História B o u n d l e s s - Subway

Elly desliga o rádio e estaciona o carro em frente ao estabelecimento do Subway. Todo o clima da música se esvai e só sobra barulhos de lábios e salivas. Charlotte olha para trás fitando Rob e Lisa se beijando e eu claro como um bom deslocado olho para baixo e aperto minha mochila em meu corpo, mas sinto que isso é inútil porque ela acaba dando uma risada como se estivesse achando graça da minha situação.

— Se eu fosse você estaria fazendo o mesmo – Charlotte ri jogando sua bituca de cigarro no chão dando uma olhada no retrovisor do carro ajeitando seu arquinho e franja. Eu bufo e olho para o lado.

— Ok ok pombinhos, todo mundo aqui já viu que vocês se amam bastante, mas não precisam se comer no meu carro – Elly revira os olhos e por incrível que pareça eles finalmente param. Olhando para mim e depois para as duas garotas da frente dizendo algo como “Desculpe” baixinho. Rob sorri. Um sorriso bem grande e dá mais um beijo na bochecha de Lisa que cora em silencio. Só acho engraçado que há minutos atrás estavam quase transando aqui atrás e agora estão envergonhados.

Rob e Lisa estão com seus lábios inchados e vermelhos e sorrisos bobos, como se estivessem drogados. Talvez estejam drogados, drogados de hormônios.

Elly sai primeiro e depois Charlotte que aproveita a abre a porta para mim, eu agradeço com um sorriso. Paramos na calçada bem em frente à entrada do Subway

— Sabe gente desse jeito acho que Lewis vai nos abandonar rapidinho, ele é bonito e bom demais para nós – Elly diz chutando uma pedra da calçada e dando um sorrisinho debochado para mim e entrando no estabelecimento.

Charlotte olha para mim com seus olhos um pouco espantados. 

— Lewis você nos acha estranhos? – Ela pergunta parando de andar e me encarando.

Rob e Lisa já estão entrando no estabelecimento e olho para o céu tentando buscar alguma palavra ou que Deus me ajude de alguma forma, eu não acredito muito em Deus mais naquele momento eu até acreditaria. O céu se encontra nublado e com algumas nuvens cinza, típico céu britânico. Encaro Charlotte e nego com a cabeça e depois dou um sorriso, um sorriso que por fora transborda tranquilidade mais por dentro grita “SOCORRO”.

— O que? – Me faço de desentendido.

— Eu perguntei se você nos acha estranhos? Tipo um estranho ruim?

— Eu, quer dizer eu não disse isso. Disse? – Indago

— Sinto que vamos ser amigos Thomas e eu sempre escuto meus sentidos e se você nos achar estranhos e eu acho que vou estar errada e não sei, eu quero ser sua amiga Thomas. – Charlotte fala tudo sem pensar e sem respirar também.

Por incrível que pareça eu também me sentia assim em relação à Charlotte, por mais estranha que ela possa parecer algumas vezes, ainda mais perguntando de Skylar com um interesse súbito e que me deixou um pouco nervoso, ela parece alguém confiável. Sorrio para ela, e quase, eu disse quase dou um abraço nela.

— Eu não acho ninguém estranho, quer dizer dependendo do tipo de estranho eu classificaria vocês como um estranho “aceitável” – Digo tentando não parecer tão sério como ela.

Ela passa a mão na testa e balbucia algo como “ufa”.

— Ok! Vamos fingir que isso não aconteceu e quando encontrar Elly eu vou a degolar por tentar plantar duvidas em minha cabeça – Charlotte começa a andar até a porta e eu fico ainda meio parado, tonto pela sua mudança súbita de humor.

— Você vem né?

