História Aventuras na Faculdade- Nossa eterna aventura - O lado bom da vida- parte 4

DELEGACIA- 7:03

O coração está disparado, as mãos estão frias, o corpo está duro. Tudo parece estar em câmera lenta. 

-Wendy.. - uma voz abafada é ouvida

Sua respiração está ofegante, seus olhos se movem para todos os cantos, alertas como os de um gato. As vozes abafadas e baixas, o ar sufocante, o calor já insuportável desde manhã. 

-WENDY! - chacoalha a menina a sua frente

Wendy- Lucy-san.. - disse meio atordoada

Lucy- Natsu.. Ela não está bem - olha preocupada para o rosado

Lucy estava ajoelhada na frente da Wendy. Natsu estava olhando para as duas com as mãos nos bolsos. 

Wendy- Não. Estou bem. É o calor 

Natsu- Wendy.. - colocou a mão no ombro da menina- sabemos o quão nervosa você está para conversar com o Romeo, mas jamais se esqueça, você não está sozinha- sorriu para ela 

Wendy sentiu-se muito melhor ao ver o sorriso do Natsu. Ela sorriu em resposta e os três entraram. 

Lucy- Com licença senhor

Oficial- Posso ajudá-los senhorita? 

Lucy- Viemos ver Romeo Conbolt

Oficial- sinto muito senhorita, mas não sei de quem está falando.. 

Natsu- Ele veio pra cá um pouco depois do tornado. Foi preso durante um Baile de Máscaras. 

Oficial- Ah! Sei de quem estão falando. Mas ele não está mais aqui

Lucy- O que? Soltaram ele? 

Oficial- Não. Ele foi transferido

Lucy- E para onde? 

Oficial- Para um Hospital Psiquiátrico 

Wendy- o...que... ? - sussurrou 

Natsu- Por que ele foi transferido pra um hospital psiquiátrico? 

Oficial- informações confidenciais. 

Lucy-Faz quanto tempo que ele foi transferido? 

Oficial- Uns cinco dias. 

Natsu- Ok. Muito obrigado. - disse pegando as chaves e abrindo a porta 

Lucy pegou na mão de Wendy e saíram. 

Natsu- Lucy, ligue para a Juvia

 

NA FRENTE DO HOSPITAL PSIQUIÁTRICO- 7:58

Lucy- Ela está vindo. 

Um carro estacionou em frente ao Hospital, que ficava em uma colina meio afastado da cidade. Era um casarão branco e muito bem cuidado, envolto por uma paisagem completamente verde, repleta de árvores grandes e vistosas, arbustos e pedrinhas ornamentais. 

Juvia- Bom dia! - saiu sorrindo 

Gray- Bom dia pessoal- saiu também 

Natsu- Gray, Juvia valeu por virem.. Desculpa chamar vocês assim cedo, mas precisávamos da ajuda da Juvia. 

Juvia- Juvia já estava acordada e Juvia entende a situação delicada

Lucy- Então, vamos? 

O grupo caminhou até a entrada do Hospital. 

Secretária- Bom dia, posso ajudá-los? 

Juvia- Bom dia, meu nome é Juvia e esses são meus amigos. Sou estudante de Psicologia da Universidade, gostaria de fazer uma visita para um paciente que foi transferido de uma delegacia pra cá. - mostrou a carteirinha de estudante 

Secretária- Hmm.. Infelizmente senhorita Juvia, só deixamos entrar algumas pessoas na visita. Você pode entrar, mas dos seus amigos, somente dois poderão entrar.

Juvia- Tudo bem. Quem vem comigo?- voltou-se para o grupo

Natsu- Eu vou.

Wendy- E eu.

Lucy- Tudo bem. Esperamos aqui na entrada

Juvia- Lucy-san..

Lucy- Sim?

Juvia- Não chegue muito perto do meu Gray-sama... sim?

Lucy- .... s..sim...

Gray- Juvia... - colocou a mão na testa tampando os olhos, suspirando.  

