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História Babá - Conselheiro gratuito.


Escrita por: toxxkk

Notas do Autor


Antes tarde do que nunca

~boa leitura

Capítulo 3 - Conselheiro gratuito.




As mãos digitava rápido no teclado do notebook, quase terminando, mas vez ou outra apagava por ter digitado errado, o café que havia pedido esfriou, sua atenção sempre era tirada da tela para observar o rapaz alto atendendo os clientes, o homem mal conhecia o rapaz e já se encantou. Claro que seus olhares não passaram despercebidos, não foi o ser admirado que percebeu, e sim uma criança que saboreava uma torta de limão ali do lado, os olhos atentos do pequeno por trás dos óculos de armação redonda variava de seu pai, para o homem que o olhava não tão discretamente. Após um tempo apenas observando, resolveu saber o porquê daquele homem olhar tanto para seu pai. Terminou seu lanche, caminhou calmo, puxou uma cadeira despertando a atenção do homem que desvio seu olhar para o baixinho que sentara em sua frente. 


— Por que encara tanto meu pai? – Hoseok, o tal homem se surpreendeu pela criança perguntar algo logo de cara, mas achou estranhou, afinal para si não encarava pai de ninguém, e sim um rapaz deslumbrante.


— Como? – queria mais informações, aquele jovem não poderia ser pai do garotinho a sua frente. O menino aparentava ter a idade de seu sobrinho, e o rapaz não devia ter tanta idade para ter um filho. 


— Meu papai, você está olhando para ele todo momento. – apontou para o dito cujo. E Hoseok arregalou um pouco os olhos, tudo indicava que eram pai e filho. — Você vai fazer algo contra ele? 


— Não. – respondeu simplista. 


— Promete? Eu não quero ficar sem meu papai, já estou sem mamãe. – o rostinho da criança ficou triste, suas mãos pequenas taparam os olhinhos por debaixo do óculos quase o derrubando. Hoseok se sentiu tocado, ajoelhou-se na frente, tirando o óculos, colocando na mesa. Abraçou o pequeno que chorava calado. 


— Não precisa chorar, não vou fazer nada com ninguém. – passou a mão no cabelo preto liso. 


— O que está acontecendo aqui? Kihyun, meu amor. — Hoseok olhou para trás vendo o tal atendente. Afastou-se do garotinho para o possível pai cuidar do possível filho. — Ei, meu bebê, o que foi? 


— Nada não. – apesar dos olhos vermelhos, sorriu. – Desculpe-me moço. – falou para o homem, que respondeu um "sem problemas", pegou seu óculos e saiu para detrás do balcão. 


— Desculpa, ele não é de chorar, muito menos atrapalhar alguém, trarei outro café para o senhor como desculpas pelo incomodo. Com licença. – reverenciou, antes de sair atrás da criança, foi interrompido. 


— Ele me falou que não queria ficar sem o pai, porquê estava sem a mãe, o que aconteceu com a mãe dele? – o jovem olhou para o homem na sua frente, observou a pergunta, chegou a franzir o cenho, nem o conhecia, era apenas mais um dos clientes que entrava ali, ele não devia se meter onde não foi chamado, era algo muito particular para estranhos ficarem sabendo. 


— Não querendo ser grosso, mas, a minha vida e a de meu filho não são de seu interesse, esquece o que aconteceu, termine seu café e se puder, saia rápido, com licença. – saiu sem ser interrompido novamente. O homem não disse nada, apenas pegou suas coisas, deixou o dinheiro do café frio e o que o outro iria trazer, nem chegara a beber, não saiu frustrado nem nada, afinal, o rapaz só foi grosso, por ele ter se intrometido, tão intrometido, a ponto de voltar lá qualquer dia.


Na cozinha do estabelecimento, Hyungwon, escorado na parede, observava Kihyun em pé em uma cadeira brincando com as massas e enfeites para bolos, o menino tinha cinco anos, mas as vezes parecia ter dois e outras trinta e poucos. Dois, por agir como um bebê vez outra, e trinta, por ser bem maduro. Devagar chegou por trás abraçando o menino, assustando-o um pouco.


— Fazendo bagunça novamente? – a criança apenas negou o fato. — Você não devia ter falado nada para ele. 


— Só queria lhe proteger, ele não parava de olhar para você. 


— Por enquanto, eu te protejo. Não faça mais nada assim ouviu? — o menino assentiu. 


[...]


Minhyuk lutava para Changkyun comer, mas a criança só queria brincar, mesmo depois de quatro quedas, todas leves, ele continuava a correr pela casa, aprontando com a cozinheira, assustou um gato que quase morre  – sobreviveu graças suas setes vidas, derrubando pratos da mesa, é uma lista variada. As reclamações sempre iam para o babá, porém o pobre garoto não tinha culpa, Changkyun era pequeno, mas muito esperto. 