Eu assento e ando até ela, empurro a porta para Charlotte entrar que sorri agradecida. Eu retribuo e fico até meio sem jeito por agora perceber que tem muuita gente dentro. Muitos alunos do nosso colégio ali e que me olham agora bem mais atentos do que antes, ainda mais puxando a porta para Charlotte. Avisto Elly no caixa pagando seu lanche, Rob e Lisa já se encontram em uma mesa de canto alemão comendo seus sanduiches. Eles nos olham e acenam com a mão para avisar que estão ali. Eu travo novamente. Que merda! Charlotte me dá um pequeno empurrão para andar e sinto meu corpo todo gelar e um arrepio percorrer minha espinha. Não não não!

MERDA

MERDA

MERDA

A mesa ao lado está ocupada.

Ocupada.

Ocupada por Skylar, Travis uma garota com cabelos negros e mais um garoto.

E parece que surpreende mente eles olham bem para a entrada no minuto que eu entrei, a vontade que eu sinto é de chorar. A garota fala algo para Skylar que não para de me encarar. E quase derreto no chão de uma maneira fodida quando ele se alevanta da mesa e me fuzila com seu olhar, a mão de Travis o impede e eu me suspiro de alivio. Travis diz algo que acalma Skylar e a garota ao seu lado me olha com seus olhos apertados e uma cara feia. Charlotte parece perceber a situação só agora e encara o grupo sentado na mesa, eles me olham como se eu fosse um assassino.

Agora é vez de Charlotte me puxar com sua mão para a fila para pegar o lanche. Aposto que a cena deve ter sido patética, merda! Por que eu tive que conhecer eles?

— Thomas está tudo bem? Por que eles não param de nos olhar? – Charlotte pergunta seu rosto visivelmente preocupado. – Thomas? – Charlotte me faz olhar em seus olhos e sinto que ali mesmo que eu desfaleço.

Ok se controla Thomas! Não tem por que eu ficar tão nervoso né?

— Não é que... – Chupo o ar com força tentando me recompor – Não é nada, só um... Um mal súbito, eu tô bem – Invento.

Ela olha meio desconfiada para a mesa ao lado da de Elly, Rob e Lisa com os vários pares de olhos nos sondando agora, todos eles atentos a nossos movimentos e eu realmente sinto como se não fosse presente naquele lugar. Alguns alunos passam por nós murmurando algo como “Andem mais rápido lesados” E então entramos na fila, eu tento, juro que eu tento não prestar atenção mais assim que faço meu lanche e o pago junto com Charlotte, andando até a mesa que os outros estão sentados sinto que as coisas não iam ficar bem. Não para mim com aquelas pessoas naquele lugar. Por mais que Travis tenha sido gentil comigo, a garota sentada ao lado de Skylar me fuzila com os olhos, posso sentir seu ódio a metros de distância. E o garoto dá risadas escandalosas contando algo a eles.

E eu nem fiz nada.

Assim que passo por eles o a voz de Skylar se faz presente no lugar e é como quando você está em um lugar cheio de pessoas e então você diz algo como “Eu fiquei tão bêbado que mijei nas calças ontem” E tudo para apenas para ouvir você proferir aquilo, aquele silêncio brutal e desconcertante.  E depois os risos ou os olhares mal encarados, mas sem os risos é claro.

— Vem senta com a gente Lewis – Ele diz sendo sarcástico e dando pequenos tapinhas em sua coxa, um dos gestos mais obscenos que já fizeram para mim nesses meus últimos 16 anos. Seu olhar era carregado de deboche e eu consigo sentir até sua raiva, mas suas feições não demonstravam isso. Ele sorria, um sorriso que transbordava escárnio pintava seus lábios e seus ombros estavam relaxados. O garoto a sua frente deu uma risada escandalosa soltando algo “Vai da merda” E retiro tudo que disse de Travis quando percebo ele tentar conter um sorrisinho assim como Skylar.

Charlotte olha para mim depois fita Skylar e seu grupinho que mal notam ela.

