca.

- Eu tô ficando velho... - lamentou-se, encostando-se em um muro atrás de si, na procura de algum superfície que pudesse se apoiar para recuperar o fôlego.

Morcego Negro chegou ao seu lado, sigilosa - como sempre.

- Cansado? - perguntou em uma voz comum; naquela máscara suas emoções permaneciam cantrafiadas a 7 chaves, mas, no fim, mesmo sem máscara Jason tinha certeza que não conseguiria decifrar o que passava na mente de Cassandra.

Não que ele fosse admitir, enfim.

- Neh, imagina. - retrucou, e nem mesmo ele soube dizer se havia usado sarcasmo. - É que tem sido uma longa noite. - contou, tocando o metal vermelho de seu capacete. Mesmo se fosse uma noite de inverno, o ar era abafado, de uma forma quase claustrofóbica.
Perguntou-se se deveria retirar o capacete.

- Hm... - ela cantarolou, aproximando-se do irmão. Cutucou o capacete, imitando o movimento que momentos antes Jason havia feito. - Imagino que irá gostar da proposta de Stephanie então. - contou, em um ar misterioso.

Jason arqueou a sobrancelha, confuso - e curioso.

- Proposta? - repetiu, a procura de clarificações.

Ele estava errado, mesmo de máscara Jason conseguiu ver a subida que as bochechas de Cassandra fizeram. Ela estava sorrindo.

- Ela chegará logo - contou. -, pergunte por si mesmo. - cutucou o capacete mais uma vez, para levar seus braços ao seu peito e os cruzar, como se não soubesse o que fazer com eles.

Afastou-se então, subindo de forma ágil para o terraço do prédio ao lado.

- Nn - Ele murmurou, mais curioso ainda.

Ela realmente chegou - 20 míseros segundos depois. Era oficial, Cass era uma vidente.

- Yo, irmãozinho. - deu um leve soco no ombro direito de Jason, com um sorriso brincalhão. Um cumprimento de um modo verdadeiramente "Stephano", para dizer o mínimo.

- Eu sou mais velho que você. - disse, em troca.

- "Olá para você também, Stephanie." - resmungou, em uma voz fina. - Deus, Bruce realmente tem que rever como ensina modos para os filhos dele. - murmurou, reclamona.

Jason segurou-se para não rir.

- A polícia está vindo, vamo dá o fora. - puxou-o pelo braço, escalando o prédio. Ele a seguiu, sem dificuldade.

Já fora do chão, os dois transitavam pelo terraços, continuando a rota que tomaram para patrulha. Jason repensou o que Cassandra havia o contado: "Imagino que irá gostar da proposta de Stephanie então."

A mesma não havia dito mais nada no meio daquele pula-pula de prédios - e uma Stephanie calada é uma Stephanie suspeita. Decidiu esperar mais um tempo, com esperanças de não precisar perguntar o que seria a tão infame proposta.

Não precisou esperar muito:

- Então, eu estive pensando.

Voilà.

- Sabe, você é um desocupado - ela começou e Jason decidiu ignorar o insulto -, a Cassandra fica o dia todo na casa da Bárbara sem nada pra fazer e eu-- bem eu acabei de sair de uma semana de provas finais da faculdade e se eu achar um penhasco é possível que eu pule dentro-

- Vá logo ao ponto, Steph. - ele a interrompeu, e por um segundo começou a pensar o porquê de Oráculo já não ter aparecido para dar broncas sobre não usar nomes no campo.

- Vamos sair para beber. - disse, enfim.

Gotham City era uma cidade de muitas coisas - uma cidade de loucos; uma cidade daqueles que já não mais importam-se com suas próprias vidas -. Mas definitivamente não era uma cidade para sair para beber.

- Você perdeu a cabeça, não é? - ele rosnou, e sua resposta foi apenas uma careta de Stephanie.

Se alguém não colocava drogas em sua bebida, então esperariam você estar bêbado para tomar proveito. Havia diversos bares em Gotham, e todos já foram palco de algum crime horrível.

