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História Back 2 You - markhyuck - Parte 1: Mark e Donghyuck fazem uma promessa


Escrita por: justasmstan

Capítulo 16 - Parte 1: Mark e Donghyuck fazem uma promessa


CAPÍTULO 16 - Mark e Donghyuck fazem uma promessa


Ainda não acreditava que havia realmente aceitado ajudar Lee Taeyong e o garoto Ten que ainda nem mesmo havia saído do ensino médio, mas eles pareciam bem certos do que estavam defendendo, principalmente o tailandês, que possuía um imenso poder de persuasão. Apesar disso, ainda preferia manter um pé atrás. 

Não comentou com ninguém sobre o jantar com o filho de seu chefe, e menos ainda sobre as coisas tratadas nele. Baekhyun poderia não ser a melhor pessoa do mundo, mas ao menos cumpria sua palavra. 

Havia se passado uma semana desde que se encontrara com os dois garotos. Baekhyun mantinha contato com Ten, que usava seu verdadeiro nome e mandava mensagens ao menos uma vez por dia perguntando como as coisas estavam. O garoto era um pouco amedrontador, não podia negar, mas ele sabia muito bem o que estava fazendo. 

Seu chefe chegaria naquela manhã e provavelmente passaria em seu escritório no período da tarde, para ver como as coisas estavam. Era algo que ele costumava fazer quando voltava de suas viagens, então Baekhyun meio que já o esperava ali. 

E como o esperado, o Senhor Lee apareceu pouco tempo depois do horário de almoço do Byun terminar. Ele estava terminando de traduzir alguns documentos quando seu chefe apareceu. 

– Boa tarde, Baek… – colocou a mão na cabeça, como se tentasse lembrar o nome do rapaz. Trabalhavam juntos há um tempinho, mas mesmo assim o Senhor Lee parecia não se importar com esses detalhes. 

– Baekhyun, senhor. – engoliu em seco, se sentindo desconfortável com a situação. 

– Era isso que eu iria dizer, rapaz. – colocou a mão em seu ombro – Espero que tenha conseguido fazer tudo o que eu te pedi nesse período em que eu estava fora. 

– Eu fiz, senhor. Estava terminando de traduzir as cláusulas, e...– começou a se explicar, sendo interrompido. 

– Isso não é importante agora, vamos nos preocupar com essas coisas amanhã. – o homem parecia de muito bom humor. – Como está a sua mulher, e a criança?

Baekhyun sorriu, nervoso. 

– Estão bem. Já estamos de volta a rotina, mas ela ainda não pode trabalhar, por conta das complicações…

– Ah sim, deve estar sendo um período difícil. Eu como pai de três sei como é isso. – o Byun assentiu – Imagino que deve estar exausto. 

– Na verdade eu não…

– E foi pensando nisso que resolvi chamar um colega meu para te ajudar com os documentos. Ele ficará com essa parte mais… cansativa, ok? – deu alguns tapinhas nas costas de Baekhyun – Ele virá amanhã de manhã. Se possível, explique para ele como é o seu trabalho, para que ele possa te ajudar. Estamos entendidos? – o Byun assentiu mais uma vez, sentindo uma imensa vontade de gritar. Aquilo não fazia sentido algum, Baekhyun dava conta de seu trabalho, não precisava de ajuda – Espero que não se incomode, o coreano dele não é tão bom assim, mas dá para entender se você fizer um esforço. 

– Me desculpe a pergunta meu senhor, mas… Qual é o nome dele?

Takuya, Takuya Terada. Um velho conhecido meu do Japão, e é muito bom no que faz. – respondeu, sem sequer imaginar o que se passava na mente do Byun. – Bom, agora vou visitar o resto do pessoal, pode pegar mais leve hoje, Baekhyeon. – Baekhyun cerrou os punhos. Ele realmente não sabia pronunciar um nome tão simples ou fazia aquilo de propósito? – Não tivemos nada de estranho nesses últimos dias, não? 

– Não. Tudo perfeitamente normal. 

E foi naquele momento que Baekhyun percebeu que havia escolhido o lado certo. Faria de tudo para ajudá-los, nem que acabasse no olho da rua por isso. 