— Você não sabe a hora de parar né Skylar? – O garoto diz ainda se controlando para não rir. Ele se alevanta da cadeira e me encara, suas sobrancelhas estão arqueadas de uma forma curiosa, seu cabelo é totalmente branco, jogado para o lado de uma maneira bagunçada, ele tem olhos azuis, quase brancos. Seu rosto possui algumas sardas e ele é alto. Bem alto, veste apenas a blusa do colégio, mesmo com o frio típico seus braços estão de fora, são fortes demais para sua idade, que presumo ser apenas 16 anos. Neles a uma infinidade de tatuagens. Até nos dedos. Há uma cicatriz fina e longa de sua sobrancelha até seu supercílio. De uma forma que me faz ter medo, pois tudo em si grita perigo.

— E então cara, primeiro dia yeah? – Continua passando por braços pelo meu ombro me fazendo andar junto a ele e passar pelos meus amigos que me encaram atônitos. Charlotte falta só gritar e espernear e não posso culpa-la eu também quase estou gritando e esperneando para alguém me salvar. – É sempre difícil nuh? Acredite em mim eu também estive em seu lugar.

Respiro baixo tendo que a qualquer momento alguém ou alguma coisa me faria passar os piores momentos da minha vida. Em público.

Não esquecendo que algumas pessoas me encaravam, uma garota ruiva sentada perto de nossa mesa apontava para o que posso dizer ser sua amiga que nos olhava esperando algo, já o garoto sentado perto do caixa ria da situação, eu via em seus olhares a diversão que aquilo estava os proporcionado. Eu era a diversão.

— Meu nome é James a proposito. – O garoto para em frente à mesa deles e sinto o ar se esvair de meus pulmões. De novo não. Por favor. – Você veio da onde mesmo? – Ele perguntando olha para mim com seus olhos azuis cheios de expectativas.

— Humm, ér... Vim de Chicago – Minhas palavras saem baixas e sinto minha garganta arder assim que respondo.

Sustento o olhar de todos ali principalmente de Skylar e Travis. A garota agora comia seu lanche olhando sem interesse algum em mim. A bandeja pesava em minhas mãos assim como o ombro do garoto pesava em meus ombros. Literalmente tudo ali pesava.

— Então Lewis, posso te chamar assim né? – Ele pergunta, mas eu sabia que no fundo aquilo não era uma pergunta, alguma espécie de teatrinho e eu não sabia qual seria o desfecho do final, na realidade estava implorando para não saber – Por que você não almoça com a gente em seu primeiro dia? – Ele diz já me empurrando para senta na mesa ao lado de Travis que se vira e me olha, vejo que ele ainda está machucado. Bem machucado, mas isso não parece o importar já que ele mantem agora uma postura dura e impenetrável.

— Acho que você já conhece meu primo não é mesmo? – Ele aponta para Skylar que mantém o sorriso nos lábios, mas vendo de perto pareciam muita mais traiçoeiros agora. – Esse é o Travis – Ele continua a apontar – E essa é Hannah– Ele finaliza sorrindo dando uma piscadinha para Hannah que bufa e revira os olhos, parecendo irritada.

Hannah tinha os cabelos extremamente pretos, usava a blusa do colégio com os primeiros botões abertos, seus olhos eram de um verde muito escuro. 

— Vamos lá Hannah, dá oi para o nosso novo colega. – Ele murmura par ela e a uma malicia contida em “colega” que não deixo passar.

Na realidade tudo ali parece ser muito mais pesado do que com o grupo da mesa ao lado, eu dei uma pequena desviada de toda aquela tensão olhando para a mesa ao lado. Rob me olhava perplexo, Elly mantinha sua cabeça abaixada e ela parecia incrivelmente menos engraçada e saltitante agora, Lisa falava algo para Charlotte que já estava sentada agora. Ela me olhava preocupada, sua testa estava franzida e ela mordia o lábio, meio que olhando para baixo e meio que me encarando. Eu suspirei, eu sei o que aquilo significava. Eles não podiam fazer nada.

— Oi novo colega.

A garota sorriu extremamente forçado.

