1. Spirit Fanfics >
  2. Back for you >
  3. Todos sairão bem

História Back for you - Todos sairão bem


Escrita por: AmadoraAutora

Notas do Autor


Oi Cupcakes!! Faz quatro meses que eu não posto, mas eu tenho uma promessa com vocês e ela continua em pé, não vou desistir e farei de tudo para postar. Bom, esse capítulo é muito importante para mim e também é a fase que todos passamos um dia, digo a escolha de uma profissão e a vida adulta batendo na sua porta.
Espero que gostem e finalmente dei início ao que tantos esperavam...TAM - TAM - TAM..Demorei mais a postar por conta dessa parte e eu não quero decepcionar vocês, então leia e me falem por favor o que mais gostaram. É isso, amo vocês e brigadão por quem ainda me apoia.

Uma boa leitura <3
Xx Ju

Capítulo 34 - Todos sairão bem


Fanfic / Fanfiction Back for you - Todos sairão bem

Pov Rebeca

Batendo a porta de meu quarto encontrei um corredor vazio, sem movimentação, quase ninguém circulava por aqui de um lado para o outro, o frio preencheu em cheio meu peito e rosto, me fazendo cruzar os braços na tentativa de me esquentar. Á duas portas de distância do meu quarto rapidamente estava de frente para o quarto da Ju.

Pus a franja caída em meu rosto atrás da minha orelha, com a pouca coragem que me resta bati na porta duas vezes  em seguida ela respondeu ao meu sinal.

-- Pode entrar... – falou.

De forma cautelosa abri a porta vendo a mesma deitada em sua cama com um livro aberto em cima de sua barriga com os olhos pesados por conta do sono.

-- Oi. – disse a ela entrando logo pelo o frio insistente, fechando a porta da não me atrevi em passar do pé da cama até que ela falasse alguma coisa.

Antes de me responder pigarreou me fazendo notar um nervosismo ao me fitar, assim pode se ajeitar de forma ereta para encostar-se a sua cabeceira confortavelmente.

-- Oi! – disse cruzando as pernas em formato de borboleta. – Senta. – sorriu para mim indicando o espaço.

-- Essa blusinha não está muito boa para o frio que está fazendo lá fora... - joguei isso sem saber por onde começar e como perguntar.

Riu.

-- Lendo por muito tempo, não é? Seus olhos já estão quase fechando... -  falei pegando a coberta quentinha de sua cama e me enrolando, vendo a mesma colocar o livro de capa dura brilhante em cima do criado mudo.

-- É! Acabei começando e não parei. - disse suspirando e continuou. – Então, o que te trouxe aqui? Aconteceu alguma coisa?

-- Eu quase não venho aqui, que amiga ruim que eu sou...Hum...Tá tudo bem? – disse coçando a minha cabeça, Ju com as suas sobrancelhas dizia  não entender. – Necessariamente é sobre o que anda acontecendo.

Antes de falar aquilo que vinha emente, suspirou mais uma vez, ela já sabia o que eu estava  a perguntar, é claro, eu acho. Seu olhar tristonho tomou vida e o mesmo que anda se tornando costumeiro nesses dias, ela não estava fazendo contato visual comigo que também já tinha virado rotina.

-- Ju, ei! É isso. Pare de desviar seu olhar sobre mim. – vendo olhar seu abajur que parece ser bem mais chamativo que a nossa conversa.

Virei seu rosto, fazendo com que olhasse para mim.

As lágrimas que tentava fugir de seus óculos com a velocidade de tantas outras que acabam conseguindo escorrer pela as suas bochechas, meu coração por um instante rapidamente doeu.

O que está acontecendo?!

-- Estou aqui! Ju, pelo amor de Deus, o que aconteceu? Você está chorando. – suas maças aos poucos ganhavam a cor avermelhada e no nariz também ao tentar cessar as lágrimas de seu rosto. – Talvez eu possa ajudar.

-- Você não pode me ajudar. – disse Ju e o compulsivo choro só aumentava. – Desculpa, desculpa.

-- Desculpa por que, Ju? – antes de ganhar a sua resposta ela veio até a mim, me abraçando apertado.

Do mesmo modo que eu entrei aqui sem saber de nada agora estou ainda mais perdida, ela anda guardando algo esse tempo todo de nós, se fechou, não quis falar nada e está se machucando. Como pude ser tão burra e chegar ao ponto de não ter vindo antes?

-- Desculpa. Eu estou me sentindo péssima, eu juro que tentei... - tentava continuar.

Eu só conseguia reconfortar em meus braços, pois as palavras faltavam nesse momento.

-- Ju...- disse afagando seu cabelo. – Olha para mim, eu não sei o que fazer. Só sinto muito.

Então pelo os dois minutos em silêncio a vi respirar pesadamente e sair de perto de mim, decidiu tirar seus óculos e passar a mão no rosto mais uma vez para amenizar tudo aquilo.

-- Se não quiser me contar eu posso entender, mas só espero que isso não te cause uma dor maior o que está guardando pra si. – expliquei.

-- É...Nossa...Eu não sei como começar... – disse ela curvando seus ombros.

-- Já é um bom começo se quiser me contar, respira. – disse olhando atentamente para ela na espera do que viria.

Meu olhar não passava de preocupação.

-- Eu acabai sentindo ciúmes. – disse Ju fitando o teto.  – E ando me sentindo péssima por isso.

-- Ciúmes de que? – perguntei sem entender.

-- Por você. – disse ela que depois de um tempo continuou. – Seu com Liam.

-- Oi?- foi o que me restou. – Liam? Onde ele entre nessa história, menina? Eu e Liam? Tem certeza?

-- Eu meio que menti quando me perguntou se eu estava bem quando estávamos voltando, eu juro que me culpo, e naquele momento eu estava de mal a pior só que você está ali disposta a me ouvir.- ela falava entristecida. - É um dos piores sentimentos que eu poderia sentir sobre alguém que eu gosto tanto.

-- Ei, está tudo bem...Somos humanos e não somos de ferro.- e por nenhum momento aquilo me atingiu em cheio como eu esperava desde que escolhi vim até aqui encasquetada com os meus pensamentos do que seria. – Só uma perguntinha, por que dos ciúmes logo com o Payne?

Antes mesmo que ela abrisse sua boca para formar qualquer palavra que fosse, a resposta pareceu em minha mente como uma enorme explosão.

-- OHHHHH MEU DEUS JUUUUU!!!!!- depois que terminei de gritar senti a empolgação na minha voz retornar em câmera lenta, agora sei a razão  pela qual dizem que não consigo me controlar.

Franzi a minha testa por me estranhar, sou uma maluca, uma maluca legal diria.

-- Então aquele porte atleta, olhos castanhos e simpatia em forma de pessoa...Está mexendo com você.-  não contive em rir ao ver a situação bem na minha frente.

-- Não.- ela tentou fazer a voz séria.

-- Se é isso que eu estou achando, pode ficar tranquila que ele não faz o meu tipo e não tenho segundas intenções com o Payne.

