História Aventuras na Faculdade- Nossa eterna aventura - Olhos da alma

HALL DO HOSPITAL PSIQUIÁTRICO 

Romeo acorda com uma mão ajeitando seus cabelos; ele estava um pouco sonolento e por isso demorou um pouco para se localizar e lembrar o que fazia ali. Logo lembrou de tudo e deu um pulo no sofá. Ele enxergou um sorriso. 

-Oh finalmente acordou.. Você fala tanto enquanto dorme.. - falava uma voz macia e suave- Você não se permite descansar direito sabia?! Pode fazer muito mal pro seu corpo.. 

Romeo- Wendy!! - falou alto e a abraçou com os olhos completamente marejados 

Wendy- Romeo.. fale mais baixo hahaha - disse ainda serena- não vamos incomodar o casal.. - apontou para o sofá da frente 

Romeo afastou-se do ombro da Wendy, mas não tirou os braços do pescoço dela e observou a quem ela se referia. Ele viu Rogue e Ivie dormindo praticamente abraçados e juntinhos no sofá. Eles estavam em um sono pesado e aparentavam estarem cansados. 

Wendy- Romeo.. 

Romeo virou-se para frente e deu de cara com Wendy, seus rostos ficaram muito próximos. Eles ficaram se observando por alguns instantes.

Romeo- Ah! Desculpa! Sim? Queria falar algo? - se soltou dela e ficou distante sem graça 

Wendy- Ah! É... queria.. Bom.. an... 

Romeo- Estou feliz que você esteja bem.- pousou sua mão sobre a dela 

Wendy olhou para as mãos juntas e entrelaçou seus dedos com os do rapaz. Romeo ficou corado e Wendy sorriu do mesmo modo. Eles ficaram se olhando mais um pouco mais. Romeo com a outra mão afastou os cabelos de Wendy que caíam em cima do seu olho esquerdo e delineou o canto do rosto da garota com a ponta dos dedos. Wendy fechou os olhos e abaixou a cabeça envergonhada. 

Romeo- Wendy.. Você nos assustou.. - disse com tristeza em sua voz 

Wendy- Eu não lembro de nada que aconteceu. Só lembro de entrar no corredor e depois tudo ficou escuro. Depois que passei da porta é como se tivesse entrado em um túnel do tempo e acordei aqui. - disse confusa

Romeo- Entendi. Bom, vamos esquecer isso por enquanto e aproveitar que você está bem - sorriu para a menina 

Wendy- Romeo.. Por que você ainda está aqui nesse Hospital? 

Romeo desfez o sorriso e ficou olhando para o rosto da menina que o indagava séria. 

Romeo- Porque eu--

Wendy- Vem morar com a gente! - disse de sopetão 

Romeo ficou atônito, perdeu as palavras até o ar e ficou olhando para a menina que acabara de falar sério e não dava sinais de estar brincando. Ele ficou sem saber o que responder. 

-Ela tem razão Romeo. 

Wendy e o rapaz levaram um susto e soltaram gritos abafados por suas mãos. 

Romeo- Cacete!! Não dá esse susto Henry!! 

Enfermeiro- Desculpa. hehehe. Mas enfim, não pude deixar de ouvir- apontou para o balcão que ficava mais ao fundo do salão, onde estava sentado lendo sua revista- escute, faz um tempo que estamos conversando com você sobre sua saída. Você não tem porque estar aqui, suas sequelas melhoraram quase 100%, as suas recaídas seriam evitadas estando perto de familiares e amigos. - piscou- Bom, vou pegar algo para vocês beberem, já que acordaram. - sorriu e saiu pelo corredor lateral ao lado do seu balcão 

Wendy- Romeo.. Por que você nunca nos falou que já estava melhor? 

Romeo- Eu não quero voltar para o mundo lá fora Wendy. Não me sinto pronto para estar em contato com a confusão do dia a dia. - olhou para baixo 

Wendy- Você, você, você, você.. Romeo, quando vai perceber que com essa turma nunca estará sozinho? - ela fez uma pausa e com os olhos baixos e a face levemente corada completou- Eu também estou aqui sabe.. Vamos fazer isso juntos. 

