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História Baby Blue - Capitulo 2


Escrita por: JuliaBraga

Capítulo 3 - Capitulo 2


Fanfic / Fanfiction Baby Blue - Capitulo 2

• 01/10 •

Segundo round

Só dava pra piorar a situação se ela aparecesse.

- Quem, querida? - respondi com os olhos semicerrados.

- John Mayner, eles não combinam?

Como assim? Acabamos de nos falar. claro. A ceninha que ele fez, foi pra não me dar um pé na bunda. - pensei.

- Esplêndido.- disse.

- Soube que o Ash te convidou, isso é verdade?

Como ela soube? Ela sabia tudo.

- Sim, ele queria muito que fôssemos juntos.- pelo menos disse isso.

Assim que terminei a frase ela riu alto, com as amigas.

- É claro que queria, pra me provocar como sempre. Ele me convidou antes, e quando disse que iria ir com o Josh, lógico, foi atrás de você. Sinto muito amorzinho, mas você não passa de uma segunda opção.

Considerando que o namoro deles dois é igual ioiô, era de se esperar que alguém a convidasse sem pensar em Josh, mas Asher? Não consegui retrucar, me levantei e fui embora.

- Tchauzinho, querida. Nos vemos amanhã!- Disse ela gargalhando já bem longe.

John agora é uma das coisas que Miranda pode usar contra mim, e Asher me acha uma piada. Devo ser mesmo, em abaixar a cabeça pra ela, em acreditar no que ela e as amigas dizem. E o pior é que eu não me importo com isso, só consigo pensar em John e como farei pra pedir desculpas e tentar deixar isso de lado.

Já estava bem longe do lago, quando ouvi a buzina de um fusca. Minha avó Mabge, Mirelle Abigail Bórgia Gülliver Esttato, a chamamos assim porque as iniciais do nome dela dão um nome novo, mas como diria ela:

- Mirelle é nome de velha, e eu não estou velha, só um pouco enrugada. Me chame de Mabge, mocinha.

Velha doida.

Vive tentando me juntar com John, imagina quando ela souber o que aconteceu? Vai enlouquecer mais ainda.

- Querida, entre aqui! - Acenou com um lencinho, estacionando.

Entrei no carro e abracei seu corpo magro.

Ela usava sua roupa favorita, a blusa branca social, e a calça jeans, dobrada. Com certeza estava vindo da biblioteca.

- Estava chorando? Querida, olhe para mim. Me conte tudinho. - falou me analisando, e oferendo caramelos.

Contei o que havia acontecido e como já era de se esperar, ela ficou doida, sorridente como nunca, parecia não ter escutado a parte triste da história.

- Vovó, não se esqueça que nós dois não estamos nos falando mais.

- Vocês dois são novos e dramáticos, amanhã já estarão se abraçando de novo. - Disse revirando os olhos, ainda sorrindo. - estava indo pra onde? Está tarde deveria estar em casa!

Olhei no relógio, eram 16:42. Nem parecia ter passado tanto tempo assim.

- Estava indo para casa.

- Ótimo, também estava. Como está meu filho?

- Como sempre, trancado no escritório. O que quer fazer lá?

Ela me olhou como se eu fosse burra.

- Queria ver meu filho e dar um abraço na minha neta querida. Marcurélio, tem que sair dessa, você está passando por um momento difícil, precisa de algum adulto por perto.

Marcurélio, é o apelido de meu pai. Só minha avó o chama assim.

- É claro! Então vamos.

É engraçado vê-la dirigindo, o carro não é dos mais rápidos e não importa o quanto você pise no acelerador, ele não vai acelerar. Mas de qualquer jeito, dirigia melhor que John, com certeza.

- Então... Me fale da filha de Salete Scholer, ela anda te incomodando muito?

- Na verdade é só uma pulguinha chata, consigo lidar.

- Miranda não vale essas rugas que você está tendo por causa do estresse. E não quero te ver chorando na rua a essa hora nunca mais, está me ouvindo?

- Claro. - Abaixei a cabeça, não poderia deixar ela ver que estava rindo.

- Quer algumas rosquinhas? Estamos perto do Pegue&Leve.

Em Gilles, você só ouviria uma idosa chamando o Mike&Mark de Pegue&Leve, se ela fosse minha avó.

- Nada me deixaria mais contente agora.

Ela me deu um tapinha no joelho e parou ao lado da lojinha.

Não demorou muito pra que ela voltasse com uma grande caixa de Donuts. Se sentou no banco do motorista e dirigiu até minha casa.

Meu pai estava na varanda, sentado na escada ainda de pijama, tomando uma xícara de café.

- Olá meninas.

Acenamos juntas, de longe.

Ele estava destruído, tinha olheiras e rugas na ponta dos olhos, seu cabelo, bagunçado. Parecia não tomar banho a semanas, talvez não tivesse mesmo.

- Marcus Algust Bórgia Gülliver, já para o banho. - disse ela como se ele fosse uma criança.

O mesmo, se levantou e fez o que lhe foi pedido.