- Ah, vamo nessa! - insistiu. - Eu sou maior de idade, você é maior de idade-- até a Cassandra é maior de idade! Nós temos idade, nós temos dinheiro; vamos sair para beber! - repetiu, mais como uma afirmação do que como uma pergunta, em uma determinação respeitável.

Jason teve que repetir tudo mentalmente, para se certificar do que havia ouvido: "Cassandra"?

Ele respirou fundo, quase como tivesse sido ofendido de uma forma bem pessoal. Negou com a cabeça de forma repetida, como se negasse acreditar.

- Ah, não. Você não vai levar Cassandra, a pequena e pura Cassandra, para beber. - retrucou, com convicção.

- Meu Deus, você está falando igual a Bárbara. - ela murmurou, parecendo estar realmente surpresa. - Olha, não vai ser num bar de filme de detetives, onde tudo é cheio de sangue e suspeito-- vai ser na minha fraternidade, eu conheço todo mundo lá. Não tem perigo-

- Ela foi a porra da primeira Batgirl. - Jason disse, ignorando a explicação que lhe foi dada poucos instantes atrás. Já havia parado de pular de prédio em prédio. - Se ela fala que não é para levar a Cassandra para beber então é bom que você não leve a Cassandra para beber. - pôs ambas as mãos sobre o rosto, incrédulo.

Stephanie também parou de pular pelos prédios, ficando logo a frente de Jason, com as mãos na cintura.

- A coitada vive como uma Rapunzel. - gesticulou, com certa ferocidade na voz. - Deixa ela sair e aproveitar!---

- Vocês estão discutindo por mim?

Viraram-se, para serem cumprimentados por Cassandra em carne e osso. Estava sentada sobre o telhado de um pequeno armazém que se encontrava no terraço.

Tinha as pernas suspendidas e as balançava; sua máscara já não mais podia ser vista e seu rosto descoberto permanecia com uma expressão calma.

- Como você sequer chegou aqui-- você é uma ninja, sabia disso? - Jason passou a mão sobre o capacete, como se procurasse cabelo para puxar.

Cassandra deu um pequeno sorriso.

- Ei, Cass - Stephanie a chamou, visivelmente falando com palavras cuidadosamente escolhidas. -, cadê sua máscara? - perguntou, tentando não parecer pronta para jogar um saco na cabeça da menina, se isso significasse que sua identidade estaria segura.

- Eu quis olhar as estrelas. - disse simplesmente, como se respondesse todas as perguntas.

- Você quer levar ela para beber? - Jason apontou para ela, com uma foz desesperada.

- Estou começando a ter minhas dúvidas.

- Eu quero ir. - Cassandra disse, balançando suas pernas alegremente.

Eles pararam sua briga particular e se viraram na direção na pequenina asiática. Cassandra não demonstrou, mas estava feliz por conseguir a atenção dos dois.

- Nós nunca passamos tempo juntos, apenas nos encontramos nas patrulhas - contou, com um rosto triste. -, Stephanie tem seu colégio e Jason está sempre escondido-- e não é culpa de vocês, vocês tem seus motivos. - explicou, coçando seu nariz.

- Eu só acho que talvez a patrulha não seja tempo suficiente.

Por alguns instantes, o barulho do vento era a única coisa que se pôde ouvir ( não era ruim, o silêncio era sempre bem-vindo à família que nunca permanecia calada. )

- Você...pensa assim? - Jason perguntou, coçando sua nuca.

Ela assentiu.

- Oh. - foi a única coisa que ele conseguiu proferir em resposta. - Eu...eu não sabia. - admitiu.

- Calma aí, ô da Nerf, que nem eu sabia. - retrucou, pondo uma mão na frente de Jason, como se fosse para impedi-lo de falar. - Cassandra, você tem que falar sobre essas coisas. - contou.

- Hm. - cantarolou, cutucando sua bochecha. - Sinto muito. - respondeu.

Stephanie coçou seu cabelo e virou-se para Jason, com certa esperança estampada no rosto. Esperava uma resposta e vestia um  sorriso de "você não pode negar depois dessa".