Bom, vou atrás de um cigarro. 

Baekhyun agora tinha certeza de uma coisa: Lee Hyunsik iria pagar pelos crimes que estava cometendo e as pessoas que estava silenciando. 


 Back 2 You 


Estava se preparando para encontrar Donghyuck, Yerim, Jeno e Jaemin quando ouviu o telefone de casa tocar. Geralmente não atendia, porque na maioria das vezes eram ligações de amigos de sua tia, mas como não havia mais ninguém em casa, Mark acabou atendendo. Podia ser uma informação importante, afinal. 

– Alô? 

– Minhyung? Minhyung, é você meu filho? – Mark conseguiria reconhecer aquela voz em qualquer lugar. Aquela voz o amedrontava de uma forma inexplicável. Por que ela estava o chamando de Minhyung? Sabia o quanto sua mãe evitava aquele nome, principalmente após a separação. 

– M-Mãe? – não era para soar como uma pergunta. Mark sabia muito bem quem era a pessoa por trás daquela voz, mas mesmo assim uma parte de si preferia acreditar que não, não era ela. 

Não haviam se falado muitas vezes desde que sua mãe ligara no ano novo, o que era curioso já que ela havia dito que se esforçaria para ligar mais vezes, mas mesmo assim podia contar nos dedos da mão quantas vezes haviam se falado desde então. 

Mark amava a sua mãe, mas ao mesmo tempo tinha medo dela, muito medo. Desde que seus pais haviam se separado e seu pai estava morando a kilômetros e kilômetros de distância, sua mãe havia se transformado em outra pessoa. 

Mark sabia que a sociedade podia ser bem cruel com as mulheres, principalmente com as divorciadas e cujo ex marido havia sido flagrado com outro homem alguns dias após a separação. Mark entendia isso perfeitamente – ou ao menos tentava entender o máximo que podia, sendo apenas uma criança entrando para a fase da pré-adolescência – mas não sabia explicar o porquê de toda aquela transformação. 

Sua mãe havia sido acolhida por alguns irmãos de uma igreja próxima da casa onde moravam. Eles haviam conseguido trazer o sorriso de volta ao rosto da mulher, mas aquele sorriso já não era mais o mesmo, Mark não mais conhecia aquela mulher. 

“Deus me salvou” sua mãe repetia constantemente. Mark não tinha dúvidas disso, mas não entendia o porquê das pessoas que se diziam seguidoras de um deus de amor, insistiam em espalhar ódio e contendas entre as pessoas que não se encaixavam numa espécie de padrão. Apenas não conseguia entender. 

“Você está andando com as pessoas erradas, Mark. Eu temo muito pela sua alma, que deus tenha misericórdia” ela dizia, sempre quando Mark aparecia com alguns de seus amigos da escola. Não, não era Johnny, já que Mark e Johnny não costumavam ser amigos até aquela maldita aposta. 

Mark conhecia os rumores. Os rumores diziam que Henry usava maconha no banheiro da escola e que Matthew gostava de beijar garotos quando ninguém estava olhando. Sua mãe era uma das pessoas que adorava espalhar tais rumores e se gabar do quanto seu filho era diferente, mas mal sabia ela que enquanto ela julgava os filhos dos vizinhos, o seu próprio filho se trancava no quarto sem saber o que fazer, já que na verdade ele era a pessoa que gostava de beijar garotos quando ninguém estava olhando, mas preferia que ninguém nunca soubesse sobre isso. Não poderia ser quem era enquanto estivesse ali. 

Mas então John Suh aconteceu. Ele era mais velho, era engraçado e muito bom com as palavras, e talvez fosse por isso que Mark se apaixonara quase instantaneamente, quando percebera que o maior parecia ter algum interesse também. Mas não, ele não tinha interesse algum em Mark, a não ser em fazê-lo sofrer e chorar durante muitas noites, se perguntando o que havia feito de errado para ter que passar por tamanha humilhação. 

Sua mãe não estava aguentando mais lidar com todos aqueles rumores. Os irmãos da igreja que frequentava insistiam em fazer perguntas sobre seu filho, e ela no fundo tinha mais do que uma simples desconfiança de que os rumores eram na verdade reais, mas não deixaria que mais ninguém manchasse o nome de sua família. 

