História Baby, I'm Not a Monster - Imagine BIGBANG - Be Happy, Be Discreet - Part II

[S/N On]

— C-Como assim, oppa? — Meu queixo quase caiu; nos afastamos subitamente.

— Eu... Não sei, na verdade. — Taeyang suspirou. — Talvez a Hyo Rin não seja a mulher com quem deva passar a minha vida toda.

— Como? E quem mais seria? — Cruzei os braços. Taeyang abriu a boca para falar algo, mas acabou desistindo e balançando a cabeça negativamente.

— Eu não faço ideia...

— Você está muito confuso em relação à isso. É algo que deve ser decidido com calma. Quando voltarmos para a Coréia do Sul, talvez. — Sorri, gentilmente. — É melhor voltarmos para o hotel, agora. Você tem um fanmeeting daqui à pouco, lembra?

— É verdade! — Taeyang pareceu se lembrar e começou a me puxar pelo pulso, me guiando no caminho de volta. Mesmo sem querer demonstrar, ele ainda parecia tenso. Talvez até incomodado com algo. Sorri.

— Há três ursos em uma casa... — Comecei a cantarolar. — Papai Urso, Mamãe Urso, Bebê urso...

— Papai Urso é gordo. — Taeyang continuou, rindo baixo. Aos poucos, sua tensão no ombro fora diminuindo. — Mamãe Urso é magra.

— Bebê Urso é tão bonito. — Ri, entrelaçando meu braço no dele, que não objetou. — Euseuk! Euseuk! Você está fazendo isso certo.

E, completamente encharcados pela chuva e cantando musiquinhas coreanas infantis, andamos a passos lentos para casa, aproveitando cada momento de nossa companhia.

[…]

A chuva já havia passado quando chegamos no hotel, mas ainda assim ficávamos correndo pelo pátio sentindo as mínimas gotas do sereno nos agraciar com o vento um tanto frio. Era engraçado como o tempo no Japão mudava tão rapidamente.

Taeyang e eu entramos no hotel com ele me abraçando de lado, rindo de uma piada que eu havia contado cinco metros atrás mas ainda sim parecia engraçada. Todos os membros estavam numa sala de estar perto da recepção, conversando e rindo, até nos perceberem. O único que falou logo de primeira foi G-Dragon.

— Aonde vocês estavam? — Ele riu. Foi quando, ao mesmo tempo que nós iríamos responder, SeungRi apareceu com uma cara não muito boa, nós fitando sem parar.

[SeungRi On]

— O que está acontecendo? — Perguntei, sério. — Aonde vocês...?

Meus olhos repousaram na mão de Young-Bae no ombro de S/N. Infelizmente, pra mim, ela notou meu olhar e retirou a mão de Young-Bae de cima de si.

— Bom, hoje de manhã, quando você saiu... Young-Bae Oppa me convidou para tomar café. — S/N começou, mas eu não ouvi mais nada. Por ela estar completamente encharcada, sua roupa estava ficando colada em seu corpo, deixando certas coisas explícitas demais ali. — Mas antes demos uma passada na...

— Vai trocar de roupa. — A interrompi, fazendo o mínimo sorriso que existia em seu rosto se desfazer. Ela piscou algumas vezes.

— Como...?

— Sua roupa está... Quase transparente. — Continuei inabalável, com a voz séria. S/N olhou para os meninos, tocou levemente no braço de Young-Bae e subiu para o quarto, cabisbaixa. Um silêncio constrangedoramente longo pairou no local.

— Ahm... Young-Bae, é melhor você ir trocar de roupa também. O fanmeeting é daqui à pouco. — Ji Yong foi quem falou, baixo. Olhei para Young-Bae; ele me fitou sério antes de assentir, mas eu não podia deixá-lo ir sem antes falar algo... Importante.

— Preciso falar com você. — Murmurei quando o mesmo passou por mim, olhando-o apenas com o canto do olho. Young-Bae parou por um momento, respirou fundo e concordou, seguindo seu caminho para seu quarto.