-- Nem eu. – ela tentava se explicar e quando percebemos as duas estavam a rir uma para outra. - Pare de rir, isso não é verdade, ainda estou na merda e ressentida por tudo.

-- Tá bom, vem cá! - disse abrindo meus braços para que a mesma pudesse se aconchegar.

E assim fizemos. Agora ela não chorava mais que por sinal para mim isto era bom, o seu suspiro prolongado deixava claro que o alívio tinha se instalado em seu coração, imagina eu.

-- Não querendo ser chata, mas pegue ele logo!- disse rindo.

-- Rebecaaaaaa!!! - advertiu gargalhando, logo depois se desvencilhou um pouco de mim  a me olhar. - Perdoada? – perguntou mordendo seu lábio inferior com os olhos apreensivos.

-- Olha se você se desculpar mais uma vez eu que vou ser a ciumenta e irritada.- fingi voz brava. - Está tudo bem, amigas tem essas coisas, entre altos e baixos estaremos juntas.

Sorriu abobada.

-- Estou tão irritada assim? - perguntou depois de um tempo.

-- Por essas duas semanas, é. - disse jogando a almofada nela.

-- Mas não estou assim só por essa.

-- Mais? - estreitei os meus solhos depois de ela ter quer ajeitar o cabelo que baguncei com o arremesso.

-- Minha mãe para ser mais exata.- respondeu.

-- O que foi dessa vez? Você é uma ótima filha, pra ela isso não basta? – disse coçando as minhas têmporas.

-- É não basta. - bufou. – Tudo que eu faço é menos ou algo de errado, embora não tenha nada demais. Como por exemplo, a nossa ida a Brigthon não lhe deixou muito feliz, somando os meninos...Já viu a situação toda que ela armou.

-- Você é maior de idade agora e não está a viver debaixo do seu teto, não ligue para isso! Sei que a maioria das vezes ela joga tudo contra você para depois atingir seu pai, tente deixar isso pra lá, o melhor que está fazendo é aproveitar cada dia dessa vida curta. – respirei.

-- Eu sei, tudo me tira do sério, está a me irritar os nervos como o de costume. – explicou. – Ela sempre arruma o estopim para discussões e aí vem toda a desconfiança em linha com meu pai. – ela pegou seu travesseiro a sufocar o seu rosto.

Realmente isto mata por dentro. Pra ela fica um fio a se entristecer, pois o jogo da Tia Ana sempre foi este, tento não julgar, mas para mim é algo infinitamente descabido ou que não requer lógica alguma. E olha que ela está do outro lado, um mar separado as duas e a mania ainda não se perdeu mesmo de longe.

-- Não liga! – falei vendo tirar o travesseiro do rosto.

-- Tentarei. – choramingou e esboçando o seu sorriso amarelo.

-- Afinal, a viagem foi boa e ainda teve aquele desafio com o Payne. – meu sorriso mudou rapidamente para um mais malicioso, não contive.

Ju riu descontroladamente a morder o seu lábio.

-- Eu quase vi ele nu.

A minha cara deve está mais branca do que o normal e não duvido muito que o meu queixo caiu bruscamente, também não demorei em agarrar um travesseiro, pular e rir batendo os cabelos.

-- Eu disse quase. – frisou a última palavra segurando o meu ombro.

-- Mas na cozinha? Como vocês chegaram assim pá pum? Foi bom? Meu Deussssss!!! Ele é bom? – levei as minhas mãos nas têmporas, minha boca soltava perguntas desenfreadamente.

-- Meu Deus!! Que mente poluída Dona Rebeca... – disse ela.

Pov Juliana

Se contando para Mariana e Rebeca as reações são assim, imagina contando para todas, o alvoroço que seria ou será? Eu não acho uma baita informação, só me divirto com as expressões. Só por lembrar percorre um frio na barriga de nervoso o mesmo daquele dia no corredor, o meu estado foi o melhor antes e depois, restou pouco para eu ver coisas que eu devia, quer dizer coisas que eu não devia ver e nem pensar, caso eu entrasse minutos antes...

-- Nãoooooooooo!! É nada disso – disse balançando a minha cabeça e levando todos os pensamentos para longe.

-- Como assim não??? – disse ela com a mão em seu coração. – Não fala assim.

-- Quando virou uma pervertida? – ri assustada. – Não foi na cozinha o que pensa, isso é só um momento engraçado que aconteceu quando eu entrei no quarto do Niall desprevenida querendo procurar alguma coisa e lá estava ele se trocando. – falei continuando a responder uma de suas perguntas. – Se ele é bom? Pelo o que eu pude ver estava tudo em perfeito estado.

-- Isso aí amiga!!! – falou Beca batendo as nossas mãos uma na outra. – Londres, que nos traga apenas coisas boas. – disse ele sorrindo ao repetir o que pedíamos na noite que dormimos na casa de Mari.

-- Muitas coisas boas! – se abraçamos e ficamos ali a jogar conversa fora.

Tinha explicado tudo e como estava mal por esse tempo, eu simplesmente poderia ter aberto a boca e amenizado o que estava sentindo, mas também por minha parte procurei ficar na minha.

Se hoje me perguntassem o motivo, eu não saberia responder. A animação era evidente em tudo que falarmos, ainda mais por anteceder apenas esta noite para a nossa definitiva escolha.

Com a mesma tática de Larissa tentou me comprar para ganhar o seu celular novamente, mas eu tinha escondido o dela e de todas por um acordo fechado, amanhã ninguém poderá dar qualquer dica sobre o que vai escolher ou escolher por ajuda de uma de nós, então no fim será uma baita surpresa.

Pov Liam

O corredor principal encontrava-se cheio em um único sentido, cada um tentava se desviar dos trombos de algum jeito, ainda mais eu que carregava nos olhos uma noite de sono mal dormida por tantos pensamentos e pela raiva que me consumia ao longo desses dias.

Alguns atrasados para a primeira aula do dia e outros como eu. Na tentativa de tirar o cansaço dos meus olhos pesados acabei me deparando com um rosto conhecido a andar em sentido oposto ao meu.

-- Ei, cara! É pro aqui. – disse ao virar o meu corpo em sua direção com dificuldade.

Harry tinha os cabelos desgrenhados e a sua blusa amarrotada poderia deixar qualquer mãe em apuros, isso me fez rir ao vim a imagem de minha mãe em mente brigando comigo pelas as roupas mal passadas antes de sair de casa.

-- É pro aqui, pensei que fosse...Tudo bem. – vindo até a mim deu de ombros e fez uma careta engraçada. – Bom dia, dude! – sorriu me empurrando de lado com a força de seu ombro. – Parece que alguém não dormiu nesta noite.

-- É, não dormi muito bem. – ajeitei a alça da mochila que caia. – E alguém pôs a blusa ao contrário.

-- Merda! – pestanejou Harry gargalhando de si no fim. – E aí?

-- O que? Ah não sei, vamos ver o que será. – disse tendo a mensagem envidada por Louis antes de sairmos do quarto em mente. – Viu a mensagem do Tommo?

