História Back for you - Gift

  
   A semana passou e meus familiares já haviam ido embora. Aproveitei bastante o tempo com cada um, principalmente com o Eddye. Nós andamos pela cidade, conheci lugares, amigos e o estúdio a onde ele está a fazer alguns projetos. Estou ansiosa para ouvir.

    _ E então você vai com a gente hoje?
   _ Na festa da sua amiga?
   _ Sim.
   _ Pode levar o Ed se quiser.
   _ Sério? _ disse animada.
   _ Sim, não quero ver você sozinha lá.
   _ Tudo bem vou falar com ele.

   Seriamente eu queria muito que ele fosse porque realmente eu iria ficar sozinha naquela festa. Terminei o café da manhã e peguei meu celular para ligar para  Eddye.

   _ Bom dia ruivo!
   _ Audy porque está me ligando de madrugada? _ disse sonolento.
   _ Eddye já são 10:00 da manhã.
   _ Madrugada Audy.
  _ Tudo bem _ ri. _ Então tem planos hoje a noite?
   _ Hun porque?
   _ Porque vou a uma festa hoje com a minha tia, quer me fazer companhia?
   _ Claro, quero sim.
   _ Tudo bem então 20:00 você encontra a gente aqui?
   _ Ok
   _ Ok...
   _ ... Até a noite.
   _ Até.

   Aquele frio na barriga e nervosismos de novo. Desde o natal o meu sentimento com o Eddye ficou diferente, toda vez que conversamos minhas mãos tremem e o meu coração acelera, eu o olho e fico sem jeito. Já senti isso a aproximadamente dois anos atrás e eu sabia que estava me apaixonando por ele  de novo, mas eu não queria admitir... nem um pouco pois sei que eu irei embora amanhã  e ter algo com alguém a qual você está longe é difícil para sobreviver.

   Às 20:00 todos nós já estávamos prontos.

   VESTINDO: Calça jeans, suéter, All Star e gloss vermelho, anel no anelar e o cabelo em um rabo de cavalo.
   Aproximadamente as 20:05 eu ouvi a  campainha tocar.

   _ Oi _ disse ele parado na porta do quarto.
   _ Oi, que susto _ sorri.
   _ Vamos?
   _ Vamos.
   _ Porque está olhando tanto no espelho?
   _ Não sei, acho que não tá legal.
   _ Mais é claro que está.
   _ Sério mesmo? _ olhava para o espelho ainda em dúvida.
   _ Sim Audy, você está linda _ eu o olhava através do espelho e o via sorrindo e as minhas bochechas corando.
   _ Tudo bem então vamos.

   Ao chegarmos vi uma casa totalmente iluminada e repleta de convidados.

   _ Eu não gosto de festas muito cheias.
   _ Nem eu. Você tem que ficar cumprimentando todo mundo.
   _ Então.

   A casa era enorme e  estava bem cheia e animada, a música estava alta e muitas pessoas dançavam e conversavam perto do dj que estava no jardim.

   _ Will, Sam! _ disse uma mulher alta e loira.
   _ Olá Geórgia! _ se abraçaram.
   _ Que ótimo ver vocês aqui. Essa deve ser a Audrey sua sobrinha.
   _ É sim.
   _ Oi um prazer.
   _ O prazer é meu. E esse é o seu namorado? _ eu e Eddye nos olhamos rapidamente.
   _ Não é... eu e o Ed somos apenas amigos _ sorri totalmente envergonhada com a situação.
   _ Me desculpem, mesmo assim um prazer Ed.
   _ O prazer foi meu.
   _ Bem gente vamos entrando. Luke deve estar por ai, eu vou procura-lo, fiquem a vontade.

   Georgia saiu e nós nos sentamos em uma das mesas e começamos a conversar.

   Percebi que meus tios nunca realmente bateram um bom papo com Eddye, e tenho a impressão que gostaram dele já que riam sem parar. Eu não consigo parar de olhar para ele, eu não sei, sempre que o vejo sorrir, rir, ficar tímido ou apenas olhar para mim, vejo tudo em câmera lenta e uma coisa enorme invade o meu corpo. Como isso aconteceu ou voltou tão de repente? Como que em poucos dias meus pensamentos mudaram tanto? Realmente o amor é bom e assustador.

   Tempos depois via eu e Eddye sentados em um balanço mais no fundo do quintal a qual devorávamos alguns docinhos e salgadinhos.

    _ Eu sinto falta de ser criança.
    _ Não só você.
    _ Era tão bom ter que apenas se preocupar em assistir os desenhos.
    _ Era mágico. Eu queria voltar no tempo.
   _ Eu também.
   _ Mais sem o aparelho, aquilo foi horrível.
   _ E eu com os óculos?
   _ Não era tão ruim.
   _ Tão ruim?
   _ E os meus dentes completamente tortos?
   _ Tem razão. Acho que o tempo fez um pouco bem para nós dois _ riu.
   _ Ei _ rimos.
   _ Gente acho que teremos que ir embora.
   _ Porque tio Will? _ o olhei assustada.
  _ Sua tia não está se sentindo muito bem, acho melhor levá-la para casa, mas pensando bem se vocês quiserem ficar tudo bem, aproveitem a festa.
   _ Não tio nós iremos juntos _ disse sem perguntar a opinião do Eddye.
   _ Tem certeza?
   _ Sim _ meu tio olhou para Eddye.
   _ Claro. A gente ficaria perdido sem vocês aqui.
   _ Tudo bem, então vamos.

