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História Azo - Silêncio


Escrita por: BB888

Notas do Autor


Capítulo baseado na música Silence de Aly and Aj

Capítulo 2 - Silêncio


O carro andava lentamente, as calmas gotas de chuva batiam contra o vidro e seu barulho era acobertado por uma música melancólica que tocava no rádio, sua letra era o típico clichê: decepções amorosas. E mesmo que aquilo me trouxesse lembranças dolorosas eu não tentei mudar, já havia feito isso nas cinco vezes anteriores em que músicas semelhantes tocaram, parecia que o destino queria me machucar, e ele estava conseguindo. Hora ou outra eu olhava para cima, o que fazia sempre que estava prestes a chorar e queria controlar as lágrimas, mas, essas insistiam em se acumular, meus olhos estavam vermelhos e já estava impossível conter a tristeza que irradiava dentro de mim.

Era 31 de dezembro, 11 horas da noite, as pessoas deveriam estar comemorando, porém, a chuva fortdispostaas pessoas se isolarem dentro de suas casas. Da mesma forma como eu havia decidido isolar-me da minha felicidade.

É claro que eu deveria ter ido atrás da garota que eu amava, mas, isso foi há um mês atrás, eu havia demorado muito para decidir e agora estava atrasada, ela estava junto ao homem que pensava amar, e eu, estava aqui, distante, apostando que em menos de um ano ela nem lembraria de mim.

Eu irei guardar, e acho que ela também, todas as lembranças que tivemos juntos, tendo certeza de que infelizmente nós nunca seremos mais do que estranhas. Eu apostarei as minhas lágrimas. Aposto que minhas mágoas desaparecerão com o tempo. A quem eu queria enganar? Aquela dor cortante que perfurava meu coração parecia ser capaz de impregnar-se em mim para sempre. E ela iria. Eu não iria esquecer HyoMin, nem o que sentia por ela.

Parei o carro bruscamente e peguei o celular, eu tinha mais a dizer para ela, e não podia esperar. Minha dor só iria desaparecer depois que eu fizesse isso, meu recomeço deveria ser dessa maneira, peguei o celular e logo disquei seu número. Eu deveria aproveitar o pouco de coragem que passava a nascer dentro de mim para confessar aquilo que eu havia reprimido por anos. O toque anunciava que estava chamando, porém, chamou uma vez, duas, três, quatro. Ela não atendeu. Talvez fosse o destino dizendo para eu desistir, ou talvez fosse somente um teste, um obstáculo para saber se eu a amava de verdade.

─ Eu preciso apenas de um minuto ─ disse compulsivamente, deixaria uma mensagem para ela, era agora ou nunca. ─ Eu não posso mais esconder o quanto sinto sua falta ─ essa era minha última chance de ter a garota que eu tanto quis de volta. ─ Eu preciso de você mais do que você sempre soube ─ completei

 

─ Eu sinto como se pudesse mudar completamente ─ disse, apertando o volante com tanta força que os nós dos meus dedos passavam a ficar brancos ─ Eu posso não ser o que você sempre quis, mas, eu estou disposta a mudar por você, então, venha. Volte para o lugar que é a sua casa, volte para o meu lado ─ implorei com o fio de voz que me restava.

 

─ Eu sei que mantive meus sentimentos escondidos durante todo esse tempo, mas, eu finalmente estou mostrando o que sinto de verdade e estou correndo atrás do que eu deveria ter dito há anos atrás ─ Minha voz baixa do início passava a se tornar alta conforme as frases iam saindo da minha boca, sem eu poder controlá-las. ─ Eu sei que a culpa de termos nos afastado talvez seja minha, mas, eu estou disposta a te perdoar por ter me deixado se você esquecer todo esse tempo difícil, tudo o que dissemos, só precisamos aceitar que precisamos uma da outra e eu estou disposta a lhe provar isso ─ terminei meu monólogo e desliguei o telefone rapidamente, antes que prosseguisse dizendo tantas besteiras para ela. O mais importante é que eu havia finalmente colocado para fora tudo aquilo que sentia. Eu deveria me sentir leve, livre dos pensamentos ruins, mas, por alguma razão absurda, eu me sentia ainda mais triste, o arrependimento começava a nascer dentro do meu peito e parecia ser capaz de me sufocar.

 

Eu havia tido trinta minutos anteriormente, mas, precisava apenas de um para confessar.

Ela só precisava vir e permanecer calada.

O silêncio diz tudo. Ou talvez machuque menos do que algumas palavras que ela viria a me dizer.

 

 



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