História Baby, I'm Not a Monster - Imagine BIGBANG - Still Alive

[SeungRi On]

Algumas semanas depois...

— Oppa? — S/N sussurrou. — Está acordado?

Ela se remexeu em cima do meu peito, puxando o cobertor para se cobrir e a mim também. Nossas roupas estavam espalhadas pelo chão, e nós estávamos nos recuperando de uma noite um tanto quanto agradável. Dei um sorrisinho.

— Estou aqui. — Apertei-a mais contra meu corpo. Ouvi-a rir baixo.

— Senti falta disso... — Ela respirou fundo. — Senti sua falta...

— Eu também senti sua falta. — Me debrucei por cima de S/N, beijando seu pescoço. Ela riu baixo. — Senti muita falta desse seu corpo tão perto do meu.

— Ora. — S/N sorriu e passou a mão pelas minhas costas, deixando leves arranhões em resposta. — Devemos fazer isso mais vezes, então.

— Concordo. — Mordi-a no pescoço, e voltei a me deitar ao seu lado. Estava ficando sonolento, então não aguentaria mais uma ali nem se pudesse. S/N voltou a se aconchegar em meu peito e fechou os olhos, e eu imaginei que ela também estivesse se sentindo cansada. Eu sentia algo de distinto nela, algo de sonhador e estranho.

Enquanto isso, ela, que a essa altura estava agarrada ao meu braço, prosseguiu com uma história.

— Eu disse pra ele... SeungRi, está me ouvindo?

— Você já fez isso com Young-Bae-hyung?

— Como? — S/N piscou.

— Você já transou com Young-Bae? — Olhei-a, sério. S/N riu, incrédula.

— Não, claro que não.

Eu não acreditava em nenhuma palavra que ela dizia.

Já faziam semanas que aquelas malditas vozes na minha cabeça não me atormentavam, e eu acreditava tê-las matado quando tentei me suicidar. Mas eu estava errado.

Você sabe que ela está mentindo, não sabe?

Pressionei os olhos. Não, de novo não.

— Você tá mentindo. — Respondi para aquela voz no meu subconsciente.

— Não estou não. — S/N se justificou. — Eu juro.

Minha mão foi automaticamente para o rosto de S/N, e eu a segurei pelo maxilar para forçá-la a olhar para mim. Ela arregalou os olhos.

— S-Seungri...

— Você está mentindo. — Disse entredentes. S/N colocou a mão por cima da minha, e eu acordei, soltando-a rapidamente. Arregalei levemente os olhos.

S/N tossiu algumas vezes e me encarou de cima a baixo, o olhar preocupado e triste ao mesmo tempo.

— S/N, eu...

— Tá tudo bem. Esquece isso. — Ela balançou a cabeça negativamente, e tentou dar um sorrisinho. Ela acariciou meu rosto. — Vamos dormir, ok?

Ela se ajeitou no meu peito, e eu a deixei se aproximar. Mas não consegui, e nem pude, dormir naquela noite.

[…]

— Eu fiz uma lista! — TOP chegou animado na sala de estar. Todos nós estávamos sentados na sala, inclusive S/N, menos Daesung, que havia saído com Ayano, e Ji Yong, que não estava tão próximo. Ele ainda não se dava tão bem com S/N. — "Coisas que Eu Preciso Fazer Antes de Ir Para o Exército"!

— "Mostrar o abs" está nessa lista? — S/N ergueu uma sobrancelha. TOP ruborizou.

— Mulher, controle a si mesma! — Ele fez um bico. — Aish... Eu não tenho esse negócio de abs.

— Isso é mentira! Eu vi você no Tazza 2! — S/N cruzou os braços, e foi aí que TOP ruborizou completamente. Haviam muitas cenas no filme que TOP participou, Tazza: The Hidden Card, muito mais do que simples cenas sem blusa. Estou dizendo de cenas impróprias para menores.

— Aigo... — TOP suspirou, passando a mão pelo cabelo.

— Ah, agora não tem mais escapatória. — Young-Bae riu baixo, colocando as pernas em cima da mesinha de centro.

— Também quero ver. — Ji Yong desceu as escadas aos pulos e também riu baixo, por incrível que pareça. TOP abraçou seu próprio corpo.

— Vocês, vocês... Mas que ânsia é essa?!

— Oppa, se você acha que nós vamos rir, está completamente enganado. — S/N falou suavemente.

— E você vai mostrar apenas para nós quatro. — Young-Bae sorriu. — Nenhum de nós vai contar pra ninguém.

— Vai, oppa, por favor! Por favorzinho! — S/N juntou as duas mãos. TOP respirou fundo, ruborizou dos pés à cabeça e retirou o suéter que usava, ficando com uma blusa de mangas curtas. S/N soltou um gritinho.