— Então Lewis é meio difícil no começo, sabe? Mas depois você se acostuma – James disse tocando novamente meu ombro. – Você já o conhecia Skyla? – Ele pergunta olhando para o seu primo com outro sorrisinho, e esse foi o pior de todos.

— Pode se dizer que sim – Skylar diz, sua voz preenche o ar e sinto que todos estão realmente muito interessados em nossa conversa. – Eu e o Thomas nos conhecemos hoje cedo, não é Lewis ? – Skylar parece querer reforçar toda hora o acontecimento da enfermaria.

Eu me engasgo com a minha própria saliva e com os pensamentos que não param de vir como serpentes rastejando por toda a minha cabeça, procurando um único motivo para mim esta ali. Sentado com eles. Desconhecidos. Que não parecem nada amigáveis. Olho para a minha bandeja e minha comida intocada começando a desembrulhar o papel que revestia o sanduiche.

Pelo menos de boca cheia não vou conseguir falar.

— É claro, e-eu quer dizer. – Murmuro baixinho – Nós nos conhecemos a poucas horas. – Começo mordendo o meu lanche e sentido que aquilo só piorou. Já que o clima está tão ruim que mal consigo engolir a comida.

Que merda eu me meti.

— Thomas...- James começa novamente e eu mal consigo aguentar o tom que ele usa para pronunciar meu nome, totalmente provocativo. – Como você é novo você sabe que sempre temos que... Hum como dizer isso? – Ele diz meio retoricamente olhando agora para Skylar sorri mostrando os dentes - Temos que dar boas vindas aos novatos, que tal você aparecer na nossa festinha particular hoje à noite na minha casa? – E novamente eu senti que aquilo não era uma pergunta.

Eu não queria. Deus! Como eu não queria ir à festa nenhuma, mas pela primeira vez parece que todos olharam para mim até a garota que estava extremamente despreocupada me encarava com as sobrancelhas arqueadas e com seus olhos cheios de rímel.

— Vamos lá cara! Vão ter algumas garotas e muita bebida – Ele disse tentando me convencer – Além de que se você quiser pode levar uma de suas amiguinhas ali. – Apontou para o grupo do lado, o que eu podia classificar como meu grupo. Eu queria estar sentado ali comendo meu lanche. Com. O. Meu. Grupo.

 Eu engoli um dos pedaços do sanduiche assentindo. É claro que eu não iria, por que diabos eu iria em uma “festinha particular” dessas pessoas. Eu provavelmente seria estuprado ou acordaria em outro país.

MERDA.

Eu assento agora, engolindo mais um pedaço do nada, pois não consigo nem mais apreciar o gosto da comida descendo pela minha garganta.

— Combinado – James profere, sorrindo mais abertamente agora para Skylar que retribuía.

A garota sorria para mim com segundas intenções e Travis estava virado do outro lado da mesa olhando para nada.  Nem sequer prestando atenção em nossa conversa, seu celular estava em suas mãos e ele digitava rapidamente.

— Vai ser muito divertido e todos nós estamos contando com a sua presença, não é mesmo Hannah? – O garoto pergunta ainda sorrindo descaradamente. 

— Vai ser muito divertido. — A garota diz, sorrindo de James para mim com o canudo agora entre os lábios marcados e volumosos.

— Hum – É tudo que eu consigo dizer. – Ok.

— Travis passa seu celular para ele para você o avisar aonde é a minha casa, lerdo – James diz, sua voz um pouco mais intimidante. Travis parece perceber definitivamente minha presença ali só agora já que ele me olha com um olhar intrigante, de mim para James e depois para Skylar. O clima fica tão pesado que posso corta-lo ao meio com uma faca, uma fatia de bolo cheio de tensão e malicia.

— Eu... – Ele começa mais para assim que o olhar de Skylar cai sobre ele - Cacete. Tá bom– Travis grunhi passando a mão em seus cabelos meio loiros. Ele pega um lápis de colorir que havia ali em um porta treco começando a anotar em um guardanapo – Toma – Seus olhos em momento nenhum cruzam com os meus, ele só arrasta o guardanapo até onde minhas mãos estão.

