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História Awakening - This is my awakening.


Escrita por: mryiero

Notas do Autor


Yay, pessoinhas! <3 Eu terminei de escrever ainda agora e estou nos feels dessa história, talvez um pouco sentimental ainda, mas vida que segue. (ou não, rs)
ANTES DE MAIS NADA: se encontrarem algum erro, me perdoem. O motivo de eu não ter revisado com mais calma ou postado mais tarde, é que tenho que resolver uns probleminhas da faculdade e preciso sair daqui a pouco. Daí, antes que eu volte cansada e desanimada com a vida, decidi postar antes de sair.
Isso quer dizer que: VOU RESPONDER OS COMENTÁRIOS QUANDO VOLTAR, FIQUEM CALMAS.

Bom, essa é a última parte, ela tem mais cenas e momentos, mais emoções, mas gosto muito da linha de pensamento do Frank aqui, porque acredito que seja algo parecido com ele. Não que eu me ache a entendedora mundial de Frank Iero, mas acho que tá um pouquinho coerente. (eu espero)

Não vou me estender muito, então, o de sempre:
Tenham uma boa leitura e comentem, se possível. Se não, TÁ TUDO BEM TAMBÉM, GENTE. <3

Capítulo 3 - This is my awakening.


Parte 3.

 

 

 

 A minha cama era uma completa confusão.

 Um caos de folhas, envelopes, lágrimas, lençóis e folhas do meu caderno e rabiscos que eu havia feito após ler aquilo tudo que Gerard havia despejado em mim. Nada era mais desesperador do que aquele cenário… Quer dizer, havia uma coisa e ela… Aliás, ele, estava sentado no meio daquilo tudo, com a ponta do nariz vermelha e inchada, os olhos lacrimejando e raiva estampada em sua face.

 Não, certo… Não era raiva. Era frustração.

 Um total sinal de impotência de minha parte por simplesmente não saber o que fazer. Eu havia chorado, gritado, empurrado aquelas cartas para longe, até rasgado algumas… Somente para juntá-las novamente e me encolher, naquela cama de hotel, relendo cada frase ou simples palavra. E era tudo o que eu havia imaginado.

 Nada de textos grandes e profundos, cheios de metáforas, nada de “Frank Iero e seus dramas”. Ele era direto, muito direto… Eram folhas e mais folhas de respostas curtas, de sentimentos, das primeiras frases que provavelmente vinham em sua mente quando Gerard leu cada uma das minhas postagens e músicas. O maior dos textos falava sobre os meus olhos, detalhando cada microdetalhe de cores e toda uma vida que ele via em mim. Uma vida ao seu lado e que sabia que estávamos disperdiçando com uma sequência quase infinita de mal etendidos e dramas de ambas as partes. Aliás, da minha… Gerard só tinha medo.

 E todo aquele medo parecia ter sido dilacerado, pedaço por pedaço, ao que eu acompanhava a intensidade e o aprofundamento de cada “carta” escrita por ele. A inicial com um simples “Sinto tanto a sua falta, pequeno” perdendo miseravelmente para a última. E não é que aquela em questão fosse extensa e cheia de floreios. Ela era a menor de todas, mas a que mais havia me impactado e havia me deixado literalmente no chão. Eu não tinha forças… Eu não havia sido preparado para aquilo.

 Anos conhecendo Gerard, sabendo exatamente como ele se sentia e cada reação dele à atitudes minhas, não responderiam aquilo. Era uma parte de Gerard que havia escondido até de mim, aquele que sabia cada pedaço vergonhoso, sorridente e até mesmo obscuro dele... Era a parte em que ele me amava de verdade. Além das palavras, dos sussurros, dos toques… Das pequenas loucuras que fazia por mim e para mim, era a prova que eu tanto havia implorado para ele indiretamente.

 Em todas as discussões, em todos os gritos… Era aquilo que eu ansiava, que Gerard reconhecesse os meus sentimentos, não por necessidade própria ou para se sentir satisfeito em me ver caindo aos seus pés… Que ele me amasse do seu jeito. Não da forma como eu fazia, não com clichês que estávamos acostumados a ver. Com toda sua esquisitice, falta de costume em se entregar… Em se jogar diretamente naquele sentimento que nunca realmente havia tido um fim ou uma pausa. E nem teria.