— Bom... — GD se levantou com um sorrisinho para cortar o clima. — Eu vou descansar antes do fanmeeting. Alguém vem...?

— Eu vou subir. — O cortei, fitando-o. Ji Yong engoliu a seco e assentiu para que eu o seguisse até o elevador, ainda com um sorrisinho forçado. Eu iria subir, mas não iria descansar; iria falar com Young-Bae.

[…]

Bati na porta do quarto três vezes antes de ouvir um "pode entrar" abafado e sério. Young-Bae estava apenas com uma regata e bermuda quando entrei, sentado na cama, com um leve cheiro de colônia. Ele sinalizou para que eu sentasse na cadeira de sua escrivaninha.

— O que queria falar comigo? — Perguntou, respirando fundo. Desviei o olhar.

— Preciso... De ajuda.

— De que tipo?

— Bom... Você tem uma namorada. — Comecei, olhando para meus próprios dedos. — Sabe do que as garotas gostam e como devem se sentir.

— Se você diz... — Young-Bae riu baixo. — E daí?

— Eu... Queria um conselho. — Suspirei. — Posso contar um segredo?

— É claro.

— Eu... — Respirei fundo. — Eu gosto muito da S/N. Gosto demais, e... Eu não quero estragar as coisas dessa vez. Queria sua ajuda, você tem uma namorada e é romântico, você sabe como funciona esse tipo de coisa.

Young-Bae ficou parado por um instante. Continuei.

— E, até agora, você é o que parece ser mais próximo da S/N, depois de mim.

— Bom... E-Eu sei, mas... — Young-Bae abaixou o olhar. — O Ji Yong também já tem experiência. Por que você não pergunta pra ele?

 Aquilo soou como se eu fosse um caso perdido no amor e não houvesse mais como me ajudar. Não. Era como se ele não quisesse me ajudar.

— GD-hyung já namorou faz tempo. — Dei de ombros. — E, eu... Queria a ajuda de alguém com uma namorada mais recente. O TOP-hyung quer passar longe de mulheres e o Daesung-hyung tem uma vida tão secreta que ninguém sabe se ele realmente gosta de mulheres ou não. Só me resta você, hyung. Por favor!

Novamente, Young-Bae abaixou o olhar, mas não demorou a voltá-lo para mim novamente.

— Você realmente gosta dela?

— Demais. — Sem perceber, dei um sorrisinho bobo. — Falei isso hoje de manhã pra ela.

— O que? — Ele arregalou levemente os olhos. — E... Como ela reagiu?

— Ela me bateu com um travesseiro. — Ri baixo. — Eu falei "Eu te amo".

— Você deveria tomar cuidado. — Young-Bae advertiu. — Ela pode sair machucada.

— Isso é a última coisa que eu quero. — Fiz um bico. — Ela é especial. Desde o fanmeeting em Gangnam, eu sabia que ela não era como as outras. Eu...

— Eu preciso me arrumar pro fanmeeting agora, Seunghyunie. — Ele me interrompeu, mas logo abriu um sorrisinho. Mesmo sem querer, acabei consentindo e me levantei, indo em direção a porta. Quando estava quase indo embora, Young-Bae me chamou: — Ei. Pensa bem sobre isso, tá?

— Vou pensar. — Assenti, fechando a porta atrás de mim.

Minha última parada antes do meu próprio quarto foi o quarto de S/N. Ela saíra cabisbaixa da sala de estar da recepção, e eu queria vê-lá antes de sair. A porta estava destrancada, e ela se abriu levemente assim que bati. S/N já estava de pijama - apenas uma blusa enorme com o logo do MADE - e estava numa tentativa falha de imitar os passos da intro de BANG BANG BANG que perfomamos no MAMA, que passava num vídeo em seu notebook. Ela estava tão entretida em seus passos que não notou minha presença ali, tanto que ela levou um susto enorme quando se virou e se deparou comigo de braços cruzados e sorriso preso.