Ela amava o filho, mas provavelmente amava mais a sensação de ser respeitada pela vizinhança e ser vista como um exemplo dentro da igreja onde servia ao seu deus todas as semanas, e fora por isso que havia permitido que seu único filho fosse passar algum tempo com a tia na Coreia do Sul – do outro lado do mundo – para que os rumores finalmente cessassem, ou ao menos diminuíssem. 

Não se dava muito bem com a irmã desde que descobrira que ela estava grávida de um homem casado e que nem ao menos pensava em assumir o filho.As duas até tentavam manter uma boa relação, e até mesmo levava Mark para visitá-la no Natal quando sobrava algum dinheiro, mas simplesmente não conseguia aceitar o estilo de vida que a mulher levava. Sua irmã era uma vergonha para aquela família, e a havia decepcionado muito com algumas atitudes, mas não pensou duas vezes em pedir sua ajuda quando os rumores sobre a sexualidade de seu filho começaram. 

Yang Mi – sua irmã mais nova – nem sequer hesitou em aceitar a vinda do sobrinho. Os dois já se davam bem antes, e quando sua irmã contou sobre os rumores, ela percebera que Mark precisava mais do que nunca de apoio. Não sabia se o que sua irmã estava dizendo era verdade ou não, mas se fosse, sabia que Mark sofreria muito se continuasse no Canadá, tendo que fingir ser algo que não era. 

E ela estava certa. Por incrível que parecesse, fora na Coreia do Sul que Mark encontrara pessoas que o aceitavam da forma como ele era, e era muito grato a todas elas. Tinha seus amigos mais próximos WinWin e Yuta, com quem saía frequentemente e estava sempre se divertindo, tinha Taeyong que também era bem atencioso, embora estivesse meio ausente nos últimos dias, tinha seu primo Jaehyun que sempre fora visto como um grande herói por Mark e também Doyoung, que era sempre bem protetor com Mark e sempre se certificava de que ele estava bem. 

Além deles, também tinha os amigos de Donghyuck – principalmente Yerim e Koeun – que tinham praticamente a sua idade e eram bem fáceis de conversar. Também se dava bem com Jaemin e Jeno, por mais que ainda tivesse um certo receio após os dois terem abandonado Donghyuck, mas era algo que estava aprendendo a lidar. 

E é claro, tinha Donghyuck. Ironicamente, quando havia chegado no país estrangeiro, tinha quase certeza de que os dois nunca se dariam bem e que o mais novo seria a razão da maioria dos seus novos problemas, mas era exatamente o contrário. Donghyuck era tudo o que queria que Johnny tivesse sido, não, Donghyuck era muito melhor. 

E era por isso que tinha medo. Sabia que uma hora ou outra teria que voltar a lidar com o fato de que tinha uma fanática religiosa como mãe – sem citar o quão homofóbica a mulher era, já que em sua visão, havia sido trocada por  um homem – mas Mark queria apenas que aquilo demorasse um pouco mais para acontecer, queria ter mais tempo ao lado de seu namorado e melhor amigo. 

– Sou eu, meu filho. Estou com saudades. 

– E-Eu também. – Mark não sabia dizer se estava mentindo ou não. Aquilo era como uma meia verdade. 

– Fico feliz em ouvir isso, porque estou indo para a Coreia. 

– Você… o quê? – sentiu um frio na barriga, esperava ter ouvido errado. 

– Eu fui despedida há alguns dias, filho. Tentei de tudo, mas eles me disseram que precisavam fazer alguns cortes… – a mulher hesitou durante algum tempo. Mark só queria que ela dissesse que tudo aquilo era uma grande brincadeira – Os irmãos me disseram que isso pode ser um sinal. Talvez deus queira que eu passe mais tempo com você, não acha?

– … 

– Você está bem, filho? 

– …

– Meu filho?

– Quando você vai vir? 

– Em umas duas semanas, acho. Preciso resolver algumas coisas aqui ainda, já que pretendo ficar mais do que alguns simples dias aí com vocês. 