O mesmo coçou sua nuca, pensativo. Passou a mão sobre o capacete - novamente querendo ter seus cabelos soltos para puxá-los -, sabendo que se arrependeria de sua resposta:

- O.k - respondeu, ignorando o jeito que Stephanie se encolheu e inclinou, em pura alegria. -, vamos sair para beber.

 

xxx

 

É, ele estava certo. Era a noite seguinte e já se arrependia profundamente.

Havia tomado seu banho em um de seus armazéns/apartamentos/esconderijos mais limpos, passado um spray temporário para pintar sua mexa branca e vestido um de suas roupas menos lorde-do-crime - porque se era para ir para uma festa, que fosse vestido como um ser-humano normal.

E no entanto depois de tanta arrumação continuava tão hesitante em sair de sua casinha.

Com uma notificação de mensagem em seu celular, Jason teve que deixar de ser tão hesitante - para não dizer antissocial. Remexeu em seu bolso até ter o aparelho em suas mãos e o levou até seu campo de visão, para ler a mensagem.

Steph: Hey Ho, vc vem vindo, irmãozinho?

Coçou sua cabeça, com os olhos fixados no aparelho. Suspirou pesadamente e se mexeu para digitar uma resposta para a loira viciada em roxo. A mandou, sem sequer pensar duas vezes - não de novo, enfim.

Jay: É, tô chegando.

Tirar o dia de folga da patrulha ( depois de uma mentira bem articulada que ficou a cargo de Stephanie, claro. ), arrumar-se direitinho, sair de casa e ir para o ponto de ônibus na rua St. Kane, onde todos irão se encontrar. Essa foram as instrução de Stephanie, e isto era o que ele iria fazer.

Saiu de seu esconderijo da vez - era um apartamento simples em uma das áreas com maior comércio de drogas, onde não faltava trabalho para qualquer fosse o vigilante -, com cuidado para não chamar atenção do inquilino ( que com quase total certeza já começava a suspeitar que Jay Peter era um nome falso e que o jovem que morava em um de seus apartamentos chegava ensaguentado demais para ser um balconista de supermercado. ).

Quando já estava em uma área fora de risco, deixou-se relaxar os ombros, caminhando à onde Stephanie havia dito. "St. Kane", ponto de ônibus. Eram direções simples, chegaria lá rapidamente.

E foi o que aconteceu. Caminhou sem pressa - ou ao menos acreditando que estava sem pressa; era noite e ele morava em um apartamento em uma área de tráfico de drogas, afinal - e chegou até o ponto: era mal iluminado, mas juntava um certo amontoado de pessoas, que apenas sonhavam em chegar em casa depois de uma longa jornada de trabalho.

Claro, também haviam a loira vestida como um farol noturno e uma asiática com uma camisa rasgada.

Vá embora enquanto ainda há tempo, Jason.

Ele parou, hesitante, mas antes que pudesse pensar melhor em dar meia-volta e ir embora, Stephanie o avistou, para sorrir de orelha a orelha e correr - não, saltitar - em sua direção.

- Olha, quem diria, você não saiu correndo! - o abraçou.

Ele decidiu não contar sobre o seu impasse no apartamento.

Cassandra o aproximou, com um sorriso leve em seus lábios. Ela estava feliz, era fácil de notar - mais uma das coisas surpreendentes que viam à acontecer nesta noite -.

Jason encarou a blusa rasgada da vigilante em sua frente.

- O que... aconteceu? - perguntou, hesitante.

- Eu rasguei. - Cassandra respondeu, verdadeiramente acreditando que aquilo era resposta suficiente.
Jason virou se para Stephanie, a procura de maiores explicações. Ela apenas negou a cabeça:

- Não tem muito o que contar, ela só arrancou na mesma hora que saiu de casa. - levantou os ombros, sem dar muita importância para as ações da mini-asiática.

- Estilo. - Cassandra disse, com convicção.

Onde eu me meti?

- Vamos lá, antes que a bebida acabe. - Stephanie disse, para Cassandra concordar, assentindo como se a outra houvesse dito umas das coisas mais filosóficas que já havia ouvido.