-- Que mensagem?! – disse puxando seu celular do bolso de sua calça e o mesmo se encontrava descarregado.

-- Para mais tarde estão marcando algo.

-- Mais tarde? – perguntou um pouco assustado e me olhando com uma cara e tanto, seguindo de uma tosse.

Ri.

-- O que foi?!

-- Tosse, só isso. – falou alisando seu peito.

-- Hey Irlandês! – me animei ao vê-lo se aproximar de nós de modo divertido.

-- Bom dia, mocinhas! – disse ele abraçando eu e Harry. – As outras já estão lá na frente. – percebi que ele não se referia as meninas.

-- Bom dia, amiga! – brincou Harry. – E esses cafés são para quem?

-- Um café para mim e o outro é um chocolate quente para Ju. – disse Niall. – Mari me pediu quando nos esbarramos na cafeteria, também estava enrolada.

Caminhamos alguns passos até chegarmos ao encontro dos outros, Louis e Zayn tentavam conversar seriamente sobre algum assunto, portanto era meio que impossível vendo Louis não se conter parado.

-- Oiii! – os meninos falaram em uníssono assim que viram elas se achegaram.

Eu simplesmente mal abri minha boca para esboçar alguma animação por ela ter se aproximado, não era preguiça ou birra, era coisa minha que por sinal nem eu mesmo conseguia encontrar significado.

-- Hey! – disse Juliana abrindo um sorriso, o mesmo que tempos ela não nos dava.

-- Para você, chocolate quente. – falou o Irlandês estendo o copo.

-- Para mim? – disse surpresa e ao mesmo tempo agradecida.

-- Mari me pediu na fila da cafeteria, se esbarramos.

-- Valeu! – disse ela trocando um olhar para Larissa e rindo.

-- Cadê ela? – perguntou Larissa abraçando Ju de lado e ficando na ponta do pé para tentar encontrar o cabelo ruivo diante da multidão.

O motivo era o mesmo até então, ainda me corria a dúvida pelo o seu desprezo comigo, não nos falamos há dias, não do nosso jeito ou quando conseguimos é assim, quando todos estão juntos, poucas palavras saem.

Não que eu esteja magoado. Naquele dia e entre esses outros ela se mostrou irritada, talvez eu só quisesse ajudar, sentar para conversar e entender as suas razões, porque depois que ela me deu as costas se tornou uma Ju desconhecida por mim e levando uma parte de mim, a mesma que me resta para que eu possa dormir tranquilamente, pensar em outras coisas e acordar aliviado.

Pov Larissa

-- Para você, chocolate quente. – disse Niall.

-- Para mim? – disse Ju que estava ao meu lado.

-- Mari me pediu na fila da cafeteria, se esbarramos. – falou o menino de cabelo loiro tentando fazer com que sua voz sobressaísse a de Louis.

-- Valeu! – agradeceu Ju olhando para mim.

Sabíamos muito bem do que estávamos pensando, sem dúvida que era a mesma coisa e o nosso sorriso malicioso não pode ser contido. Para nós duas o “esbarrão” não fez nenhum sentindo, Mariana e Niall estão em total sintonia e é algo de muito mais, até os nossos olhos acham que estão vendo coisas, mas é real.

Se tem uma amiga que ama rir das meninas que se encontram assim, eu lhe apresento, eu. Consigo traçar uma curta visão de como elas estão ferradas quando estes indícios dão vida ao dia a dia  cinzento e tudo começa a ganhar cor.

Sejamos claro, é engraçado.

-- Cadê ela? – perguntei alto e tentado achar ela.

Ela já devia está aqui, isso que dá ficar seguindo o Niall e arranjar desculpa para um chocolate quente. Rindo eternamente.

Passei a mão pelo o meu bolso e depois em minha bolsa, a tristeza tomou meu coração sabendo que ainda resta algumas horas para eu ter meu celular de volta e ficar por fora das conversas por alguns instantes.

Ju percebeu e riu de mim.

-- A culpa não é minha, fizemos um acordo. – falou ela rindo da minha cara. – Quer? – me ofereceu se chocolate a mim.

-- Maldito acordo. – ri também e bebendo um gole do sugo. – Preparada? – passei o copo para ela.

-- Nervosa. – disse ela nos apertando em meu abraço, eu também me sentia do mesmo modo. – Shiii, mas não conta.

-- Eu vou fazer...- impliquei.

-- Lari! – rimos.

Senti o perfume de ontem me perturbar e refrescar as minhas memórias, ele estava tão perto que eu não queria entender, como só falta pouco para pegarmos as nossas cartas de curso como também hoje, eu tenho um encontro com Harry, se eu posso dizer que é um encontro.

O meu nervosismo se instalava em mim por conta dele, menos de qualquer outra coisa que fosse. Olhamos nos olhos um do outro e no mesmo instante desviámos, ele me causava algum tipo de choque, raiva e algo a mais faltava eu saber.

A última palavra me arrisca definir, ele parece ser o que dizem e horas que não.

Talvez eu esteja a pagar o preço por rir da Mari, como pude ser tão tola e deixar um quer sair comigo de repente escapar de minha boca.

Pov Mariana

Já são quase duas horas da tarde, Isabela está por um fio a ter um treco para contar logo e querer saber de nós o que foi escolhido, sinal que isto é mais forte que ela por não parar de bater a sua perna no chão de impaciência. Se não fosse por isso eu já estaria ouvindo ela e a mesma a rasgar o envelope de minhas mãos.

Porém Beca só foi chamada agora, ou seja, estamos esperando já faz três aulas e mais o almoço, um acordo duradouro. Parece que voltamos anos atrás e quando aulas eram matadas no chão do banheiro a conversar tantas coisas com receio de alguém nos levar de volta para sala, hoje é o pátio da Universidade, chega a ser assustador para mim quando a ficha ousa cair diante de meus olhos.

Assusta e me deixa feliz em saber onde estamos chegando, principalmente por estamos juntas.

As batatas fritas a mais do almoço já estão acabando e meu passatempo delicioso também.

-- Hum, obrigada pelo o chocolate de mais cedo, me esqueci de agradecer. – disse Ju me roubando uma batata. – Embora tenha sido só uma forma de conseguir um flerte. – brincou rindo.

-- Hahaha, um flerte. Não teve nenhum flerte. – tentei passar que aquilo estava certo, mas ela me fazia rir também.

-- Viu? Está a rir. – disse Ju rindo ainda mais ao ver a minha cara. –  Hey, Niall! Pegue um chocolate para Ju, por favor. – disse ela piscando seu olhos. – Sabendo que teve aquele toque no braço e sorriso frouxo e mais aquele olho no olho. – falou espontânea.

-- Concordo plenamente. – disse Larissa entrando entre nós e rindo.

-- Como eu tenho amigas engraçadas. – disse parecendo séria só que o sorriso em meu rosto era involuntário.

-- Como que é? – falou Bia tentando se lembrar de algo. – Awnnn Irlandês fofo, me pegue um chocolate. – imitava como uma menininha apaixonada que estaria longe da minha expectativa.