Romeo sentiu sua face arder e não soube onde olhar, ele ficou desconsertado pelas lindas palavras da menina que ele sentia muito mais que amizade. Wendy evitou de olhar para Romeo, ela apenas olhava para baixo, com o peito acelerado e o rosto quente. 

Enfermeiro- Voltei! Trouxe chocolate quente!- entregou canecas para o casal, fingindo não notar a vermelhidão no rosto deles

Duas pessoas se encaravam no frio da madrugada na parte de fora do Hospital psiquiátrico da cidade. A brisa gelada da madrugada dava um ar de seriedade para o enfrentamento de dois irmãos. 

Kanato- COMO VOCÊ PÔDE?!

O ruivo apenas ajeitou seu chapeu e olhou com certo ar de inocência forçada.

Laito- Não sei do que está falando irmãozinho.. - sorriu 

Kanato não sabia porque mas estava tremendo frente ao ruivo. Ele sentiu algo dentro do seu peito ser despedaçado e sentia que seus lábios, sua voz, sua firmeza estavam por um fio. 

Kanato pensamento- NÃO! Eu não vou fraquejar na frente do Laito! Recomponha-se Kanato Sakamaki!!

Laito- Então, terminamos? - disse aproximando-se do irmão

Kanato inconscientemente dava passos para trás assim que o irmão avançava em sua direção. Ele só conseguia ver os olhos verdes vivos do irmão avançando para ele e sua vontade era de recuar e somente recuar. 

Kanato- Laito! - chamou o irmão alto 

O mesmo parou. Eles ficaram se olhando. 

Kanato- Por que? por que está agindo assim? Por que fez isso com a Wendy? Por que terminou daquela maneira com a Ivie? Por que se afastou de todos? Por que não está... sendo mais você? - disse pausadamente essa ultima indagação 

Laito ficou em silêncio olhando para Kanato, seu olhar de relance havia mudado e retornado ao Laito de sempre, brincalhão mas corajoso, bom e forte. Mas esse lampejo não durou muito e logo tornou a sustentar o mesmo olhar que Kanato temia. 

Laito- Kanato... - falou sensualmente, o irmão ficou estático, Laito aproveitou para aproximar-se dele- eu não faço a mínima ideia do que você está falando sobre a Wendy, mas quanto a Ivie, digamos que eu cansei de ser tratado como um cachorro por ela.. Ela é mesquinha e controladora, tudo tem que ser na hora e do jeito dela. Apenas disse a ela as verdades que ela sempre soube, sobre mim. Reprimi o que sou durante muito tempo, enquanto ao lado dela, mas agora... agora eu quero fazer aquilo que faço de melhor.. E o que eu faço de melhor irmaozinho? - passou a mão no rosto do irmão que estava branco 

Laito agilmente e com força empurra Kanato que não tem tempo para controlar os movimentos e acaba no chão, na grama gelada. Laito está em cima dele, de quatro olhando para o fundo dos seus olhos. Kanato estremeceu. 

Laito- Vamos, a pergunta não é muito complicada.. - sorriu- o que eu faço de melhor? 

Kanato teve um bloqueio e apenas abriu a boca da qual porém, não saiu voz alguma. 

Laito- Perdeu as palavras? Não estou---

Kanato- CHEGA- gritou não contendo mais a avalanche de coisas que sentia - Chega por favor Laito.. - seus olhos começaram a ficar marejados e a voz trêmula- volta, volta pra gente. Eu quero meu irmão de volta! Quero que a Ivie realmente seja minha cunhada, não só por consideração, quero todos juntos novamente. Por favor! Deixa a gente ajudar no que quer que esteja acontecendo! 

Laito escondeu os olhos, abaixando a cabeça e escondendo-os com a sombra do chapeu. Apenas seu sorriso era mostrado. O ruivo ficou ouvindo os soluços do irmão que escondia os olhos com as mãos. Finalmente quando Kanato acalmou-se, Laito fez um gesto inesperado. 

O rapaz de chapeu abraçou o irmão. 

Kanato ficou sem entender, apesar das lágrimas se intensificarem, ele não chorou como fizera segundos antes. Apenas ficou sem reação frente a atitude do irmão. 

Laito desfez o abraço, levantou-se do chão e estendeu a mão para Kanato. O irmão aceitou a ajuda, mas antes que pudesse agradecê-la, o ruivo virou-se e foi embora sem dizer qualquer palavra muito menos olhá-lo nos olhos. 