A loira agarrou sua mão, arrastando-o para o destino.

Onde eu me meti?

Andando pela entrada da fraternidade, Jason pôde ver o que podia ser facilmente chamado de Apocalipse. Havia em torno de 3 pessoas desmaiadas na frente da casa e uma mulher estava vomitando em uma pequena fonte enquanto uma outra pessoa tomava banho na mesma, como se fosse uma piscina de luxo.

- Olha, Stephanie, não quero ser mal educado nem nada, mas que caralho de fraternidade é essa? - franziu as sobrancelhas, olhando de forma acusadora para a jovem que o guiava pelo o jardim.

- Ah, vamos lá, não é tão ruim. - ao mesmo tempo que dizia isto, um sofá em chamas foi jogado por uma das janelas do 1º andar.
Ele franziu ainda mais as sobrancelhas.

- Sem briga. - Cassandra brigou, segurando os dois pelas mãos e os levando para dentro da casa da fraternidade. Pelo jeito que andava sem medo de alguém vomitar sobre ela, dava para ver que a pequena vigilante estava determinada em ter uma boa saída com seus 2 irmãos.

Jason e Stephanie se entreolharam, fazendo um contrato visual de não estragar a noite de Cass.

No meio da sala, havia ainda mais caos - pessoas dançavam, pessoas dormiam, pessoas vomitavam ( o que já não era mais surpresa ) e 2 mulheres estavam em uma sessão de amassos em um dos sofás.

Jason olhou Stephanie de forma acusadora novamente, para levar um tapa na nuca.

- Stephanie! - um homem veio em sua direção, de braços abertos. Os dois se abraçaram alegremente, e mesmo não estando de cara a cara, Jason pôde sentir um horrível cheiro de tequila no bafo do homem. - Que bom que veio! - ele sorriu.

- Oh, yeah! Não perderia isso por nada. - fez sinal positivo.

O homem pôs seu braço ao redor de Stephanie e a passou a conversar com ela, caminhando em direção à cozinha. Jason a olhou de forma desesperada, sem saber o que deveria fazer naquela festa que não foi convidado.

Sua resposta foi um sinal de "shoo, vai pra lá".

Filha da puta.

Abaixou a cabeça e massageou a testa, tentando não gritar profanidades. Virou-se em direção a Cassandra e parou, segurando seu braço, quando a mesma ia sair de seu campo de visão.

- Onde você está indo? - perguntou, em uma postura de irmão mais velho.

- Dançar. - respondeu, com um rosto indiferente, como se fosse claro.

Jason a olhou da forma mais incrédula possível, para baixar o olhar novamente. Estranho, mas tudo bem, nada de estragar a noite da preciosa Cass.

Soltou seu braço e levantou seu rosto.

- Não faça nada que eu não faria. - disse.

Ela apenas sorriu para ele e entrou em uma multidão de pessoas.

Ele passou a mão sobre sua cabeças - com enfim cabelos para puxar - e mordeu o lábio inferior, incerto do que deveria fazer agora. Virou-se de costas e saiu.

Bem, agora, aonde está a bebida?

 

xxx

 

Depois de 37 minutos, 12 copos vazios de Whisky se alinhavam na frente de Jason, que estava sentado, debruçado sobre o bar improvisado com caixas e uma prancha de surf. Terminou de beber seu 13º copo e o pôs sobre a mesa, sentindo a ardência em sua garganta.

Ainda não estava bêbado; cara, as vezes a resistência a drogas que ele tinha dava nos nervos.

Stephanie chegou em sua frente, com um copo vazio e uma sede por cerveja. Ele teve que levantar seu rosto e chamar por seu nome para que a loira olhasse para ele.

- Ah, Jason, não o vi aí! - sorriu.

Isso não é algo para falar com um sorriso estampado no rosto.

- Onde você estava? - ele perguntou, verdadeiramente curioso. - Você saiu com aquele cara uns 30 minutos atrás.