-- Estava toda enrolada, minha calça estava caindo e tinha esquecido o cinto no quarto. Acabei tendo que voltar lá. – tentei me defender.

-- Para falar com o garoto ela formula todo o plano A e envolve ate o cinto da calça. – disse Larissa que gargalhava com Bia.

-- Eu tento não odiar vocês. – disse prendendo o meu cabelo e dando língua para todas.

-- Lá vem ela!- disse Bela ao ver Rebeca.

-- Não precisa agradecer. – disse para Ju ao ver as meninas dar atenção á chegada da outra doida. – Mesmo que acha que foi uma desculpa, podendo ser um pouco, mas eu pensei em você primeiro. Beca nos mandou mensagem sobre o que aconteceu. Sinto muito e você continua sendo a amiga incrível que é. – disse piscando para ela e abraçando de lado.

-- Muito bemm!! Rasguem logo esses envelopes se não eu mesma farei. – disse Bela balançando o seu.

-- Ok. Falamos juntas ou cada uma separadamente? – perguntou Lari animada.

-- Acho que juntas. Vai ser como tirar o esparadrapo do machucado e a reação será na hora. – Bia deu a ideia.

-- Aí meu Deus!!!! – disse Bela. – Posso contar?

-- Estamos parecendo seis retardadas, mas tudo bem. – disse me tocando mais uma vez das amigas que eu tenho.

-- Já abri o meu. – alertou Ju.

-- Eu também e todas. – observou Lari.

Apertamos mais a roda, estávamos a olhar uma para outra e rindo descontroladamente.

-- Tá bom!! – respirou Bela e começou a contagem. - 5...4...3...2...1!

-- Moda.

-- Medicina.

-- Dança.

-- Moda.

-- Moda.

-- Medicina.

Porra! Era o mínimo que eu conseguia expressar em pensamento e palavras, e logo em seguida também pude me expressar através das lágrimas, eu fiquei surpresa e as meninas do mesmo modo, tentei disfarçar para que as mocinhas não vissem.

Por dentro a sensação passava de orgulho, alegria, euforia, estamos diante de tudo que sonhávamos e poder enxergar algo tão bom se concretizar que parece ser uma mera ilusão.

-- Mariana! Você está chorando! – disse Bia empolgada, rindo e melancólica pelo o momento.

-- Ahhh vem cá me abraçar, sua vaca. – disse Bela vindo até a mim.

-- Isso foi tão divertido e bom. – falou Larissa com o maior sorriso.

-- Até que guardar os celulares e manter a escolha em segredo não foi uma má ideia. – disse Ju chorosa.

-- É realmente não foi, deixaria meu celular escondido para ter isso. – respondeu Lari abraçando as outras duas.

Puxei Rebeca que lia todos os papéis.

-- Temos mesmos cursos. – disse Beca alto e bem animada.

-- Pelo visto eu fui a única... – disse Isabela saindo de meu abraço. – Eu escutei moda e medicina serem repetidas.

-- Eu vou fazer moda. – disse Ju dançando.

-- Eu também. – falei junto com a Larissa.

-- Ohhh meu Deus!!! Vamos ficar juntas! – Larissa pensou.

-- Ahh sempre eu, ninguém vai dançar comigo. – Bela fez biquinho com o rosto emburrado.

-- Ownnnn, vem cá! - disse Bia. – Pelo menos agora teremos algo de mais bonito para assistir do que os amassos dos corredores. – rimos.

-- Nossaaa, sua cara estava completamente como aquele Natal. – disse ao me lembrar.

-- Ohh é mesmo, foi a última e as caretas que fazia vendo todas trocando os presentes, desde emotiva a triste por não chegar em sua vez logo. – Lari bateu em minha mão.

Gargalhamos.

-- Eu ainda tenho aquelas fotos. – disse Ju rindo.

-- Você fez um bom texto para nós. – disse a ela.

-- É aquele Natal foi legal. – disse Rebeca. – Será que passaremos aqui ou em casa? – perguntou ela.

Pegamos as nossas bolsas e mochilas do chão, caminhamos juntas pela a Universidade pensando no Natal, presentes, a família e como seria a nossa tarde de conversa sem fazer nada de produtivo até ao quarto de alguma de nós.

Porém agora em diante as tardes ociosas serão de muitas ideias e criação. Não posso esperar para começarmos.

E que venha os próximos meses e a noite de hoje

Pov Louis        

Já passou uma hora do horário marcado para a rodada de hoje a noite com todo mundo, era normal chegarmos depois do horário certo, minha função era trazer alguma bebida. Então a tarde passei ao supermercado, escolhi e comprei garrafas de vinho.

A porta do quarto de Zayn estava entreaberta e do lado de fora já podia ouvir as gargalhas e a alta conversa, provavelmente eu sou último a chegar.

Ah não. Harry me avisou que chegaria mais tarde, pois tinha que terminar a tarefa pendente para perto. Achei e ainda acho estranho um ser recusar uma noite com amigos e bebida por tarefa escolar, mas tudo bem.

-- Oi oi! – disse ao entrar no quarto.

-- Ei cara!! – disse Niall que estava do lado da porta, vindo até mim.

-- Louis!!! – disse Isabela ao me ver.

Liam estava encostado ao pé da cama sentado ao chão, me parecia tentar conversar com Rebeca que estava na poltrona, seu semblante era totalmente de desanimo. Isabela e Mariana estavam grudadas com Zayn a escolha de músicas e Niall estava rindo animadamente.

-- Tommo! Chegou! Foi mal estou ajudando as meninas e escolher músicas. – disse Zayn se virando, mas não saindo de frente a mesa com o computador.

-- Tudo bem. Trouxe vinho! – disse abrindo a mochila e mostrando as garrafas ao balançar as minhas sobrancelhas.

Liam estava a pensar tanto que demorou a me responder se queria uma dose ou não.

-- Ahh sim. – disse se levantando e ajeitando a sua calça. – E aí senhor implicante! – disse ele me ajudando abrir a garrafa. – Foi Bia que disse e eu só aderi.

-- Ela já chegou? – revirei os olhos e ri ao mesmo tempo.

Não posso medir culpa sobre isso é o meu jeito, tento por um minuto agir naturalmente com ela, mas tem algo nela que me faz ser do modo que sou e tirar os seus cabelos da cabeça de tanta raiva. E acredito que isso não mude, já começamos muito mal desde aquela vez na piscina.

-- Sim. Está no banheiro, Mari, derramou queijo e doritos nela. – explicou. – Ela ainda não está uma arara, então já sabe...Deve ser você mesmo. – falou brindando os nossos copos.

-- É pode ser. – ri levando o copo a minha boca.

-- Oi galera! – disse uma voz na porta.

-- Juuuuu!!! – Bia que saiu do banheiro veio de encontro á amiga.

-- Hey Biazoca!!! – ela respondeu abraçando.

-- Não entendo esse abraço todo. – disse Bela atrás de nós. – Se viram a tarde toda.