Kanato- Laito... 

AVIÃO...

As luzes estavam sendo apagadas e a maioria dos passageiros dormia. 

Enquanto isso, em uma das poltronas reclináveis, uma pessoa olhava para a tela do comutador fazendo vários cálculos. 

Mavis- Zeref, pelo amor de Deus, desliga isso e dorme! - fechou a tela do notebook do moreno que a olhou incrédulo

Zeref- eu estava quase terminando!!! 

Mavis- Tava salvo filho.. Calma. - virou-se para o lado e voltou a cobrir-se com a manta branca do avião 

Zeref guardou o notebook na bolsa e olhou pela janela, era tudo escuridão agora. Eles estavam em alto mar a essa hora e por isso não havia nada para se observar, apenas contemplar a escuridão. Seus olhos começaram a pesar e ele finalmente pegou no sono. 

Lucy- Acho que o Zeref dormiu.. - olhou para trás 

Natsu- Depois dessa bronca da Mavis.. hahahaha - riu baixinho 

Lucy- Se importa se eu deixar a luz acesa mais um pouco? 

Natsu- Claro que não. Assim tenho mais tempo para te olhar antes de dormir- pegou nos longos fios da loira e levou-os até perto do rosto, sentindo o perfume inconfundível do seu shampoo. 

A loira ficou envergonhada e escondeu seu rosto e olhar na leitura de um livro novo que Natsu comprara para ela na livraria do aeroporto. Era muito interessante e ela já estava na metade da brochura. 

Natsu- Ei.. Vai ficar lendo esse livro até quando? Te dei pra passar o tempo e não ficar o tempo todo.. 

Lucy- E-le está mu-muito interessante.. - gaguejou 

Natsu- Luce, o que há com você? Faz quase um mês e meio que você está me evitando quando estamos sozinhos. O que há? Eu fiz algo? - perguntou um pouco magoado 

Lucy- Não! Eu só.. An... 

Natsu- Entendi.. - respondeu cabisbaixo- boa noite Luce- deu um beijo na bochecha da loira e virou-se para o lado oposto afim de dormir 

Lucy- Natsu.. Eu... - ela ficou em silêncio olhando para o rosado 

A loira olhou ao redor depois e notou que todos os casais estavam acomodados. Jellal e Meredy dormindo abraçados; Mira e Laxus dormiam com suas cabeças encostadas; Zeref e Mavis de mãos dadas; Erza dormindo no peito de Reiji que ainda estava acordado, lendo, enquanto sua outra mão fazia carinho nos cabelos ruivos da garota descansando. Ela abaixou os olhos e virou-se para o lado oposto, aninhando-se e dizendo baixinho:

Lucy- O que eu tenho? 

EM TERRA FIRME, EM UM BAR... 

-Vejo que conseguiu executar a primeira parte do plano com êxito. Meus parabéns.. - chegou batendo palmas 

- Não me venha com gracinhas Kino, hoje não estou para isso! - disse entornando outro shot de uma bebida qualquer 

Kino- Ora, ora Laito. O que foi? Seu irmão te deixou sentimental? 

Laito olhou de canto para Kino, com uma aura ameaçadora. 

Laito- Já disse para não me seguir!! 

Kino- Eu sei, eu sei.. - levantou as mãos rendendo-se- mas precisava confirmar suas ações. Sei que voltou lá para verificar se a menina tinha sido achada, e realmente foi.. Mas achei interessante o inesperado.. Seu irmão mais próximo.. Estar lá e te confrontar. 

Laito ficou em silêncio e colocou mais bebida em seu pequeno copo. 

Kino- Estamos de acordo com a segunda parte ainda? Ou você gostaria de reconsiderar? - disse sorrindo macabramente 

Laito- Não voltei atrás até agora, não será nessa parte que eu darei ré. - disse meio enrolado 

Kino- Talvez por que envolva sua ex e o, bom acredito que se não é, está pra ser, o atual namoradinho dela. 

Laito- Vai ser um prazer para mim. - entornou a outra dose

Kino- Só não beba demais Laito. - deu dois tapinhas nas costas do ruivo e saiu do bar 

Laito debruçou-se na mesa

Laito- eu preciso.. para esquecer os olhos do Kanato.. 

Continua..