Com uma garrafa em mãos, começou a encher seu copo, ainda com um sorriso estampado em seu rosto. Ela o olhou nos olhos, e com aquele sorriso idiota declarou como se fosse nada:

- Eu matei ele.

Ai meu Deus.

- Você O QUÊ? - gritou, em puro desespero. Vir aqui foi um erro, vir aqui foi um erro, vir aqui foi um erro--

Ela riu em resposta, abanando sua mão.

- Há! Você deveria ter visto sua cara! - riu, com um rosto vermelho. - Neh, ele tocou em meus peitos e o joguei da janela; mas tenho 20% de certeza que ele está bem. - contou.

- Você sabe que 20% é pouquíssimo, né? - rangiu os dentes.

Ela apenas riu de volta.

Já com um copo cheia, ela encarou o pequeno exército de copos vazios logo a frente de Jason, com uma sobrancelha arqueada. Debruçou-se sobre o bar, bebericando sua cerveja.

- Uou, você é duro na queda. - contou, e Jason podia jurar que ela disse isso achando ser um elogio de verdade.

- É, isso não é exatamente muito legal. - olhou a garrafa vazia de Whisky, apoiando o rosto em seu braço.

Stephanie o olhou de forma cética.

- Boo Ho, pobre garotinho. - disse, bebendo outro gole de cerveja. Pôs o seu copo sobre o "bar" e abaixou-se, como se procurasse algo nos caixotes cheios de gelo e bebida. De lá arrancou duas garrafas que guardavam líquidos de cores berrantes e um limão; de forma habilidosa misturou as medidas e espremeu o limão, para entregar o copo a Jason. - Bebe. - mandou, por fim.

Foi a vez dele a olhar de forma cética.

- Eu não vou beber algo da cor do seu uniforme. - disse, com sobrancelhas franzidas.

- Primeiro de tudo, não insulte meu look, isso daí é magenta, não roxo. - gesticulou, com tanta certeza que sua roupa era estilosa que chegava a ser triste. - Segundo; deixa de ser um bebê. - empurrou a bebida em direção a Jason. - Bebe. - repetiu.

Ela o deixou sozinho enfim, saindo para fazer sabe-se lá o que queria. Ele olhou sua bebida; ela era magenta - ainda que ele jurasse que fosse roxo - e brilhava. Torceu seu nariz.

Eu nunca bebi algo que brilhasse.

Se lembrou então de um poço, de águas verdes brilhantes e enchiam seus pulmões e boca e o obrigavam a engolir as águas de uma fonte da juventude.

Justo.

Bebeu tudo em um gole, então.

 

xxx

 

No relógio marcava 12:19. 12:19. A última vez que havia checado era 20 minutos atrás e ele jurava que o tinha feito 1 minuto atrás.

O que diabos tinha naquela bebida?

Encarava o fundo vazio do copo, atordoado. Um tanto grogue, Jason assentiu para si mesmo, fazendo uma lista mental de parabenizar Stephanie: ela realmente conseguiu deixá-lo bêbado, ao menos um tanto.

Apertou os olhos, de repente sentindo-os tão doloridos.

Ao reabri-los, viu-se em um novo ambiente, ainda era a sala da fraternidade, claro, mas do bar ele havia acabado em um sofá, com um espaço em branco entre os dois.

O que diabos tinha naquela bebida??

Sentiu o sofá abaixar ao seu lado, para virar-se e ver Cassandra, que o olhava atentamente. Em uma inspeção mais detalha, era possível ver que os pés da vigilante estavam descalços e bem sujos.

- O que aconteceu com seus sapatos? - ele perguntou. - Você deu um fim nele também? - a olhou nos olhos.

Cassandra decidiu não responder.

- Você está bêbado, irmãozinho. - ela afirmou.

Eu sou mais velho que vocês. Virou o rosto para o lado, encolhendo-se no sofá - que provavelmente estava infestado das mais variadas sujeiras.

- Eu bebi - sentiu um olhar crucificante em sua nuca. -, um pouco. - acrescentou.

De alguma forma o olhar só fez piorar.