Entramos em casa, ja devorando os donuts.

- Melhor?

- Muito melhor. Obrigada vovó, é sempre bom ver você, deveria aparecer mais vezes!

- Sabe que é difícil, mas tentarei. - ela sorriu dócilmente, fazendo sinal com a mão pra que eu pegasse mais uma rosquinha.

Vovó trabalha com minha tia Carolina, na biblioteca da cidade, mal sai de lá. É difícil vê - la.

Meu pai desceu as escadas, de banho tomado e cabelo penteado, vestindo um outro pijama.

- Estou melhor?

- Tudo é melhor do que estava antes, querido! - Disse o admirando do sofá onde estava.

- Certo, qualquer coisa estarei no escritório. Ok?

Não precisei olhar para saber o quanto ela estava irritada com a palavra, escritório.

Ela disse que ele não voltaria pra lá, e eles começaram a discutir e acabaram entrando no escritório para me privar da conversa.

Pouco tempo depois de entrarem, ouvi a campainha. John.

- Posso entrar?

- Não. - Fechei a porta, mas me arrependi e voltei atrás.

- O que você quer?

- Suas desculpas. E te fazer um pedido.- Foi só nesse momento que eu percebi que ele estava de terno.

Precisava desculpa -lo, não tinha motivos para continuar o ignorando. Eu que me exaltei, a verdade é que não soube lidar com a negação da parte dele, quer dizer eu passei pela mesma coisa a alguns anos, ainda não sei conviver com isso. Tentei fazer com que ele não passasse por isso, e eu mesma acabei passando.

- Eu te desculpo, você não tem culpa, exagerei hoje cedo. - Sorri.

- Sério? Bom, isso é ótimo. Me permite fazer o que farei agora.- Arqueei a sobrancelha em forma de dúvida, mas ele pareceu não perceber. Tirou do bolso de trás da calça um embrulho vermelho. E disse:

- Quer ir ao baile de verão comigo?

No mesmo instante fechei a porta atrás de mim. Essa é uma daquelas perguntas, sem resposta imediata, e eu não sabia como responder a ela.

- Se veio até aqui para se desculpar, eu o desculpo. Mas não aceito ir com você, Amber me disse que irá contigo.

- Amber é uma problemática metida, achei que não acreditasse em nada que ela diz. Mas pelo visto acredita e se importa, eu não irei com ela, não era mentira quando disse que tinha negado o convite. Eu ia te convidar, e vim até aqui pra me desculpar e fazer o que planejei, mas se prefere acreditar em Amber Vanner, vá em frente. Se sua resposta for não, ficarei aqui até mudar de ideia.

- Ótimo, tenho Donuts aqui, vai precisar de comida.

- Está falando sério? Não vai aceitar, porque Amber Vanner disse que vem comigo? Ela não estava falando a verdade, era pra te provocar. Por favor Jay, acorda, ela é apenas invejosa, eu recusei o pedido. Juro. - Ele deu uma pausa. - Você disse Donuts?

- Vai querer? - ignorei completamente o que ele disse antes. Não aceitaria, de modo algum.

- Sério? Jay, eu... Eu, falhei hoje mais cedo, mas o que estou dizendo é verdade. Não pedi para Amber vir comigo, e só não aceitei seu convite, por achar muito repentino, não sei, você disse que estava apaixonada, e me beijou, foi muito espontâneo, e de repente, parecia que só não queria me chatear, e não que estava sendo verdadeira.

Não queria mais ouvir, tinha me arrependido do que acontecera, mas não poderia aceitar o convite, e nem continuar ouvindo o que ele estava dizendo.

- Entre, minha avó está no escritório com meu pai. Então não fale alto, tem alguns Donuts na mesa de centro, dentro da caixa. Quer algo para beber?

Fez que não com a cabeça, se sentando no sofá. Me sentei ao seu lado, e peguei um dos Donuts. Estava chateado, e isso me partia o coração.

Ficamos ali sentados, sem nos olharmos diretamente, e sem dizer uma palavra. Me perguntei o porque de estar fazendo aquilo, orgulho. Claro.

Ele estava certo, eu estou dando importância para alguém que me detesta, e não pensa na minha felicidade. A questão na verdade não é essa, eu estou abaixando a cabeça mais uma vez para Miranda, em pensar que se aceitar, ela pode falar mais do que já fala sobre mim.

Estou dando tanta importância, que não consigo pensar em mim. Não consigo fazer o que realmente quero.

Pensar, é isso que preciso.

Já tinham se passado horas, e minha avó ainda estava no escritório discutindo com meu pai, e eu estava constrangida em deixar John ouvir a gritaria dos dois, junto a mim.

- Melhor você ir, não tem que ouvir isso. - Disse lamentando.

- Jay, eu não vou ir a lugar algum. Estarei no meu carro, ali onde estacionei, até você dizer sim.

Sem dizer nada, abri a porta para que ele saísse.

Não demorou muito para Mabge, sair junto de meu pai.