-- O nome disto é ciúmes. – ralhou Mariana rindo.

-- Oi meninos!! Oi Zayn!! – disse ela sorrindo para nós.

-- Oi Ju! – disse Malik clicando em uma música e todo o som se propagou no quarto.

-- Vinho? – ofereci para ela sorrindo.

-- Faz bem a saúde. – disse Zayn alto.

-- Bem lembrado Zayn. – disse Rebeca puxando as duas para dentro.

Fazendo todos nós rirmos ao relembrar da sua explicação dias atrás. É eu sorri.

-- Claro que sim! – disse ela passando por nós com o seu melhor sorriso e caminhando com Bia e Beca ao seu lado.

Pov Larissa                                 

Estou grata o bastante por chegar até aqui e agora saber que duas malucas escolheram o mesmo curso que o meu, eu fiquei um tanto indecisa até chegar naquela saleta para pegar o envelope definitivo. Mal posso esperar pelas as aulas e quem sabe trabalhar com elas em sala, será uma experiência incrível, damos muito bem para resolver qualquer encrenca.

A tarde passou tão rápido quando me dei conta já era mais de três horas da tarde, quase quatro horas, vi em minha mente o tempo curto que teria para me aprontar, rezar um mantra, absorver toda a calma do mundo e depois ir para o que eu me propus fazer. A minha cara de assustada após ver a hora  não foi percebida por nenhuma das seis.

Demorei alguns minutos para pensar em qualquer coisa ou frase para eu sair da conversa e poder ir até ao meu quarto sem que elas não viessem atrás de mim.

Não duvido muito que não será preciso dizer nada, pois elas vão descobrir sozinhas.

Conseguindo o feito fui para o meu quarto, desesperada pensando em tudo que possa acontecer e a cada ideia eu só balançava minha cabeça em negação. Com a porta do guarda roupa escancarada e observando o que eu tinha, me desanimou em cheio, nenhuma muda de roupa que servisse para a ocasião, então só me restou me jogar em minha cama a tampar o meu rosto.

Sabendo que eu mal sei o quer usar, pelo o simples fato de não saber para aonde vamos.

Sentei na beirada da cama de frente ao guarda roupa a olhar novamente minhas peças na expectativa de que uma ideia surgisse na minha cabeça, para piorar minhas unhas estavam em um estado nada bom.

Seria uma grande sacanagem desistir e deixar Styles plantado a minha espera, a sensação de não ir já era forte o bastante. Recompus o meu corpo após um grande suspiro, olhando mais uma vez o visor do celular, fechei as porta a minha frente, peguei a minha bolsa e nas gavetas da escrivaninha procurava algumas notas que sempre deixo ali para caso eu precisasse.

Peguei o ônibus chegando dez vezes mais rápido até a lojinha do vestido que eu tinha me apaixonado desde que me esbarrei com Bel, por sorte do mesmo jeito que eu devolvi a vendedora depois de experimentar, agora estava na sacola em minhas mãos. Também passei em uma drogaria qualquer de grande porte e com as notas que tinha sobrado comprei um esmalte que combinasse.

Agora, me olhando ao espelho gostava do que eu via e também senti próprio orgulho de mim em saber que eu consegui fazer tudo em pouco tempo, não que ele mereça essa produção toda porque simplesmente ele não é nada meu.

Cantava e repetia em minha mente várias vezes o trecho da música.

E também pensando se é o certo usar o batom vermelho hoje.

Entre o som da música baixa, meu celular despertou indicando que a hora tinha chegado. Dei uma mexida em meu cabelo para que o penteado ficasse certo e ao encarar o meu reflexo ri por nenhum motivo, mas tudo chegava a ser engraçado.

Descendo os degraus da escada abri a caixa de mensagem para ver se alguma mensagens tinha chegado e não tinha nenhuma, por um segundo parei e voltei ao meu quarto deixado o celular na cômoda.

Pov Liam

Meu terceiro copo de vinho já estava pela a metade, Niall perguntava aos meninos que raio de exercício era esse que Harry estava fazendo porque já estava ficando preocupado por não lembrar se tinha feito e caso perdesse ponto, mas também ria descontroladamente.

-- Mari, tem algum exercício mais de trinta questões para fazer? – disse o Irlandês dançando e rindo ao mesmo tempo indo para perto das meninas.

-- E ele vai logo perguntar quem? – disse Louis escolhendo o que comer.

-- Mariana! – disse eu e Zayn.

-- Deixa a loira em paz, ele merece. – disse Zayn para o Louis.

-- Ainda não sei se nomeio de Draco ou Ronnie. – ria Louis.

-- Eu escutei Louis! – disse Niall dando língua para ele de longe.

-- Te amo Irlandês. – disse Louis de cá. – Vi a Mari lendo alguns exemplares de Harry Potter.

-- Ahhh sim. – entendeu o Zayn sobre os apelidos.

-- É, ela gosta. Uma vez ouvi conversando com as meninas qual é o seu preferido. – expliquei.

-- Essas pizzas que não chegam. – disse Lou.

-- Yeahhhhh!! – comemoravam.

-- Eu vou querer! – disse Ju que dançava com Isabela, ambas estavam empolgadas perto do sofá.

-- Gente, vem cá! – disse Mariana chamando todos para o centro do quarto e puxava Niall. - Andem lá, perguntem!!! – disse ao sentar no chão.

Mariana mantinha um sorriso no rosto que fazia Ju olhar para a amiga fascinada e ainda mais feliz. É ela escolheu sentar ao meu lado.

-- Z, e aí o que será no futuro próximo? – perguntou Isabela mordendo seu copo.

-- Língua Inglesa. – sorriu encantado. Já eu não sei se era pelo o que tinha escolhido ou  pelo o vinho ou até por Isabela.

-- Yeahhh temos um futuro professor em nosso círculo de amizade! – gritava Louis do outro lado balançando Zayn.

Bia observava aquilo revirando os olhos, era inevitável, o problema realmente se chamava Louis.

-- E você, Ju? – perguntou Zayn a ela. – Quer dizer menina do vinho saudável.

-- Então, professor Malik... – respondeu Ju ao Zayn dando língua ao mesmo. – Eu escolhi moda.

Minha surpresa foi tanta que não consegui evitar e olhei para ela, que também olhou para mim, seu rosto ficou vermelho, procurou fitar o chão e de cabeça baixa sorria.

-- Yeahhhhhhh!!! – comemorava Mariana.

-- Não gostei disso. – disse Isabela rindo para as duas.

-- Já era de se esperar, Mari e Lari sempre calham de cair juntas. -  Ju falou depois de disfarçar ao levantar sua cabeça  – Eu cai de penetra mesmo. – disse rindo provavelmente algo que só elas sabem.

-- Ju, quando começar a fazer as roupas. Adoraria ter uma jaqueta de couro assinada por você e claro se pudesse deixar no fim eu fazer algo.

-- HAHAHAHAHA! Valeu, Professor Malik  de jaqueta de couro destruidor dos corações das alunas de faculdade. – disse Louis chorando de rir.