 O último envelope ainda estava preso entre meus dedos, a carta e algo a mais, ainda guardado ali dentro. Havia lido, relido, guardado e analisado minuciosamente a chave que Gerard havia colocado dentro daquele pedaço de papel. “Ele não poderia estar falando sério”, foi a minha primeira reação, até encontrar todas as dicas tão evidentes em cada carta em que eu mergulhei em memórias e um carinho que parecia explodir dentro de mim.

 “Eu quero construir uma vida com você, Frank.”, essa foi a que mais me arrepiou e a razão das minhas primeiras lágrimas, da minha total falta de equilíbrio e me sentir preso naquele quarto pequeno de um hotel barato, alugado só para que eu dormisse no fim do dia, abrigando aquela solidão.

 “Sinto falta de te fazer panquecas”, aquela era mais boba, fazendo-me sorrir e continuar a ler aquele texto mais extenso. Não tanto quanto falava sobre a cor dos meus olhos, mas talvez o que mais caracterizava o jeito de Gerard em relação ao que tínhamos. Eu quase gritei de euforia, prestes a pegar meu telefone e ligar para ele, a fim de pedir as malditas panquecas e o “cozinheiro” de volta para mim.

 “Panquecas me lembram o nosso primeiro beijo, deve ser por isso que tenho essa obsessão ridícula. Mas é inevitável não me lembrar daquele lanche barato que nós dois dividimos em um restaurante quase no fim do mundo, depois do décimo quinto show da banda. Os outros queriam descansar e você queria comemorar com comida, sempre faminto demais para alguém do seu tamanho… E eu queria passar cada segunda da minha vida ao seu lado, foi exatamente ali que eu me decidi a respeito disso e sabia que não teria mais volta.

 Nós dois comemos apressadamente, sujando nossas bochechas e nossas mãos, antes de sair correndo pela cidade, feito duas crianças, fugindo da chuva e das trovoadas assustadoras, que você sabia que eu morria de medo… Fugindo de todas as futuras responsabilidades que teríamos e do que eu sabia que estava enfrentando, quando me vi tão hipnotizado pelo seu sorriso e toda sua inconsequência juvenil.

 E então, você me beijou… Me puxando para debaixo da marquize da sua loja favorita em NJ (hoje em dia ela está fechada e eu nunca vou esquecer todo o drama que você fez a respeito disso), com a desculpa de que eu estava roxo de frio e merecia ser aquecido. Você tinha gosto de panquecas e morangos… Então, eu também decidi que aquelas coisas, juntamente a você, seriam os meus sabores favoritos de todo o universo. Panqueas. Morangos. Você.”

 Gerard Way era um romântico esquisito.

 O meu romântico esquisito, aliás. E, com aquela carta em mãos, meu corpo tremendo de ansiedade, eu decidi que iria atrás de toda aquela esquisitice e tomá-lo de volta para mim.

 Não, ele não havia me ganhado com histórias sobre panquecas ou como eu era peculiar ao nomear meus cachorros, ele havia me ganhado desde aquela noite debaixo de chuva, em que eu havia perdido toda a vergonha e assumi para mim mesmo que estava completamente encantado pelo meu companheiro de banda. E que eu poderia foder com tudo, dali para frente, mas que eu não mais iria me atrever a esconder… Até provar ser recíproco, até perceber que eu iria morar naqueles lábios pelo resto da minha vida.

 Então, eu vesti minhas roupas na velocidade da luz. Pouco me importei em vestir a mesma calça rasgada de antes, ao que a combinava com um moletom escuro e sapatos gastos. Gerard provavelmente estava usando a mesma roupa de algumas horas atrás, eu o conhecia bem o suficiente para ter certeza daquilo, e eu não tinha tempo para me arrumar. Afinal, eu precisava correr feito um desesperado por toda aquela cidade, correr atrás dele. Talvez pela milésima vez na minha vida. Porém, era a última, definitivamente.