– Mãe… eu preciso desligar agora. Depois conversamos. – não deu tempo para que ela respondesse. 

Mark não sabia o que fazer. Não conseguia aceitar que aquilo estava realmente acontecendo, mas ao mesmo tempo não havia nada que poderia fazer naquele momento, para evitar que sua mãe fosse para a Coreia. 

Donghyuck o estava esperando e ele não podia simplesmente dizer que estava cancelando aquele “encontro entre amigos”, na verdade ele podia, mas não sabia como diria ao mais novo que sua mãe havia dado a pior notícia de todas e que os dois dificilmente conseguiriam ficar juntos dali para frente. 

Preferia esquecer aquela notícia por enquanto, e para isso realmente precisava ver Donghyuck. Ele era o único que conseguia fazê-lo esquecer de tudo ao seu redor. 


Back 2 You


– Com quem você está conversando? – perguntou o Nakamoto, ao ver o namorado sorrir discretamente ao receber uma mensagem de texto.

 – Com um amigo, você não conhece. –respondeu sem dar muita atenção.

 – E estão conversando sobre? Desde quando você tem amigos que eu não conheço. – não queria soar tão… possessivo, mas se perguntava se WinWin sorria da mesma forma quando recebia uma mensagem sua, e tinha muito medo da resposta, principalmente nos últimos dias.

 – Yuta, não seja tão ciumento. Você acha mesmo que eu te trairia? E na sua casa ainda?! – perguntou um tanto irritado pelas constantes desconfianças do namorado.

– Não desconfio de você, Win. Mas não se pode confiar em todo mundo... 

–...Ele é praticamente uma criança, tem a mesma idade do Donghyuck e os pais dele são amigos dos meus. Ele estava apenas contando que agora tem uma irmãzinha. Não nos vemos há anos, e é praticamente impossível eu te trair com ele, já que além de morarmos longe, ele é hétero e tem uma namoradinha. – revirou os olhos. Não acreditava que estava mesmo tendo que se explicar para o japonês.

 – Qual o nome dele? – perguntou, num tom autoritário.

– Huang Renjun. Como eu já disse antes, você não o conhece. – respondeu sem paciência alguma. – E eu me recuso a ter que responder mais alguma pergunta sobre esse assunto.

 – Me desculpe, Winnie. Sei que não gosta desse meu lado ciumento, mas é que você é muito lindo e todos gostam de você, então eu tenho medo… que você acabe me trocando por alguém melhor. – disse num tom mais calmo, se aproximando de WinWin, que estava deitado no sofá, ao perceber que o mais novo não gostara de seus ciumes excessivos… novamente.

 – Eu sei, Yuta. Você sempre me diz isso, mas se não se lembra, eu te amei por muito tempo em silêncio, e não te trocaria por uma pessoa qualquer, Hyung. Você tem que entender isso. Eu me sinto ofendido quando você desconfia tanto de mim.

 – Me perdoe, meu amor. Eu prometo que vou me esforçar para não ser mais tão ciumento. Eu acredito no seu amor, WinWin. É que eu sei que você merece alguém melhor do que eu e...

 – Se eu estou com você, é porque é você quem eu quero, e não outro qualquer. Eu não te trocaria por ninguém.

Não pôde deixar de sorrir. Amava ouvir seu namorado lhe dizer coisas tão lindas.  

A verdade era que não tinha desconfianças em SiCheng, mas não se achava bom o bastante para namorá-lo. Ainda não entendia como WinWin havia se apaixonado por si e não por outra pessoa que com certeza seria melhor do que ele.

 Mas o que Yuta não entendia, era que SiCheng o amava e não se importava com mais ninguém, e que seu ciúmes excessivos já o estava cansando, e por mais que não tivesse a intenção, o ofendia todas as vezes que perguntava com quem estava conversando, ou sobre o que estavam falando, ou quando fazia careta ao vê-lo com algum outro garoto. 

 – Eu também te amo. – deitou-se ao lado de SiCheng no sofá e o abraçou. 