— Isso não é ficar sem blusa! — Finalmente me manifestei, rindo baixo. S/N assentiu e ergueu a mão para um high-five, e eu retribui. TOP bufou, virou-se de costas e retirou também a blusa, dando lugar a costas completamente nuas. S/N se agarrou ao meu pescoço e começou a me balançar para frente e para trás, de tão animada que estava.

— Vire-se de frente e encare a verdade! — Ji Yong exclamou e tentou virar TOP de frente, mas ele o empurrou apenas com o ombro. Considerando a altura de TOP e a magreza de Ji Yong, estava explicado porque Ji Yong caiu no chão. Young-Bae tentou ver TOP, mas este abraçou o próprio corpo e começou a girar para que ninguém o visse. Ele parecia um tanto desamparado e arrependido por ter ouvido S/N. Estava de cabeça abaixada, os cabelos pretos como tinta, a pele luminosa e branca como papel. Talvez ele gostasse de saber que parecia uma obra de arte em chiaroscuro.

— Oppa! — S/N exclamou, maravilhada. — Que corpo mais... Mais... M-Mais... Que corpo!

TOP fechou a cara e balançou a cabeça negativamente. S/N saiu de cima de mim e correu para ele, tentando olhar em seus olhos.

— Eu não sei quem disse que seu corpo é feio, mas oppa, no Brasil você causaria inveja em muitos homens.

TOP ergueu o olhar, e S/N sorriu. Ele já estava começando a se soltar do próprio corpo, mas a porta se abriu e Daesung, Ayano e Hyorin apareceram de surpresa, e ele voltou a ruborizar em todos os tons. Ayano imediatamente se soltou de Daesung e começou a gritar, agarrando o braço de S/N, e as duas começaram a pular juntas. Ri alto.

— Hyung! — Daesung deu sua risada exagerada e abriu os braços, e TOP pegou seu suéter e o vestiu novamente. Hyorin foi até Young-Bae e os dois deram as mãos. Pareciam estar se reaproximando.

— O que eu perdi? O QUE EU PERDI?! — Ayano começou a chacoalhar S/N para frente e para trás, segurando-a pelos ombros. — Onee-chan, o que aconteceu aqui?! Você registrou tudo pra mim, não foi? Não foi?!

— E-Ei! — Daesung fez um bico, cruzando os braços. Ayano se acalmou e pigarreou, desviando o olhar.

— Ainda bem que a minha garota continua sendo apenas minha garota. — Abracei S/N por trás, e beijei sua bochecha. Ayano começou a gritar novamente. — Vamos dar um passeio? Aqui está muito barulhento com sua amiga parte banshee.

— Eu concordo. — S/N sorriu, e segurou minha mão. Ela saiu me puxando para fora, e eu ouvi meus hyungs murmuraram um "annyeoooong."

[…]

Quando parei para pensar, percebi que nunca havia levado S/N para o café da minha irmã, por mais que ela tenha me implorado quando namorávamos. Então, resolvi fazer uma surpresa.

— Eu estou tão animada! — Ela exclamou. — Eu finalmente vou conhecer a sua irmã! Ela se parece com você?

— Eu não sei. Acho que sim. — Cocei a nuca, e S/N riu alto, puxando minha bochecha para beijá-la. Sorri.

Minha mãe não estava no café quando cheguei, mas minha irmã estava. Ela logo me viu pelas enormes janelas de vidro perto das mesas e do balcão e saiu rapidamente de onde estava, indo nos recepcionar na porta. Por sorte, o café estava vazio.

— Hanna! — Exclamei, e abri os braços.

— Oppa! Que saudades! — Minha irmã sorriu, e correu para me abraçar. Seu sorriso se abriu mais ainda quando viu S/N atrás de mim.

— Hanna, essa aqui... — Puxei S/N para perto de mim, e a abracei de lado. Hanna se curvou levemente. — É a minha garota. Minha namorada, S/N. S/N, essa é minha irmã, Lee Hanna.

— Eu estou tão feliz em conhecer você. — S/N assentiu, e Hanna sorriu de volta. Ela parecia gostar de sua nova cunhada. — Você não sabe o quanto eu queria conhecê-la.

— Oh, obrigada! — Hanna ruborizou levemente. — Vamos, vamos, entrem!

Ela abriu a porta para que nós pudéssemos entrar, e saiu a passos rápidos e saltitantes para o balcão. Puxei uma cadeira para S/N se sentar, e ela sorriu, colocando o cabelo atrás da orelha. Me sentei à sua frente.

— Soo Yoon! — Hanna gritou, debruçada no balcão. — Soo Yoon, venha aqui!

