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História Babás por um mês - Os sapatos caros e exclusivos de Chittaphon


Escrita por: B_NISH

Notas do Autor


Boa tarde!

Peço desculpas por ter demorado mais do que eu imaginava. Tive um bloqueio enorme para fazer esse capítulo, ele não está com o humor que os outros tinham porque perdi um pouco do costume de escrever usando o NCT, mas em breve acredito que conseguirei voltar ao que era antes. A essência continua a mesma.

Agradeço a @darthflowers ( @ManiacDesign ) pela betagem do capítulo, não sei o que seria de mim sem você <33

Boa leitura ♥

Capítulo 7 - Os sapatos caros e exclusivos de Chittaphon


Narração por Jaehyun


Olhava fixamente para o retrovisor do carro, observando o grupo de idiotas que Taeyong tinha ordenado que viessem comigo. Eles ainda brigavam pelo salgadinho, com um Jisung sendo esmagado entre Yuta e Sicheng, que hora ou outra davam tapinhas um no outro ou então deixavam um punhado do aperitivo cair na cabeça e corpo do pequeno refém dos dois. Ten estava ao meu lado, pude notar em alguns momentos os olhares maliciosos que ele me lançava hora ou outra, mas claro que eu não lhe dava atenção. Meu celular estava no porta copos do carro, tinha o colocado ali para o caso de Lee nos ligar, ficaria mais fácil para Ten atender ou até mesmo eu. A minha tentativa de os jogar para fora havia dado completamente errado, Yuta era um grande chantagista, quando eu mesmo abri a porta para ele e o arranquei para fora com minhas próprias mãos, ele fez questão de se jogar em cima da capo do carro, ficando com aquela cara estranhamente bonita cobrindo minha visão para dirigir. Quando eu menos esperava, senti o celular vibrar logo ao meu lado, revelando o rosto de Tae na foto que tinha colocado em seu contato, ele estava sorrindo para mim quando capturei aquela imagem sem que ele reparasse, desde então, todas as vezes que ele me liga acabo deixando que um sorriso bobo escape de meus lábios. Obviamente o tapado do Ten notou isso.


— Ih, acho que o Taeyong está ligando. Olha só para a cara de pateta do Jae. — Sua voz silenciou a discussão que ocorria no banco de trás, levando os meninos a esticar o pescoço na tentativa de olharem para o meu rosto. Pressionei meus lábios, semicerrando os olhos para o moreno ao meu lado antes de esticar minha mão para pegar o aparelho eletrônico, desbloqueando a tela e aceitando a ligação logo em seguida. De cara Tae já avisa que descobriu informações sobre o paradeiro de Jeno e Jaemin, levando-me a soltar o ar que prendia em meus pulmões, aliviado. Os garotos tentavam se apertar um contra o outro para ficarem próximos ao aparelho perto de meu ouvido, então em uma tentativa de fazê-los parar, coloquei o mesmo em viva voz. 


— “[...] estão na casa de um tal Lucas..” — A voz saiu um pouco estourada do aparelho por conta de um daqueles aplicativos que baixei para ampliar o som quando escutava música tomando banho, acabei esquecendo de desativá-lo, mas o importante foi que o som estourou bem próximo ao ouvido de Ten, que fez uma careta com aquilo, fazendo-me segurar uma risada. — “[...] Eu não sei onde é a casa deste Lucas. Algum dos garotos sabe?”


— Eu sei! Ele mora aqui por perto no centro da cidade, já fui lá uma vez com nossos pais levar o Jaemin para ver dorama com ele — o mais novo disse levemente pensativo, pude ver pelo espelho que ele também dava uma cotovelada em Nakamoto que insistia em o apertar contra o chinês. Estava apoiando o celular no joelho para ligar o carro, acelerando ele quando notei que estávamos atolados na neve, bem no meio de uma rua vazia em Seul, perto das seis horas da tarde. Dou um soco no volante, algo que provavelmente deve ter transmitido algum som a Taeyong, pois o mesmo voltou a falar no aparelho em meu colo.


— “Bom, não posso ir até lá, o carro atolou na neve e seria arriscado andar com ele agora. Também não vou conseguir ir para casa, se já está ruim na cidade, imagine na estrada.”


— Hum, então acho que isso serve para mim também. Olha, podemos procurar por eles mais um pouco, depois, nos encontramos em um lugar e vemos o que iremos fazer. O que acha? — Sorri com o canto dos lábios, sinalizando com a cabeça para que os garotos saíssem do carro. Por sorte ele tinha ficado preso na neve das ruas da cidade, não conseguia me imaginar passando a noite no meio do nada com três idiotas e uma criança. — Me espere na praça que tem no centro da cidade. Estarei lá daqui a trinta minutos.