 – Não pense que eu não estou magoado por causa da sua desconfiança. Eu não esqueço as coisas tão fácil, Ok? – disse, afastando as mão de Yuta de sua cintura.

 – E se eu te der chocolates? Você me perdoa? – sorriu, sabia do vício de WinWin por chocolates.

 – Huum… Acho que eu posso pensar no seu caso. 

– E se amanhã eu te levar a uma confeitaria e te deixar escolher qualquer coisa? – adorava subornar o namorado.

 – Por que nós brigamos mesmo?! – perguntou, aceitando o suborno do japonês e o beijando logo em seguida. 

 E naquela noite, ao voltar para casa, pôde saber o verdadeiro significado de um relacionamento. Quando decidiu namorar o Nakamoto, sabia que o mais velho não era perfeito e que certamente teria defeitos, e se quisesse namorá-lo, teria que aprender a conviver com eles. 

 Mas, não podia reclamar de Yuta, porque de certa forma, todas as demonstrações de ciúmes do japonês só serviam para mostrá-lo o quanto o namorado era inseguro sobre si mesmo e precisava de todo o amor que o Dong pudesse dá-lo. E era isso o que iria fazer.


Back 2 You


– Ok, eu estou adorando o fato de estarmos todos reunidos, mas… o Mark parece estar em outra dimensão. Você ao menos está prestando atenção na conversa, Markeuri? – Yerim perguntou, ao perceber o quão distante o canadense estava. 

– S-Sim. Eu estava. – não, ele não estava, mas não queria que seus amigos percebessem que ele não estava tão focado assim. 

– Então você pode fazer um resumo do que nós estávamos conversando? 

– Vocês…

Deu um suspiro de frustração.

– Ok, eu estava um pouco aéreo mesmo.

– Você tá bem? – Donghyuck tocou o seu braço, parecendo preocupado. Mark estava pálido. 

– Estou. – sorriu de canto tentando passar alguma confiança. Ele não estava no seu melhor momento, mas não queria preocupá-lo com toda a história de sua mãe. Eles nem ao menos se conheciam. 

O resto da tarde passou sem que mais ninguém fizesse alguma pergunta ou comentário sobre o fato de Mark parecer tão preocupado com alguma coisa. Yerim sabia que havia algo errado, mas não queria constrangê-lo na frente dos outros, e Donghyuck preferia esperar o momento para quando estivessem sozinhos. Mark não estava bem, e queria entender o que estava acontecendo. 

Mark realmente não queria preocupar os outros, mas ah… não estava pronto para ter que aguentar toda a pressão que era conviver com a mãe. E tudo o que menos queria era ter que se afastar de Donghyuck, que o fazia tão bem. 

Aos poucos todos foram indo embora para suas casas, a medida que o céu escurecia e o dia ia terminando. Donghyuck sabia que não era bom que ele voltasse muito tarde, mas queria esperar até que todos fossem embora para poder ficar a sós com o canadense. 

Estavam em uma lanchonete próxima da casa de Jaemin. O Na que havia reunido todos ali, então tomou a iniciativa de escolher o lugar também. Não era muito próximo de onde Mark morava, mas aquilo não importava. 

Yerim foi a última a ir embora, quando olhou para Donghyuck e percebeu que os dois precisavam de um momento a sós. Se despediu de Mark com um abraço, se aproximou de Donghyuck e apertou as suas bochechas, antes de abraçá-lo com força e bagunçar os seus fios de cabelo. Realmente amava o seu amigo. 

Então estavam sozinhos. 

– Vai me contar o que aconteceu, agora que não tem mais ninguém? 

– Eu… não aconteceu nada, Hyuck. Eu só estou cansado, não consegui dormir muito bem noite passada – mentiu, e céus… ele era péssimo nisso.

– Não entendo o porquê de você estar escondendo algo de mim. Sabe que vou ficar do seu lado, não importa o que aconteça. – Donghyuck estava sério. Mark não se lembrava de alguma vez já ter visto o namorado falando tão sério daquela forma. Não era assustador ou algo do tipo, só… diferente.