Após muitas tentativas, o menino sentou-se à mesa com seu babá ao lado, aos poucos todos estavam na mesa da sala de jantar, quietos, até mesmo Changkyun, apenas o barulho dos talheres eram ouvidos. Minhyuk desviava seu olhar de vez quando, olhou para Hoseok, ele parecia pensar em algo, fazia caretas vez e outra, Chang ria. Olhou para Hyunwoo, este estava avoado, olhou para Jooheon, ele encarava o prato intacto, aparentava estar preocupado com algo, nervoso, tamborilava os dedos no tampo da mesa. Iria perguntar algo, mas alguém entra, todos se levantam surpreso. 


— Mamãe! – a criança corre na direção da mulher. 


 Um clima ruim se formou no local, ninguém falava nada, apenas Changkyun que tentava chamar a atenção da mulher, ela encarava ex-marido. 


— Ninguém vai dizer oi? – todos olhares para Jooheon buscando uma resposta. — Você não disse que eu vinha? Nem para nosso filho? 


Domingo estragado.


Minhyuk tentava entender tudo, e estava conseguindo, ligando alguns pontos: a ligação, a ira que dominou seu patrão, – inclusive o estava voltando, a quem era direcionados o xingamentos. Mas por que ele sentia tanta raiva da mãe de seu filho? 


— Minhyuk leve Changkyun para o quarto e só saia de lá quando eu mandar. – ditou sério, sem ao menos olhar para o babá. Minhyuk acatou as ordens, tendo um pouco de dificuldade em levar o menino, pois ele queria ficar um momento com a mãe, quase nunca via a mulher, na verdade viu ela tinha três anos, era até impossível lembrar dela. Os outros dois também saíram do local, deixando apenas, Jooheon e sua ex. O homem de trinta e anos suspirou, passou a mão nos cabelos pretos, tentando manter a calma. — Vamos ao meu escritório. – caminharam até o lugar dito, assim que saíram a mesa foi retirada, quase como posta. 


[...]


— Você acha que mamãe vai voltar morar aqui?– Kyun perguntou, mas seu babá estava pensativo demais, a criança jogou uma pelúcia qualquer na cabeça de Minhyuk despertando-o de seus pensamentos. 


— Não sei. – jogou seu corpo para trás deitando no tapete branco felpudo. — Você iria gostar se ela voltasse?


— Não, – Minhyuk se surpreendeu, pois qual criança não gostaria de morar com a mãe? — Ela vivia brigando, com papai, meus titios, e com a Sra. Moon


— Vamos mudar de assunto, o que gostaria de fazer? – perguntou se levantando dando a mão para a criança também se levantar. 


— Sair do quarto, mas papai disse que era para sair quando ele mandasse. — a aquela altura o menino saiu do quarto sem nem perceber acompanhado do adulto.


— Depois eu me resolvo com ele.


— Aonde vamos? – o menino desceu a escada rápido parando para esperar Minhyuk que descia devagarinho e com todo cuidado, para não tropeçar novamente ou acontecer algo pior. 


— Um lugar, você vai gostar. – saíram da casa sem ninguém perceber.


[...]


 No escritório, Jooheon processava o que a ex-mulher havia dito, na maior cara de pau, sem vergonha. Era um homem de negócios, várias propostas de negócios já haviam passado por ele, mas aquela era a mais sem razão que já escutou.


— É maluca por acaso? Como você me diz isso? 


— Apenas diga se aceita ou não. 


— Claro que não, é muito dinheiro para lhe dar de graça. 


— Pelo nosso filho, pense como ele ficaria feliz. 


— Olha onde você chegou, está sendo tão baixa que tem a usar o próprio filho. Eu não lhe ajudarei. 


— Então me ajude pelo amor que ainda sente por mim, eu sei que ainda me ama. – ela abraça Jooheon por trás. 


Não podemos negar o quanto ele lutou para esquecer aquela mulher, o quanto ele tentou apagar da mente o romance que teve com ela, mas a desgraça que a mulher fez em sua vida era impossível de esquecer, ela bagunçou sua vida, destruiu aos poucos seu coração, entretanto ainda amava, e se odiava por isso. Bufou, e tirou os braços de sua cintura, andou mais para o fundo, queria o máximo de distância dela. Sempre soube que seu amor foi unilateral, mas graças ao seu amor e seu dinheiro, tinha sua maior preciosidade, uma fofura, uma criança sapeca, o motivo de seus sorrisos: Lee Changkyun. 


A proposta que a mulher tinha feito, era para ele lhe dar uma pensão semanal. O fato é que depois de torrar tudo que arrancou do Lee após a separação, ela se encontrava na total pobreza, recorreu ao ex-marido tentando arrancar algum dinheiro, usaria até mesmo o filho para sair da pior. 