— “Pode ser…”


Quando Ten foi abrir a porta, não sei o que raios aconteceu com aquele garoto, mas o mesmo se jogou em meu colo, derrubando o celular no chão do carro, desligando a ligação sem que eu ao menos pudesse me despedir de Lee. Meus olhos se arregalaram ao ver Yuta e Sicheng do lado de fora, puxando o tailandês pelos pés para que saíssem do carro, enquanto o mesmo passava a agarrar minhas pernas. Sinceramente acho que em vidas passadas devo ter sentado no assento de um idoso no ônibus, porque não é possível que eu esteja passando por uma penitência dessas. Enquanto Tae estava tranquilo com as crianças, acabei ficando com a pior parte. 


— Mas o qu… — Antes que eu pudesse terminar de falar, a voz de Chittaphon se faz presente em um pedido exagerado e desesperado que me faz revirar os olhos.


— São sapatos novos e exclusivos, Jae, por favor não deixe que esses brutamontes me tirem daqui! — Normalmente eu costumo ser extremamente paciente, mas parece que minha paciência foi tirar férias por um dia justo hoje. Sinalizei com as mãos para que os mais novos se afastassem, vendo Jisung com os braços cruzados olhando de longe uma senhora que andava com uma bengala pela neve. Pelo olhar de ambos, a mais velha devia pensar que estávamos tentando carregar um corpo do carro, pois olhava com curiosidade para o chinês e o japonês ao lado de fora. Já o mais novo parecia tentar disfarçar a vergonha que os primos estavam o fazendo passar. Abri a minha porta e com ambas as mãos tirei os braços de Ten em volta de minhas pernas, caminhando com certa dificuldade pela neve até a porta do tailandês. 


— Se não quer estragá-los, pode simplesmente os tirar e deixar aqui. Se ficar doente, não culpe a gente.


Minhas mãos puxaram um dos sapatos pretos que ele usava, jogando o mesmo no colo alheio enquanto passava em seguida a observá-lo. O mesmo fez uma careta, formando um bico em seus lábios antes de devolver o sapato para os pés, pisando por fim na neve. Logo após isso, passamos a caminhar pela rua vazia da avenida, com Jisung nos mostrando o caminho que levaria aos dois irmãos perdidos, acompanhado de Yuta e Sicheng que iam logo atrás com duas barrinhas de cereais em mãos. Onde eles haviam conseguido elas? Era uma pergunta que eu mesmo me fazia, mas isso sumiu da minha cabeça assim que olhei para o lado e não vi Ten. Virei meu corpo lentamente para trás, colocando ambas as mãos dentro dos bolsos da jaqueta que vestia, encontrando o tailandês jogado de cara na neve bem no meio da rua. Ele parecia estar fazendo aqueles anjos da neve, mas percebi que não quando ele levantou o rosto coberto pelos flocos brancos, como se fosse um monstro todo feito de neve, esticando sua mão no punhado que tinha em sua frente, arrastando seu corpo logo em seguida. Juro que aquilo parecia cena de filme de terror.


— Você tá bem? — perguntei caminhando em direção ao mesmo, parando bem na frente do garoto enquanto inclinava meu corpo, pegando a mão dele em uma tentativa de o impulsionar para cima. Na minha oferta de emprego não estava escrito que eu teria um monstro de neve para cuidar, pois se eu soubesse, nem teria ido.


— Bem? Eu não aguento mais ficar afundando nessa neve inútil. Meus sapatos provavelmente estarão estragados até eu cruzar a rua. Eu vou ir dessa maneira, pode ir na frente que eu acompanho vocês. — A vontade que eu tinha era de cobri-lo de neve ali mesmo. Além de ter atrapalhado meu beijo com Taeyong, o mesmo agora estava fazendo um drama bobo por causa de um sapato caro que eu provavelmente jogaria na cabeça dele assim que estivéssemos em um lugar mais quente. 


— Você é definitivamente pior que todos os seus primos juntos, incluindo o Johnny — reclamei, usando toda a força que eu tinha para puxar o moreno para que ficasse em pé, dando um tapa em cada bochecha do mesmo para retirar toda a neve que havia ali. Não o deixaria jogado no chão, aquele lerdeza dele iria nos atrasar e, para você ter noção, a senhora de bengala já estava próxima de nós quando o coloquei em pé. — É uma bela tarde, não? — Sorri, acenando levemente com a cabeça para a mulher que nos olhava como se tivéssemos descido de outro planeta em uma nave espacial.