-- E aí minha aluna qual é a dúvida?- disse Niall imitando o Zayn mexendo com a sua jaqueta. – HAHAHA!! – gargalhava Niall batendo sua mão com a do Louis.

-- Então Zayn escolheu literatura para conquistar alunas de faculdade. - concluiu Beca acompanhado os meninos.

-- Ele vai se referir a jaqueta como uma Chanel, Gucci e entre outras marcas. – disse Bia piscando para Ju.

-- Cara você vai se sair bem naquilo que faz, eu acredito. – disse Zayn para Ju e não ligando para as piadinhas sobre o moreno professor que soltará flertes é mais flertes, sem se esforçar muito.

-- Valeu Dude. – respondeu ela mexendo o cabelo fazendo com que ele ficasse muito bom nela. – Tá! Niall, estou ansiosa para saber o seu. Me diz.

-- Bom, escolhi engenharia acústica. Deve ser legal trabalhar de alguma forma com a música e eu posso trabalhar com várias pessoas.

-- Bom garoto! – disse Louis.

-- Beca? – chamou Niall.

-- Nutrição. – disse ela contagiante.

-- Estamos de boa, temos pessoas para roupas e agora uma médica. Teremos uma vida saudável. – disse Zayn levantado seu copo para brindarmos e assim fazemos.

-- Os primeiros a entrar na risca nutritiva serão Mari e Niall. – disse Rebeca e todos nós concordamos.

-- Até lá posso comer tantos hamburguês possíveis – respondeu Mariana recebendo o abraço dela.

-- Opaaaaa!! Oi Oi!! – disse Louis ao telefone.

Senti o dedo dela tocar o meu ombro tentando chamar a minha atenção, mas eu simplesmente preferia participar da conversa.

-- Ei, Lia...- disse ela tão baixo que somente eu pudesse ouvir.

Eu olhei para ela um instante, recebi seu sorriso tímido que ambos sabíamos que ela tinha alguma coisa para dizer. Antes que eu pudesse deixar Ju completar alguma palavra, anunciei que seria eu a descer e pegar as caixas de pizza na portaria.

Levantei rápido a deixando para trás com a sua frustação.

Pov Juliana

Entendia o seu momento, talvez essa não é a hora de dizer qualquer coisa e ele estava correto em ficar bravo, eu fui de mal a tosca naquele dia, só queria explicar o que se passava. Bufei ao olhar o meu copo no chão.

Senti alguém vim até a mim, então decidi parar de olhar o meu copo e mandar pra longe a sensação de idiota. Sim, eu sou, por que eu não o deixei em seu canto?

Como estamos desde que eu cheguei aqui.

-- Oi! – disse Beca me abraçando de lado.

-- Ele não quis falar comigo. – disse a ela fazendo beiço. – Ele está bravo. – dei de ombros.

-- É só uma fase, aposto que Liam está se doendo tanto quanto você. E também não vê a hora de poder sentar e conversa com você normalmente. – disse ela.

-- Nossa, naquele dia estava com tanta raiva que descontei nele. – suspirei estendendo minha mão para pegar a garrafa de vinho e encher o meu copo.

-- Então vai lá, vai atrás dele e conte tudo isso. – falou Rebeca me observando.

-- Aí você está querendo romantizar demais, querida. – brinquei ao encher o seu copo também.

-- Eu? Jamais. Só quero ver meus amigos de bem. – a cara dela é a melhor.

-- Você está aprendendo com a Dona Mariana, não é?! Olha essa cara. – brindamos.

-- É depois de alguns anos de amizade a gente acaba pegando. Mas não desvia do assunto e vai lá. – implorava Beca. – Vocês estão parecendo dois estranhos.

-- Concordo, parecem que nem ao menos se conhecem. – chegou Bela com Zayn dividindo a poltrona.

 Franzi as sobrancelhas e me virando para eles.

-- Cara, ele está tão desanimado, Ju! – disse Zayn. – Não viu?

-- É! – disse Rebeca esticando a mão em concordância com o Zayn.

-- O clima fica tão tenso que nem conseguem se falar e quebra o legal de estarmos todos juntos. – disse Bela alisando o meu cabelo. – Amiga, tente, vai lá e o mínimo que ele pode fazer de mal é entrar aqui sem falar contigo.

-- Aposto que ele deve está morrendo de ciúme porque a pouco me chamou de dude e com ele não. – analisou Zayn.

-- Ok! Vocês ganharam, vou lá fora. – disse me dando por convencida e sorrindo para os três que me olhavam abobados.

-- Essa é a nossa garota! – disse Bela comemorando e levantando as mãos ao ar.

Caminhei até a porta do quarto pensando no que falar em o que explicar. Caso ao contrário se eu não for calculista o bastante quem vai levar as costas sou eu, apenas quero que ele acredite em mim e que realmente me sinto mal pelo o que fiz.

Juro que estava com cabeça quente e misturei ambas as coisas, a situação com a minha mãe que também não é as melhores mais o ciúme tolo que senti da Beca com ele e o quanto fui cega a ponto de ser tão ignorante com aqueles que gosto tanto. Errei e errei feio.

Bom essa parte até então Liam pode ficar longe. Porque já passou e a raiva dele não vem disso, nada de imaginar demais aonde não se tem nada como minha querida amiga.

Que bem surtou em meu quarto só com a hipótese.

Isso é completamente embaraçoso.

-- Er...Eu errei...O dia não tinha sido bom antes de eu esbarrar com você e explodi toda a minha raiva em alguém que não merecia... – formulava as  minhas palavras no tom baixo com o meu corpo encostado na parede.

Escutei o som do tênis arrastando ao chão me fazendo calar e olhar em sua direção, ele vinha com impulso por parecer subir as escadas em dois em dois degraus, as caixas de pizza tampava uma parte do seu rosto.

Desencostei da parede ficando frente a frente para ele, com as mãos para trás a apertar uma a outra que estavam escorregadias por nervoso em relação a qualquer reação que ele pudesse ter e meu corpo balançava para trás e para frente.

-- Quer ajuda? – disse levantando os meus ombros e provavelmente o meu rosto estava como de uma criança que fala para mãe que não vai falar mais com ela e logo depois está em suas saias.

Ele riu, me encarou por uns segundos torturantes e depois me deu duas caixas.

-- Não era para eu ter sorrido. – passou sua mão livre em seu cabelo.

-- Ainda está muito bravo comigo, não é? – disse fitando as letras da caixa e o telefone do estabelecimento.

-- Se eu dizer que não, estarei mentindo. – disse ele esperando o que eu tinha para dizer.

-- Mil desculpas, fui estúpida com você algo que eu não deveria ter sido, estou nesses dias a me sentir mal por ter gritado e falado coisas. – tomei coragem de fazer contato com ele. – Eu errei e errei feio, mas estou sentindo a sua falta. Eu e os outros estamos de bem, só que é péssimo ver você de canto a não querer falar comigo.