 

Nos corredores do Hospital

Natsu, Wendy e Juvia seguiam um enfermeiro, até chegarem em uma ala comum dos pacientes. Em uma janela, Wendy avistou os cabelos negros do rapaz que procuravam. Sua respiração parou instantaneamente, sua cabeça tonteou e a visão ficou levemente escura.   

Wendy- Romeo.. - sussurrou 

O rapaz virou-se na hora que ouviu seu nome e seus olhos encontraram-se com os de Wendy. Eles ficaram em silêncio. 

Enfermeiro- Ele está aqui por pedido dele mesmo. Romeo é um paciente tranquilo, chegou aqui completamente conturbado, mas agora está aos poucos se recuperando e acalmando-se. 

Juvia- Eu gostaria de ver o médico responsável por ele, se for possível. 

Enfermeiro- Claro, venham comigo. 

Natsu- Wendy

Wendy- Eu vou ficar aqui. - disse firme, de costas para o rosado 

Natsu- Se precisar de algo, grite ok? 

Wendy- Ok

Na ala onde estavam Wendy e Romeo haviam poucos pacientes

 

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Wendy olhava para Romeo e tudo o que via eram seus olhos vazios, sua face magra, sua pele sem vida e um.. meio sorriso.. Ele estava sorrindo levemente, diferentemente da ultima vez, que lhe dirigiu palavras rudes e um olhar de ódio. A garota, sentiu uma onda de calma invadir seu corpo. 

Ela foi aproximando-se dele, seus olhos não se desviavam. Até que chegou no sofá ao lado da janela e ficou de frente para ele. 

Romeo- Wendy Marvell.. 

Wendy- Romeo.. 

Romeo- A que devo essa visita? - perguntou, finalmente desviando o olhar para a paisagem lá fora 

Wendy- Romeo.. Eu... Eu preciso.. 

Romeo- precisa? - disse ainda olhando pela janela 

Wendy- O que houve? O que aconteceu? O que te fizeram? 

Romeo ficou em silêncio. Ele olhou para a menina a sua frente e sorriu de novo, mas dessa vez um pouco triste. 

Romeo- O que quer saber exatamente? 

Wendy- Desde quando você estava acordado? 

Romeo- Mais ou menos seis meses. 

Wendy- Você estava consciente? Lembrava de tudo? 

Romeo- No início não... Mas aos poucos fui lembrando, porém da pior forma possível. 

Wendy- Como assim? 

Romeo olhou para baixo e sua expressão tornou-se um pouco sombria, seus olhos ficaram tristes e levemente assustados. 

Romeo- Você conheceu o Kino? 

Wendy sentiu um frio na espinha e respondeu- Sim, infelizmente confiei nele, mas foi um erro. 

Romeo- Ele foi o primeiro e único a saber que eu estava acordado já. E.. ele me impediu de anunciar que eu estava acordado. 

Wendy- Como assim?

Romeo- quando eu finalmente me lembrei de quem eu era e do que fazia ali, ele me trasnferiu para uma ala que não poderia receber visitas

Wendy- Lembro disso. Ele disse que você tinha mostrado um quadro instável e por isso deveria ficar em observação e isolamento por um tempo. 

Romeo- Esse tempo foi o suficiente para que ele me convencesse de que eu deveria obedecer ás condições dele 

Wendy- convencer? 

Romeo- Wendy.. Ele não é um médico. Ele é um maluco, psicopata, masoquista... 

Wendy ficou horrorizada com aquela frase. Diversas hipóteses passaram pela cabeça dela, do que poderia ter acontecido naqueles dois meses em que ele ficou isolado somente com o Kino, sem ninguém saber que ele estava acordado. Sem receber ajuda, sem ter esperança. Ela sentiu o perto apertar

Wendy- Romeo.. Eu.. Me.. 

Romeo- Ele fez uma espécie de tratamento de choque em mim e pelo o que ouvi, em outros pacientes também. Eu ouvia os gritos deles.. As súplicas.. Tudo.. Assim como eles também me ouviam sendo torturado, suponho. - disse ainda de cabeça baixa 

Wendy- e por que isso tudo? 