— Oppa! — Ela colocou a mão no peito, ofegante. — O que está fazendo aqui?

— Vim ver como você estava. — Ri baixo. — O quanto você aprendeu da coreografia?

— Eu não estava fazendo a coreografia. — S/N riu. — Estava só dançando.

— Entendi. — Devagar, enlacei sua cintura. Ela aparentemente não estava esperando pelo ato, mas não se afastou. Beijei seu pescoço, sentindo-a estremecer levemente.

— Oppa, você tem um fanmeeting daqui a pouco. — S/N tentou me empurrar, rindo, mas eu continuei firme. — Não vamos transar agora.

— Só uma rapidinha. — Ri baixo.

— Não!

— Quando eu voltar, então?

— Não sei. — Ela deu um sorriso ladeado. — Vou pensar no seu caso.

— Então vamos fazer enquanto você pensa. — Mordi o lóbulo de sua orelha. — Pode ser a com a luz ligada.

— Oppa, não! — S/N me empurrou, gargalhando alto. Cruzei os braços e dei um sorriso ladeado, balançando a cabeça negativamente.

— Agora que sabe que eu te amo, ficou toda metida?

S/N parou, mas não desfez seu sorriso. Ela me abraçou novamente.

— Eu sempre fui metida, oppa.

Ficamos um bom tempo ali abraçados, sem sairmos do lugar. Eu não queria deixá-la ali, mas com o tempo GD e os outros vieram me chamar para o fanmeeting e eu tive que ir. S/N me garantiu que pensaria sobre aquilo enquanto eu estivesse fora, e novamente a fiz prometer de que não iria embora.

[S/N On]

Sem a companhia dos meninos, a noite toda foi um tédio. A única coisa que ajudou a passar o tempo foi uma maratona de MV's de K-Pop, uma boa xícara de chocolate quente do serviço de quarto - que eu havia conseguido pedir sozinha! - e meu edredom. Logo depois, ainda pedi alguns cupcakes, que estavam maravilhosos, por sinal.

O telefone fixo da parede começou a tocar, o que era estranho pois quem me ligava sempre ligava diretamente para o meu celular. Com o cenho franzido, atendi.

— Alô? — Com minha formação em animes, tentei o usar o básico do meu japonês; sem sucesso. Pelo menos o homem que havia ligado sabia falar inglês, o que facilitou as coisas.

"Senhora, você está hospedada com Kwon Ji Yong, Dong Young-Bae, Choi Seunghyun, Kang Daesung e Lee Seunghyun, correto?"

— Correto. — Assenti. — Eles saíram agora.

"Há uma mulher aqui na recepção procurando por Dong Young-Bae. O que eu deveria dizer à ela?"

— Uma mulher? — Parei. — Não pode ser... Como ela é? Qual o nome dela?

"Min Hyo Rin."

— Tinha que ser... — Respondi em português por um momento de surpresa. — Acho que o Young-Bae iria gostar de saber que ela está aqui. Eles são namorados.

"Devo deixar ela subir para o quarto dele, então?"

— Sim. — Assenti. — Eu vou até aí, arigatou gozaimashite.

"Disponha." E desligou. Aish.

Rin provavelmente queria fazer uma surpresa para Taeyang, o que de certa forma deu certo, já que ele estava fora quando ela chegou. Eu só não sabia se havia feito a coisa certa ao concordar com a ideia dela ficar no quarto dele, principalmente pelo fato de Taeyang estar muito confuso e tenso com algo ultimamente.

— Unnie. — Sinalizei para ela perto do elevador quando desci. Rin inicialmente revirou os olhos, mas como viu que não havia nada melhor, deixou as malas com o bagageiro e andou até mim. Eu tentaria ser amigável com ela, pelo menos para que Taeyang não ficasse sabendo de algum escândalo e ficasse ainda mais tenso por minha causa.