Liam mordeu seu lábio inferior, seu silêncio era ainda mais torturante do que o primeiro, a única coisa que eu não pretendo é perder um amigo e tanto que ele é para mim. Sou calma e quando me estresso ou se alguém me tira a paciência acabo perdendo a razão.

Ele pegou as caixas da minha mão, fiquei sem entender até ele colocar todas no chão e me abraçar apertado logo em seguida. A sensação era tão boa e aquilo estava a me matar de saudades.

-- Senti falta disto e das conversas, Ju. – disse ele perto de meu ouvido.

-- Eu também, Woddy. – disse com a voz embargada. – Desculpas.

-- Tudo bem... Desculpas aceitas. – se afastamos a nos encarar. – Foi mal por sair e virar as costas para você, não a deixei falar.  – coçou a sua cabeça.

-- Eu merecia eu acho. – disfarcei para limpar as minhas lágrimas prontas a sair.

-- Estás a lacrimejar? – perguntou surpreso.

-- Sim! Eu levo os meus amigos a sério. – disse batendo em sua barriga o fazendo rir. – Tá, agora me dá um pedaço de pizza calabresa.

Nos abaixamos a procurar o meu pedaço.

-- Está nessa. – disse ao ler a sua caixa e o cheiro também estava a nos dizer. Abri a caixa e peguei meu pedaço dando a primeira mordida.

-- Ei antes de entramos preciso te dizer algo...- disse ele segurando a minha cintura.

-- Hummm...- disse toda atrapalhada com o queijo que pendia entre minha boca e minha mão. Minhas bochechas ruborizaram pelo fato de eu estar passando vergonha na frente dele, mais uma vez.

-- Estou orgulhoso de você, escolheu o que deveria ter escolhido. Embora seja muito boa em cálculo. – disse bagunçando o meu cabelo como o de costume.

-- Ahhh sim... – juro que o meu sorriso foi de um lado do rosto ao outro. – E se eu te dizer o quanto foi difícil. – dei língua para ele.

-- Toda mulher sabe tomar boas decisões e você não foge disso. – mordeu um pedaço da minha pizza depois de terminar o que tinha para falar, fixando os seus olhos ao meu.

-- Pode deixar se caso eu fizer uma coleção masculina as primeiras peças serão mandadas para você e ao Zayn. – disse me lembrando da jaqueta dele.

Pegamos as caixas no chão mais alguns minutos aqui elas ficarão frias e borrachudas.

-- Falando em Zayn, ele agora é seu Dude. – disse Liam com a cara de magoado.

-- Ouwwww ele estava certo, ficou com ciúmes de um apelido. – gargalhei.

-- Eu? – fez de desentendido colocando a mão na maçaneta da porta.

-- Você também é meu Dude, mas tem outro mais legal. – ralhei.

Ao entrarmos no quarto novamente todos param de conversar para nos olhar, parecendo que estava fazendo alguma coisa errada e alguém entrou para importuna-los. Que eu me lembre, essa cena já aconteceu antes e é muito parecida, só espero que as palavras  a seguir sejam diferentes.

-- Aêêêêêêêê!!! – puxou Louis e todos gritavam o mais alto que podiam como seu não tivesse quartos ao lado. – Até que enfim, pensei que não se falariam mais.

-- Estavam a nos escutar? – perguntei colocando as caixas na mesa, eu olhava para o rosto de cada um.

Sorriam descaradamente.

-- Bons amigos que temos. – brincou Liam ao meu lado e me abraçando de lado.

-- Jura que ficou com ciúmes de um “dude”? – disse Zayn vindo até nós.

-- Não, mas você ganhou o cargo de melhor. – disse Liam fazendo sinal para mim para que tentássemos desfazer seu cabelo. Zayn desviava de nós.

-- Louis, este pedaço é meu. Sai! – Bia brigava com Louis empurrando ele com o seu quadril sabendo que o de Louis era maior.

-- Vão começar os dois! – as meninas os repreendiam, a entonação era a mesma, pois ninguém aguentava mais a corrida do Tom & Jerry.

-- Tom pra lá e Jerry para o outro. – interveio Isabela entre os dois pegando dois pedaços de pizza.

Rimos com as expressões dos dois. Gostaria que a minha mãe soubesse que os meninos que eu conheci são sim pessoas que eu já posso considerar, de longe eles não são nenhum vilões e também as suas conclusões precipitadas não ganham alguma veracidade.

No fundo sinto o meu coração apertar e todo o sentimento de tristeza por discutir com ela, mas ela não está certa. A esta hora ela já deve ter enchido a cabeça de meu pai com as suas ideias absurdas sobre a minha vinda até a Inglaterra e por deixar todos para trás.

-- Ei, está tudo bem? – disse Liam levantando o meu queixo.

Estava encostada na mesa com os braços cruzados a suspirar.

Sorri agradecida e meu subconsciente relembrou a última vez em que ele vez essa pergunta e a ignorância que eu me transformei bem a sua frente.

-- Sim, está tudo bem. Valeu! – disse espantando a sensação ruim para longe e me animado para pegar o próximo pedaço de pizza e me sentar ao chão com eles a falar de qualquer coisa.

É esse momento e os outros que marcamos em nossas memórias deixam os meus dias melhores, eu simplesmente gosto.

Pov Harry

Olhei mais uma vez o horário marcado na tela do meu celular, apoiando meus braços no teto do meu carro.

Será que ela vem? E o passeio? O que ela vai dizer? Vai me matar caso eu chegue perto?

Essas e mais tantas outras perguntas martelavam a minha mente, Larissa não é tão fácil de lidar desde que a conheci depois do café e pretendo conhece-la mais, só que para a minha pouca esperança que me resta e que a cada dia ela faz com que tudo que eu acredite suma, a garota por quem eu tenho uma leve queda é contra tudo isso.

Ela me impressiona pelo o seu ódio contínuo e que a protege de mim, acredito que seja assim, talvez hoje eu a faça descontruir toda essa ideia de que eu possa trazer malefícios a sua vida. Passamos praticamente o dia juntos e ela mantem distância, uma distância diferente.

-- Harry! – era ela.

-- Oi! – disse pondo o meu celular no bolso e puxando a minha calça larga antes de virar para ela.

Ela estava muito bonita, mas não a elogiaria agora por ser clichê ou que ela me desse uma bofetada com a sua bolsa, olhei para as suas mãos e não havia nenhuma. É melhor deixar para outra hora, seu andar desconcertante para trás e para frente denunciava a sua timidez.

-- Tudo bem? – perguntei balançando o meu cabelo por está desarrumado e nervoso também.

-- Sim... Vamos logo com isso. – disse da forma durona, bem a Larissa que eu bem conheço.

Estendi a minha mão para ela, que não hesitou, ao sentar no banco carona ao colocar o sinto de segurança ria disfarçadamente para que eu não notasse, mas notei. Bati a sua porta dando a volta ao carro e logo saímos do estacionamento do campus.

Se eu estregasse o fato de ela ter aceitado a minha companhia ficaria com muitaraiva comigo mesmo, preferi então ficar calado.