Romeo- Kino queria uma coisa muito específica de mim.. Informações.. 

Wendy- Informações? Mas como você ia conse--- 

Wendy parou e arregalou os olhos. 

Wendy- Meu Deus- colocou as mãos na boca - minhas visitas! 

Romeo- Ele estava fissurado no fato de que eu teria acesso a todas as informações que você me contasse do dia a dia.. Do seu e dos seus amigos.. Então ele me torturou, me manipulou, me programou para te odiar. Sempre que você aparecia, eu tinha que contar que fingir estar em coma ainda e depois deveria contar tudo o que eu lembrava e ainda assim era altamente torturado, para ele saber se eu não estava escondendo nada. Foi assim nos ultimos quatro meses. 

Wendy- E eu te visitava todos os dias... Foi assim que ele soube do número do telefone da Lucy, dos detalhes da vida de todo mundo. 

Romeo- ele sabe muito sobre vocês através de mim. 

Wendy- e de mim.. - disse pesarosa 

Romeo pegou nas mãos da Wendy e apertando-as, disse: 

Romeo- Wendy.. 

Wendy levantou os olhos marejados 

Romeo- Me perdoa por ter feito você passar por coisas horríveis... Me perdoa por ter dito que você era culpada.. Você não é culpada por absolutamente nada. Eu.. só quero que você saiba que eu sinto muito, sinto muito mesmo. 

Wendy- Romeo.. 

Romeo- Eu vou ficar aqui mais um tempo, até tirar o Kino da minha cabeça.. - soltou as mãos da menina 

Wendy- E.. seria seguro.. eu vir te visitar? - deu um meio sorriso 

Romeo corou levemente e ficou sem reação frente a pergunta da menina. 

Romeo- eu gostaria, se não fosse te incomodar.. - sorriu 

 

No consultório do médico

Juvia- Entendo. Romeo teve uma espécie de uma experiência traumática..

Médico- Acredito que ele vá se recuperar logo. Romeo está se esforçando bastante, mas ainda tem algumas recaídas. Não é todos os dias que vemos um caso de tortura e manipulação nesse nível. Eu já tinha só ouvido falar de um caso desses ha décadas atras. Mas só ouvi falar mesmo, nada confirmado.

Natsu- Tem alguma ideia de que tipo de pessoa poderia fazer isso?

Médico- Só traçando um perfil psicológico dessa pessoa..

Juvia- Juvia vai tentar dar um pré perfil.. - disse séria- esse tipo de pessoa é inteligente, perspicaz, fria, calculista, provavelmente sofreu muitas perdas importantes na infância e tem uma auto estima bem elevada.

Médico- Talvez por ter tanta auto estima, ele possa cometer alguma falha e ser pego.. Esse tipo de pessoa não faz um perfil de um psicopata "comum"  

Juvia- Sim, precisa ser um tipo de pessoa que possua um objetivo muito bem traçado e tenha ciencia de que o que está fazendo é errado. Ele se delicia com o desespero das pessoas e se excita muito fácil. Hmmm.. Muito estranho.. Esse tipo de pessoa não costuma se formar tão fácil em Medicina. Porque não consegue fingir que não gosta mais do sofrimento que do bem estar.. 

Natsu- Mas ele é formado em Medicina.. 

Médico- Existe uma possibilidade, mas bem remota. 

Um celular começa a tocar

Natsu- Ah, perdão.. É meu irmão.. Preciso atender.. - ele levanta-se e sai do consultório- Fala Zeref

Zeref- Reiji e Erza querem uma reunião urgente.. O pai está chegando daqui a pouco em casa. 

Natsu- Ok. Acho que aqui já conseguimos as informações que precisávamos.. 

Zeref- Nos vemos em casa daqui a pouco então.. 

Natsu- Beleza. Falou! 

Zeref- Falou! 

 

 

 

Continua...