— Minha nossa! — Foram as únicas palavras que saíram dos lábios da mulher após ela olhar para o monstro de neve que virou o rosto para ela. A grisalha saiu apressadamente, voltando seu caminho para o lado oposto do que vinha. Abri minha boca pronto para explicar a ela a situação, mas decidi fechar assim que vi Ten me puxar pelo braço, fazendo com que eu virasse meu corpo e olhasse para a frente. Meus olhos se encheram de lágrimas quando no final da rua encontrei Jaemin e Jeno, ambos aparentemente saudáveis e bem. Taeyong com certeza ficaria feliz quando soubesse que encontramos os meninos, porém quando peguei meu celular para lhe fazer uma ligação, notei uma mensagem do banco que fiz meu cartão bem exposto na tela inicial. Apressadamente coloquei as mãos no bolso de minha calça a procura de meu cartão de crédito, porque a quantia que havia sido gasta era absurdamente alta para o que eu costumava gastar durante todo o mês sozinho. Como não o encontrei, levei meus dedos à tela uma outra vez, indo até o aplicativo para verificar o que foi comprado, foi exatamente nesse momento que meu humor havia sido completamente jogado por água abaixo. Um mercado. Lee Taeyong havia gasto horrores em um mercado.


Pouco me importava naquele momento os sapatos ou a cara de monstro que Ten estava, apenas o peguei pelas mãos e sai arrastando o mesmo com certa dificuldade até o final da rua, dando de ombros para todos os outros presentes ali. Era ótimo que os meninos estavam bem, dava para ver isso visivelmente em suas aparências, mas quem iria ter que pagar a fatura do cartão era eu e nesse momento o mais importante era isso. Passei pelos mesmos rapidamente, ainda agarrado com o tailandês ao meu lado, não podia me dar o luxo de soltá-lo e ver ele se jogar no chão mais uma vez para nos atrasar. Notei pelo barulho das vozes que os meninos estavam logo atrás de nós, percebendo que Yuta estava brigando mais uma vez com Sicheng por conta de uma barra de cereal que havia sumido de seus bolsos, mas dei de ombros com aquela discussão idiota outra vez por conta de comida. Após virarmos algumas ruas, finalmente encontrei o outro grupo parado na frente de um mercado pequeno, fazendo-me dar um suspiro pesado antes de caminhar seriamente até o mais novo de cabelos brancos que estava com um semblante feliz no rosto que pude notar ser para os irmãos desaparecidos que estavam atrás de mim agora. O mesma veio correndo em direção aos garotos, dando-lhes um abraço apertado, me fazendo soltar Chittaphon que olhava confuso para o meu rosto, provavelmente se perguntando porque eu não estava feliz em ver o mais novo, mas afinal, quem ficaria depois de saber que haviam gastado quase todo o limite de seu cartão provavelmente comprando bobagens? Minha atenção foi das crianças na frente do mercado, fixando o olho em uma delas que segurava uma galinha gigante e gorda, fazendo-me franzir a testa antes de virar o rosto para Lee que agora estava em minha frente me perguntando se eu estava bem.


— Taeyong, você por acaso usou meu cartão de crédito? — perguntei com seriedade, cruzando os braços ouvindo uma risada contida que Ten estava pronto para dar. Talvez ele soubesse que se fizesse aquilo naquele momento, no lugar de Chenle perder a cabeça para unicórnios de pelúcia, era ele quem perderia por meio de uma galinha rechonchuda. Percebi que o grisalho em minha frente engoliu seco, dando um sorriso amarelo enquanto passava a mão em seus cabelos desajeitadamente os bagunçando.


— As crianças estavam com fome. Sempre usamos o seu cartão em casa, achei que não teria problema comprar alguns salgadinhos para eles comerem no hotel. — Sua voz saiu calma, como se não tivesse feito nada demais. Se aquele preço foi pago por alguns salgadinhos, imagine se ele tivesse comprado muitos, porque não era possível como uma pessoa conseguia gastar tanto quanto Lee. Respirei fundo, fechando os olhos por um momento antes de dar um sorriso. É tudo pelo bem das crianças, pense pelo lado bom.


— Claro. Suponho que iremos usar meu cartão para pagar o hotel e o jantar, não? — perguntei fingindo curiosidade, pois já sabia que a resposta seria óbvia.


— Exatamente, já fiz a reserva de dois quartos. Um para os meninos e o outro para nós… — Taeyong foi abaixando levemente o tom quando finalmente percebeu a presença do tailandês logo ao meu lado. Ainda não sabia o que ele fazia ali, mas pelo jeito estava achando o rumo da conversa bom demais para sair. Meus olhos foram de encontro com o do tailandês, então peguei a mão do mesmo com um sorriso fraco nos lábios.