- Você viu a Steph? - decidiu mudar o assunto, por seu próprio bem.

Ela olhou aos seus arredores, a procura de uma cabeleira loira.

- Não..? - voltou a olhar para Jason. - Achei que ela estivesse aqui. - contou.

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes.

E então uma sirene de polícia começou a tocar.

- Vamos checar.

- Nesse exato minuto.

Ao correrem para o quintal puderem ter uma bela vista de uma enorme fogueira - como ele não notaram o cheiro? -, com cerca de 11 jovens ao seu redor, pulando e comemorando - mas nada de Stephanie.

Havia também as 3 viaturas se aproximando, claro.

- TODO MUNDO SAÍ CORRENDO - um homem gritou atrás dos dois -, CHAMARAM OS TIRAS

E isso foi o suficiente para começar um pandemônio. Universitários corriam e pisoteavam uns aos outros, vestindo suas calças - parando para notar, tinha muita gente seminua por ali - e pegando suas bolsas.

Corriam pelas ruas e para os fundos da casa, fugindo dos oficias que chegavam.

- Acho melhor irmos para dentro. - Jason puxou Cassandra para trás, ainda de olhos vidrados nas viaturas.

- Claro. - ela a puxou de volta.

Dentro da casa havia ainda mais caos, pessoas derrubavam os móveis, em suas escapatórias. Alguns ainda escondiam algumas bebidas - incluindo os tão notórios líquidos brilhantes que Stephanie usou para fazer a bebida de Jason - e jogavam pequeno amontoados de papel em cervejas.

Espera aí.

- Alguém me diz que aquilo não são drogas. - ele bateu com sua mão, que se encontrava estranhamente pesada, sobre seu rosto, negando com a cabeça.

Pelo jeito que um homem deitava-se no chão com olhos vermelhos e esbugalhados, a resposta já estava bem clara.

- Vamos logo, irmãozinho - Cassandra o puxou. -, temos que achar a Stephanie. - o olhou nos olhos.

Cassandra partiu para procurar pelo térreo e Jason subiu os lances de escada para procurar no andar de cima. Ao abrir portas e correr pela casa, ficou bem claro que não era impressão que ele estava lento e desleixado.

Jason xingou mentalmente.

Eu realmente não sinto falta de ficar bêbado.

- Steph, Steph! - a chamou, abrindo as portas em sua procura.

Ao ir em direção ao banheiro, ele realmente deveria estar atordoado, pois logo já havia jogado seu ombro contra a porta, jogando-a para o lado - e a quebrando.

E dentro na banheira estava Stephanie, atordoada e mergulhada em um mar de latinhas de cerveja.

- QUE CARAL-

- Com polícia, sem tempo. - Jason tapou a boca de Stephanie com sua mão, puxando-a para fora da banheira. Aparentemente, polícia era uma palavra chave para a loira, pois ela logo estava em seus pés, pronta para fugir.

- Cadê a Cassandra? - perguntou, e Deus seu hálito estava sinistro.

- Ela está--

- Irmãozinho! - a mesma entrou no banheiro, com pressa.

- -aqui. - Jason respondeu.

Os três abriram a janela do banheiro, que por sorte era na parte de trás da casa e saíram, equilibrando-se sobre o telhado.

- Ah, eu vou vomitar. - Stephanie se inclinou sobre Jason, pondo a mão na boca.

- Deixe essa caralha dentro de seu estômago, Steph, nós precisamos disso. - Jason a balançou pelos ombros.

Isso só pareceu piorar a situação.

- Temos que ir. - Cassandra disse, com uma feição séria.

- Precisamos de um carro de fuga. - Stephanie declarou, e de alguma forma ninguém sequer pensou em descartar a ideia.

Desceram do telhado de forma ágil - ainda que considerada desleixada à suas habilidades comuns - e foram até a calçada, onde um carro de um dos policiais estava estacionado.

Na hora, roubar um carro da polícia, de alguma forma não pareceu uma má ideia.

- Apertem os cintos, desgraçados. - Jason avisou, ligando o motor.