— Eu não te amo mais. – ele sabia que estava mentindo não só para ela, mas também para si. — Eu não irei te ajudar. 


— Tudo bem. – ela não se renderia tão fácil, seria uma 'pedra no sapato '. – Eu vou embora, antes vou me despedir de Changkyun. — se retirou, fechou a porta antes de ser atingida por um jarro, que quebrou em vários pedaços. A intenção de Jooheon não era matá-la com o jarro, apenas descarregar sua raiva. 


[...]


Voltavam de longe e tarde, não tão tarde como na última noite, porém tarde. Passaram o domingo inteiro se divertindo, na casa de Kihyun, Minhyuk tinha razão, o garoto gostou muito. Changkyun vinha cansado, mas ainda se mantinha em pé e sem prévia para dormir, talvez como um bom banho e uma caneca de leite, Minhyuk conseguiria fazê-lo ir para cama. E com essa idéia na cabeça pegou o menino, deu lhe um banho super relaxante, colocou a bandeja com biscoitos e leite em uma mesinha enquanto escolhia um livro para ler uma história, pegou um livro qualquer e deu a comida para o menino, comeu rapidamente e com a mesma pressa escovou os pequenos dentinhos, com a ajuda de seu hyung falando que o dente que caiu naquela tarde nasceria logo.Voltou para cama e se acomodou em meio as cobertas fofinhas e o travesseiro em formato de nuvem amarela, da mesma cor que o pijama que vestia. 


— Cadê seu dente? – perguntou para a criança enquanto abria o livro, era sobre alguma fábula. 


— Guardei, na gaveta da minha mesa. 


— Que tal pegarmos e colocar debaixo do travesseiro para a fada do dente trocar por dinheiro ou doce? – o menino assentiu, Minhyuk pegou o dentinho e o colocou no lugar citado. Leu a história para a criança que não tardou adormecer. 


Minhyuk andava pelo jardim enorme e bonito da casa, as flores balançavam devido ao vento frio e fraco. Caminhou até certo local, parou quando ouviu uma voz ressonando. Deu meia volta para voltar para dentro, uma voz o interrompeu chamando, como ele não conhecia a voz, olhou para trás e viu seu chefe caminhando em seguida a direção, primeiro pensou em correr, não soube o porque mas na hora só queria correr, entretanto suas pernas não o obedeciam, em segundo plano pensou... ele não pensou em segundo plano.


 — O que faz aqui uma hora dessa?


— Respirando. – respondeu a primeira coisa que veio a sua cabeça. — Já vou me deitar. – quando ia saindo novamente, Jooheon o puxou pelo pulso o impedindo novamente.


A força colocada para puxar o rapaz foi o suficiente para ele voltar e chocar o corpo contra Jooheon que o segurou por inteiro com a outra mão na cintura, e a outra mão de Minhyuk no ombro do seu chefe. Nem uma palavra foi dita por segundos, Minhyuk olhava para o lado, para não ficar cara a cara com outro devido terem praticamente a mesma altura. Depois se largaram.


— Obrigado por tirar Changkyun de casa hoje a tarde. – falou antes que um silêncio constrangedor se instala-se.


— Meu trabalho é cuidar dele, e garantir sua felicidade, e também ele queria muito sair do quarto, também não faz bem uma criança ficar presa em quarto como bicho. – Jooheon sorriu e bagunçou os fios e Minhyuk.


— Também impediu da mãe dele corromper ele contra mim. 


— Acredito que ela não faria isso.


— Ela é capaz de tudo. Uma tirana sem vergonha capaz de tudo para se dar bem, tanto que destruiu o corpinho de modelete para engravidar de mim, e tirar ganhos além de já ser casada comigo. – Minhyuk ficou um pouco surpreso pelo modo como ele falava da ex, além de tudo da mãe de seu filho 


— E acima de tudo isso, você ainda a ama. – Jooheon iria retrucar, mas Minhyuk continuou.— Ontem a noite você disse que odiava alguém, mas mesmo assim amava essa pessoa, percebi que seria ela e ela mexe bastante com você, em todos os sentidos. Você precisa esquecê-la, vai te fazer bem. Já tentou se apaixonar por outra pessoa? Conhecer outras pessoas, novos ares. 


— Conselheiro gratuito? – perguntou sorrindo ladino.


— Talvez. – antes de se retirar, lembrou de algo. — Caiu um dente de Changkyun, ele está dormindo esperando a fada do dente. – dito isso saiu sem ser interrompido por nada. Aquela noite Jooheon ficou com aquelas palavras em sua cabeça, e estava decidido se encantar, se apaixonar, e amar outra pessoa.



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