— Ten vai pagar para nós. É o mínimo que ele pode fazer depois de ter gritado mais cedo, ter me feito aturá-lo no carro, arrastar ele pela neve e também assustar uma pobre senhorinha com essa cara cheia de neve dele. — Antes mesmo que eu terminasse de falar, a boca de Ten já se formava um "o" perfeito. Quando sorri para Lee, percebi que os olhos dele desceram até a mão do moreno ao meu lado que segurava a minha, fazendo o esbranquiçado franzir a testa em uma careta, pressionando os lábios antes de o abrir para falar algo, mas foi impedido por Chittaphon que finalmente resolveu se pronunciar.


— Johnny que some com as crianças e eu que pago pela lua de mel de vocês dois? Eu perdi um sapato de luxo, Jae! Você tem noção de quanto esses sapatos valem? — disse um pouco esganiçado, então soltei as mãos do mesmo, posteriormente dando alguns tapinhas em sua cabeça, tirando toda a neve de seus fios escuros. Pelo silêncio de Taeyong, sabia que ele me perguntaria sobre aqueles gestos entre mim e Ten, mas não era nada que ele deveria se preocupar, apenas estava salvando um pobre garoto de ser coberto por uma tempestade de neve.


— Sim, você vai pagar pelo quarto de hotel nosso e de seus primos. Justamente, Johnny estava com você, então é responsabilidade dos dois os meninos terem sumido. Não é minha culpa que você resolveu usar sapatos caros justo em um dia de nevasca, então, vamos logo porque já está escurecendo e eu preciso tomar um banho quente para aquecer antes de dormir — comentei, dando de ombros enquanto sinalizava para que os meninos viessem até nós, os que estavam próximos ao mercado. Assim que verifiquei se estavam todos no grupo, fomos caminhando para um hotel que havia por perto, o que Lee havia feito as reservas. Não demorou muito para que todos estivessem apertados dentro do elevador, um empurrando o outro enquanto eu e meu companheiro de trabalho estávamos quase sendo apertados contra a porta.


— Chenle, coloca essa galinha na cabeça do Jeno! Ela vai esmagar todo mundo aqui dentro. — Pude escutar a voz de Mark reclamando pela pelúcia que ocupava boa parte no elevador. Olhei com o canto dos olhos para um Taeyong que agora estava repreendendo Jaemin por ter sumido sem a permissão de seus primos, não os avisando para onde iria. O espaço estava realmente apertado, tanto pelas sacolas do mercado quanto pela galinha gigante do Chenle, mas o pior era Yuta que inventou de puxar um fio do cabelo de Haechan, fazendo o garoto olhar com raiva para Sicheng que no momento se encarava no espelho da parede, dando um sorriso tosco para sua própria imagem. 


— Por que você fez isso? Já basta o Jisung cortando nosso cabelo durante a noite. Chenle, ou você fala para o seu primo parar ou serei obrigado a usar essa galinha contra ele! — disse o mais velho passando a mão em seus fios castanhos. Chenle olhou com certa dificuldade para Yuta, vendo o primo mais velho lhe dar um sorriso brincalhão, piscando o olho esquerdo. Com certeza aquilo só podia ser uma vingança pelo mais novo ficar perturbando o irmão junto de Mark, não tinha outra explicação. Estava pronto para agarrar Sicheng pelos cabelos por ficar fazendo poses em frente ao espelho, consequentemente ocupando ainda mais espaço no elevador apertado, mas fui impedido pela porta que se abriu, derrubando um Taeyong e Ten que estavam encostados nela, fazendo-os ir de cara ao chão. A galinha gigante voou para fora, dando de cara com a parede enquanto Chenle desferiu um tapa em Mark por ter feito aquilo.


— Vai ser uma longa noite… — suspirei, observando os mais novos tentando sair pela porta, seguido de um Taeyong que se levantava do chão com os fios brancos bagunçados, tentando ajudar Chittaphon antes de ser empurrado para o lado por Mark, que foi até a pelúcia do irmão, saindo correndo pelo corredor com aquela galinha em mãos enquanto Chenle ia atrás gritando.



Notas Finais


Pretendo trazer o próximo capítulo em breve, será a conclusão da noite deles no hotel. Quero fazer algo maior e agradável para vocês, então farei o possível para que ele fique bom <33

Obrigada a todos que não desistiram da fanfic após anos, dessa vez eu não desistirei dela novamente.

Agradeço por ter lido até aqui. Até logo ♥


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