- Jason, você está bêbado. - Cassandra pôs uma mão em seu ombro, hesitante.

- Você quer dirigir? - ele a olhou de forma petulante.

- Vai você mesmo. - deu tapinha inspiradores em suas costas.

- EU VOU VOMITAR - Stephanie gritou do banco de trás, atraindo enfim a atenção dos policiais, que se viraram em direção ao carro prontos para pararem os ladrões.

Com isso Jason pisou na marcha e saiu derrapando pelas ruas, tomando controle do carro e saindo da cena o mais rápido possível, tentando escapar da mira dos policiais recém avisados.

Em pouco tempo já estavam no meio da estrada principal de Gotham, para então notar fatores importantes; Jason não se lembrava do nomes das ruas e suas localizações, e eles não tinham a mínima ideia à onde ir.

E claro, tinha o problema das viaturas na máxima velocidade os perseguindo.

Como se não bastasse Stephanie começou a soluçar do banco de trás, com ombros que iam de trás para frente. Cassandra se virou para e Jason a olhou pelo retrovisor.

- Steph, o que é agora? - perguntou, trocando a atenção da rua para o retrovisor, do retrovisor para rua, e assim foi.

- É só que *soluço* eu tô tão emocionada..! - chorou, com uma cara inchada. Cassandra estava a envolvendo em um abraço, do modo que Bárbara instruiu. - Nós estamos juntos--estamos correndo da polícia--mas estamos juntos..! - soluçou, agarrada no abraço de Cassandra.

Logo soluços surgiram do fundo da garganta de Cassandra, que se juntou a choradeira-- mesmo que lágrimas não estivessem saindo de seus olhos.

- Eu também *soluço* estou..! - afundou o rosto no pescoço de Stephanie, como se escondesse.

- Eu morri, eu voltei e agora estou sendo perseguida pela polícia com meus irmãos! - riu, em meio a lágrimas. - A VIDA É TÃO FELIZ - gritou, soluçando forte.

Álcool era algo verdadeiramente curioso.

- Parem de chorar suas-- e então Jason também começou a chorar.

Os três vigilantes ficaram chorando, em uma perseguição em alta velocidade com a polícia. Cassandra se virou minimamente, olhando para Jason, em soluços secos, pôs sua mão no ombro dele, com sobrancelhas franzidas.

- Por que você está chorando? - perguntou, e Jason pôde jurar que viu uma lágrima.

Ele soluçou.

- É só que-- sabe, eu retiro tudo que já posso ter dito, eu estou feliz por estar vivo - chorou, recebendo olhares doces das duas irmãs. - É bom poder aproveitar a vida com vocês! - admitiu, com um rosto inchado.

- Ohh, Jay Jay isso foi tão fofo-- eu vou vomitar

E então Stephanie estava vomitando nas costas do banco do motorista e Jason estava virando o volante em um grito agudo-- e eles bateram contra uma padaria.

Bem a padaria estava vazia, então não foi nada tão horrível assim.

Em poucos instantes a polícia circulou a loja destruída e em escombros, envolta em uma parede de fumaça.

Jason saiu do carro, prometendo assim mesmo matar Stephanie por sujar o seu cabelo recém-lavado com vomito, mas agora havia coisas mais importantes. Cassandra veio logo atrás de si - não Stephanie, não Stephanie, essa aí estava em uma poça de vômito no banco de trás em puro estado de choque -, também tomando uma postura de luta.

Os dois estavam em cantos opostos do carro, prontos para derrubarem qualquer um que aparecessem em sua frente.

- PODEM VIR SEUS FIHOS DA- e ele tinha levado um cassetete na nuca.

 

xxx

 

A pequena cela na delegacia era apertada e feita para apenas uma pessoa- mas de alguma forma os três estavam lá.

Podia ser pior, claro. Jason se perguntava o porquê de não estar na cela com os criminosos pegos na noite ( ele se perguntou quantos tinham sido pegos pelos os outros- pelos os morcegos ) e as prostitutas.