— O que você está fazendo aqui? — Rin retirou os óculos escuros e me fitou com uma sobrancelha arqueada. Sério? Óculos escuros à noite?

— SeungRi-oppa me trouxe. — Cruzei os braços. — Eles foram pro fanmeeting agora, você vai ter que esperar um pouco para ver o Bae-oppa.

— "Bae-oppa"? — Rin riu. — Pra você é Young-Bae-oppa.

— Unnie, é melhor pararmos com isso por enquanto. — Suspirei.

— Isso o que?

— Essa bira sem motivo algum. Principalmente sua comigo. — Ergui uma sobrancelha. — Estamos no mesmo nível agora. Ambas somos namoradas de dois membros, e...

— Parou, parou. — Novamente, Rin riu alto. — "Namorada"?

Eu realmente havia exagerado nessa parte; SeungRi e eu não éramos exatamente namorados, mas fazíamos coisas de namorados. E eu já havia falado, não iria desmentir nem que me pagassem.

— Vamos analisar os fatos. — Rin continuou. — Young-Bae me pediu em namoro. Nós estamos namorando. Mas você? Você com certeza é só mais uma qualquer pro SeungRi. Anote minhas palavras: Não vai demorar muito até ele te largar e partir pra outra.

"Fazíamos coisas de namorados". Você é mais esperta do que isso, S/N.

Mas era óbvio que Rin tinha um pouco de razão; Eu conhecia a personalidade de SeungRi, sabia da fama dele, então como podia estar sendo tão ingênua? Mesmo assim, o jeito que ela havia falado também me deixou com raiva.

— É melhor subirmos. — Respirei fundo, desviando o olhar. Rin riu baixo e assentiu.

— Não fique chateada. Você sabe que é a verdade.

E o pior é que eu sabia mesmo.

Quase não havia conseguido dormir pensando naquilo; quando menos percebi, já eram 00:27. Foi quando ouvi certa movimentação no saguão, e um grito de "SURPRESAAAA!" tão alto que com certeza os hóspedes devem ter ouvido e não gostado nem um pouco. Era Hyo Rin. Os meninos haviam chegado.

Quando finalmente estava pegando no sono, ouvi a porta do quarto sendo aberta. Eu estava meio acordada, meio dormido, então não consegui distinguir quem era de início. A pessoa fechou a porta do quarto, retirou os sapatos e andou devagar até a minha cama, sentando-se ao meu lado e acariciando meu rosto.

Eu reconheci aquele toque; SeungRi.

— Oppa...? — Chamei-o, meio sonolenta. Ouvi-o rir.

— Não queria te acordar, desculpa. Eu só... Queria dormir aqui com você. De novo.

Ergui uma sobrancelha. Ele riu baixo novamente.

— Só dormir, nada mais.

— Hum... Não sei. — Assenti, bocejando. — Oppa... Eu posso perguntar uma coisa?

— Claro que pode.

— Aquilo que você disse mais cedo. Sobre gostar de mim. Era... Verdade?

SeungRi ficou sério por um momento, mas logo sorriu.

— Era. É, na verdade. — Ele acariciou meu rosto. — É verdade.

— Pode... Pode dizer de novo?

— Posso dizer quantas vezes forem necessárias. — SeungRi beijou minha bochecha. — Eu te amo.

— Também te amo, oppa. — Sorri. — Acho que já é meio óbvio. Eu sou uma fangirl, eu amo todos vocês. Mas... Eu te amo mais.

— Então você me permite passar a noite com você?

— Fique a vontade. — Ri baixo. SeungRi primeiro tomou um banho rápido no meu banheiro e colocou seu pijama antes de se deitar ao meu lado, me abraçando por trás, num estilo conchinha. — Eu fiquei sabendo que, no mar, as conchas dormem de pessoinha. Loucura, não é?

SeungRi riu baixo, mais por causa do sono, mas apertou mais seu abraço.

— Podemos dormir de todas as formas possíveis. Juntos.