   Voltamos para casa e preparei um chá para tia Sam.

   _ Aqui tia _ entreguei a xícara.
   _ Audrey porque está aqui?
   _ Como assim?
   _ É véspera de ano novo você devia estar por ai com o Ed.
   _ Mais você não está bem.
  _ Não é nada para se preocupar e o Will está aqui comigo, vai se divertir.
   _ Tem certeza?
   _S e você não for quando melhorar irei te dar alguns tapas _ rimos.
   _ Tá eu vou procurar ele.
   _ Sugiro o terraço.
   _ O que? O que ele estaria fazendo lá?
   _ Nao sei _ bebeu um gole do chá.
   _ Esta bem _ coloquei um casaco e fui a procura dele.
   _ O que você está fazendo aqui? _ estava sentado enrolado em uma coberta.
   _ Bom falta poucos minutos para meia-noite e até irmos para algum lugar já teria dado o horário e eu sei que você adora ver os fogos de artifício então juntei tudo _ sorriu.
   _ Planejou tudo sozinho enquanto eu fazia o chá?
   _ Seu tio me deu o champanhe _ me mostrou a garrafa e as taças.
   _ Meu deus.
   _Vem _ indicou para que eu sentasse. Caminhei ainda boba até ele e me sentei. Ele me cobriu com metade da coberta abriu o champanhe e nos serviu. Ainda boba com o que estava acontecendo não parava de sorrir.
   _ O que foi?
   _ Ainda estou surpresa, obrigada.
   _ Não foi nada.
   _ Foi sim _ nos olhamos profundamente por alguns segundos e Eddye envergonhado cortou o momento.
   _ Como é a história dos seus tios? Ele não é o seu verdadeiro tio né?
   _ Ah não. O meu tio verdadeiro morreu em um acidente de carro.
   _ Sinto muito.
   _ Tudo bem. Ele era incrível. Sempre brincalhão e divertido, ele era como um pai para mim. Mesmo pequena ainda lembro dele, brincando comigo e com a Rubi de pega-pega... quando ele se foi ela ficou arrasada junto com a minha tia.
   _ E como eles se conheceram?
   _ Ele era um funcionário da empresa e amigo dela. Ele a ajudou muito durante aquele período difícil e depois de um tempo percebeu que estava apaixonada por ele.
   _ Nossa que história, mas porque eles não se casaram até hoje?
   _ Não sei, acho que já se acostumaram com o cotidiano deles talvez, mas ele foi e é uma pessoa boa com todo mundo, ele é um grande homem, acho que meu tio está feliz por elas.
   _ Sem dúvida _ encarava a paisagem de luz e estrelas que logo viraria um festival de raios coloridos.
    _ Quanto tempo falta?
   _ Unh 15 segundos.
   _ Então já vamos começar a contar.
   _ Então 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1... _ falamos juntos.
    _ ...
    _ Será que contamos er... _ um enorme rojão de cor interrompeu a minha fala, o que  me assustou e fez com que eu chega-se bem próximo de  Eddye trocando aquele olhar que fizemos o resto dos outros dias enquanto o céu receberá a sua grande chuva de cores.
   _ Acho que agora Feliz Ano Novo Audy _ sorriu.
   _ Feliz Ano Novo Eddye _ nos abraçamos. Por um momento eu não queria sair dos braços dele. Estava tão conectada, com o seu corpo, o seu eterno cheiro de bebê, sua respiração e seu coração. Ficaria para sempre o abraçando, mas fui obrigada a interromper e uma troca de olhares imensa começou. _O que foi? _ sorri.
   _ Você ah... _ se perdeu nas palavras e sorriu.
   _ O que?
   _ Eu queria te dar um presente, mais você tem que fechar os olhos.
   _ Tudo bem _ fechei os olhos.
   _ Quero que seja sincera se não gostar.
   _ Eu sei que vou _ sorri. Por um momento ouve um silêncio. Só ouvia o barulho dos fogos e das pessoas nas ruas mas nada dele. Em alguns segundos eu finalmente tive algum contato com ele, a sua mão estava em meu rosto e os seus lábios no meu. Eddye havia me dado um beijo. Um selinho calmo, leve e demorado. Eu sentia algo queimando em mim, tinha milhões de borboletas no meu estômago e a minha mente estava em fraguilhos. Ele sentia algo por mim. No término do beijo nossas cabeças continuaram abaixadas mais não distantes. _ Você quer saber sua resposta? _ o olhei e ele tinha as bochechas coradas de vergonha.
   _ Quero _ sorriu tímido.
   _ Eu amei _ sorri e o beijei. Eu não me importava de finalmente ter a chance de o ter para mim. Não me importava de "revelar" o meu sentimento, de corresponder, a única coisa a qual eu queria me importar é em aproveitar a minha última noite com ele. Se eu iria embora amanhã, se isso não daria certo, se fosse apenas de uma noite, não queria pensar. Agora eu só queria ficar ali ao lado dele, com aquela vista deslumbrante aproveitando cada fração de segundo do começo de ano inesperado que estava tendo. E a única promessa que fiz foi curta cada momento sem arrependimento.