No final, se tornou óbvio que era porque estavam acompanhados da princesinha de Gotham, Cassandra Wayne em pessoa - ainda que ela ainda fosse chamada de Cain, quando longe de olhares públicos.

-Meu deus - Jason indagou, ao ter tamanha realização. -, eu sou o amigo do jovem rico e mimado que espera o papai ir da delegacia buscar. - escondeu o rosto nas mãos. - A que ponto minha vida chegou?

Ele recebeu um tapa na nuca, vindo de Cassandra.

- eu vou morrer - Stephanie declarou, deitada no chão da cela, com o rosto escondido com seu braço. -, eu nem pude dizer tchau para a mamã-- e então ela voltou a vomitar.

Tanto Jason quanto Cassandra encolheram-se ainda mais no banco da cela, abraçando seus joelhos em tentantivas de proteger seus pés das gorfadas de Stephanie.

- Eu ainda vou ter matado por ter sujado meu cabelo. - Jason disse.

Stephanie apenas deu o dedo do meio.

Logo um policial veio na entrada da cela, batendo seu bastão contra as barras, chamando a atenção dos três jovens embriagados- menos Cassandra, que aparentemente teve como única atividade na festa; dançar.

- O seu velho pagou sua fiança. - o guarda declarou, olhando para Cassandra. Ele voltou seus olhos para Jason e Stephanie, então. - Você também estão liberados.

Mesmo sem dizer nada diretamente, foi bem óbvio que o guarda julgava-os com a força de mil sóis.

Saindo da cela e indo para o hall da delegacia, os três encontravam um bem vestido Bruce Wayne, que socializava com um sorriso estampando na boca com os oficiais.

Jason sentiu uma imediata vontade de sair correndo.

Sem tempo, pois logo o Batman em pessoa virou o rosto para o trio de encrenqueiros, em um olhar frio- tão diferente daquele que usou para conversar com os policiais minutos antes.

- Stephanie, Cassandra - ele parou então, dando calafrios na espinha de Jason. - Jason. - cerrou os olhos.

Todos os três encolheram os ombros, mas Jason tinha certeza que ele era quem estava em mais problemas- porquê era sempre ele, já nem mais chegava a surpreender.

Saíram do precinto, ignorando os paparazzis amontoados em uma chance de fotografar as peripécias de Cassandra Wayne. Já no carro, de alguma forma o clima se tornou ainda mais frio, em um ar difícil de se respirar.

- Então, era para isso que você pediram folga. - Bruce começou, e os três se encolheram. Massageou sua testa, com uma feição cansada. - Stephanie, te deixaremos na casa de sua mão no caminho - avisou, mas de alguma forma isso não tranquilizou a jovem nem ao mínimo ( talvez a mãe dela fosse realmente assustadora, afinal ). -, e Cassandra, saiba que estou extremamente desapontado com suas ações - ela desviou o olhar. -, e que você será levada para a casa de Bárbara. E ela não está nem um pouco feliz. - e ela retornou o olhar em uma fração de segundos, estremecendo.

Bruce olhou para Jason, então.

- Jason - Lá vem. -, o que você fez hoje foi muito perigoso e imprudente. Você poderia ter matado alguém, dirigindo daquele jeito. - desviou os olhos, sem aguentar a pressão do olhar "Batman". - Todos você me deixaram extremamente despontado. - olhou para todos, com uma feição séria.

- E é por isso que tomei esta decisão.

Todos pararam de olharam para as próprias mãos, mudando sua atenção total para Bruce, com olhos arregalados e ombros enrijecidos.

- Você agiram como crianças - contou. -, então serão tratados como crianças.

- Não me diga-- Jason começou, sabendo exatamente onde isso ia parar.

- Eu digo: - Bruce o interrompeu.

Todos seguraram a respiração, sabendo - e torcendo estarem errados - qual seria a decisão da vez.

- Vocês estão de castigo.

Foi necessário tanto Stephanie quanto Cassandra para impedir Jason de atacar Bruce.


Notas Finais


-vcs n fazem a minima ideia o quanto isso demorou *chora*-
EU VOU DORMIR NINGUÉM ME ACORDE


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