-- Posso ligar? – perguntou apontando para o rádio.

-- Ahh sim. – respondi gaguejando ao ver os seus olhos.

-- Tudo bem, Harry. – gargalhou que me fez rir também, estava a ser um adolescente bobo.

Baixei os vidros da janela fazendo com os ventos soprasses entre nós. Ao fundo a música que eu bem conhecia preenchia todo o carro, o mesmo CD que tinha posto dias anteriores ainda estava rodando.

-- Você também gosta? – disse surpresa ao mesmo instante que procurava cantarolar baixo.

-- Sim! – respondi com o balance do carro ao parar no sinal vermelho. – Que eu me lembre, eu cantei essa música no dia que eu te molhei, juro que estava desatento.

-- Minhas calças perceberam. – disse divertida.

O sinal ficou verde e assim que o carro continuou cantávamos juntos ao mesmo tom, a primeira parada estava próxima. Juro que não quero desaponta-la de nenhuma forma, como não posso chegar com o carro até lá, estacionei na vaga permitida.

-- Ainda não chegamos. – falei dando a minha mão para que ela saísse do carro. – É que eu preciso da sua ajuda, eu pensei demais e acabei que nem escolhi.

-- Minha ajuda? – me observou atônita.

Ela caminhou a me acompanhar, viramos á esquerda, a rua não estava deserta nem movimentada, poucas pessoas passavam por aqui, jovens andavam em grupos em busca de diversão e outros casais passavam a conversar.

A poucos minutos da Universidade estávamos ao centro comercial mais próximo, as lojas que ainda estavam abertas, principalmente a que eu precisava.

-- Ali. – apontei em direção ao ponto verde mais a cima.

-- Ahhh sim o meu hambúrguer. – disse gargalhando.

-- Olha eu pensei bastante, eu até pensei em um lugar sofisticado porque você merece, mas eu não sei se você gosta dessas coisas...Ou eu deveria ter te levado? – coçava a minha cabeça em nervoso.

-- Ei tá tudo bem. – disse Larissa tocando sua mão em meu ombro.

Ela girou perfeitamente parando bem a minha frente, não sabendo se seu sorriso era um bom sinal ou se estava rindo do qual patético eu sou. Adentramos ao Mc´Donalds, algumas pessoas comiam seus pedidos a conversarem animados, a família e sua criança nos distanciavam do único caixa aberto.

Os cabelos lisos de cachos largos nas pontas a tampar quase seus olhos esbugalhados e a baba a escorrer por toda a blusa da mãe, o garotinho confortável em sua roupa de frio me encarava e sem demorar muito ganhei seu sorriso banguelo junto aos impulsos no colo a fazer festa.

Não contive, então comecei a brincar com ele, fiz caretas, até a voz de bebê e bichinhos com as minhas próprias mãos, enquanto seus pais escolhiam o refrigerante após a pergunta da funcionária, o garotinho continuava a me dar atenção.

-- Parece que alguém gostou de você. – disse ela que parou de se balançar ao ver a cena. – Algum para o futuro?

-- Ahhh sim, claro. – disse a ela. – Mas também não serei como o louco do Louis...

-- Por que? – não entendeu.

-- Ele disse que é capaz de ter um time de futebol, só para ter uma menina. – relembrei rindo ao olhar para ela.

-- Louis como pai será muito engraçado. – gargalhamos. – Todos sairão bem...- pensou alto.

-- Próximo. – a moça ao balcão chamava baixo.

Escolhemos os nossos lanches, o refrigerante que mais nos agradava e pedi que pusesse ambos para viajem, não demorou muito para que as sacolinhas marrons fossem entregues, Larissa ainda pensou que ficaríamos aqui e caminhou até a mesa vazia.

-- Heyy! – disse sorrindo ao ver ela se sentar e me olhar sem entender. – É que quero te levar em outro lugar...

-- Mas os lanches...Tudo bem...- se levantou dobrando a borda da sacola e pondo-se de pé. – Nossa essa fala, sem dúvidas, é da Mariana. – se estranhou rindo.

Abri a porta de vidro para ela para que passasse na frente, por um momento ela andou devagar observando aquele lado, o que cada loja oferecia, presumi que não tivesse andando por essas bandas.

-- Prometo que o lanche não irá esfriar. - falei ao direcionar o carro entre as ruas.

-- Ahh sim...Harry...É que não dá. – disse ela falando sem jeito e a me tirar de meus pensamentos.

Só que me pondo em uns piores.

-- Quer voltar? – minha voz saiu mais estranha do que queria.

-- Não! Não! – se apressou para responder. – É estranho porque eu costumo ser chata com você e agora estamos a sair como pessoas adultas, então eu não posso ser chata com você.

Gargalhei dividindo a minha atenção a rua e para ela.

-- Você ri? – disse sorrindo também. – Agora me deu vontade de te bater.

-- Calma. – me contorci para o canto da janela esperando receber seu tapa. – Que bom, sentiu vontade de falar e falou, não se ache boba. Eu não sei por que me acha tão insuportável ao ponto de querer arrancar meu pescoço.

-- Gata. – falou revirando os olhos.

-- Ohhh não é tão ruim assim. – me lembrei das vezes a que chamei assim tentando ao mesmo tempo querendo encontrar uma explicação, mas em minha mente veio o dia da ligação. – Há um tempo quando chamei vocês para a minha casa...

-- Como eu queria poder passar o celular e gritar com você naquele instante. Nossaaa, aquele "Tudo bem, gata?"

-- Ainda se lembra. – impliquei.

-- Deve se algo do tipo, claro! Ainda mais, você nos acordou.

-- Mas é uma palavra de elogio.

-- Tá bom. – se rendeu sorrindo.

-- Se quiser eu paro e também tem outras palavras melhores, algo de sua escolha.

-- Brigado...Talvez qualquer uma que ouse falar, me irrite.

Rimos.

-- Então é uma garota difícil de acertar, ou seja, estou ferrado e chegamos. – disse girando a chave e rodando em minhas mãos, ao parar completei. – Espero que goste. – falei nervoso esperando o que ela falaria.

-- Veremos. – falou Larissa brincando e me dando língua.


Notas Finais


E aí galera ficou bom?? Só para externar o que eu pensei ao escolher as fotos, acontecimentos e principalmente o título, então"Todos sairão bem" é que Larissa diz ao pesar o futuro que reflete mais a frente e que é inevitável de não se pensar, eles vão sair bem com as escolhas que fizeram do curso, os pedidos de entendimentos ficarão bem e também não é nada jogado ao vento, é mais uma afirmação, uma vibração positiva...Enfim, eu quero desejar essa frase para vocês, para que não desanimem entre as provações dessa vida, o desanimo que o Mundo nos causa com tamanha violência e falta de humanidade, os problemas, ou seja, vocês são maiores que isso, vamos mudar e espalhar amor, sermos multiplicadores da Luz. Eu acredito em cada um!

TODOS SAIRÃO BEMMMMMMM


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...