De dentro de uma porta de vidro por trás do balcão, veio uma menina. Em contraste ao preto e cinza de onde estava, ela brilhava como uma pérola. Seus cabelos eram curtos e negros, e a pele tinha o branco e o cor-de-rosa luminosos de uma concha. Os cílios eram espessos e escuros, cobrindo olhos de um cinza sublime e amendoados, que lhe davam uma aparência de boneca, considerando seus olhos extremamente puxados.

S/N respirou fundo. Hanna a ouviu, olhou para mim e deu um sorriso orgulhoso.

— Ela é gloriosa, não? Minha pupila. Soo Yoon.

— Como vai? — Sussurrou Soo Yoon. S/N a encarou. Soo Yoon se curvou. — Meu nome é Cho Soo Yoon. É um prazer.

[S/N On]

O rosto da menina era um cálice de porcelana, e seus olhos carregavam promessas. "Pai, afasta de mim esse cálice".

— SeungRi-oppa. — Disse ela, a voz suave e ofegante. Eu não podia deixar de encará-la. Tudo nela era perfeitamente construído para atrair. Era linda, sim, porém mais do que isso. Parecia tímida; no entanto, toda sua atenção estava voltada para SeungRi, como se ele fosse a coisa mais fascinante que ela já tinha visto. Não havia homem que não quisesse se ver refletido assim nos olhos de uma menina linda, eu sabia disso. — Eu sou uma grande fã sua. Sua e de todo o BIGBANG.

Desviei o olhar, como se os olhos da menina pudessem me queimar viva. Ela não pareceu magoada, irritada ou sequer espantada. Virou o olhar para a irmã de SeungRi, com uma espécie de dúvida curiosa.

— Eu devo trazer um café para o casal?

— E bolinhos! — Hanna exclamou, animada. — Com creme, por favor.

Soo Yoon assentiu, curvou-se levemente e entrou na portinha de vidro atrás do balcão, com uma bandeja de prata. Hanna sorriu e se sentou na mesma mesa que a nossa, acariciando o braço do irmão.

— Mamãe a contratou quando a apresentei. Soo Yoon era da minha aula de pintura.

— É uma boa escolha. — SeungRi sorriu. — Tenho certeza que deve ter muitos pretendentes aos pés dela.

— Ah, ela tem. — Hanna assentiu. — Mas diz estar esperando um em especial, que lhe chame atenção.

Cerrei os punhos. SeungRi segurou minha mão por cima da mesa.

— Ainda bem que a que me chamou atenção está bem aqui. — Ele lançou uma piscadela para mim, e eu senti meu coração se acalmar. Não havia porquê ter ciúmes. Não havia porquê ter medo. SeungRi havia mudado, não era mais o mulherengo de antes. E eu confiava no meu homem.

— Qual é, você não está caindo nessa, está? — Hanna comentou com o ar brincalhão, e SeungRi deu um empurrão na irmã. Ela riu alto. — Oppa!

— Quem foi que te convidou, hein? — SeungRi perguntou, emburrado. Cobri a boca com uma das mãos para não rir.

Naquele mesmo momento, Soo Yoon chegou com a bandeja com os lanches, que parecia muito pesada para ela de tão frágil que aparentava ser. SeungRi rapidamente se levantou w tomou a bandeja das mãos da menina, assegurando que ele ajudaria sem problemas.

— Você tem quantos anos, Soo Yoon? — Ele perguntou, colocando uma xícara de café para mim e dando um pedaço de bolinho para Hanna. Soo Yoon sorriu.

— 23. — Então, ela tinha a minha idade. SeungRi avistou um pequeno livro no bolso de seu avental.

— Então está lendo King, senhora Amante do Terror? — Ele ergueu uma sobrancelha, e o rosto de Soo Yoon se iluminou em animação. Ela retirou o livro do bolso e mostrou a capa.

— A literatura existe em diversos tipos de formas! — Ela exclamou. Pigarreei alto, e os dois olharam para mim. — Ahm... Hanna, você pode me ajudar a organizar algumas coisas lá na cozinha?

— Claro. — Hanna sorriu, e se levantou de onde estava para ajudar Soo Yoon. SeungRi seguiu-as com o olhar e riu baixo, balançando a cabeça negativamente, e eu ergui uma sobrancelha.

— O que foi? — SeungRi perguntou.

— "Então está lendo King, senhora Amante do Terror"? — Revirei levemente os olhos. SeungRi riu baixo. — Se declare logo pra ela.

— Hum, você acha que eu tenho chance? — Ele fez um bico pensativo, e eu bati no braço dele. Ele riu alto. — Burrinha. Você sabe que, pra mim, sempre vai ser apenas você.

Desviei o olhar. SeungRi pegou um pouco do creme de um bolinho e passou no meu nariz, rindo baixo. O fitei.

— Eu não menti lá em Tóquio, sabia? — Ele sorriu, e se sentou ao meu lado. Seus lábios roçaram os meus. — Eu ainda amo apenas a você.