Antes James possa falar algo Charlotte sai de sua mesa e começa a andar até a “minha”. Seu rosto esta todo determinado e sua franja está colocada para o lado, deixando ela meio fofa e meio brava. Sua voz se faz presente em nossa mesa.

— Ér, licença, mas eu e o Thomas precisamos voltar – Ela diz olhando diretamente para James. E eu quase me ajoelho ali na frente de Charlotte pedindo muito obrigada. Mil vezes obrigada – Por favor?

— Quem é ela? – A voz de Skylar se faz presente no ambiente novamente olhando agora para Charlotte que desmancha a pose inteirinha e abaixa a cabeça.

— Quer senta com a gente também gatinha? – James murmura apontando para o lugar vago ao seu lado.

— Na verdade temos que voltar agora, pois como eu sou a monitora Thomas precisa humm... Precisa organizar as grades escolares e eu preciso mostrar as salas... E bem, ele precisa vir comigo. Agora. – Charlotte fala, seu olhos vagando de James para Skylar e por fim no meu.

E aposto que eles gritam em pânico.

Engulo a saliva presa na minha boca, esperando em silêncio. Se fosse em qualquer momento da minha vida ou com qualquer pessoa eu jogaria tudo para o alto, sairia dali e mandaria todos irem para o inferno. Eu não precisava de permissão para ir embora, mas eu sabia que não podia fazer isso sem eles me tomarem algo depois disso, meu dinheiro, minha dignidade, minha vida. Então foi bem nesse momento em que eu percebi que construir uma vida fora da sua cidade, seu país, é extremamente desconfortável. Aprender uma nova cultura, como as pessoas agem sendo totalmente diferente do que parece ser certo ou pelo menos parecia ser certo para você há meses atrás e tudo muda quando você percebe que tem que se adaptar aquilo. E se não adaptar, bem se não adaptar então iria sentir as consequências.

E eu estou sofrendo as malditas consequências, me omitindo por coisas que eu não precisava passar por causa de um grupo de idiotas.

— Deixa ele ir James. – Travis pela primeira vez olha para mim, e eu sustento seu olhar me sentindo agradecido.

— Oh! Ordens do nosso rei como eu, um mero mortal, poderia recusa-las? – James sorri brincando para Travis e depois para Skylar que fita Travis com um olhar que eu nunca iria decifrar. Ele se alevanta deixando o espaço livre para eu ir embora, e é quase a luz no fim do túnel para mim.

Pego a bandeja com o número que Travis escreveu, dou uma ultima olhada na garota que me encara, Skylar que me encara com sua boca um pouco aberta, meio escancarada pra falar a verdade, mas depois sorri. Um sorriso todo convencido. Travis que abaixa seu rosto e olha para suas mãos agora estendidas na mesa e James que está bem a minha frente. Sorrindo. Um sorriso enorme e assustador. Fito Charlotte parada agora a passos de nossa mesa, e ela tem uma postura mais polida. Mas aposto que ela teve que juntar toda a sua confiança para fazer isso, já que como ela falou mais cedo nunca falou muitas palavras com sua paixão platônica. Skylar.

— Ok Lewis, não se esquece heim. – Ele diz enquanto passo por ele, bem próximo ao meu ouvido dando uma piscadinha no final.

Eu assinto. É claro que não vou me esquecer como vou me esquecer do almoço mais traumático que eu já tive até hoje? É quase impossível esquecer. A bandeja em minha mão parece mais leve e o lanche está pela metade, o número que Travis passou está meio sujo de molho barbecue e sinto Charlotte dá uma ultima olhada para o grupo que eu sei que encara minhas costas e começa a andar na frente.

Alcanço ela em passos mais curtos sem saber muito o que falar. Até ela se virar, seu rosto visivelmente irritado.

— Você vai sentar e contar o que realmente aconteceu na enfermaria.