– Eu não estou escondendo nada, ok? – segurou a mão do mais novo. Os dois estavam sentados um de frente para o outro, e por mais que Mark soubesse que não era o ideal que agissem como um casal num lugar como aquele, isso era o que menos importava naquele momento. – Eu só não estou bem, mas vou chegar em casa e dormir, e amanhã vou estar cheio de energia como sempre.

Donghyuck não parecia muito convencido daquilo.

 – Vamos fazer uma promessa? – Mark o encarou, prestando atenção no que o coreano estava dizendo – Nunca vamos mentir um para o outro.

– Nós não precisamos disso, Haechanie. E outra, não é como se nós nunca vamos contar uma mentirinha ou outra, isso é algo até saudável dentro de um relacionamento. – Donghyuck não sabia o que dizer – Então eu proponho uma outra promessa. – fez uma pequena pausa – Que nós nunca vamos deixar com que outras pessoas nos separem. Não importa o que aconteça, se ainda houver algum sentimento entre nós dois, nós vamos continuar juntos. 

 – Isso é… algo difícil, não acha? – Mark assentiu – Mas se isso que você está propondo… eu não sou a melhor pessoa com promessas, mas vou aceitar esse daqui. 

Mark sorriu. 

–  Péssima escolha, Lee Donghyuck. Não vai conseguir se livrar de mim tão fácil agora. – brincou. 

– Não é como se eu quisesse isso, Lee Minhyung. – ele também sorriu, sentindo uma imensa vontade de beijar o canadense. 

Mas mal sabia ele que um dia esse seria um dos seus maiores objetivos: fazer com que Mark Lee sumisse de vez da sua vida. 


Back 2 You 


Estavam os três na casa de Jaehyun, aproveitando que a mãe do Jung dormiria na casa de uma amiga que havia acabado de ter o segundo filho para ajudá-la, e Mark iria passar o fim de semana na casa de WinWin. 

Ten que havia sugerido que os três passassem mais algum tempo juntos. Se sentia mal ao perceber que Jaehyun se encontrava tão deslocado nos últimos meses, principalmente com o afastamento de Doyoung. 

Se lembrava de quando os dois não eram tão próximos assim e tudo o que queria era conhecer um pouco mais do coreano, mas sentia que ele o afastava de alguma forma. Felizmente após terem se encontrado quando Jaehyun estava um poço de confusão por causa de seu pai, as coisas começaram a mudar. 

Jaehyun ainda parecia ter uma certa dificuldade de se abrir com o tailandês, mas aos pouquinhos iam quebrando essas barreiras. 

Ten gostava muito de Jaehyun. Não sabia explicar o porquê, mas gostava de ouvi-lo falar sobre o seu dia, e quando ele sorria e deixava suas covinhas a mostra… era a coisa mais fofa do mundo. Poderiam ter a mesma idade, mas Ten ainda assim tinha uma imensa vontade de protegê-lo do resto do mundo. 

Não entendia muito bem o porquê de Taeyong parecer ser tão apreensivo em relação ao Jung. Os dois ainda eram amigos e tudo mais, mas Taeyong não parecia confortável quando estavam os três juntos, e aquilo o intrigava. 

Talvez fosse por isso que insistia em tentar fazer com que os dois interagissem cada vez mais. Quando sugeria que os três saíssem juntos, era justamente para que Taeyong e Jaehyun pudessem se acertar de alguma maneira, mas aquilo parecia não acontecer. 

Até que estavam se divertindo naquela noite, pelo menos até aquele momento. Haviam assistido um filme qualquer na televisão, jogado alguns jogos de tabuleiro que a mãe de Jaehyun guardava em cima do guarda roupa e agora estavam no quarto do Jung, com os três colchões jogados no chão e se preparando para irem dormir. 

– Eu vou… fazer um café antes de ir dormir. Prometo não demorar. – disse Jaehyun, deixando o casal sozinho no quarto. 

Ten encarou o namorado, com aquele olhar de reprovação. Jaehyun havia sugerido que os três bebessem um pouco do vinho que sua mãe guardava em algum lugar na cozinha, mas Taeyong negou quase instantaneamente, como se estivesse com medo de algo. 

Aquilo com certeza havia deixado o clima um pouco… desconfortável.

– Ok, o que foi aquilo? 