 E, como um furacão, saí daquele pequeno quarto azulado e bagunçado que eu teria que passar o resto da semana, munido de um maço de cigarro, chaves do quarto e meu celular, me perguntando para onde eu deveria ir. E eu estava me xingando mentalmente por ter fugido tão rápido daquela cafeteria, logo cedo, ao invés de pegar cada endereço, telefone ou qualquer rastro que poderia me levar à Gerard naquela cidade.

 Eu não sabia o que fazer, então banquei o idiota, parado no meio da rua movimentada, naquele começo de noite, com o celular em mãos e caminhando, errantemente, ao que checava todas as redes sociais de Gerard. Meu Deus, eu era patético. E orgulhoso demais para fazer uma simples ligação. Não era à toa que éramos drama e mais drama durante todos aqueles anos.

 Achei um simples tweet, um “Preciso de um teloetransporte para evitar aviões”, que me fez sorrir e me segurar para não começar uma cena ridícula de um musical punk-rock romântico no meio da rua. O bastardo sabia, havia me dado a isca e sabia que eu iria atrás dele depois de tudo. Por um lado, eu poderia me sentir um idiota por estar repetindo todos os erros que jurava não mais executar, mas, por outro… O mais forte deles, eu sabia: eu não mais iria me impedir de tentar ganhar a minha felicidade de volta.

 Lá estava eu, dentro de um táxi, minutos depois, inquieto até o último fio de cabelo, tentando arrumar desculpas para não fazer aquilo. Não havia mais… Ele poderia me machucar, eu machucaria ele, mas era ainda pior quando estávamos distantes. Não, não éramos masoquistas, eu até acreditei nisso por um tempo, mas agora eu via com clareza, que eu precisava dele e ele precisava de mim, para que consertássemos um ao outro, de alguma forma... E ele havia dado o braço a torcer primeiro. Gerard havia cedido, não eu, com aquelas cartas, indo atrás de mim, me mostrando que era “okay” ser dele novamente.

 Eu funcionava melhor sob o seu olhar acusador e seus sermões de horas sobre como eu deveria ser o cara doce de sempre, quando eu era estúpido demais sem motivo… E ele parecia tão calmo nos meus braços, após alguma crise de ansiedade ou sua súbita vontade de largar tudo, que não havia outro lugar no mundo em que pudesse se sentir seguro. Éramos dois loucos, não só pelo amor, mas pela vida… E com todas as diferenças brutais, ainda era ele quem aceitava e não me queria de outra forma que não fosse daquela: brigando por besteiras, sendo uma drama queen, mas, no fim do dia, morando em seu corpo, em seus lábios e em todos os sorrisos que poderia me arrancar.

 Só consegui me acalmar, quando enfim avistei o aeroporto de LA em toda sua grandiosidade. Eu estava realmente me perguntando como diabos iria encontrá-lo, enquanto indicava um ponto ao taxista, para que estacionasse, em meio a tantas pessoas e ainda chegasse a tempo de não vê-lo entrar em uma merda de avião para longe de mim, quando vi aquele vulto acinzentado a poucos metros dali. Eu era o cara mais sortudo do mundo.

 Gerard era o mesmo cara daquela noite cheia de panquecas e beijos escondidos na calada da noite. Ele podia usar aquelas mesmas roupas estranhas, parecer exausto e mal lavar o cabelo direito, mas o sorriso e a histeria clara que o tomou, assim que me viu saltar daquele carro, eram os mesmos. Era olhar para ele e saber que os meus medos estavam chegando ao fim… Que seu sorriso tão bonito (aqueles dentinhos pequenos e irregulavelmente estranhos iriam me matar) e bochechas coradas pertenciam ao Gerard que, dali em diante, não mais perderia o Frank. O mesmo garoto que correu com ele pelas ruas de NJ e que, agora, corria novamente, atravessando a vida diante do aeroporto, em meio a carros, malas e pessoas.

 E foi até seu encontro, para não mais lhe dar as costas.