- Querida, Marcus e eu conversamos. Você já está mais velha, pode se cuidar sozinha temporariamente...

- Eu irei para um centro de reabilitação.- disse meu pai, interrompendo.

- Sim. Está tudo bem para você, Jaded?

Considerando que só o vejo duas vezes por dia, e moramos na mesma casa, isso não mudaria muita coisa. Só que, ele é meu pai, e por mais que eu o queira bem, não sei se aguentaria morar sozinha aqui.

- Eu não sei, podemos conversar outra hora?- Estava nervosa.

- Filha, me desculpe... Não tem "outra hora", sua avó, veio até aqui justamente para me dizer que me mandou para Gardens Gollen. - ele dizia cada palavra com delicadeza, parecia nem acreditar. - Partirei amanhã, mas volto antes do próximo verão. Prometo.

Antes do próximo verão. As palavras ecoaram na minha cabeça, era muito tempo.

- Eu não tenho opinião? Só devo dizer, Tá? Não, meu pai pode não estar sempre presente, mas eu sei que preciso dele. E por mais que seja o que ele precisa, não posso aceitar isso.

Então ela me chamou para um canto, enquanto meu pai subia para arrumar suas coisas. Ignorando o que eu disse.

- Eu virei aqui sempre que puder. E Marcus mandará cartões, pense, pode ser a chance dele de seguir em frente, ele precisa disso, você precisa disso. Eu só quero ajudar.

- Vovó, eu sei que quer. Te entendo, mas como vai ser? Como eu fico nessa história?

- Bom, eu precisarei de uma assistente ano que vem. Pode ser seu trabalho, a prefeitura não irá dar o dinheiro mensal dele para você, então irá precisar de um salário, e até lá eu pago sua escola, e tudo que precisar.

Não tinha o que discutir, era isso. Só deveria aceitar, e assim o fiz. A abracei ainda sem acreditar, ela me deu um beijo na testa, apertou minha bochecha e saiu, alertando meu pai para não se atrasar.

- Até mais, querida.

Fui para o quarto, tinha que me deitar. Perdi minha mãe em um incêndio, e agora estou perdendo meu pai para um Centro de reabilitação, ele irá voltar, mas pensar nisso não me confortava.

Amanhã, depois da escola, terei de ser forte.

~~~~

Caindo, caindo, e caindo...

- Você pode me ouvir. Pode me ver. Mas não pode me tocar. - diz a voz rouca, na escuridão.

PARE.

Parada no ar, viro sombra.

Consigo me ouvir, consigo me ver, mas não consigo me tocar.

Caindo, caindo, e caindo.

Três sombras, um cachorro.

É o fim do buraco. Três sombras, um cachorro, montanhas, gramado verde e céu negro. Não é noite, mas não é dia. É apenas o fim do buraco.

- Você sabe onde está, você sabe oque sou, venha me tocar. - diz a voz.

Caindo, caindo, e caindo

Gramado verde, cheiro de lavanda.

- Ser louco é para todos, entender a loucura é para poucos. - diz a velhinha, tricotando ao meu lado.

- Por que sempre a mesma frase?

- Manjericão está sendo plantada.- respondeu ela, assustada.

Cheiro de Manjericão e Lavanda, tomavam conta do quarto. Estava encharcada pelo suor, então precisei tomar um banho para sair como de costume.

- Aonde vai?

John. não acredito que ainda está aqui.

- Por que não voltou para casa? Desiste disso. Esquece, não aceito.

- Quando você disser sim, eu irei voltar.

Revirei os olhos, e continuei andando.

Onde estão os dentes brancos?

Cadê meus dentes brancos?

Onde estão?

Pegue a escovinha,

Coloque na boquinha

E, tic tic tic ta,

Tic tic tic ta,

Dentinhos branquinhos prontinhos

Para brilhar.

A música estava tocando no rádio do Tom. Comecei a rir desesperadamente, uma mistura de emoções que eu não sabia explicar.

John viu meu estado, e quando chegou perto, cai em seus braços, chorando e rindo ao mesmo tempo.

- Jay, o que está acontecendo?

- Muita coisa.

Ele me pôs no carro, deitada em seu colo, no banco de trás. Abaixou o som, e fez carinho na minha cabeça, até eu me acalmar, e contar o que estava acontecendo.

- Me desculpe, não fazia ideia de que isso tudo aconteceu. Eu posso me mudar pra cá, quer dizer, eu passo mais tempo aqui do que na minha casa, en...

O interrompi.

- John... Ahm... Olha, eu quero que você venha, mas não sei se é o certo a ser feito!

- Entendo. Só virei, se aceitar que eu venha. Mas continuarei aqui, no carro, esperando seu sim, para o convite que lhe fiz.

Ele sabia que eu queria aceitar, mas era orgulhosa de mais para isso. Só que precisava decidir alguma coisa, aceitar ou não?

Usar a lógica nesse momento, se tornaria uma arma para o meu coração, mas estava decidido.

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Notas Finais


Me desculpe por qualquer erro de digitação, e Até a próxima!


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