– Eu… me desculpa, sei que não devia ter agido daquela forma... – deu um longo suspiro. 

– Eu só não entendo o que há entre vocês dois. Por que parecem tão desconfortáveis quando estão juntos. 

Taeyong parecia nervoso. 

– Ah… é uma longa história. – deitou em seu colchão, sendo seguido por Ten, que deitou no colchão ao lado. 

– Aproveita que ele saiu pra você me contar. 

– Bem… antes de ele saber que nós estávamos namorando… ele me beijou. Eu já devia suspeitar que ele gostava de mim, mas não achei que ele fosse fazer isso. Acho que acabei tendo um pouco de receio por causa disso. 

Ok, aquilo não era completamente a verdade, mas Jaehyun já havia dito que tudo aquilo era apenas uma invenção de sua mente, por isso não diria a Ten que ainda se sentia desconfortável porque achava que Jaehyun havia se aproveitado dele enquanto estava bêbado. 

– Ele não sabia que nós estávamos juntos?

– Não. Na época ninguém sabia. 

Ten estranhou um pouco. Podia jurar que havia contado para Jaehyun que os dois estavam juntos pouquíssimo tempo após isso de fato acontecer, mas Jaehyun não faria uma coisa dessas consigo. Eram amigos, afinal de contas. 

– Se ele não sabia, não tem porque culpá-lo. 

– Eu sei disso, mas é que… eu tenho medo de acabar machucando os sentimentos dele, de alguma forma. Você é a pessoa que eu amo, Tennie. Eu apenas não consigo vê-lo dessa forma. 

– Você é fofo, sabia disso? – sorriu, encarando o Lee – Eu também te amo, Lee Taeyong. 

Os dois ficaram algum tempo em silêncio, após a curta declaração de amor por parte dos dois. Se já não estivessem debaixo das cobertas, Ten até iria até o namorado para beijá-lo, mas naquele momento estava com preguiça demais para ir até o Lee, por mais que estivessem razoavelmente próximos. 

Alguns minutos depois, Ten começou a rir, chamando a atenção de Taeyong. 

– Você tá bem? – perguntou, enquanto o tailandês tinha um sorriso bobo no rosto. 

– Tô, é que eu tava pensando em uma coisa… – ainda mantinha o sorriso. 

– Você pode me contar, se quiser. 

– Você vai achar estranho, mas … – fez uma pequena pausa – Eu tava imaginando como seria se nós estivéssemos em um relacionamento. Os três. 

– Os três? – Taeyong começou a rir de nervoso – Isso é… estanho, realmente. 

– Eu sei, mas… eu tava pensando… já pensou se acontecesse? Não estou falando de agora, até porque ainda estamos aprendendo a viver um relacionamento a dois, imagina a três, mas… Eu não me importaria de no futuro adicionarmos uma outra pessoa na nossa relação. – admitiu. Não dava para negar que Jaehyun era bonito, e ainda mais depois de saber que o Jung já havia gostado de Taeyong, estava cada vez mais cogitando aquela ideia – O que você acha de tudo isso?

– Eu… 

Foram interrompidos pelo barulho da porta abrindo, revelando um Jung Jaehyun que já se preparava para se deitar também. 

Não puderam concluir aquela conversa, mas a ideia já estava plantada na mente de Ten, e ele com certeza não a deixaria morrer tão cedo assim. 

Mas independente de terem um relacionamento amoroso ou não, Ten ficava feliz por pelo menos ter a amizade de Jaehyun. Sabia que o Jung era uma pessoa muito leal e que ficaria ao lado dos dois em todos os momentos. 

Ou ao menos era isso o que pensava. 


 





Notas Finais


Bom, já aviso desde já que coloquei 'deus' com letra minúscula (tirando quando era início de frase por motivos óbvios) justamente para não acusar nem ofender a religião de ninguém #pas

Eu ia incluir mais algumas cenas, mas achei melhor deixar pro próximo capítulo porque o próximo vai ser mais tenso e a próxima cena combina mais com o clima do próximo. Não sei se deu pra entender, mas faz parte.

Espero que tenham gostado e até o próximo S2


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