 Um Frank à flor da pele, com os olhos repletos de lágrimas contidas e uma vez que parecia falhar, ao que me postei bem diante dele, a diferença de altura sempre me fazendo erguer um pouco para encontrar aqueles olhos verdes. Novamente, pensei em como estava fazendo tudo de novo… Dando-lhe outra chance, depois de várias, depois de tanto cair e saber que eu era um desgraçado em dizer que não queria mais me magoar, mas que, no primeiro “Você é lindo” vindo dele, o traria de volta para mim em dois segundos. Eu era completamente louco, tão insano quanto ele.

 Eu era mesmo o melhor em ser o pior… E ser pior, na minha língua, era passar de todos os limites por aquele amor. E valia a pena.  

 Sempre valeria.

 

- Eu aceito morar com você. – Eu poderia fazer uma declaração enorme, toda poética e profunda, como fazia em meus textos, mas não tínhamos mais tempo e idade para aquilo. Queria ser direto, olhando em seus olhos e vendo-o quase deixar sua bolsa esquisita cair no chão, ao que sussurrava um “Como disse?” surpreso.

 

 Sinceramente, Gerard, você me conhece e sabe muito bem que eu era completamente inconsequente. E que aquela seria a minha única resposta para a chave e a única pergunta escrita na última carta que havia feito para mim.

 “Quer morar comigo?” era muito mais significativo que uma maldita aliança. Era Gerard praticamnente se expondo… Aquele cara que era solitário, que se fechava para o mundo, queria repartir o seu universo comigo. A ideia poderia ser catastrófica, julgando pelo nosso histórico estranho, mas… Nós ficaríamos bem.

 

- Morar com você, seu idiota redondo. – O apelido o fez franzir o nariz, em meio a um prender a risada e uma indignação, então, eu prontamente me aproximei mais, cutucando seu ombro com meu indicador, como uma criancinha que queria atenção. E era basicamente aquilo no qual eu me transformava quando estava com ele. – Mas você precisa separar suas canetinhas e coisinhas de colorir, eu vou precisar de espaço. – “São canetas e materiais caros de desenho, Frank”, ele sempre responderia naquele tom, caindo mais uma vez em uma das minhas implicâncias, enquanto eu sorria delicadamente, fungando um tanto, para que eu não chorasse bem diante dele. Ah, meu Deus, eu não mudava mesmo. – Que seja. Eu quero espaço para os meus cachorros.

 

- Mais alguma exigência? – Gerard segurou meu punho, antes que eu “perfurasse” seu ombro com meu dedo, de tanto que o tocava ali, e eu prontamente me desfiz daquele toque, somente para puxá-lo pela alça da bolsa, deixando-o um pouco mais rente a mim. Eu sei, estávamos em público, ele iria morrer do coração, mas… Que se foda. “Panquecas. Todos os dias, até enjoarmos.”, sussurrei com a voz um tanto embargada, a mesma mão subindo um tanto, ao que eu tomava toda a intimidade que sempre teríamos de volta. Levei meus dedos para aqueles cabelos bagunçados, ajeitando-os, ao que Gerard fechava os olhos delicadamente, entregando-se a um carinho que não era muito bem um carinho, mas que parecia ser a espécie de toque que esperava há meses. – Tudo bem… Só não se enjoe de mim também.

 

- Nunca. – Respondi, antes de perder a coragem e projetar meu corpo contra o dele, apenas para lhe roubar um toque sutil de seus lábios. Nada muito profundo, nada muito lento, nós dois ainda precisávamos trabalhar em demonstrações de afeto em público, mas, ao julgar pelo sorriso e o corar brusco de Gerard, assim que me afastei e tratei de puxá-lo pela mão, para que dessemos o fora dali, eu havia ido bem.

 

 Se éramos observados ou julgados? Nem eu, muito menos ele, se importou, havia algo ali muito maior do que qualquer preconceito do mundo ou qualquer receio em sermos reconhecidos. Antes de qualquer preocupação a respeito daquilo, nós precisávamos nos ajeitar, nos aceitar e trabalhar qualquer mágoa (principalmente as minhas, vale aqui constatar) para que pudéssemos pensar em nos expor.

 Era um caminho árduo? Claro que era, mas eu estava disposto a percorrer. Afinal, dessa vez eu não estava sozinho.

 

***

 

- Você acordou primeiro… – A voz rouca e preguiçosa de Gerard me despertou dos meus desvaneios, ao que o cigarro pousava entre meus lábios, fazendo-me segurá-lo prontamente entre os dedos, para que não caísse sobre a cama e, consequentemente, nele e em seu corpo desprovido de todas aquelas roupas esquisitas. Poderia falar que nós havíamos desocupado aquela cama de suas cartas (vulgo: empurramos tudo para o chão, assim que chegamos ali) para um bem muito maior? Pois então.

 

- Queria fumar um pouco… – Ronronei, fechando um tanto meus olhos e sentindo seu braço apertar-me pela cintura, trazendo-me mais para si, embora nós dois já estivéssemos grudados, emaranhados naquele lençol. Sem roupa alguma, nossas peles arrepiadas roçando-se em um contato que sempre me causaria a mesma sensação de torpor, de viajar para um local incrível e nunca mais querer voltar.  

 

 Achei que quando acordasse, naquela manhã, após uma madrugada não muito digna de descanso, eu iria sair rolando do colchão, pegar minhas coisas e deixar Gerard sozinho naquela cama, deitado de bruços e dormindo feito uma pedra. Mais uma vez, eu havia enganado a mim mesmo, assim que acordei e me esgueirei, não para sair, mas sim para pegar aquele maço de cigarros e voltar a me aninhar em seus braços, fazendo-o parcialmente jogar seu peso sobre mim e resmungar alguma coisa sobre eu não parar quieto.

 E eu sorri, ascendendo aquela merda, ao que voltava meu corpo em sua direção e o observava dormir serenamente, uma exaustão clara causada por mim e o quanto eu insistentemente pedi para que matasse toda a saudade que sentia de mim. Gerard não se deu por rogado e eu, muito menos. As marcas em suas costas e nas minhas, os beijos que ainda podia sentir por cada extremidade minha… Tudo parecia alguma espécie de realidade alternativa que alguma fã havia criado, mas era tão real… Tão claro em sua respiração quente e arrepiante rebatendo contra meu pescoço, e seu corpo tão exposto a mim, que eu me vi merecedor de tudo aquilo.

 Depois de todo o drama, depois de toda a dor, aquele sempre seria o meu lugar.

 

- Carta número doze, eu não preciso falar mais nada… – Gerard resmungou, em referência a um pequeno versinho escroto que havia feito sobre eu morrer de câncer se não parasse de fumar feito uma chaminé, esfregando o rosto contra o travesseiro, a claridade o incomodando. Nenhum dos dois parecia capaz de se levantar para fechar as janela enorme daquele quarto, muito menos mexer nas cortinas escuras. Eu sequer sabia se eu iria levantar daquela cama nas próximas vinte e quatro horas. – Embora você esteja bastante sexy, olhando por esse ângulo. – Gerard poderia ser um nerd estranho para caralho, com seus RPGs, camisas de cultura pop e até um pouco de timidez, mas, quando estava ali, nu e quase subindo sobre mim novamente, ele sabia ser o cara que só eu conhecia. Que sorria com o canto dos lábios, provocador, ao mesmo tempo em que sua mão trilhava um caminh convidativo de minha cintura para a lateral da minha coxa.

 

 Um silêncio reconfortante se instalou, enquanto eu finalizava aquele cigarro, volta e meia roçando minha mão, esta que o segurava com firmeza, pela lateral do seu corpo, tentando ser o menino carinhoso dele. E eu estava conseguindo, conforme ele voltava a fechar os olhos, entregando-se ao roçar de minhas unhas por sua pele clara, indo e vindo de suas costas até a lateral de sua cintura, quase entregando-se ao sono.

 Porém, eu era Frank Iero. Eu não calava a boca e eu precisava ter certeza de que não me arrependeria quando entrasse em um maldito avião, retornando para a minha cidade, e me entregasse por inteiro para uma vida com ele.

 

- Você falou sério? Sobre… – Iria começar a falar, deixando as reticências no ar, vendo-o entreabrir os olhos, tão paciente comigo, que quase não o reconheci. O lance de duendes, cházinho da tarde e contato com a natureza nos fins de semana realmente estava o fazendo tolerar Frank Iero? Acho que temos um milagre aqui.

 

- Cuidar de você? Não quebrar mais o seu coração? Tentar consertar os meus erros? Fazer você sorrir mais como antes? Morar com você? – Ele começou, erguendo um pouco o rosto, me dando uma perfeita visão de sua carinha inchada e sonolenta, enquanto eu me inclinava para o lado oposto, apenas para apagar meu cigarro no cinzeiro velho sobre a mesinha de cabeceira, largando-o ali e voltando a dar a Gerard toda a atenção do mundo. – Frank, você precisa ser mais específico, eu prometi bastante coisa aqui. – Seu tom era um pouco divertido, aliviado com todas as clarezas que aquele momento trazia, embora eu lhe questionasse… Que eu quisesse ver cada carta que ele havia escrito espelhada naqueles olhos. E, pelo tanto que brilhavam, não havia sombra de dúvidas de que tudo estava ali.

 

- Tudo isso… E mais. Quero saber se não vão ser só promessas vazias, se… – E, novamente, ele me interrompeu, apoiando-se na cama com um dos cotovelos, fazendo com que eu, aos poucos, me aconchegasse melhor sobre o colchão. Sua mão me empurrava sutilmente para tal, ao que seus olhos me enganavam em me fazer não perceber que estava praticamente pronto para subir em cima de mim.

 

- É real. O que quiser de mim, Frank, você vai ter. – E seu rosto veio em direção ao meu, ao sussurrar aquelas palavras, meu olhar recaindo sobre seus lábios finos, enquanto pensava em quão sexual ele estava com aqueles cabelos despenteados, expressão cansada e luxúria consumindo cada parte do meu corpo que lhe era visível, ao que desceu o olhar por minhas tatuagens e muito além do meu quadril. Este que, aos poucos, recebia o dele, ao que suas mãos eram mais ousadas.

 

- Eu quero tudo. – Sussurrei em resposta, tentando obter algum tipo de reação característica dele. Gerard gostava de ter controle e o fez, agarrando-me pelas coxas, domando um pouco do espírito selvagem que morava dentro de mim e que tão bem ele fazia questão de dominar.

 

 Então, enquanto se encaixava entre as minhas pernas e sorria docemente, Gerard prometeu um futuro que eu sabia que iria cumprir do início ao fim. Cada palavra naquelas cartas, cada sussurro ou gemido liberado naquelas últimas horas… Cada olhar reconfortante, cada momento em que eu tive certeza de que aquele era o meu lugar no mundo. Ele iria cumprir.

 

- Então eu vou te dar tudo, Frankie... Tudo. 

 

 

 

 


Notas Finais


Notinhas finais de sempre.
ANTES DE MAIS NADA: não estipulei ativo e passivo, sou team revesamento 4 por 100, risos, então cs interpretem como quiserem. Euzinha vejo que rolou de tudo ali, então, né.
O Frank é assim, inconstante, ele começou 100% incerto e agora, mesmo perguntando e sendo do jeitinho que é, ele sabe o que quer. E o Gerard também.
Gosto de finais em aberto pra ones/shorts, mas acho que esse ficou até mais fechadinho do que o esperado, acho que é uma boa coisa.

Por fim e não menos importante, gostaria de agradecer todo mundo que comentou, compartilhou, surtou, quis me matar, etc, ao longo desses 3 dias com essa história intensa e com um pouquinho do que eu acredito ser realidade. Obrigada mesmo, gente, espero ver vocês em alguma coisa próxima, pois ando pensando em novas histórias pra começar a escrever por aí.
É isso.

Obrigadinha e beijinhos de luz pra todo mundo. ♥

BTW:
Essa é a música título da fanfic, me perdoem não ter falado antes. https://www.youtube.com/watch?v=plnQFxLryws


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